sexta-feira, 22 de maio de 2015

Acidentes com motos foram responsáveis pelo crescimento de 115% das internações no SUS

22/05/2015 - Folha de Londrina

A cada ano, cerca de 45 mil pessoas perdem suas vidas em acidentes de trânsito no Brasil. A violência envolvendo particularmente motociclistas está se tornando uma epidemia no país. O Paraná ocupa a 14ª posição no ranking de mortes por acidentes de motocicleta, com taxa de mortalidade de 8,2 para cada 100 mil habitantes. Entre 2002 e 2012, este número cresceu 204,9%. No Brasil, o índice é de 6,3 mortes por 100 mil habitantes. Dados preliminares do Ministério da Saúde apontam que, em 2013, os acidentes com motos resultaram em 12.040 óbitos no país, o que corresponde a 28% dos mortos no transporte terrestre. No Paraná, foram 723 mortes em 2013.

Nos últimos seis anos, as internações hospitalares no Sistema Único de Saúde (SUS) envolvendo motociclistas tiveram um crescimento de 115% e o custo com o atendimento a esses pacientes de 170,8%. No Paraná, foram 2.764 internações em 2014, representando um gasto de R$ 4,5 milhões.

Diante desse cenário, o Ministério da Saúde está propondo uma série de ações intersetoriais, que deverão envolver outras esferas do Governo Federal, governos estaduais e municipais, para promoção de uma política específica de prevenção aos acidentes com motos. Nesta semana, o ministro da Saúde, Arthur Chioro, apresentou algumas das iniciativas em discussão durante a 68ª Assembleia Mundial da Saúde, em Genebra. "Não dá mais para não agir na dimensão preventiva dos acidentes com motos. É preciso propor novas medidas e elevar essa discussão a um problema de saúde pública. Algumas propostas em estudo são a obrigatoriedade de apresentação da habilitação no momento da compra da moto, por exemplo, e a possibilidade de FINANCIAMENTO do capacete como um EPI (Equipamento de Proteção Individual), possibilitando a venda do item de segurança junto do veículo", exemplificou o ministro da Saúde, Arthur Chioro.

Em novembro, o Brasil sediará o 2º Road Safety, Conferência Global de Alto Nível sobre Segurança no Trânsito, com o objetivo de repactuar metas e traçar novas estratégias do governo e da sociedade para garantir a segurança da população e salvar milhões de vidas. "Uma constatação que observamos no Brasil, e que já vimos em outros lugares do mundo, é a redução do número de atropelamentos e acidentes de carro e o aumento de acidentes de motos. A moto está substituindo a bicicleta e o cavalo e também vem sendo utilizada como um instrumento de trabalho", observou o ministro.

Números

Segundo o Sistema de Informações sobre Mortalidade do Ministério da Saúde, o Brasil registrou 4.292 mortes de motociclistas em 2003, número 280% menor do que o registrado 10 anos depois (12.040). Parte do aumento de acidentes envolvendo motos se deve ao crescimento vertiginoso da FROTA no país. Entre 2003 e 2013, o número de motocicletas aumentou 247,1%, enquanto a população teve um crescimento de 11%.

De 2008 a 2013, o número de internações devido a acidentes de transporte terrestre aumentou 72,4%. Considerando apenas os acidentes envolvendo motociclistas, o índice chega a 115%. Em 2013, o SUS registrou 170.805 internações por acidentes de trânsito e R$ 231 milhões foram gastos no atendimento às vitimas. Desse total, 88.682 foram decorrentes de motos, o que gerou um custo ao SUS de R$ 114 milhões – crescimento de 170,8% em relação a 2008. Esse valor não inclui custos com reabilitação, medicação e o impacto em outras áreas da saúde.

Perfil das vítimas

Segundo Sistema de Vigilância de Violências e Acidentes (VIVA 2011), que traça o perfil das vítimas de violências e acidentes atendidas em serviços de urgência e emergência do Sistema Único de Saúde em capitais brasileiras, 78,76% das vítimas de acidente de transporte terrestre envolvendo motociclista são homens, na faixa etária de 20 a 39 anos. Entre os motociclistas ouvidos, 19,6% informaram o uso de bebida alcoólica antes do acidente e 19,7% estavam sem capacete.

"Os acidentes pegam uma faixa etária delicada da população. Para um país que está envelhecendo, essas pessoas impactam muito, já que estão em sua idade produtiva. Esses acidentes interferem no sistema de saúde, na previdência, no trabalho e, principalmente, na vida pessoal do indivíduo", lembrou o ministro.

Em 2010, o Ministério da Saúde implantou o Projeto Vida no Trânsito com o objetivo de reduzir os casos de mortes e feridos em decorrência de acidentes no trânsito. Entre as ações do projeto está a realização de campanhas educativas e a qualificação dos sistemas de informação sobre acidentes, feridos e vítimas fatais.

Com o banco de dados atualizado, os gestores de saúde podem identificar os fatores de risco e as vítimas mais vulneráveis nos respectivos municípios, assim como os locais onde o risco de acidente é maior. Desde a implantação do projeto, já foram liberados cerca de R$ 41,3 milhões para as atividades. Em 2012, o Ministério autorizou o repasse de R$ 12,8 milhões e, em 2013, foram repassados R$ 13,5 milhões para as capitais dos 26 estados e o Distrito Federal.

terça-feira, 19 de maio de 2015

Taxistas querem usar pista exclusiva do Move

19/05/2015 - O Tempo - BH

Discutida ontem em audiência na Câmara da capital, a circulação de táxis com passageiros em pistas exclusivas do Move de Belo Horizonte ainda não é consenso. A medida foi defendida pela categoria, com base em estudo encomendado pelo Sindicato Intermunicipal dos Condutores Autônomos de Veículos Rodoviários, Taxistas e Transportadores Rodoviários Autônomos de Bens de Minas Gerais (Sincavir-MG). "Funcionava bem assim antes. Após a conclusão das obras do Move, o táxi foi retirado", disse Ricardo Faedda, presidente do Sincavir. Presidente da Comissão de Desenvolvimento Econômico, Transporte e Sistema Viário da Casa, que fez o debate, o vereador Preto (DEM) avalia a medida como insegura. "O ônibus do Move pesa 30 mil kg, não para".

A ideia é compartilhar a pista da direita, em um primeiro momento, na avenida Antônio Carlos, que tem duas faixas de pista do Move em cada sentido em toda a extensão. A proposta objetiva principalmente viabilizar viagens de táxi para a Cidade Administrativa e o aeroporto internacional de Confins pelas faixas do Move. "O tempo de viagem para Confins passaria de uma hora e 30 minutos para 40 minutos, o que baratearia a corrida em até 20%", disse Faedda.

O uso das faixas seria ampliado gradativamente a outras avenidas. Autor do estudo de viabilidade, o engenheiro de trânsito Nelson Prata disse que a questão é de direito. "O táxi é um serviço público como o ônibus".

Debate. O vereador Preto demonstrou preocupação com a segurança. "Ja barramos vários projetos. Precisamos de estudos técnicos que garantam a segurança", disse.

O Sincavir rebate. "Por que nas pistas compartilhadas não há risco e na Antônio Carlos há?", questiona Faedda. "O ônibus Conexão Aeroporto não foi construído para fazer uso da via e faz, privilégio que precisa ser questionado", reforça o vereador Professor Wendel (PSB), que convocou a audiência. Ele disse que vai levar o projeto ao prefeito e à Empresa de Transportes e Trânsito de Belo Horizonte (BHTrans). A iniciativa, no entanto, precisa partir do Executivo – a Câmara não tem poder para propor a alteração.

Convidada para a reunião, a autarquia de trânsito não enviou representante nem respondeu por que veta o compartilhamento da pista, e informou que não vai se posicionar sobre a proposta.

Perfil

Conexão. Com cerca de 8 km de extensão, a avenida Antônio Carlos liga a Lagoinha à lagoa da Pampulha, cruzando vias como Anel Rodoviário e avenidas Abrahão Caram e Bernardo Vasconcelos.

O que recomenda o estudo

Acesso. Estabelecimento de sete pontos de entrada e saída de táxis na avenida Antônio Carlos, devidamente sinalizados vertical e horizontalmente.

Simulação. Treinamento dos taxistas e teste do acesso por esses pontos para verificar funcionamento da medida.

Sem parar. Proibição de parada dos táxis para embarque e desembarque de passageiros dentro dos corredores.

Ocupação. Táxis poderão trafegar apenas com passageiros, e serão controlados pela Central de Operações da BHTrans – possivelmente por GPS.

Divisão. Táxis andarão na pista da direita, evitando ultrapassagem e dando preferência aos ônibus do Move.

Emergência. Montar plano de atendimento de emergência aos táxis, incluindo o uso de reboque em caso de defeitos em veículos.

Restrito. Acesso limitado a taxistas sindicalizados, e criação de canal interativo com a BHTrans para permitir aplicação de penalidades a taxistas que desrespeitarem os termos de permissão.

sábado, 16 de maio de 2015

Carro próprio do Google chega às ruas

16/05/2015 - O Estado de SP / Época Negócios

Os carros autônomos do Google inteiramente projetados pela empresa começarão a ser testados nas ruas no verão norte-americano deste ano, mas com volantes e freios, diferentemente do que a empresa previu um ano atrás. O anúncio realizado ontem informou também que os veículos circularão apenas em ruas próximas à sede da empresa em Mountain View, Califórnia, e com uma velocidade máxima de 40 km/h.

Engenheiros vão operar 25 protótipos dos veículos projetados pelo Google. Eles contarão com o mesmo software que os utilitários esportivos Lexus RX450h,modelo de carro adaptado que integra o programa de veículos autônomos do Google. Até agora, os carros do programa já rodaram sem motorista cerca de 16 mil quilômetros por semana nos últimos meses, disse a companhia em seu blog oficial.

Quando a companhia anunciou há um ano que planejava montar uma frota de veículos autônomos de sua própria fabricação, o diretor do projeto, Chris Urmson, havia dito que os protótipos "não terão volantes, pedais de acelerador ou freio, pois não vão precisar".

Entretanto, os protótipos não vão prescindir desses equipamentos de direção, pois o Estado da Califórnia exige que veículos autônomos tenham controles manuais durante testes.

Montados em Detroit pela Roush Industries, os protótipos agora virão com volantes, pedais de freio e acelerador removíveis para que engenheiros de teste "possam assumir a direção se necessário", disse Urmson na publicação no blog.

Pioneiro. O Google descreve o protótipo, que acomoda duas pessoas como "o primeiro veículo totalmente autônomo do mundo". A empresa também disse que iria testar novas tecnologias de proteção de passageiros e pedestres, incluindo uma proteção de espuma para a frente e um para-brisa flexível. O Google afirmou que a velocidade dos protótipos será limitada a 40 quilômetros por hora a fim de "diminuir a probabilidade de ferimentos sérios" no caso de uma colisão.

Como parte do lançamento dos protótipos, o Google disse que seus engenheiros planejam fazer testes em "situações raras e estranhas" – o que os incentivadores de carros sem motorista chamam de "casos de risco", ou situações incomuns que ocorrem a cada 150 mil quilômetros em média. Testes assim, disse o Google, nos "ajudarão na certificação de que o nosso software consegue lidar com a mais rara das variações em cenários de direção comuns".

Acidentes. Na segunda-feira, o Google revelou que sua frota de Lexus autônomos havia se envolvido em 11 acidentes em vias públicas perto de Mountain View, cidade da Califórnia onde fica sua sede. A declaração veio logo em seguida de uma reportagem da Associated Press que contabilizava quatro acidentes com carros autônomos na Califórnia até agora: três com Lexus do Google e um com um Audi da fornecedora de peças Delphi.

"Em nenhum caso, a direção autônoma foi a causa do acidente", afirmou Urmson em um post no blog da empresa. Segundo ele, ninguém se feriu nos acidentes. Os carros foram atingidos por trás sete vezes, principalmente quando parados em semáforos. A maior parte dos acidentes ocorreu em ruas da cidade e não em autoestradas. OGoogle declarou que seus carros sem motorista haviam acumulado quase 1,5milhão de quilômetros.

A empresa foi criticada, entretanto, por não tornar públicos quaisquer registros sobre os acidentes, já que entusiastas e críticos da nova tecnologia têm de contar apenas com a palavra da empresa com relação ao ocorrido. O departamento de trânsito da Califórnia disse que não pode divulgar detalhes de registros de acidentes. A falta de transparência incomoda críticos que querem que o público possa monitorar uma tecnologia que os próprios desenvolvedores reconhecem estar imperfeita.

John Simpson, da entidade de consumidores Consumer Watchdog, disse que a meta do Google de ter um carro sem volante ou pedais torna ainda mais importante o conhecimento de qualquer informação sobre acidentes.  

Época Negócios

Carro do Google que dirige sozinho chega às ruas a partir de junho

Veículo ganhou sinal verde para nova fase de testes na Califórnia. Velocidade máxima de cada protótipo é limitada a 40 km/h

Nesta sexta-feira (15/05), o Google anunciou que, muito em breve, algumas unidades de seus carros que dirigem sozinhos poderão ser vistos circulando pelas ruas de Mountain View, na Califórnia (EUA). Com um piloto de segurança sempre a bordo, os veículos começam a nova fase de testes no verão norte-americano, a partir de junho.

Segundo a empresa, os carros já passaram por "testes rigorosos" nas instalações da companhia, garantindo que o software e os sensores funcionam como deveriam.  A nova frota que entra em circulação registrou mais de um milhão de quilômetros em estradas desde o início do projeto — tem experiência equivalente a cerca de 75 anos de condução de um adulto típico.

A velocidade máxima de cada protótipo é limitada a 40 km/h. "Quando começamos a projetar o primeiro veículo do mundo a dirigir sozinho, o nosso objetivo criar um carro que pudesse assumir totalmente a tarefa de condução", escreveu Chris Urmson, diretor do projeto, no blog do Google.

"Automóveis que pudessem levar qualquer um do lugar A para o B com apenas um clique poderiam transformar a mobilidade de milhões de pessoas, quer por meio da redução de 94% dos acidentes causados ​​por erro humano, recuperando bilhões de horas desperdiçadas no trânsito ou trazendo novas oportunidades ao alcance daqueles que, de alguma forma, não podiam dirigir em razão de uma deficiência", diz Urmson.

domingo, 10 de maio de 2015

Tradicional táxi londrino será elétrico em 2018

09/05/2015 - O Globo


Os ortodoxos táxis pretos de Londres estão para sofrer uma transformação radical: até 2018, ganharão uma versão híbrida tipo plug in. Serão veículos elétricos, com baterias carregadas por meio de tomada e o auxílio de um pequeno motor a gasolina para aumentar a autonomia.

Desde 2013, a London Taxi Company pertence ao grupo chinês Geely (dono também da sueca Volvo). A produção dos black cabs híbridos se dará em uma nova fábrica, em Ansty, na Inglaterra. Para tanto, a Geely fará um INVESTIMENTO de £ 250 milhões - o equivalente a R$ 1,13 bilhão.

O novo táxi se chamará TX5 e manterá a tradicional silhueta dos atuais TX4 equipados com motor turbodiesel da italiana VM Motori. É um design que descende diretamente dos Austin FX4 (1958-1997).

Londres é uma das cidades mais empenhadas em apoiar os carros elétricos para reduzir emissões. Desde o início deste ano, outro modelo de táxi híbrido plug in já roda pelas ruas da capital: são os Metrocab, da rediviva Frazer-Nash. Esses black cabs pós-modernos são capazes de rodar 600km entre cada recarga na tomada. Tamanha autonomia só é possível com a ajuda de um motorzinho 1.0 a gasolina que serve como gerador - o consumo do combustível fóssil fica na casa dos 40km/l.

Você acha que táxis "emissão-zero" são coisa nova? Pois saiba que, em 1897, carruagens eletricas Bersey já levavam passageiros (dois de cada vez) pelas ruas da Inglaterra vitoriana. Eram 75 táxis que rodavam à velocidade máxima de estonteantes 15km/h em absoluto silêncio e sem vibrações, fumaça ou vapor.

O problema era, desde então, a autonomia reduzida: apenas 50km entre as recargas. Daí que a fábrica Bersey saiu de cena em 1899 - quatro anos antes de os primeiros táxis a gasolina chegarem às ruas de Londres!


sábado, 2 de maio de 2015

Justiça de SP determina suspensão do aplicativo Uber no Brasil

30/04/2015 -  O Estado de SP

A Justiça de São Paulo concedeu liminar em favor do sindicato de taxistas do Estado determinando a suspensão das atividades do Uber no Brasil sob pena de multa diária de R$ 100 mil. O aplicativo é uma plataforma que conecta passageiros a motoristas particulares, que podem ser acionados pelo celular.

Em nota, a Uber disse que não foi notificada sobre essa decisão."Reforçamos publicamente nosso compromisso em oferecer aos paulistas uma alternativa segura e confiável de mobilidade urbana", diz o comunicado.

A liminar determina também que o Uber suspenda suas atividades na cidade de São Paulo. A multa é limitada, por ora, a R$ 5 milhões. A decisão, proferida pelo juiz Roberto Luiz Corcioli Filho, da 12a Vara Cível do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo na terça-feira, 28, determina ainda que Google, Apple, Microsoft e Samsung deixem de fornecer o aplicativo em suas lojas online e que "suspendam remotamente os aplicativos Uber dos usuários que já o possuam instalado em seus aparelhos celulares".

No País, apenas a versão executiva do serviço (Uber Black) está disponível e os motoristas credenciados atendem somente em quatro cidades: Belo Horizonte, Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo. Na capital paulista, o valor mínimo de uma viagem é de R$ 10,00. A tarifa base é de R$ 5,00, mais tarifas adicionais de R$ 0,40 por minuto rodado e R$ 2,42 por quilômetro percorrido.

Para se cadastrar como motorista do aplicativo, o candidato precisa possuir veículo próprio com menos de cinco anos de uso, ter carta de motorista com registro habilitado para exercer atividade remunerada e não possuir ficha criminal. No caso do serviço Black - o único disponível no País -, os veículos precisam ser de luxo.

A liminar veio depois que taxistas de várias cidades do país fizeram uma grande manifestação no início deste mês contra o aplicativo que conecta motoristas profissionais e usuários em busca de transporte. Na ocasião, a empresa norte-americana afirmou que "os brasileiros devem ter assegurado seu direito de escolha para se movimentar pelas cidades".

"O Uber ressalta ainda que não é uma empresa de táxi, muito menos fornece este tipo de serviço, mas sim uma empresa de tecnologia que criou uma plataforma tecnológica que conecta motoristas parceiros particulares a usuários que buscam viagens seguras e eficientes", disse a companhia por ocasião dos protestos.


Justiça de SP determina suspensão do aplicativo Uber no Brasil

30/04/2015 -  O Estado de SP

A Justiça de São Paulo concedeu liminar em favor do sindicato de taxistas do Estado determinando a suspensão das atividades do Uber no Brasil sob pena de multa diária de R$ 100 mil. O aplicativo é uma plataforma que conecta passageiros a motoristas particulares, que podem ser acionados pelo celular.

Em nota, a Uber disse que não foi notificada sobre essa decisão."Reforçamos publicamente nosso compromisso em oferecer aos paulistas uma alternativa segura e confiável de mobilidade urbana", diz o comunicado.

A liminar determina também que o Uber suspenda suas atividades na cidade de São Paulo. A multa é limitada, por ora, a R$ 5 milhões. A decisão, proferida pelo juiz Roberto Luiz Corcioli Filho, da 12a Vara Cível do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo na terça-feira, 28, determina ainda que Google, Apple, Microsoft e Samsung deixem de fornecer o aplicativo em suas lojas online e que "suspendam remotamente os aplicativos Uber dos usuários que já o possuam instalado em seus aparelhos celulares".

No País, apenas a versão executiva do serviço (Uber Black) está disponível e os motoristas credenciados atendem somente em quatro cidades: Belo Horizonte, Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo. Na capital paulista, o valor mínimo de uma viagem é de R$ 10,00. A tarifa base é de R$ 5,00, mais tarifas adicionais de R$ 0,40 por minuto rodado e R$ 2,42 por quilômetro percorrido.

Para se cadastrar como motorista do aplicativo, o candidato precisa possuir veículo próprio com menos de cinco anos de uso, ter carta de motorista com registro habilitado para exercer atividade remunerada e não possuir ficha criminal. No caso do serviço Black - o único disponível no País -, os veículos precisam ser de luxo.

A liminar veio depois que taxistas de várias cidades do país fizeram uma grande manifestação no início deste mês contra o aplicativo que conecta motoristas profissionais e usuários em busca de transporte. Na ocasião, a empresa norte-americana afirmou que "os brasileiros devem ter assegurado seu direito de escolha para se movimentar pelas cidades".

"O Uber ressalta ainda que não é uma empresa de táxi, muito menos fornece este tipo de serviço, mas sim uma empresa de tecnologia que criou uma plataforma tecnológica que conecta motoristas parceiros particulares a usuários que buscam viagens seguras e eficientes", disse a companhia por ocasião dos protestos.


Contran adia para 2017 obrigatoriedade das novas placas no Brasil

02/05/2015 - Estado de Minas

O início do sistema de placas em comum com os países do Mercosul foi adiado no Brasil. O Conselho Nacional de Trânsito (Contran) publicou resolução a nº 527/2015 nessa quinta-feira que muda a data para 1º de janeiro de 2017. As novas placas começariam a ser emitidas para os veículos fabricados a partir de 2016, em modelo idêntico para Brasil, Argentina, Uruguai e Venezuela.

Segundo a Associação Nacional dos Detrans (AND), ainda faltam ajustes técnicos para implementação das novas placas. "Falta concluir o sistema de informática necessário e verificar questões de segurança na fabricação das placas. Não é só criar um visual único para todos os países do bloco, mas permitir a criação de novas combinações de números e letras", diz, Marcos Traad diretor-geral do Detran-PR e presidente da AND.

O Contran regulamentou o novo sistema de placas em dezembro de 2014 e o acordo para o modelo único foi firmado com os outros países do bloco em outubro passado. Com o adiamento feito nessa semana, todos os veículos zero quilômetro comprados a partir de 1º de janeiro de 2017 deverão adotar o modelo. A resolução 527/2015 permite que Detrans dos estados e do Distrito Federal antecipem as novas placas. No entanto, o credenciamento das empresas responsáveis pela fabricação das placas, previsto no artigo 5º, anexo II, da Resolução Nº 510, fica suspenso para reavaliação dos requisitos necessários estabelecidos pelo Mercosul e melhor adequação das empresas.

Nova Placa

A nova placa possui 40 cm de largura por 13 cm de altura - as mesmas dimensões já utilizadas no Brasil - e tem design que lembra o sistema da União Europeia. A identificação possui sete caracteres, com duas letras, três números e mais duas letras, capaz de gerar até 450 milhões de combinações. O fundo será branco, com uma faixa azul na parte de cima. Haverá o símbolo do Mercosul à esquerda, seguido do nome do país e bandeira.

No caso das motocicletas, as medidas são 20 cm x 17 cm, com o mesmo design e três letras na linha superior e três números e uma letra na inferior. Continua obrigatório o uso de duas placas nos carros e veículos pesados e apenas a traseira em motos, ciclomotores e carretas.

No Brasil foi adotado o modelo que terá uma tira holográfica à esquerda, ao lado um código bidimensional, com a identificação do fabricante, a data de fabricação e o serial da placa. No lado direito, será colocada a bandeira da unidade da Federação com o Brasão do Município de registro do veiculo.

Segundo o Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), que participou do Grupo Ad Hoc, criado pelo Mercosul para implementar o novo sistema, no Brasil não haverá mudança de placa da frota produzida antes de 2017, ou seja, veículos com placas antigas poderão circular normalmente. Os carros que forem emplacados até o final de 2016, no entanto, precisarão trocar a placa se mudarem de proprietário, município ou categoria.