segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Além de PMs, agentes são acusados de participação em máfia de taxistas no Tom Jobim

CORRUPÇÃO


Publicada em 02/08/2010 às 23h02m
Selma Schmidt - 02/08/2010 - O Globo
    RIO - Um motorista de táxi comum, não filiado às cooperativas Aerocoop e Aerotáxi, buzina e joga R$ 20, embrulhados num papel com o número da placa de seu carro, no canteiro do lado esquerdo do setor de embarque do Aeroporto Internacional Tom Jobim. O ritual faz parte do esquema de propina montado no local de dia e à noite e revelado ao GLOBO pelo taxista X., que tem o nome preservado por razões de segurança. Ali, na madrugada de 7 de julho, Kleber Luís Oliveira da Rosa foi agredido por outros taxistas após deixar passageiros e tentar fazer outra corrida. Segundo X., o esquema envolve guardas municipais e PMs, embora o taxista garanta que nem todos os agentes e policiais no aeroporto participem dele. Um guarda, que também é motorista de táxi, seria um dos quatro (dois de dia e dois à noite) controladores da caixinha.
    De acordo com X., cerca 50 taxistas têm que pagar, todos os dias, R$ 20 para esperar passageiros em pontos informais no setor de embarque dos terminais 1 e 2, para não serem multados em 120 Ufirs (R$ 242) por estacionamento em local proibido nem perderem cinco pontos na carteira de habilitação. Taxistas que aparecem no local eventualmente, apenas para fazer uma corrida, desembolsariam R$ 5. Nos dois turnos, seriam recolhidos, por dia, pelo menos mil reais de propina, valor pouco inferior aos salários iniciais de um guarda municipal (R$ 1.171,14, incluindo adicional de risco) e de um PM (R$ 1.402,51, com gratificação).
    - Os amarelinhos que não são da Aerotáxi e da Aerocoop conseguem cinco, seis corridas por dia. Em média, fazem entre R$ 150 e R$ 250 e, às vezes, têm que deixar mais de 10% de caixinha para poder trabalhar - conta X.
    No setor de desembarque dos dois terminais, há placas delimitando vagas para táxis especiais e comuns. Oficialmente, a Secretaria municipal de Transportes informa que não há exclusividade para estacionar nessas vagas. Na prática, no entanto, nos espaços destinados aos táxis convencionais só entram os 176 cooperativados da Aerocoop e os 192 da Aerotáxi.
    Infraero diz só controlar especiais
    Os presidentes das duas cooperativas negam que haja caixinha e alegam que o direito de parar ali foi dado a eles pela Infraero. Segundo o superintendente no Tom Jobim, André Luis Marques de Barros, a Infraero não emite selos para os para-brisas e possui apenas um cadastro informal dos filiados das duas cooperativas. Ele acrescenta que a Infraero tem contrato apenas com cinco empresas de táxis especiais (Coopatur, Coopertramo, Cootramo, Transcoopass e Transcootur) para que mantenham balcões dentro do aeroporto, tendo cadastrado seus 1.111 motoristas. Ainda haverá licitação para abrir espaços também para cooperativas de táxis comuns
    Leia a íntegra desta reportagem em O Globo digital (disponível somente para assinantes)
    Leia mais:Tabela de preços cobrados pelos taxistas no Rio
    Taxi Convencional

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