quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

Curitiba terá seminário internacional para discutir o uso do automóvel

26/02/2015 - Prefeitura de Curitiba

O uso do carro nas cidades será discutido pelo poder público, acadêmicos, indústria e a sociedade durante seminário promovido pela Prefeitura de Curitiba, Universidade Positivo, Grupo GRPcom, Associação Comercial do Paraná e Renault do Brasil. O seminário internacional Uso do Automóvel na Cidade, marcado para os dias 9 e 10 de abril, no Salão de Atos do Parque Barigui, está com inscrições abertas e terá a presença de especialistas nas questões de mobilidade e sustentabilidade.

As discussões serão promovidas no formato de painéis, fomentando a interação entre os diversos setores, criando um ambiente favorável à geração de ideias inovadoras e à implementação de soluções de valor para a sociedade.

Os interessados em participar podem realizar as inscrições e obter mais informações sobre o evento no endereço www.curitiba.pr.gov.br/usodoautomovel, ou entrar em contato através do e-mail internacional@pmc.curitiba.pr.gov.br e telefone (41) 3350-8141.

Mobilidade sustentável

A cidade de Curitiba é hoje a capital com o maior índice de automóveis por habitante, com uma população aproximada de 1,85 milhão de habitantes e uma frota aproximada de 1,45 milhão de veículos (fonte: Detran-PR). Se todos os carros fossem alinhados, eles preencheriam todos os 4.600 km de vias públicas da cidade. Com base em projeções de estudos, estima-se que, em 2020, a cidade contará com um carro para cada 1,1 habitante.

Na medida em que o país se desenvolve e o poder aquisitivo da população cresce, esse índice pode se tornar ainda mais acentuado, causando uma significativa desproporcionalidade entre a capacidade das vias e a intensidade do trânsito. Assim, tornam-se necessários estudos e soluções inovadoras para um problema que tem se mostrado complexo em praticamente todos os lugares do mundo.

Curitiba, com sua tradição de criatividade urbanística, deseja empreender estudos e criar soluções inovadoras para proporcionar a seus habitantes qualidade de vida, em especial, mediante soluções alternativas do uso do automóvel, tornando-se uma referência mundial em soluções de mobilidade.

Palestras

Victor Etgens, diretor de pesquisa do Instituto Vedecom e professor da Universidade de Versailles, na França, fará a palestra de abertura do seminário, que contará também com apresentações e debates com profissionais renomados na área de mobilidade urbana e sustentabilidade, como o urbanista Jaime Lerner, Caio Vassão (responsável pelo projeto Pocket Car, veículo elétrico compacto feito  com materiais como lona e tecido), Fábio Duarte de Araújo Silva (pesquisador do Massachusetts Institute of Technology – MIT) e Paulo Cesar Waidzik (2IT – Incubadora de Inovação Tecnológica).

Especialistas, estudiosos e representantes do poder público, da academia, da indústria e da sociedade em geral participam do evento, que promoverá discussões no formato de painéis, fomentando a interação dos diversos setores envolvidos. O objetivo é criar um ambiente favorável à geração de ideias inovadoras, soluções alternativas ao uso do automóvel e propostas que contribuam para a melhoria da qualidade de vida, que possam ser implementadas pelas cidades no mundo.

Alguns dos temas que estarão em debate são: veículos elétricos, compartilhamento de veículos, carona solidária, faixas exclusiva para veículos com três ou mais passageiros, restrição e regulamentação de estacionamentos novas plataformas de locomoção individual, entre outras.

Ainda durante o evento, será lançado o lançado o livro "O Automóvel, o Planejamento Urbano e a Crise das Cidades", do jornalista Raimundo Caruso.

terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Rio terá frota de veículos elétricos com sistema de compartilhamento

24/02/2015 - O Estado de SP


A cidade do Rio de Janeiro deve ter uma frota de veículos elétricos a partir do próximo ano para operar em sistema de compartilhamento, ou carsharing, como é conhecido internacionalmente.

O projeto será similar ao adotado em vários países europeus e seguirá modelo parecido ao usado para bicicletas em diversas cidades brasileiras. Estima-se que a frota inicial possa chegar a 300 automóveis movidos a eletricidade.

Ontem, o Diário Oficial do Município do Rio de Janeiro divulgou que o consórcio liderado pelo grupo Radar PPP, que envolve as empresas BYD, DirijaJa, idom, PricewaterhouseCoopers (PWC) e Albino Advogados Associados venceu concorrência para desenvolver o projeto de viabilidade do programa numa Parceria Público Privada (PPP). O grupo tem seis meses para apresentar uma proposta.

Segundo Ricardo Silva, coordenador de Estruturação de Projetos da Secretaria Especial de Concessões e PPPs da Prefeitura, se o projeto for considerado viável será aberta uma licitação para os grupos interessados em desenvolver o programa. O grupo que fará o projeto será um dos candidatos.

"É um projeto inédito", afirma Silva. No Recife (PE), há uma experiência desde dezembro de compartilhamento de veículos elétricos, mas envolve um grupo pequeno de pessoas e apenas dois carros importados da China que não são homologados pela legislação brasileira por não terem airbag e ABS.

"A ideia é contribuir para melhorar a mobilidade na cidade e reduzir a emissão de poluentes", diz Silva. Segundo ele, cada carro compartilhado retira entre 6 e 20 veículos das ruas.

Valores a serem investidos, tamanho da frota e locais onde serão instaladas as estações de abastecimento de energia serão definidos no projeto a ser entregue pelo consócio.

Fábrica. A BYD, fabricante chinesa de veículos elétricos, inicia em julho em Campinas (SP) as operações de uma fábrica de baterias para veículos elétricos, painel solares e montagem de chassis de ônibus com peças inicialmente importadas.

Em 2016, o grupo pretende passar a produzir os chassis integralmente no País, em uma nova fábrica, possivelmente no Rio de Janeiro.

"Poderemos também produzir automóveis, já que as baterias servem para os dois tipos de veículos", informa Adalberto Maluf Filho, diretor de marketing e relações governamentais da BYD Brasil.

Num eventual fornecimento de carros elétricos ao projeto carioca, a BYD inicialmente importaria os modelos e6 (para cinco passageiros) e e3 (compacto) dos Estados Unidos, informa Maluf. O grupo pretende investir US$ 400 milhões no Brasil até 2018.

Bruno Pereira, sócio da Radar PPP, diz que o projeto será voltado à integração dos modais de transporte existentes na cidade, como metrô, trens e barcas.

A PwC fará a modelagem financeira e o escritório de advocacia a estruturação jurídica. A espanhola idon, especializada em arquitetura urbana, fará a montagem da PPP.

Pelo sistema de compartilhamento, o automóvel fica disponível em pontos preestabelecidos e o usuário pode alugá-lo por poucas horas e deixá-lo em qualquer um dos pontos. O serviço exige um cadastramento e toda a operação, inclusive abrir e fechar o automóvel é feita pelo smartphone.

A empresa DirijaJa, parceria da carioca Obvio! e da paranaense Wake Motors (que também têm planos de produzir carros elétricos) ficará responsável pelo desenvolvimento da plataforma de conectividade para fazer a integração entre os modais e o usuário do compartilhamento.

Cinco grupos participaram da concorrência aberta pela prefeitura do Rio de Janeiro por meio de Procedimento de Manifestação de Interesse (PMI).

Entre eles estão a Serttel e o grupo formado por UFRJ, Itaipu e Mobiag.


DirijaJa faz parceria com a Westfield

A DirijaJa, união da carioca Obvio! e da paranaense Wake Motors, fez parceria com a britânica Westfield Sportscar, fabricante de carros de corrida para a produção e distribuição de veículos dos dois grupos. "Vamos abrir uma filial lá e eles farão o mesmo aqui", diz Ricardo Machado, sócio da DirijaJa. Investimentos não foram divulgados.

A ideia, segundo Machado, é produzir no Reino Unido o compacto 828, da Obvio! – que aguarda homologação no Brasil – e os buggies da Wake, ambos em versões elétricas. No Brasil, a Westfield fará carros esportivos.

Paralelamente, a DirijaJa iniciará em março, no Rio, sistema de compartilhamento de carros de terceiros. Qualquer proprietário pode aderir e colocar seu carro à disposição. "Uma pessoa que vai de carro ao trabalho e o deixa estacionado o dia inteiro, por exemplo, pode colocá-lo no programa e outras pessoas poderão utilizá-lo nesse intervalo". Até julho, a empresa também pretende iniciar um programa de compartilhamento de carros elétricos de modelos adquiridos da BYD, sem que isso interfira no programa com a prefeitura do Rio.

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Volvo: nossos carros auto-dirigíveis são melhores que humanos

21/02/2015 - Business Insider


A corrida para colocar um carro auto-dirigível na estrada está em pleno andamento, com BMW, Tesla, Apple e Google todos competindo para ser o primeiro.

Mas, no final, pode ser que os suecos saiam na frente.

Esta semana, a Volvo anunciou que vai colocar 100 carros autônomos prontos nas mãos de consumidores reais até 2017.

Este ensaio-piloto inicial colocará a tecnologia de auto-condução da empresa pra fora do laboratório e será vista na vida real através do toque de proprietários regulares.

"Estamos entrando em território desconhecido no domínio da condução autônoma", disse o vice-presidente sênior da Volvo, Dr Peter Mertens.

"Dar um excitante passo para um piloto-público, com a ambição de permitir que pessoas comuns possam se sentar ao volante em tráfego normal na via pública, isso nunca foi feito antes."

O programa piloto do carro 100 terá lugar nas ruas da cidade natal de Volvo em Gotemburgo, Suécia. É relatado que a cidade deu sua aprovação à empresa, como também os clientes para um cruzeiro ao redor de vias públicas selecionadas, com o programa de direção autônoma do carro no controle.

Segundo a Volvo, o seu sistema de piloto automático é confiável o suficiente para que ele seja capaz de tomar decisões sobre todos os aspectos da experiência de condução. A montadora diz que seu sistema será capaz de lidar com tudo, desde dirigir todos os dias no tráfego até o impasse em situações de emergência.

Para conseguir isso, a montadora sueca vai depender de uma complicada rede de sensores, sistemas de posicionamento baseados em nuvem e tecnologia inteligente de frenagem e direção.

Os sensores incluem sete radares, 12 sensores ultra-sônicos, cinco câmeras e um scanner a laser.

Todos eles trabalham em conjunto para permitir que o motorista atrás do volante possa fazer praticamente qualquer coisa, exceto dirigir o carro.  Se qualquer um dos sistemas no carro falhar, a Volvo disse que existem sistemas de backup redundantes prontos para assumir.

A Volvo está tão confiante no seu sistema de piloto automático que seus engenheiros acreditam que sua tecnologia de auto-condução é melhor do que seres humanos quando confrontados com uma situação de emergência.

"Em uma emergência real, no entanto, o carro reage mais rapidamente do que a maioria dos seres humanos", disse o Dr. Erik Coelingh, da Volvo.

Em casos em que o piloto automático deve ser desligado devido ao mau tempo ou ao mau funcionamento, o carro irá pedir ao motorista para ele assumir. Se o motorista não consegue assumir o controle em tempo hábil, ou se o motorista está incapacitado, o carro fará, por si só, uma parada segura.

Muito legal.

Até agora não há nenhuma palavra sobre quando a tecnologia e os regulamentos legais permitirão à Volvo expandir seu programa de unidade autônoma, mas certamente estamos olhando para o futuro.

(tradução livre de Alexandre Pelegi)

Montadoras têm ociosidade recorde

22/02/2015 - O Estado de SP


A indústria automobilística brasileira vai operar este ano e o próximo com metade de sua capacidade instalada. O cálculo leva em conta os projetos que serão inaugurados nesse período. Novas fábricas, entre elas a da Fiat, em Goiana (PE) e a da Honda, em Itirapina (SP), além de ampliações previstas em unidades mais antigas, vão adicionar uma capacidade produtiva de quase 800 mil veículos ao parque automotivo.

Com isso, a capacidade anual conjunta das montadoras deve saltar das atuais 4,8 milhões de unidades para 5,6 milhões, segundo cálculos da Tendências Consultoria. A demanda prevista para este ano é de pouco mais de 3 milhões de unidades. Significa que o setor vai operar com 53% de sua capacidade, porcentual que muda pouco em 2016.

Com este cenário, na visão de analistas, as montadoras tendem a manter os ajustes que já estão promovendo, com a redução do quadro de pessoal e possivelmente de investimentos. No ano passado, o setor eliminou 12,4 mil vagas de trabalho. Neste ano já foram 400 demissões em janeiro e a maioria das grandes fabricantes está com medidas de corte de produção.

O setor não operava com ociosidade tão elevada desde o período 1999-2003, na sequência de um boom de novas montadoras que chegaram ao País, entre elas a Toyota e a Renault. Na época, o País enfrentava rescaldos da crise externa, alta de juros e mudança do regime cambial.

No mundo todo, a indústria automobilística deve trabalhar com 72% de sua capacidade, prevista em 124,2 milhões de veículos neste ano e 131 milhões em 2016, segundo dados da PricewaterhouseCoopers (PwC).

O presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Luiz Moan, diz que a entidade prepara estudo sobre os dados de capacidade das fábricas. O último número divulgado é de 4,5 milhões de veículos.

"Independentemente do número, o certo é que temos atualmente uma alta ociosidade", admite Moan. Ele ressalta, contudo, que não se pode contabilizar a capacidade total de uma fábrica no primeiro ano de operação, pois há um tempo para maturação do projeto. Também é preciso levar em conta o número de turnos necessários para atingir a produção prevista.

Cenário. A nova leva de empresas inicia operações num momento em que o Brasil está à beira de uma recessão, que pode ser ampliada pela escassez de água e energia elétrica e pelos desdobramentos da Lava Jato.

A produção de veículos caiu 15,3% no ano passado em comparação a 2013. O uso da capacidade instalada baixou de 77% para 62%. Para este ano, a previsão é de cair mais nove pontos.

"Esse cenário de forte deterioração que prossegue em 2015 e 2016 pode levar à postergação de projetos que ainda não estejam adiantados", diz Rodrigo Baggi, analista do setor automotivo da Tendências.

"É possível que haja um contingenciamento de investimentos e alguns lançamentos sejam postergados", admite o executivo de uma grande montadora.

Os projetos mapeados pela Tendências para este e o próximo ano são os das novas fábricas da Fiat, que iniciou produção na semana passada (com capacidade para 250 mil carros), Honda (120 mil), Audi (26 mil), Mercedes-Benz (20 mil), Jaguar Land Rover (24 mil) e JAC Motors (100 mil), além de ampliações anunciadas por Volkswagen, Ford, PSA Peugeot Citroën e Mitsubishi.

O projeto da chinesa JAC está atrasado em mais de um ano. Após vários anúncios, o início das obras em Camaçari (BA) agora está previsto para abril, com término no meio de 2016.

A também chinesa Chery, inaugurada em agosto, só iniciou produção comercial há duas semanas. Com capacidade para 50 mil veículos anuais, espera produzir 30 mil este ano.

O Brasil tem hoje 23 plantas que produzem automóveis e comerciais leves e mais cinco serão inauguradas até 2016. Vários dos novos investimentos foram definidos em razão do programa Inovar-Auto, que incentiva a produção local com benefícios fiscais e aumenta impostos para importações.

Para o sócio da MB Associados, José Roberto Mendonça de Barros, o Inovar-Auto não é um bom programa justamente porque ao longo do tempo cria-se um excesso de produção de veículos. "Tem o erro de colocar um muro de proteção tão elevado que obrigou mesmo montadoras de carros mais de luxo a abrir fábricas aqui."

Em sua opinião, não faz sentido abrir uma fábrica em escala não econômica só para escapar do alto imposto da importação. "O erro básico do Inovar-Auto foi projetar uma tendência de crescimento do mercado que era temporária. E agora, como consertar isso? Ou começa a exportar ou vai sobrar capacidade de produção para o resto da vida." O ponto positivo, diz o consultor, é que foi a primeira vez que se estabeleceram condições de contrapartida das empresas, como a redução de consumo de combustível.

Para Moan, a situação sem o Inovar-Auto seria pior. "Do total de vendas de carros, já chegamos a ter 30% de importados", diz. "Se continuássemos nesse ritmo, talvez hoje metade das nossas vendas seria de importados e estaríamos com um problema ainda mais grave de produção e empregos."

'Nunca tinha visto situação como esta', diz soldador

Montadoras têm 20 mil funcionários em excesso,se for levada em conta a produção de 2009

A alta ociosidade nas fábricas gera excesso de pessoal. A produção de veículos prevista para este ano é de cerca de 3 milhões, número próximo ao de 2009, quando o setor empregava 124 mil pessoas. Hoje, emprega 144 mil. Significa que as fábricas têm 20 mil pessoas a mais para fazer o mesmo volume de carros.

Questionado sobre essa comparação, o presidente da Anfavea, Luiz Moan, diz não ter como calcular o que de fato é excedente. "Parte desse pessoal está nas novas fábricas inauguradas nos últimos anos", afirma. "Mas é certo que temos excedentes, por isso as empresas estão adotando medidas como lay-off (suspensão temporária dos contratos de trabalho) e PDVs (programas de demissão voluntária)."

A maior fabricante de caminhões e ônibus do País, a Mercedes-Benz, tem 750 trabalhadores em lay-off desde julho na fábrica de São Bernardo do Campo (SP) e 170 na de Juiz de Fora (MG).

"Há um sentimento de angústia, pois todos nós queremos voltar ao trabalho", diz Caio César de Viveiros, que trabalha como soldador na fábrica do ABC paulista. Ele tem 28 anos e entrou na Mercedes ainda adolescente, com 16 anos, como aluno do Senai. "Nunca tinha visto uma situação como esta", diz.

O metalúrgico teme pelo futuro pois, da parte da empresa, só ouve dizer que não há expectativa de melhora do mercado no curto prazo. Casado há dois anos, ele adquiriu um apartamento financiado por 30 anos e vê o atual momento com apreensão. "Seria muito complicado perder o emprego."

Jair Nery de Andrade, de 51 anos, funcionário da área de pintura da General Motors de São Caetano do Sul (SP) é outro que afirma nunca ter vivenciado situação como a atual. Na empresa há 30 anos, conta que já passou por várias crises, "mas nenhuma tão negra como a atual".

Andrade está no grupo de 950 trabalhadores da GM em lay-off, com retorno previsto para abril. É a primeira vez que é dispensado num programa desse tipo. "Estou inseguro, com medo. Fico pensando na vida e não sei o que farei se perder o emprego". Ele é casado e tem três filhos. O mais velho, de 26 anos, também trabalha na GM e não está no lay-off. "Torço para o mercado melhorar para que meu filho mais novo, de 19 anos, também trabalhe na GM."

"O setor automotivo está estrangulado", diz o presidente da MA8 Management Group, Orlando Merluzzi. Ele afirma que, nos últimos 14 anos, a produção de veículos aumentou 87%, enquanto a produção por empregado cresceu 34%.

Para o consultor, o setor ainda deverá fazer ajustes no quadro de pessoal para retomar o equilíbrio entre produção, vendas e faturamento. Segundo ele, "qualquer movimento contrário ficará por conta das novas fábricas que entrarão em produção nos próximos dois anos."

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

França da bônus de 10 mil euros para trocar carro velho por elétrico

04/02/2014 - Uol

Para reduzir emissões, governo francês cria incentivo para substituição de carros antigos por elétricos
  
Dyogo Fagundes

Carroe elétricos têm incentivo para compra na França
Carroe elétricos têm incentivo para compra
créditos: Uol
 
O governo da França iniciou recentemente um programa de incentivo à compra de carros elétricos e troca gradual de carros movidos a diesel (cerca de 80% da frota). 
 
Conforme explica a ministra de Energia Ségolène Royal, quem optar por trocar seu carro velho a óleo por um veículo novo movido a eletricidade receberá 10 mil euros (cerca de R$ 30.300) de incentivo. É a chamada lei de transição de energia, válida para os donos de veículos com mais de 13 anos e essencialmente residentes em áreas urbanas.
 
"Na França, favorecemos há muito tempo o motor a diesel. Foi um erro e vamos desfazer isso progressivamente, de forma inteligente e pragmática", disse um porta-voz do governo. 
 
Além disso, a nova política de energia prevê um aumento no preço do diesel para reforçar o incentivo à troca. A meta é aumentar cerca de 2 centavos de euro por litro do combustível e arrecadar algo em torno de 807 milhões de euros neste ano. Carros muito poluidores também terão circulação restrita nas principais cidades do país.

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

Universidade de Porto Alegre terá serviço de aluguel de carros elétricos

03/02/15 - RBS

Universidade Federal do Rio Grande do Sul vai iniciar teste de carro elétrico compartilhado para lançar serviço ainda em 2015

Marcos Bruno / RBS  

Os modelos são dobráveis, o que reduz o espaço
Modelos são dobráveis, o que reduz o espaço
créditos: Divulgação
 
A partir deste ano, começa a funcionar em Porto Alegre, ainda em fase de testes, o compartilhamento de carros elétricos na UFRGS, similar ao que já acontece com o Bike Poa. O projeto Sivi (Sistema Veicular Inteligente) vai beneficiar primeiro a comunidade universitária, já que as duas primeiras estações, cada uma com um carro, ficarão nos campi Centro e do Vale.
 
A tarifa ficará em R$ 24. O carro elétrico chega à 70 km/h. O veículo não é poluente, é isento de IPVA e roda a cerca de R$ 0,10 por quilômetro.
 
Criado por estudantes da pós-graduação, que montaram a startup MVM Technologies, o sistema poderá chegar em toda a capital. "Temos um planejamento para segunda etapa, tornando possível um serviço de escala, em Porto Alegre. Fora disso, a expansão para região metropolitana, o que é possível , temos que ver um prazo mais longo", explicou o diretor executivo da empresa, Lucas de Paris.
 
O modelo, implantado nos Estados Unidos e na Europa, permite ao usuário pegar o carro em vagas ou garagens espalhadas pela cidade e devolvê-lo, depois, em um período determinado. Em dezembro passado, o sistema começou a funcionar no Recife, e em 2015 deve estar em funcionamento também no Rio de Janeiro.

Startup brasileira de caronas capta investimento estrangeiro

03/02/2015 - Jornal do Comércio - RS

A Tripda (www.tripda.com.br), plataforma on-line de compartilhamento de caronas fundada em maio de 2014 por empreendedores brasileiros, anunciou uma rodada de investimentos de US$ 11 milhões liderada pela Rocket Internet, da Alemanha, e fundos norte-americanos. Com esses recursos em caixa, a startup planeja expandir as suas operações globais e crescer a base de usuários nos 13 países onde opera.

É mais um passo importante na operação, que começou a partir de uma ideia simples: conectar passageiros que procuram por um meio de transporte mais cômodo e barato com motoristas que possuem assentos disponíveis em seus automóveis. É uma alternativa às viagens em ônibus, vans e aviões, de curta duração.

Tudo começou a partir da própria experiência de um dos cofundadores da companhia, Pedro Meduna. Ele costumava viajar de uma cidade para outra para estudar e, sempre que precisava, recorria à carona de amigos e conhecidos. Depois, quando morou na Alemanha, viu que esse conceito já estava bastante desenvolvido na Europa. "Foi uma soma de viver na pele a experiência de carona com constatar que podia dar certo no Brasil, pois já era um sistema maduro em outro continente", revela.

A maior inovação da Tridpa, diz, foi a criação de um conceito novo para algo antigo, que é a carona. Antes, as pessoas iam para a beira da estrada, levantavam o dedo e torciam para algum carro parar e levá-las em segurança ao seu destino. "O que fizemos foi organizar essa plataforma de forma que se possa saber exatamente quem vai levá-las e a que horas, o que não existe no modelo tradicional", explica o gestor.

O segundo diferencial que ele relata foi o de conseguir adaptar esse modelo para uma preocupação muito real das pessoas atualmente, especialmente no Brasil, que é a segurança. Uma das estratégias usadas foi fazer com que as pessoas façam login no sistema usando o seu perfil do Facebook. Com isso, os usuários têm uma primeira camada de segurança, na medida em que podem entrar na rede social, verificar os amigos e outras informações disponíveis. A empresa também tem um sistema de validação dos seus usuários por meio do e-mail, para saber quem é que está na sua plataforma.

Já dentro do ambiente, passageiros e condutores podem estabelecer preferências de viagens, trocar mensagens e filtrar parceiros que fazem rotas similares. É possível verificar condutores e passageiros para assegurar segurança e garantir privacidade, oferecendo inclusive uma solução só para elas, direcionada para mulheres que pretendem viajar somente com outras mulheres.

O site faz o cálculo levando em consideração a distância, gasolina e pedágio do trecho e define o valor a ser pago, que é acertado diretamente entre o motorista e o passageiro. O Tripda não fica com um percentual do valor – a empresa ainda não se rentabiliza em cima do serviço que oferece.

Depois de usar o serviço, é possível fazer uma avaliação, o que acaba servindo de referência para outras pessoas que usam o aplicativo. Já são 70 mil usuários cadastrados nos 13 países em que a empresa atua, entre eles Estados Unidos e Índia. O sistema está disponível pela web e aplicativos para iOS e Android

terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

Palhoça (SC), testa sistema de compartilhamento de automóvel

03/02/2015 - Ciclovivo

É possível utilizar o carro por uma hora, pagando dezoito reais

Marcia Sousa

Automóvel compartilhado de Palhoça
Automóvel compartilhado de Palhoça
créditos: Divulgação
 
Semana passada, foi inaugurado um projeto de compartilhamento de veículos na cidade de Palhoça, na Grande Florianópolis (SC), que promete ser uma opção econômica e sustentável de se locomover.
 
Para amenizar o trânsito, a intenção é reunir mais pessoas para usar um só carro, ao invés de cada passageiro congestionar as ruas com seu veículo particular. O sistema foi desenvolvido pela startup Podshare, formado por um grupo de jovens da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), e funciona da seguinte maneira: após realizar um cadastro no site, o usuário recebe um cartão magnético e já pode fazer a reserva do veículo informando quando e por quantas horas precisará do serviço. Então, com o cartão ele destrava as portas do carro e as chaves ficam na ignição.
 
O usuário também pode relatar na central de atendimento qualquer dano no veículo antes de utilizá-lo, isso evita que seja responsabilizado por imprudência de outro. Na hora de devolver, basta encostar o cartão no parabrisa para travá-lo novamente.
 
O carro, da empresa Hertz, é um Gol 2014, 1.0, de quatro portas, que pode ser locado por R$ 18 a hora incluindo gasolina, vaga de garagem, seguro e manutenção. O modelo possui ar-condicionado, airbag e freios ABS.
 
Por enquanto, há apenas um automóvel disponível e o projeto está sendo testado por funcionários do Instituto de Apoio à Inovação e Tecnologia do Continente (Incubadora Inaitec), localizado em um luxuoso condomínio empresarial. A ideia é espalhar 20 veículos em quatro macrorregiões de Palhoça para que qualquer morador cadastrado no sistema do aplicativo possa utilizá-lo.
 
Além disso, os desenvolvedores querem estimular a carona, fazendo com que não só o automóvel como também os espaços dentro dele sejam, sempre que possível, compartilhados. O modelo pode servir de inspiração para os municípios que buscam melhorar a mobilidade urbana. 
 
Para saber mais, acesse o site do projeto: www.podshare.com.br

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

Frota de SP ganha 509 carros por dia

02/02/2015 - O Estado de SP

Apesar das recentes medidas adotadas para incentivar o uso do transporte coletivo, como as faixas exclusivas, o número de carros e motos emplacados na capital paulista não para de aumentar – e em um ritmo maior do que nos últimos anos. Segundo estatísticas do Departamento Estadual de Trânsito de São Paulo, a quantidade de automóveis que começaram a circular nas vias paulistanas no ano passado cresceu 3,4% em relação a 2013. No mesmo período, 4,5% mais motocicletas foram para as ruas.



Em 2014, 186 mil carros (509 por dia) e 45 mil motos (123 por dia) foram acrescentados à frota da cidade, ante 130 mil e 32 mil dois anos atrás. O número de carros chegou a 5,63 milhões e o de motos, 1,04 milhão.

Na avaliação de especialistas, a situação só deve mudar com a melhora da qualidade do serviço de ônibus. Como revelou o Estado na semana passada, em 2014 o número de usuários nos coletivos administrados pela São Paulo Transporte (SPTrans) caiu 0,3%. E, embora a cidade já tenha 465 km de faixas exclusivas, esse mecanismo não é suficiente.

Para Sergio Ejzenberg, engenheiro e mestre em Transportes pela Universidade de São Paulo (USP), a população opta pelos meios de deslocamento "menos ruins". "O tempo é o bem mais precioso e as pessoas têm levado até 5 horas para ir e voltar do trabalho de ônibus. Com uma moto paga à prestação, por exemplo, essa pessoa poderia voltar mais cedo para casa", afirma Ejzenberg.

Foi o que fez o universitário Thiago Anastacio, de 30 anos. Usuário contumaz de trens e ônibus, ele, que mora em Carapicuíba, na Grande São Paulo, comprou uma moto alguns meses após começar a estudar em uma faculdade na Barra Funda, na zona oeste. "Eu pagava R$ 12 por dia para ir voltar de trem e ônibus. Agora, com a moto, gasto R$ 7. Deixaria a moto de lado se o sistema de transporte público fosse mais barato e rápido."

Já o consultor de Tecnologia da Informação David Ribeiro, de 32 anos, decidiu comprar uma moto há quatro meses, depois que mudou de emprego. Ele vive na região de Interlagos, na zona sul, e sempre andou de transporte público. Antes, trabalhava no centro. "Mas agora, meu trabalho é em Moema e lá não tem metrô nenhum perto. Não quero depender de ônibus. Por isso, comprei a moto. Com ela, faço o percurso em 25 minutos. De ônibus, em no mínimo uma hora e meia."

Bicicleta.Alexandre zum Winkel, que é consultor em Trânsito, afirma que apenas a abertura de novos eixos de transporte de alta capacidade, como linhas de metrô e corredores de ônibus, resolverá o impasse da mobilidade em São Paulo, atraindo pessoas dos transportes individuais para os coletivos.

"Fala-se muito que está fazendo (metrô e corredores), mas isso não está sendo efetivamente sentido pela população. A Prefeitura passou a incentivar mais a bicicleta em vez do transporte público e a maioria dos grandes corredores de ônibus previstos estão parados."

Melhorias. A Secretaria Municipal dos Transportes informou, em nota, que estimula o uso do transporte coletivo, tendo obtido "resultados positivos" nesse sentido. A pasta ressalta as melhorias, como as faixas de ônibus, as ciclovias (que já somam 214 km) e a construção de 150 km de corredores de ônibus, previstos para serem entregues até o fim de 2016.

Para a Prefeitura, "não se pode relacionar o aumento de poder aquisitivo da população – refletido pela elevação de vendas de veículos – com a maior ou menor utilização do transporte público".

Lentidão do trânsito aumenta 12% na manhã

A lentidão registrada em São Paulo durante o horário de pico da manhã piorou. No ano passado, houve em média 95 km de congestionamentos nos dias úteis, das 7 às 10 horas. Em 2013, o patamar era 12% menor, atingindo 83 km de filas.

Por sua vez, no horário de pico da tarde (que vai das 17 às 20 horas), o índice de engarrafamentos se manteve estável em 140km entre um ano e outro.

O engenheiro Horácio Augusto Figueira, mestre em Transportes pela Universidade de São Paulo (USP), acredita que o acréscimo de carros contribuiu para a piora da fluidez nas ruas. "E a lentidão vai se estendendo para fora dos horários de pico, com congestionamentos cada vez mais frequentes ao longo do dia."

Ele diz que investir em obras viárias é um erro das administrações públicas. "Dessa forma, estão tentando apagar o incêndio com gasolina, porque mais pessoas serão incentivadas a usar veículos individuais."