domingo, 25 de dezembro de 2011

Radar em via do DF: locais em que novos equipamentos forem instalados não terão a advertência de que há pardal

24/12/2011 - Correio Braziliense

Evitar a multa por excesso de velocidade vai ficar mais difícil para o motorista habituado a desrespeitar a sinalização. A partir de agora, os órgãos de trânsito não precisam mais colocar placas avisando ao condutor onde existem pardais e barreiras. Para reduzir os acidentes e as mortes, o Conselho Nacional de Trânsito (Contran) acabou com a exigência de sinalização que estava em vigor desde 2006. Agora, valem as normas da Resolução 396, publicada no último dia 13.

Pelas novas regras, o poder público fica obrigado a sinalizar a velocidade da via e o motorista, a respeitar o limite fixado. Já nas rodovias, não é necessário nem sequer placa indicando o limite de velocidade permitido. Vale o que está no artigo 61 do Código de Trânsito Brasileiro (CTB): automóveis, caminhonetes e motocicletas devem trafegar a 110km/h; ônibus e micro-ônibus, a 90km/h; demais veículos, a 80km/h; e, nas estradas de terra, 60km/h para todos.

Em Brasília, as placas de alerta sobre a existência de pardais já instalados serão mantidas. Mas a instalação dos novos equipamentos vai seguir a determinação do Contran, ou seja, não terão sinalização de advertência. Diretor-geral do Departamento de Trânsito (Detran), José Alves Bezerra aprova a decisão do Conselho Nacional. “Se a placa diz que a via é de 80km/h, a pessoa precisa trafegar nessa velocidade ao longo de toda a pista. Avisar que tem radar é a mesma coisa que reduzir o compromisso do cidadão em cumprir a legislação”, avalia.

Vitória
A medida deve gerar polêmica e suscitar os argumentos de que a indústria da multa está de volta. Mas especialistas em trânsito comemoram a decisão do Contran. “O papel da fiscalização por parte do Estado deve ser preservado. É preciso deixar o poder público exercer o seu poder de fiscalização, sem obrigá-lo a contar que o está exercendo”, defende o professor de Engenharia de Tráfego da Universidade de Brasília (UnB), Paulo César Marques da Silva.

Outro ponto positivo na nova resolução, segundo Marques, é a diferenciação entre controladores de velocidade — pardais e radares — e redutores de velocidade — barreiras eletrônicas e painéis com display. “São equipamentos com funções diferentes. Os primeiros são para obrigar o motorista a manter determinada velocidade. Os demais o obrigam, por alguma razão, a reduzir muito em determinado ponto”, explica Marques.

O desrespeito aos limites de velocidade, o uso do celular, a falta do uso do cinto de segurança e a combinação álcool e volante estão entre os principais fatores agravantes de acidentes. Além de dificultar a reação do motorista, ainda tornam os ferimentos mais graves. “O uso do álcool, as ultrapassagens indevidas e o excesso de velocidade são grandes problemas. As regras de trânsito e a sinalização das pistas não são brincadeira. Antes de tudo, foi feito um estudo de engenharia. Os acidentes muito graves e com morte normalmente são resultado de uma colisão frontal”, explicou ao Correio, na semana passada, o inspetor da superintendência da Polícia Rodoviária Federal, Fernando Cotta.

O que diz a lei
Estudo técnico

A Resolução 396, do Contran, acaba com a obrigatoriedade de avisar ao motorista onde há fiscalização eletrônica. Nos locais onde não existe sinalização regulamentando a velocidade, os limites máximos deverão ser os fixados no artigo 61 do Código de Trânsito Brasileiro. Onde houver o medidor de velocidade fixo, o uso dos equipamentos móveis e portáteis somente poderão ser usados a uma distância mínima de 500 metros em vias urbanas e trechos de vias rurais com características de via urbana e a 2km de vias rurais e vias de trânsito rápido. A instalação de medidores de velocidade deve ser precedida de estudo técnico sobre a sua necessidade. O artigo 5º da Resolução 214/2006 obrigava os órgãos de trânsito a instalar sinalização vertical, informando a existência de fiscalização ao longo da via.

domingo, 18 de dezembro de 2011

Alugar garagem só para morador

16/12/2011 - Jornal da Tarde

VALÉRIA FRANÇA

Boa notícia para a vida em condomínio: a Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania da Câmara aprovou projeto de lei do Senado que proíbe dono de imóvel residencial ou comercial de vender ou alugar vaga de garagem a pessoas de fora do prédio. Hoje, o Código Civil pede apenas que condôminos tenham prioridade no negócio. A proposta segue agora para sanção presidencial.
Para muitos especialistas, essa não é uma discussão sobre propriedade, mas sobre a vida em condomínio. “Se a lei for sancionada não haverá mais brechas no Código Civil para se discutir uma questão que só coloca em risco a segurança de qualquer prédio”, diz o advogado Márcio Rachkorsky, consultor jurídico de 400 edifícios em São Paulo.

Enquanto a lei não entra em vigor, os condomínios têm tentado evitar esse tipo de problema elaborando regras internas rígidas, que claramente proíbem esse tipo de negócio. Em geral, dá certo. Dos 100 prédios administrados pela empresa Condovel, apenas um passou por essa experiência. Mas quando alguém apela para a Justiça, o prédio muitas vezes não tem como se defender.

Foi o que aconteceu na gestão de Eloah Menezes Prata e Silva como síndica de um edifício na Vila Madalena, zona oeste de São Paulo. “O prédio tinha acabado de ser levantado”, lembra ela. “E, assim que foi ocupado, sobraram 22 vagas de garagem, que não foram vendidas pela construtora aos moradores. A incorporadora decidiu negociá-las com pessoas de fora do condomínio para fazer uma garagem comercial no 3º subsolo.

Depois de muitas brigas e discussões em assembleias, os moradores resolveram impedir a entrada de estranhos. A construtora, então, processou o prédio. “Nem o juiz tinha como resolver a questão. Ele determinou que entrássemos em um acordo”, diz Eloah. “O único jeito foi comprar as vagas da incorporadora.” Hoje, só consegue vender ou alugar a garagem o proprietário que tiver uma escritura separada para a vaga.

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

BMW amplia capacidade e terá fábrica no Brasil

16/12/2011 - O Estado de São Paulo

REUTERS

FRANKFURT - A BMW, maior montadora de carros de luxo do mundo, divulgou um cenário otimista para o próximo ano e informou que para impulsionar as vendas até 2020 ampliará capacidade produtiva em mercados emergentes, incluindo sua primeira fábrica no Brasil.

Graças a um rápido aumento no padrão de vida na China, a BMW está batendo recordes seguidos de vendas no país com uma oferta de veículos renovados direcionados a um público jovem e abastado.

"Em 2012, a marca BMW terá a linha de modelos mais jovem em relação a todos os nossos principais competidores", disse o presidente-executivo, Norbert Reithofer, a jornalistas no final da quinta-feira.

Segundo ele, para que a montadora amplie suas vendas para mais de 2 milhões de veículos por ano até 2020, a BMW está expandindo capacidade em suas três fábricas na Rússia, Índia e África do Sul, bem como terá uma nova planta de montagem no Brasil.

Procurada, a assessoria da BMW no Brasil afirmou que uma decisão formal sobre a instalação de uma fábrica no país ainda deve ser tomada até o final deste ano.

A BMW, que teve recorde de vendas em novembro, planeja vender mais de 1,6 milhão de veículos este ano para ter um margem de lucro Ebit acima de 10 por cento na divisão automotiva.

(Por Christiaan Hetzner)

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Carro elétrico pede suporte energético

05/12/2011 - Webtranspo

Frota brasileira precisaria de cinco Itaipu

Demanda de frota nacional atual seria de 190.108 GWh.A preocupação ambiental nunca esteve tão em alta como agora, um exemplo disso é que cada vezes mais as montadoras investem em carros com matrizes energéticas diferenciadas, Mercedes-Benz, Nissan, Ford e muitas outras já lançaram modelos movidos a eletricidade, no entanto, o que pouco se analisa é como será a oferta de combustível para se suprir uma eventual frota numerosa composta por carros com esta característica.

De acordo com um cálculo elaborado pela Andrade & Canellas consultoria, se a frota de automóveis atual fosse substituída por veículos elétricos, o Brasil necessitaria produzir mais 190.108 GWh por ano. Para atender esta demanda por eletricidade, seria necessário à construção de cinco usinas hidrelétricas como a de Belo Monte ou ainda três usinas como a de Itaipu.

No Brasil, segundo o Detran (Departamento Nacional de Trânsito), circulam, atualmente, 39 milhões de veículos, que consome em média 1,4 de tep (toneladas equivalentes de petróleo) por ano, resultado em um número nacional de 54 milhões de tep. Este número é fruto, em parte, do desempenho dos motores a combustão interna, que operam com níveis de eficiência média de quase 27%.

Já os motores que utilizam como matriz energética a eletricidade possuem eficiência bem superior de, aproximadamente, 90%. Com isso, caso a frota nacional fosse substituída por carros elétricos o consumo total diminuiria para quase 16 milhões de tep por ano, o que equivale a 190.108 GWh. Mesmo com essa queda no consumo, o a quantidade de energia demandada é muito alta, para ilustrar isso, basta verificar que a Usina de Itaipu (a maior do Brasil) produziu 71.744 GWh no último ano, pouco mais de um terço do volume necessário para suprir este consumo.

“Em princípio, os veículos elétricos são opções interessantes para descarbonização da matriz de transportes. Mas é preciso atenção porque a eletricidade para abastecê-los terá de ser produzida de alguma forma, o que exigirá investimentos significativos no parque gerador e na infraestrutura de transmissão e distribuição”, afirma Monica Rodrigues de Souza, gerente do Núcleo de Energia Térmica e Fontes Alternativas da Andrade & Canellas.

Além da questão ambiental, a especialista não descarta analisar a viabilidade de cada fonte energética. “O Brasil deve ampliar de maneira muito consistente a produção de petróleo nos próximos anos. Diante desse fato e da disponibilidade de etanol a custo competitivo no país, a questão do carro elétrico precisa ser avaliada de maneira ampla, não apenas como uma panaceia que resolverá todo o problema da mudança climática”, concluiu.

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Kombi chega a 1,5 milhões de unidades produzidas

25/11/2011 - Jornal do Carro

Primeiro veículo da Volkswagen fabricado no Brasil, a Kombi chegou à marca de 1,5 milhões de unidades produzidas na fábrica da Anchieta, em São Bernardo do Campo (SP).
Lançada no Brasil em 1957, teve 370 unidades emplacadas no primeiro ano de produção. Vinte anos depois, alcançou o marco de 500.000 unidades comercializadas.
A Kombi foi idealizada na década de 40 por um holandês chamado Ben Pon, que pretendia juntar o conjunto mecânico do Fusca em um veículo leve de carga.

O veículo está disponível em quatro versões: Standard (9 passageiros), Furgão (2 ou 3 passageiros), Lotação (12 passageiros) e Escolar (15 passageiros).

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Projeto de Lei incentiva a popularização de microcarros

24/11/2011 - Jornal Agora

A popularização de veículos pequenos e ambientalmente corretos é o mote do Projeto de Lei 339/2011, de autoria do deputado estadual Adilson Troca
Troca: "RS pode servir de exemplo ao Brasil"
créditos: Divulgação

Ele dispõe sobre a concessão de incentivos fiscais e creditícios aos proprietários de carros de até 2,8 metros de comprimento, movidos por tração elétrica e com capacidade para até duas pessoas. O deputado busca incentivar a demanda por microcarros levando em consideração três pontos fundamentais: sustentabilidade, segurança e mobilidade urbana.
 
A iniciativa estabelece a isenção de IPVA nos primeiros 12 meses para veículos enquadrados nos padrões estabelecidos e alíquota de 0,5% após este período. Para incentivar a produção dos carros em solo gaúcho, o projeto fixa o índice de ICMS em 6%.
 
Adilson Troca explica que os veículos pequenos com tração elétrica irão reduzir o volume de gases emitidos, melhorando a qualidade do ar nos grandes centros urbanos. Outro ponto destacado é a melhoria na mobilidade urbana, pois estes carros ocupam pouco espaço em estacionamentos e no trânsito. "Nossa intenção é trazer o tema para debate. O Rio Grande do Sul pode servir de exemplo para o Brasil com uma legislação inovadora e ambientalmente correta", defende o deputado.
 
A Comissão de Economia e Desenvolvimento Sustentável aprovou a realização de uma audiência pública para discutir o projeto. Deverão participar dos debates representantes das Secretarias de Desenvolvimento, Fazenda, Infraestrutura, Meio Ambiente, Esporte, Agência Gaúcha de Desenvolvimento, Fepam, Detran, Fiergs, e montadoras de veículos entre outros.
 

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Capital desiste de motofaixas. Atuais podem acabar
Prefeitura diz que pistas exclusivas, como as da Rua Vergueiro e da Avenida Sumaré, provocaram aumento no número de acidentes

BRUNO RIBEIRO , DIEGO ZANCHETTA - O Estado de S.Paulo
A cidade de São Paulo não vai ter mais nenhuma motofaixa como as da Rua Vergueiro e da Avenida Sumaré e cogita retirar as duas faixas existentes. Isso porque, em vez de reduzir os acidentes, as vias exclusivas fizeram o número de colisões e atropelamentos com motos crescer. A informação foi dada ontem pelo secretário municipal de Transportes, Marcelo Cardinale Branco, na Câmara Municipal.

"Os resultados não são os que nós esperávamos. Como não ocorreu redução de acidentes, houve um aumento, hoje não temos mais nenhum desenho de motofaixa sendo feito", afirmou o secretário. A Secretaria Municipal dos Transportes diz estar finalizando um balanço do total de acidentes nessas vias para decidir se vai manter as motofaixas ou retirá-las. Mas projetos em novas vias - como na Marginal do Tietê, local em que uma faixa chegou a ser estudada - já estão descartados.

As motofaixas eram, desde o início de 2008, a principal aposta para tentar reduzir o número de mortes com motociclistas. No Plano de Metas 2009-2012, o prefeito Gilberto Kassab (PSD) chegou a assegurar a criação de oito delas. A meta foi reduzida para três no ano passado, com a criação da faixa na Vergueiro.

Mas, para 2012, último ano do atual governo, não existe nenhum investimento previsto.

Mesmo após a inauguração das duas faixas exclusivas, os acidentes com os motociclistas vêm aumentando na capital. Em 2010, houve uma elevação de 11,7% no número de motoqueiros mortos, o que interrompeu uma tendência de queda verificada em 2009. Apesar das motos serem apenas 12% da frota de veículos, os motoqueiros são 35% das pessoas que morrem no trânsito paulistano todos os anos.

"O que é preciso é que os motociclistas leiam o Código de Trânsito Brasileiro e saibam que não são super-homens. Eles agem como se fossem veículos de emergência, sempre com a preferência", diz o engenheiro de trânsito Horácio Figueira.

Fim dos cobradores. O secretário também descartou o fim dos cobradores, mesmo com o fato de o bilhete único ser utilizado em 80% dos pagamentos nos coletivos de São Paulo. "Os sindicatos nos procuraram e nós garantimos que não há nenhuma possibilidade de esses trabalhadores perderem seus empregos", disse Branco. Ele afirmou, porém, que os cobradores poderiam ser deslocados para outras funções.

domingo, 23 de outubro de 2011

Veículo por habitante vai crescer 62% no Brasil, estima setor

23/10/2011 - Folha de Sāo Paulo
 
VENCESLAU BORLINA FILHO
DE SÃO PAULO

A indústria automotiva brasileira pretende aumentar em 62,3% a taxa de motorização até 2020. A intenção é passar dos atuais 154 para 250 veículos por 1.000 habitantes, de acordo com estimativa da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores).

Para isso, o setor planeja investimentos de US$ 21 bilhões até 2015 em ampliações e em novas fábricas. A produção anual, que neste ano foi projetada em 3,74 milhões de unidades, deve saltar para 6,3 milhões em dez anos.

Considerando o mesmo percentual e a renovação da frota, as montadoras poderão produzir ao menos 37 milhões de novos veículos no período. Ao final do período, o país poderá registrar uma frota de 69 milhões de veículos.

O aumento da produção considera o crescimento da economia previsto para 2011, estimado em 4% pelo setor, e outros fatores como a oferta de crédito e o aumento de renda da população.

Segundo a Anfavea, 60% das vendas de veículos são feitas por meio de operações de crédito.

Além disso, o crescimento está relacionado aos pacotes lançados pelo governo para incentivar a produção e evitar a demissão de trabalhadores. A última medida aumentou o IPI para carros importados a partir da segunda quinzena de dezembro.

Caio Guatelli - 02.jun.2010/Folhapress

Motoristas encontram trânsito intenso na Avenida 23 de Maio, na zona sul de São Paulo; taxa deve aumentar 62%
De acordo com dados do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), a taxa de motorização no Brasil cresceu 30% entre 1998 e 2008 baseada na popularização e no aumento do crédito.

No México, o crescimento verificado foi de 75% no mesmo período. Já a vizinha Argentina tem taxa de motorização maior que a do Brasil.

Para o presidente mundial da Renault-Nissan, Carlos Ghosn, não há dúvidas de que o Brasil tem potencial para superar a taxa de motorização de países da Europa, como Portugal, atualmente com 495 veículos por 1.000 habitantes.

"O Brasil tem condições de atingir a relação de 500 veículos por 1.000 habitantes. O brasileiro gosta de carro, e o país ainda tem muito a crescer no setor", disse.

Para especialistas consultados pela Folha, a meta é ambiciosa.

"Parece mais um desejo do que algo que seja possível", diz Arthur Barrionuevo, professor e economista da FGV (Fundação Getulio Vargas).

"Não creio que, nem mesmo num prazo razoável de dois ou três anos, o nível de crédito possa se expandir a ponto de viabilizar um aumento substancial da demanda de veículos no Brasil", diz Júlio Manuel Pires, professor de economia da USP.

Com mais veículos nas ruas, a lógica é que o tráfego se torne cada vez mais complicado, principalmente nas grandes cidades. Porém, para a Anfavea, a culpa não pode ser atribuída somente à indústria automotiva.

Segundo a associação, a questão deve ser analisada e associada a outros fatores, como a qualidade do transporte coletivo, sua eficiência, o adensamento populacional e a condição da infraestrutura viária (ruas e avenidas).

CARGA PESADA

No começo do mês, Ghosn esteve no Brasil para anunciar R$ 3,1 bilhões na construção da primeira fábrica da Nissan no país e a ampliação da unidade da Renault em São José dos Pinhais (PR).

Em entrevista à Folha, o executivo criticou o preço do aço brasileiro, a falta de infraestrutura e a alta carga tributária. "A tributação é muito grande no Brasil. De 40% a 48% do que se paga num carro é tributo", disse.

"A gente compra aço coreano feito com minério brasileiro porque custa bem menos do que o aço brasileiro. Esse é um problema que temos de resolver porque nosso interesse é baixar o preço do carro no Brasil."

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

RJ mira voos altos no setor automotivo

13/10/2011 - Webtranspo

Estado quer ser segundo maior produtor no BR

Man e PSA Peugeot e Citroën dobrarão capacidade.O Rio de Janeiro pretende se tornar o segundo maior fabricante de veículos no Brasil. A expectativa é que a produção fluminense chegue a um milhão de unidades anuais, o volume ultrapassará o de Minas Gerais, que atualmente é de 800 mil e só perde para São Paulo, entres os principais polos automotivos no País.

Os números – que credenciarão o Estado como segundo principal produtor brasileiro de veículos – são devidos aos investimentos previstos pela Nissan no sul do Estado. A nova planta da montadora deverá receber investimentos de R$ 2,6 bilhões.

O aporte, que a marca fará no Rio de Janeiro, tem como meta dobrar a participação da empresa no mercado brasileiro, atualmente, de 6,5%. Julio Bueno, secretário de Desenvolvimento Econômico, Energia, Indústria e Serviços, avalia que o Estado foi o escolhido pelas políticas públicas para atrair investimentos no setor.

“A vinda da Nissan orgulha o Rio de Janeiro, coroa o trabalho que estamos realizando para atração de empresas, consolidando o estado como um polo do setor automotivo e gerando milhares de empregos diretos”, afirma Bueno.

Ainda de acordo com o secretário, com a maior capacidade que está sendo desenvolvida pela PSA Peugeot Citroën e a MAN (Volkswagen Caminhões e Ônibus), que dobrarão sua produção nos próximos anos, a região de Itatiaia, no Médio Paraíba, está atraindo cadeia de fornecedores. Um exemplo disso é que a Michelin investirá R$ 1,1 bilhão para a construção de sua quinta fábrica no Rio de Janeiro nesta localidade, além da fabricante de pneus, empresas como Maxion e Suspensys estão se instalado no Estado.

“Nos próximos anos, nossa produção de veículos pode chegar a um milhão, se levarmos em conta a duplicação da PSA Peugeot Citroën e da MAN (Caminhões e Ônibus da Volkswagen). Essa escala permitirá atrair a cadeia de fornecedores e tornará o Rio ainda mais competitivo em novas disputas por montadoras. Neste momento, já estamos negociando com três fornecedores da MAN a instalação de fábricas no Sul Fluminense. Certamente, outros virão”, explica Bueno.

Somado aos investimentos no setor automotivo, o Centro-sul fluminense ainda receberá a planta de bicicletas e motocicletas elétrica da Kasinski. O governo estadual pretende até usar em sua frota estes veículos para incentivar a utilização dos mesmos. Com os investimentos no setor a arrecadação do setor deve subir, somente o ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços), em 2010, o Estado somou R$ 22,1 bilhões, uma alta de 50% em comparação com o valor registrado em 2006.

sábado, 8 de outubro de 2011

JAC Motors anuncia fábrica na Bahia

O empresário Sergio Habib, presidente da chinesa JAC Motors no Brasil, anuncia nesta sexta-feira (7) planos para construir uma fábrica na Bahia. Segundo ele, o empreendimento custa R$ 900 milhões, terá 80% de capital brasileiro e capacidade para produzir 100 mil carros por ano.

Habib declarou, em entrevista ao UOL e à Folha, que o aumento do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) sobre carros importados pode dificultar o negócio. Mas disse que o governo aceita flexibilizar a medida.

“Se o governo não fizer mudança [no imposto sobre carros importados], nós não podemos fazer a fábrica. Mas eu te digo. Eu estive lá. Eu estive em Brasília. O governo está disposto a estudar mudanças para permitir a implementação de novos investimentos”, afirmou.

O empresário falou sobre o assunto no programa “Poder e Política - Entrevista”, conduzido pelo jornalista Fernando Rodrigues. O projeto é uma parceria do UOL e da Folha.

Na entrevista, Habib afirmou que gosta “muito” do ex-presidente Lula e que, em 2010, votou em Dilma Rousseff (PT) para presidente da República e em Geraldo Alckmin (PSDB) para governador de São Paulo. Recém filiado ao PMDB, o empresário disse que em 2012 fará campanha para eleger Gabriel Chalita (PMDB) prefeito da capital paulista.


Fonte: Folha de S. Paulo , Por FÁBIO BRANDT

Foto:Flávio Florido/UOL
Posted by RedacaoT1 on 7 de outubro de 2011.

Tags: Bahia, Fábrica, IPI, JAC Motors

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terça-feira, 4 de outubro de 2011

Motociclistas são das classes C e D

04/10/2011 - Webtranspo

Maior mercado se encontra no Nordeste do BR

Aproximadamente 40% dos motociclistam compram motos para fugir do transporte público.Cada vez mais pessoas andam de moto no Brasil, mas qual será o perfil do motociclista nacional? De acordo com Roberto Akiyama, presidente da Abraciclo (Associação Brasileira de Motociclistas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares), a maioria dos compradores deste tipo de veículo pertence às classes C e D, quase 75% são homens, e está na região Nordeste, onde as vendas se concentram.

A entidade também revelou quais as razões que levam as pessoas optarem pela compra de motocicletas. O principal motivo é a substituição do transporte público pelo privado, aproximadamente 40%, o que contraria grande parte da corrente de pensamento, que acredita que a utilização de motos é para a prestação de serviços, contudo apenas 16% dos proprietários atuam com moto-frete ou moto-táxi e outras operações do gênero.

A associação também revelou que apesar das vendas terem aumentado no Nordeste, a região que concentra o maior número de concessionárias ainda é a Sudeste. Além de detalhar o perfil dos motociclistas, que atualmente contam com uma frota de quase 17 milhões de motos, o executivo criticou a cultura do brasileiro em relação a este tipo de veículo.

Segundo ele, as vias não são preparadas, sendo que essas não possuem lugares adequados para os condutores passarem com suas motos, nem piso  com, por exemplo, pavimentação antiderrapante. Akiyama ainda destaca que durante o Moto Check-UP – evento organizado pela entidade, que oferece revisão gratuita – foi constatado que os motociclistas executam a frenagem do veículo de forma errada, o que evidencia também a falta de uma boa formação .

A Organização afirmou que está tentando mudar este quadro oferecendo, em parceria com Sest Senat, cursos que complementam a formação dos motociclistas. Akiyama, porém, destacou a importância da formação de trânsito de todos, não somente dos usuários de motos, desde a infância, para que haja mais respeito com a figura do outro em vias públicas.

Balanço Mensal

Durante uma coletiva da Abraciclo, no Salão Duas Rodas, não poderiam faltar os números da indústria. Os fabricantes de motocicletas ainda estão se recuperando da forte crise que afetou o setor em 2008, quando as vendas internas e externas passaram de 2.011.415, naquele ano, para 1.639.713 no seguinte.

Nesta tendência de retomada, o setor registrou o melhor trimestre do ano, de julho a setembro, com a comercialização de 542.852 motocicletas ante as 503.646 unidades e 529.762, no primeiro e segundo semestre, respectivamente. Apesar da alta, o nono mês do ano registrou menor volume comercializado, do que seu antecessor, foram 178.0147 ante 203.605, queda de 12,6%.

“Os números demonstram os impactos das medidas de contenção de crédito adotadas pelo Banco Central”, afirmou Akiyama. Neste caso é importante ressaltar que, aproximadamente, 80% das motocicletas são adquiridas por meio de financiamento.



 

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Nissan confirma nova fábrica no País

03/10/2011 - Webtranspo

Unidade vai ser instalada em Resende (RJ)

Grupo quer ampliar nacionalização dos modelosCom a meta de dobrar a sua participação atual de 6,5% no mercado nacional o Grupo Renault- Nissan confirmou – em reunião com a presidente Dilma Rousseff – a construção de uma nova fábrica da marca japonesa na cidade de Resende (RJ) e a ampliação da unidade da companhia francesa no Paraná.

De acordo com Carlos Ghosn, presidente mundial da empresa, as duas marcas pretendem aumentar o índice de nacionalização dos veículos vendidos no País. O executivo disse que, atualmente, a maioria dos carros da Nissan vendidos no Brasil são importados, principalmente do México.

Enquanto o Brasil deve se tornar, até o final do ano, o segundo maior mercado da Renault, perdendo apenas para a França, para a Nissan ainda figura como um mercado potencial.

“O que queremos fazer é manter um mercado estratégico para a Renault, mas também permitir à Nissan contribuir mais com o desenvolvimento do mercado brasileiro". disse Ghosn.

O objetivo de elevar a fatia no mercado nacional é ficar acompanhar o crescimento de vendas do grupo a nível mundial. Segundo Gosn, até 2016, a participação da empresa no mercado global será 8% com a Renault e 5% com a Nissan. Ele explicou, no entanto, que a “estratégia não considera o número atual de 3,6 milhões de carros vendidos por ano no país, mas cerca de 4,5 milhões ao ano daqui a cinco anos”.

O País tem atualmente 250 carros para cada grupo de mil habitantes, muito menos do que o índice de 580 por mil da Europa e de mais de 800 por mil dos Estados Unidos, segundo o presidente. Para ele, isso indica um grande potencial para as vendas de automóveis.
Com informações da Agência Brasil
 

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Carro voador tem produção em série autorizada nos EUA

25/08/2011 - Paraná Online

Na

fila de espera desde 2009, o primeiro automóvel que voa agora pode desfilar suas asas pelas ruas dos Estados Unidos. É o Terrafugia Transition, que acaba de ter sua produção em série e permissão para rodar autorizada pelos órgãos reguladores do país.

A licença, no entanto, ainda não libera o carro avião para vôo, exceto em testes e eventos de demonstração com pilotos da empresa no comando da aeronave. Ou carro?

De uma ponta a outra da asa a envergadura do Transition tem 8 metros e seu comprimento é de 6 metros. Isso no modo avião. Para andar nas ruas, as asas dobram e deixam o veículo com apenas 2,3 metros de largura, o suficiente para trafegar numa faixa de trânsito nos EUA.

Mesmo com esse tamanho todo, o carro-avião da Terrafugia é extremamente leve, como manda o manual do engenheiro aeronáutico. Pesa meros 450 kg e para decolar não pode passar dos 650 kg.

Para rodar no asfalto, o carro voador é como um automóvel comum. Há pedal de freio e acelerador, alavanca de câmbio automático e volante. Quando vira avião os comandos mudam um pouco.

A aceleração é por alavanca e a direção é controlada por dois pedais no assoalho, que manejam o leme traseiro, e os dois manetes, para o motorista e o "co-piloto", que, aliás, é o único passageiro extra que o Transition leva, além de poucas bagagens.

Os pneus também têm todo um cuidado especial, pois têm de ser ideais para andar no asfalto e realizar pousos. Sua propulsão, seja no ar ou no asfalto, é função do motor Rotax 912S, um motor com pouco menos de um litro de deslocamento.

Gera 100 cavalos de potência é impulsiona as rodas traseiras e a hélice tratora, posicionada na parte traseira, quando voa. De acordo com a fabricante, o modelo é capaz de atingir até 185 km/h voando, mas no chão não passa dos 100 km/h. Seu tanque de gasolina com 87 litros garante um alcance de até 720 km pelo ar.

Afirma a Terrafugia que bastam apenas 20 horas de vôo tirar a licença de Piloto Esporte nos EUA, a licença mínima requerida para um piloto alçar vôo com o Transition, que foi pré-enquadrado pela Administração Federal de Aviação dos EUA como uma "aeronave esportiva leve", como são pequenos monomotores de marcas tradicionais do ramo como Cesna e Piper. O preço para andar de avião pelas ruas é US$ 194.000 no país, ou seja, cerca R$ 303.400.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Vendas de veículos perdem ritmo, mas já superam 2 milhões no ano

01/08/2011 - Valor, Eduardo Laguna

SÃO PAULO - O mercado automobilístico brasileiro deu em julho sinais de que perde fôlego. As vendas de carros de passeio, utilitários, caminhões e ônibus seguiram em alta, mas a um ritmo menos acentuado do que nos meses anteriores.

Conforme dados divulgados pela Fenabrave – entidade que abriga as concessionárias -, foram vendidos 306,2 mil veículos em julho, apenas 1,27% acima do volume do mesmo período de 2010 (302,34 mil unidades). Na comparação com junho, houve leve incremento de 0,61%.

Com o resultado, o setor acumulou vendas de 2,04 milhões de veículos de janeiro a julho, 8,58% a mais do que em igual período de um ano antes.

A Fiat liderou as vendas de automóveis e veículos comerciais leves em julho, com participação de 23,4%. Na sequência aparecem Volkswagen (20,44%), General Motors (17,92%) e Ford (9,12%).

Segundo o balanço, as vendas de caminhões novos chegaram a 15,53 mil unidades em julho, o que configura um aumento de 5,89% em relação ao mesmo mês de 2010. Na mesma base de comparação, as vendas de ônibus subiram 11,48%, chegando a 2,72 mil veículos.

O levantamento da Fenabrave ainda mostra que foram emplacadas 160,19 mil motocicletas no mês passado, 8,3% a mais do que em igual período de 2010. A Honda teve 78,07% do mercado em julho, seguida pela Yamaha, que marcou market share de 12,18%.

(Eduardo Laguna | Valor)

Jac Motors anuncia fábrica no Brasil

01/08/2011 - Webtranspo

Investimento será da ordem de US$ 600 milhões -

Planta contará com sistemistas mundiais como Delphi, Bosch, Continental e Visteon

Após quatro meses de atuação no mercado nacional e perto de dez mil carros vendidos, a montadora chinesa Jac Motors acaba de anunciar a construção de uma fábrica no território nacional.

Com um investimento previsto de US$ 600 milhões na planta industrial brasileira, a unidade terá capacidade de produção de 100 mil veículos por ano e deverá gerar cerca de 3.500 empregos diretos e dez indiretos. A planta contará com sistemistas mundiais como Delphi, Bosch, Continental e Visteon.

Segundo Sérgio Habib, presidente da montadora no Brasil, os modelos produzidos não serão os mesmos já oferecidos atualmente. Da linha de montagem, ainda sem local definido, sairá uma nova família de veículos. O executivo afirmou ainda que serão poupados 35% de impostos de importação.

Não perca novos detalhes sobre esse investimento em matéria especial nesta terça-feira, 2.

sexta-feira, 29 de julho de 2011

Governo retoma incentivo a carro elétrico no país

29/07/2011 - Folha de Sao Paulo,LEILA COIMBRA

O governo retomou os estudos para a elaboração de um marco regulatório para deslanchar o mercado de carros elétricos no país.

Está em análise, em uma primeira etapa, o incentivo à importação. Isso serviria para criar demanda local e desenvolver a infraestrutura necessária de abastecimento.

Depois, a estratégia é criar a tecnologia de fabricação nacional de veículos elétricos. O principal desafio é o desenvolvimento de baterias mais baratas e com maior autonomia de quilometragem.

Agora o projeto conta com o apoio da Petrobras, que recentemente fechou parceria com Itaipu para desenvolver um carro nacional.

A montadora Fiat também é parceira no projeto e já tem dois modelos movidos a eletricidade, mas ainda não disponíveis comercialmente: o Palio e o Uno Ecology, que rodam nos arredores da usina.

Para incentivar a compra desses modelos, o carro elétrico será barateado ±atualmente é muito caro, se comparado aos convencionais, de motor a combustão.

Como as baterias custam até US$ 50 mil (de lítio, com autonomia para percorrer 300 km, a mais avançada), um carro elétrico não chegaria hoje ao Brasil por menos de US$ 100 mil (R$ 156.430).

Está em estudo no Ministério da Fazenda a redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados), hoje de 25%, enquanto para os outros veículos é de 12%, em média. Reduzir o Imposto de Importação, hoje entre 30% e 35%, também está sob análise.

No Ministério de Ciência e Tecnologia, um grupo de estudos se dedica ao desenvolvimento tecnológico, para baixar os preços das baterias.

NOVA ALIADA

No ano passado, a Fazenda preparou um evento para anunciar o incentivo ao carro elétrico, mas ele foi cancelado minutos antes, sob argumento de que o então presidente Lula pedira mais tempo para conhecer a proposta.

Nos bastidores, comentou-se que Petrobras não gostaria de ter a concorrência de um sistema de transportes completamente diferente do modelo baseado no motor a combustão, movido a gasolina, diesel ou etanol.

Editoria de Arte/Folhapress

Um dos argumentos para que a estatal mudasse de ideia é que dificilmente o carro elétrico será a maioria da frota brasileira de automóveis em curto ou médio prazo.

Já com outra postura, em abril a Petrobras inaugurou no Chile um ponto de recarga rápida para carros elétricos. Com exceção do Japão, onde os carros elétricos já representam 11% da frota, em todo o mundo existem apenas 40 postos desse tipo.

Para o ex-ministro do Planejamento João Paulo dos Reis Velloso, entusiasta do projeto, o Brasil tem de decidir se terá posição de vanguarda ou não. "Seremos meros expectadores ou teremos posição ativa, como no caso do etanol, desenvolvendo nossa própria tecnologia?".

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Brasil tem 71 automóveis elétricos emplacados em quatro anos

27/07/2011 - G1

Vaga com tomada em Shopping de SP. Foto: Alexandre Nascimento/G1

Quatro vagas em um dos maiores shoppings de São Paulo estão prontas para receber veículos elétricos e recarregar suas baterias, mas os postos atualmente são ocupados só por carros comuns. O

Brasil possui apenas 71 automóveis elétricos atuais emplacados, segundo levantamento do G1, sem contar os modelos normais adaptados artesanalmente para rodar com motor elétrico. Somente um pertence a pessoa física, os demais fazem parte de frotas de empresas ou organizações.
Para efeito de comparação, nos Estados Unidos, onde o governo dá isenção de taxa para a compra desse tipo de veículo, somente o modelo Leaf, da Nissan, vendeu 3,9 mil unidades de dezembro passado, quando foi lançado, até agora.

O automóvel elétrico começou a circular no Brasil em 2007, com o início da produção do Fiat Palio Weekend Elétrico, para empresas de eletricidade parceiras do projeto.

Atualmente, a Mitsubishi é a única a oferecer um modelo, o i-Miev, também para pessoa física, mas somente sob encomenda. Segundo a fabricante japonesa, apenas uma unidade foi comercializada até agora, para uma companhia.

Do Palio Elétrico há 58 unidades em circulação no país, todas emplacadas. Uma delas é do consulado da Itália. A montadora italiana já prepara o substituto do modelo no Brasil, segundo o coordenador brasileiro do projeto de veículos elétricos da Itaipu Binacional, Celso Novais.
Rodam na empresa 28 unidades do Palio elétrico.

Indiano e norueguês

A importadora Cam Brasil conseguiu trazer da Índia, em 2008, nove unidades do modelo indiano Mahindra Reva i, mas já encerrou as compras por falta de interessados. Assim, a parceria que tinha com a ElecTrip, empresa que vende o modelo em São Paulo, acabou.

“O negócio não virou e desistimos de importar o carro”, diz Victor Levy, proprietário da ElecTrip. Ele tem ainda “em estoque” duas unidades, emplacadas, esperando um comprador. Uma deles foi licenciada em seu nome, como pessoa física.
Outro elétrico que circula no Brasil é o também importado Think. A CPFL Energia trouxe três unidades do carro da Noruega para sua frota.

Enquanto isso, em São Paulo, a Nissan negocia com a prefeitura a venda do modelo Leaf para ser integrado à frota da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) até o fim de 2012.
O carro foi mostrado durante o encontro de prefeitos de 40 metrópoles do mundo, o C40, em junho passado, na capital paulista. Na época, a montadora, a Prefeitura e a AES Eletropaulo firmaram acordo para estudar a viabilidade de instalar postos para recarga de veículos elétricos na cidade.

Falta infra-estrutura

Apesar da pequena quantidade de elétricos em circulação, o Brasil já mostra carência em infra-estrutura — não há nenhum sistema de carga rápida, por exemplo.

O que tem ajudado as montadoras é o marketing de empresas que começaram a injetar dinheiro em locais públicos e privados para receber esses carros. A esperança das montadoras é que este passo inicial incentive as compras por pessoa física.

A lógica é explicada pelo diretor-presidente da Associação Brasileira de Veículos Elétricos (ABVE), Pietro Erber. Segundo ele, o governo tem interesse no carro elétrico, mas desde que
seja fabricado localmente.

“Para isso, precisa-se de um mercado amplo, o que exige preço competitivo e infra-estrutura. Porém, ninguém vai investir em infra-estrutura, se não tiver mais carros elétricos em circulação”, resume.

Recarga no shopping e em condomínio

Entre as primeiras iniciativas para receber modelos elétricos está a do Shopping Iguatemi, em São Paulo, que já possui “vagas verdes”, com tomadas individuais para carregar os carros. Não se trata de um ponto de recarga rápida, porém é o primeiro espaço com essa proposta no país.
“Acreditamos que, no mundo de hoje, com a questão da sustentabilidade, carros elétricos sejam uma boa alternativa. É uma questão de tempo para que a frota cresça. Então, por isso, nos antecipamos e já dispomos de quatro vagas para recarga de carros elétricos em nosso estacionamento”, diz o gerente geral do shopping, Ivan Murias.

Também na capital paulista, garagens de alguns empreendimentos de luxo terão estrutura para fiação e relógios de medição de consumo individuais, para o futuro uso de modelos elétricos.
Em um dos imóveis da Tecnisa, ainda em construção, toda a garagem vai ter preparação para o ponto de abastecimento. O proprietário que precisar usar o sistema só precisará comprar a tomada adequada para recarregar o carro.

O diretor de marketing da construtora, Rogério Santos, afirma que se trata de valorizar o apartamento, até mesmo para uma futura revenda.

“Nosso empreendimento fica pronto em três anos, então temos que pensar além. O imóvel está preparado para o futuro”, diz Santos.

Outro projeto imobiliário na capital paulista, da BKO, também tem a inclusão de cinco vagas com estrutura para abastecer carros elétricos.
Voltagem

“O sujeito que morar em um prédio ou escritório que tenha essa facilidade vai ter um estímulo maior para comprar um carro elétrico”, afirma Erber, da Associação Brasileira de Veículos Elétricos.

No entanto, ele ressalta que a recarga em condomínios deverá ser bem gerenciada e coordenada com a empresa fornecedora de energia elétrica. “É fundamental não recarregar na hora de maior demanda, para não onerar o sistema.”

O ideal, segundo Erber, é que essas redes de garagens tenham tensões mais altas do que as normais de 110V,  como no caso do Sudeste, com a adaptação para o 220V. “Em tensão maior o tempo de recarga cai de 8 horas para 4 a 6 horas”, afirma o especialista.

Por esse motivo, a CPFL Energia já faz testes de pontos de recarga de veículos elétricos e plug-in (carros híbridos, com motor elétrico que predomina sobre o motor a combustão) na sua sede em Campinas, no interior de São Paulo.

O projeto do Eletroposto é brasileiro e o protótipo foi montado no país. No entanto, para continuar o programa, a empresa afirma precisar de incentivos do governo.
Preço alto

Apesar de ser possível a homologação de modelos elétricos, ainda não há nenhuma legislação específica. Fora isso, na cobrança do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), os elétricos se encontram na categoria “outros”, ou seja, mesmo sem poluírem, o imposto é de 25%.
Para modelos a gasolina, o IPI vai de 7% a 25%. Para os flex, de 7% a 18% -ele varia de acordo com a cilindrada do veículo.

“Não existe nenhum indício de que o governo vai incentivar a venda de carros elétricos”, diz o diretor da comissão técnica de veículos elétricos e híbridos da Sociedade Brasileira de Engenheiros da Mobilidade (SAE Brasil), Ronaldo Mazará Jr.
Segundo ele, as montadoras só vão investir quando sentirem boa perspectiva no país. “É triste dizer isto, mas a gente não tem absolutamente nada. Somente dúvidas, nenhuma certeza”, lamenta.

Híbridos somam 127 unidades vendidas

Enquanto isso, os modelos híbridos — movidos pela combinação de um motor principal a combustão e outro elétrico — ganham espaço no segmento de luxo. Pioneira no mercado brasileiro, a Mercedes-Benz vende desde julho de 2010 o modelos S 400 Hybrid, que custa US$ 253 mil.
Até junho deste ano, foram vendidas 21 unidades do carro. Mais barato, o Ford Fusion Híbrido sai por R$ 133,9 mil e soma 106 unidades vendidas até junho, volume considerado positivo, ao considerar que o carro foi lançado em novembro do ano passado.

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Chery lança pedra fundamental de fábrica

20/07/2011 - Webtranspo

Planta vai produzir dois modelos populares

Unidade ficará pronta em 2013

O clima era de festa com apresentações de orquestra sinfônica e danças típicas. E não foi por acaso. A ocasião pedia algo diferenciado, pois o empreendimento dizia respeito a um dos principais segmentos da economia brasileira, que é a indústria automobilística. Tal evento, que reuniu diversas autoridades políticas, aconteceu na cidade de Jacareí (SP) e marcou o lançamento da pedra fundamental da fábrica da Chery, local escolhido pela montadora chinesa para instalar sua primeira unidade fabril fora do solo chinês.

Quando iniciou as vendas de seus modelos no mercado nacional há dois anos, a marca buscava mostrar uma nova face daquele país, tido por muitos como um fornecedor de produtos de qualidade duvidosa. “Queremos mostrar ao Brasil uma nova China, um país tecnológico, que fabrica produtos com alta tecnologia”, garantiu na época Luís Curi, presidente nacional da companhia.

Com a boa receptividade do consumidor local para seus carros, a Chery resolveu fincar raízes por aqui, trazendo toda a sua expertise para o interior de São Paulo. Para se ter uma ideia do desempenho, em 2010, a empresa vendeu 7,8 mil unidades e para este ano a previsão é de comercializar algo em torno de 36 mil veículos, impulsionados pela entrada do modelo QQ, e alcançar 1% de participação de mercado.

Com um milhão de metros quadrados, a planta será a primeira a realizar o processo produtivo completo e não apenas montagem. De acordo com a direção da empresa, atualmente, a Chery mantém 12 fábricas fora da China, mas todas executam a montagem de peças (as chamadas CKDs Complete Knock-Down).

QQ é um dos modelos mais vendidos atualmenteA construção da unidade fabril e de um centro tecnológico iniciará já neste ano e a conclusão está prevista para 2013. No País, a fabricante produzirá dois modelos (um deles será o Q13 e o segundo ainda não foi definido, mas atenderá exclusivamente o mercado local). A capacidade inicial de produção será de 50 a 60 mil unidades por ano, podendo se estender para 170 mil até 2016 com a introdução de novos modelos na linha de montagem.

Com esses carros, a Chery focará a classe C, oferecendo uma linha mais popular agregando um número elevado de equipamentos. “As montadoras estão apostando no mercado de entrada para atender ao novo consumidor que está chegando ao segmento automotivo”, frisou o executivo.

Segundo Curi, 85% da produção será destinada ao mercado local e 15% para a América Latina. A Chery espera incorporar uma taxa de nacionalização inicial de 30%, podendo ser ampliada para 50% conforme processo de fabricação for aumentando. A empresa estima a geração de 1,5 mil empregos durante as obras e três mil após o início da produção.

US$ 400 milhões

De acordo com Yin Tongyue, CEO da Chery, a boa relação entre o Brasil e a China foi decisiva para a escolha e vai de encontro ao plano da companhia de expandir sua marca no cenário mundial. Além disso, as oportunidades oferecidas pelo munícipio de Jacareí foram fundamentais para a decisão de investir US$ 400 milhões na construção da planta fabril.

“Estudamos as regiões do interior paulista e optamos por Jacareí em razão de ela estar bem localizada, próxima a vários fornecedores de autopeças, por ter nos fornecido um leque amplo de mão de obra qualificada para atender nossas operações e, por fim, a cidade nos proporcionará vantagens logísticas a partir da proximidade com o porto de São Sebastião”, concluiu Curi.

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Carro brasileiro é um dos mais caros do mundo

19/07/2011 - IG, Ricardo Meier

Valorização da moeda escancarou diferença paga pelo consumidor brasileiro, mas só o câmbio não explica tamanha distorção


Foto: Divulgação

Carro no Brasil: mais caro que país rico ou pobre

Acostumado a ver o automóvel como investimento durante anos, o brasileiro começa a descobrir que o produto não passa de mais um bem de consumo como uma geladeira ou uma TV, ou seja, é algo que perde valor com o tempo.

E não foi só isso. Como a inflação não “devolve” mais o que esse consumidor pagou por meses a fio (alguns modelos chegavam a “valer” mais que antes da compra), agora outra constatação passou a ficar clara: o automóvel no Brasil é extremamente caro, provavelmente o mais alto do mundo se contarmos apenas os países com um mercado interno significativo.

O assunto está em alta nas últimas semanas e se tornou polêmico. De um lado, artigos apontando os impostos, a infraestrutura e a mão de obra como culpados, ou, como no caso do jornalista Joel Leite em matéria na revista Autoesporte, o suposto lucro fácil das montadoras. Do outro, os próprios fabricantes cobrando do governo condições melhores para competir com os veículos importados que seriam muito mais baratos de produzir, sobretudo na China.

É fato que o fenômeno não se restringe apenas ao setor automobilístico. Basta ver como chegam os voos de Miami, nos Estados Unidos, abarrotados de produtos bem mais baratos que os vendidos aqui, como mostrou o iG em várias oportunidades. Ou, então, notar como o preço dos restaurantes nas grandes cidades brasileiras já consegue ser superior ao de muitas metrópoles famosas como Nova York, Paris ou Londres.

Mas o que indignou grande parte das pessoas recentemente foi descobrir que mesmo os automóveis produzidos no Brasil acabam se tornando mais baratos quando exportados para outros países. Essa disparidade fica mais evidente quando se comparam os valores cobrados na Argentina e no México, com os quais o Brasil possui acordo que isenta o pagamento de taxas de importação.

O vilão dessa história chama-se City. O sedã da Honda, baseado no compacto Fit, é fabricado no interior de São Paulo e tem status de carro médio por aqui – custa em algumas versões tanto quanto um Jetta ou um Corolla, modelos maiores e mais sofisticados. A versão LX, por exemplo, intermediária, tem preço sugerido de R$ 57.420 na região Sudeste, mas pode ser comprado no México por cerca de R$ 28.800 (214 mil pesos). É nada menos que o dobro do valor cobrado em nosso mercado (veja gráfico abaixo).

Divulgação

Enquanto o Fusion fica 60% mais caro ao "migrar" para o Brasil, City sai pela metade do preço quando desembarca no México

A situação fica ainda mais inexplicável quando fazemos o caminho inverso, quer dizer, comparamos os valores de um automóvel mexicano como o Fusion, da Ford. O sedã na versão SEL 2.5 custa no México 334.786 pesos, algo como R$ 51.500. Quando chega aqui, o modelo salta para R$ 83.660. Mais caro, é verdade, mas 62,3% acima do preço mexicano e não 100% como o Honda. Em outras palavras, mesmo tendo um custo de produção inferior ao do Brasil, o carro mexicano chega proporcionalmente mais barato que o City nacional.

Uma das justificativas mais recorrentes da indústria é que o câmbio favorável aos importados permitiu essa distorção. O presidente da Anfavea, a associação das montadoras, Cledorvino Belini, chegou a dizer que “não se deve comparar banana com abacaxi”, para explicar essa questão. Para alguns críticos, se o dólar custasse R$ 3 o automóvel nacional seria barato.

Só ganhamos da Índia

No entanto, se deixarmos de lado o preço absoluto dos veículos e convertermos esses valores para a moeda americana descobrimos de forma amarga que o carro brasileiro é mais caro não só em relação ao México ou a Argentina, mas também se comparado aos Estados Unidos, França ou Alemanha, países cujas moedas valem mais que o real. A regra se aplica também a outros mercados como o chinês, o russo, dois dos famosos BRICs.


Divulgação
Com o que se gasta no Brasil para comprar um Civic é possível levar um BMW X5 nos EUA
Para exemplificar o assunto, escolhemos dois modelos fabricados no Brasil que são vendidos em vários mercados diferentes, o Civic, da Honda, e o Logan, da Renault. O primeiro é o chamado de carro global, e o segundo, um modelo acessível voltado para mercados emergentes. Em ambos, o Brasil é o mercado onde eles são mais caros em dólar e com uma diferença expressiva, sem contar que muitas vezes as versões vendidas aqui têm menos equipamentos ou potência que em outros lugares.

O Civic brasileiro custa o equivalente a 47 mil dólares. Com esse valor, é possível comprar um SUV de luxo nos EUA – o X5 da versão x35i, que aqui sai por R$ 300 mil. Na nossa vizinha Argentina, o mesmo carro custa 27 mil dólares, e na Romênia, país do Leste Europeu com economia modesta, por 19.500 dólares. Já o Logan brasileiro tem preço equivalente a 19.400 dólares, mas na França, cuja moeda vale 2,3 vezes o real, ele sai por apenas 11 mil dólares.

A comparação fica mais dramática quando levamos em conta o PIB per capita desses países. Para quem não sabe, trata-se da divisão do produto interno bruto pela população. O resultado é uma média de quanto cada habitante ganharia por ano. No caso do Brasil, o PIB per capita gira em torno de 10 mil dólares, segundo o site da CIA, fonte consultada pela matéria.


Divulgação

Baixo custo,só no exterior: brasileiro precisa trabalhar 22 meses para pagar um Logan enquanto francês faz o mesmo em 4 meses
Quando dividimos o valor desses carros pelo PIB per capita simulamos quanto tempo um consumidor levaria para quitar o veículo com todo o seu rendimento. É uma forma de colocar cada país em seu contexto próprio sem as distorções do câmbio.

Nesse cenário, o brasileiro só tem motivo para comemorar perante o indiano. Enquanto nós levamos hipotéticos 22 meses para quitar um Logan o consumidor na Índia precisa de 39 meses de seu rendimento médio para fazer o mesmo. Mas a renda per capita brasileira é mais que o triplo da indiana. Ou seja, proporcionalmente, até lá o carro é mais barato que aqui.

Caixa preta

Desvendar as razões – e certamente são muitas – pelas quais o automóvel no Brasil é tão caro é uma missão difícil. Além da complexa cadeia de impostos que são cobrados em várias fases da produção, há também a falta de transparência dos fabricantes instalados no país. Ao contrário de outros mercados, aqui essas empresas têm capital fechado e seus balanços são mantidos em sigilo, com raras exceções. Quando os dados são divulgados em suas matrizes, geralmente estão inseridos em números das regiões em que as montadoras atuam. Obviamente, lucrar é a missão de qualquer empresa, mas a concorrência também faz parte do capitalismo e isso é algo que o consumidor brasileiro ainda não percebe no bolso.

domingo, 17 de julho de 2011

Brasileiro troca moto por carro chinês

16/07/2011 - Cleide Silva, de O Estado de Sao Paulo

Importados chegam com preços atrativos e promovem no País o ‘efeito Tata Nano’

SÃO PAULO - Na quarta-feira, o metalúrgico Fábio Aparecido Bezerra saiu da concessionária Amur, na zona leste de São Paulo, dirigindo um Chery QQ zerinho, o primeiro automóvel próprio em seus 29 anos. "Ter um carro era sonho antigo, parece que ainda não acordei", dizia ele na sexta-feira.

Bezerra e a esposa, que trabalha no Poupatempo, têm renda mensal de R$ 3,8 mil e compraram o QQ em 60 parcelas de R$ 704, sem entrada. "Pensávamos em um modelo nacional básico, mas escolhemos esse porque já vem com ar condicionado, direção hidráulica, air bag e vidros elétricos, itens que não conseguiríamos adquirir nos outros carros que vimos", diz.

O compacto QQ, importado pela chinesa Chery, começou a ser vendido em maio por R$ 22.990. Hoje, é um dos modelos com maior fila de espera. "Tenho 400 pedidos e, se for mantido o ritmo de entregas, só conseguirei atender todos em janeiro de 2012", diz Wilson Goes, diretor comercial do grupo Pequim, com quatro lojas em São Paulo.

"Tudo o que chega já está vendido", confirma o dono da Weimotors, Abílio Tastaldi. "Tenho 113 unidades vendidas para chegar nos próximos 30 a 40 dias."

Inaugurada há um mês e meio na avenida Marechal Tito, tradicional reduto de venda de carros velhos no bairro de São Miguel Paulista, na periferia da zona leste, a Amur, única concessionária de veículos novos na via, esgotou o primeiro lote de QQ em dois dias. Somando os negócios de outra loja do grupo em Mogi das Cruzes, foram 36 unidades.

Parcela significativa dos clientes do modelo dá como parte do pagamento carros velhos, como um Escort 98 recebido na Amur, informa o proprietário da loja Carlos Gambarotto. Na Pequim, em 10% a 15% das vendas o que entra na troca são motocicletas, informa Goes. O grupo já estuda abrir uma loja de motos usadas.

Para parte dos brasileiros, o Chery QQ tem papel similar ao do Tata Nano, na Índia, desenvolvido para dar oportunidade a famílias que dependem apenas da moto para se locomover.

O modelo nacional mais barato, o Fiat Mille, custa R$ 23,2 mil, sem equipamentos que no QQ vêm de série, assim como em outros modelos chineses. "Comprei um carro com ar condicionado, direção hidráulica, air bag duplo, vidros elétricos e farol de milha por R$ 30 mil; por esse preço, só conseguiria um nacional sem nada", diz a supervisora de ensino Fernanda Amorin, de 40 anos, moradora de Sorocaba (SP). Há dois meses, ela adquiriu um hatch Lifan 320. Passaram-se 13 anos desde que ela havia comprado o primeiro carro zero, um Fiat Palio 98.

Críticas de que o Lifan é barulhento e o acabamento apresenta rebarbas nas peças plásticas não influenciaram a decisão de Fernanda. "Assumi o risco", diz.

Bezerra também não se deixou levar pelas dúvidas em relação à qualidade do produto chinês. "Ouvi falar da falta de estabilidade por problemas na suspensão, mas nada do que a gente compra é 100%", diz. "Já vi reclamações de carros nacionais que custam bem mais caro". O modelo da Chery tem três anos de garantia e Bezerra pagou R$ 1,58 mil pelo seguro, valor, segundo ele, próximo ao da apólice de um Chevrolet Celta.

Tastaldi diz que sua loja, instalada na zona oeste, tem clientela diversificada. "Tem gente que compra o primeiro carro novo, mas há clientes que já têm um ou dois carros e compram o QQ para dar ao filho ou como opção para os dias de rodízio."

A Chery também importa os modelos Face (R$ 31,9 mil), Cielo (R$ 42,9 mil) e Tiggo (R$ 51,9 mil). Tastaldi, que atua no comércio de veículos há 40 anos, deve abrir mais três lojas da marca chinesa na zona oeste. "Brasileiros gostam de novidades e a marca é muito dinâmica", diz.

Por três décadas, Sérgio Chamon foi concessionário de marcas nacionais como Ford e GM. Desde 2007, mudou de bandeira e tem nove lojas das chinesas Chana, Towner e Topic, todas no segmento de utilitários. A décima será aberta em agosto e outras cinco até o fim do ano.

No primeiro semestre, o grupo vendeu 900 veículos, ante 800 em todo o ano passado. "A rentabilidade nesse segmento é maior, pois a concorrência não é tão acirrada", atesta Chamon.

O Estado de Sao Paulo

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Perfil do Consumidor

20/06/2011 - Webtranspo, Marcos Morita, Exper em Marketing aponta perfil do consumidor

Marcos Morita

Tenho acompanhado com curiosidade a entrada de mais uma montadora chinesa, desta vez com algumas diferenças marcantes - a começar pelo estardalhaço. Espaços generosos nas principias mídias, corredores de shoppings centers e locais de grande circulação, além de propagandas em horário nobre. Como estudioso de marketing, tenho pensado de que maneira esta comunicação massiva, assim como a interessante proposição de valor, poderão influenciar os consumidores.

Gostaria de traçar um paralelo com a curva de adoção de tecnologias, a qual classifica os consumidores em cinco grandes grupos: pioneiros, visionários, pragmáticos, conservadores e tradicionais - avaliados conforme seu grau de interesse, aversão ao risco e familiaridade com o tema. Vejamos suas principais diferenças.

Pioneiros: viciados em tecnologia, são capazes de enfrentar horas de fila, só pelo prazer de ter em primeira mão a novidade do momento. Como formadores de opinião, divulgam seus comentários em sites e blogs especializados.

Visionários: apreciam a inovação, avaliando de que maneira determinada tecnologia irá auxiliá-los nas tarefas do dia-a-dia. Convencidos, costumam adotá-la, mesmo que ainda não totalmente testada e comprovada.

Pragmáticos: grupo bastante numeroso em tamanho, preferem soluções e produtos maduros, consagrados e consolidados, não se importando com a questão da exclusividade.

Conservadores: últimos a entrarem no mercado, estudam, analisam, avaliam e muitas vezes relutam em sua adoção. Também avessos ao risco, buscam produtos com ótima relação custo versus benefício.

Tradicionais: são muitas vezes forçados e obrigados a aderirem para não se sentirem excluídos. Caso encontre alguém sem celular ou email, saiba que a este grupo pertence.

Creio que com os veículos chineses esteja ocorrendo processo similar, sobretudo no que tange a aversão ao risco, haja vista o valor intrínseco do bem. Desta maneira, baseei-me em cinco categorias: desconhecimento, desconfiança, avaliação, consumo e recomendação, as quais de algum modo, se interrelacionam com as já apresentadas. Para melhor elucidá-las, trarei exemplos de outras nacionalidades, indústrias e segmentos, atuais e passados.

Desconhecimento: façamos uma volta no túnel do tempo. A posição atual das montadoras chinesas já foi ocupada por coreanos e japoneses, há algumas décadas. Famosas em seus países de origem, porém desconhecidas quando começam a ganhar escala, penetrando outros mercados. A propaganda de massa é uma das maneiras mais rápidas de se apresentarem aos novos consumidores.

Desconfiança: o respeitado Made in Japan, já foi sinônimo de produto de má qualidade no pós-guerra. A invasão de quinquilharias eletrônicas de baixo preço e qualidade duvidosa, presentes em ruas de comércio popular e camelôs, denigrem os produtos Made in China, correndo o risco de extrapolar a má fama para outras categorias.

Avaliação: nesta categoria incluo os veículos coreanos, os quais já deixaram a desconfiança, quando eram sinônimos de cachorro-quente. Não obstante a obsessão por comparativos e testes com marcas tradicionais, o avanço em tecnologia e design é visível. Sua compra pode ainda ser avaliada e contestada por razões como manutenção e revenda.

Consumo: celulares e televisores coreanos, só para citar alguns exemplos, estão hoje na mesma cesta que seus congêneres holandeses, americanos, finlandeses ou japoneses, ao menos no que se refere ao quesito escolha. Com forte apelo em preços, utilizado para conquistar a massa de consumidores conservadores, começam a inovar visando atrair os grupos mais antenados.

Recomendação: apesar dos recentes recalls envolvendo milhões de veículos, é patente a durabilidade dos veículos produzidos no país do sol nascente. Seus proprietários tornam-se em geral fiéis aos modelos e marcas, divulgando e recomendando a familiares, parentes e conhecidos. Consistência, inovação e qualidade são seus pilares.

Olhe ao redor e veja as marcas dos produtos existentes em sua cozinha, escritório e sala. Separe-os pela data de compra, dos mais recentes aos mais antigos. Repita o procedimento em seu círculo de convivência mais próximo: parentes e amigos. Creio que de alguma maneira a teoria se comprovará em maior ou menor grau.

Agora, prever quando os veículos chineses deixarão o horário nobre da telinha para ocupar as garagens é ainda incerto. É bem provável, todavia, que em algum tempo dividam o espaço hoje ocupado por japoneses e coreanos, para os quais até pouco tempo atrás nutríamos os mesmos sentimos de desconhecimento e desconfiança. É esperar para ver.

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Prefeitura de SP estuda trazer carro elétrico à cidade

02/06/2011 - Portal 2014

Acordo nesse sentido foi assinado ontem (1/6) com a Nissan e Eletropaulo


Prefeito Gilberto Kassab assina acordo para estudar o carro elétrico (crédito: Divulgação)

O carro elétrico pode estar chegando ao país. Pelo menos é o que aponta acordo de intenção assinado ontem (1/6) pela prefeitura de São Paulo com o grupo automotivo japonês Aliança Renault-Nissan e a AES Eletropaulo para estudar a a implantação de carros elétricos na cidade.

As primeiras sondagens entre a administração e a empresa japonesa começaram em abril de 2010 e tiveram como objetivo identificar as oportunidade e soluções para a introdução e viabilidade de carros elétricos (infraestrutura, pesquisas e produtos) na capital paulista.

A inclusão da AES Eletropaulo na atualização desta parceria é resultado dos estudos iniciais e um passo à frente para estabelecer o conceito de emissão zero na cidade.

Entre os pontos a serem analisados pelo município, Eletropaulo e Nissan está a implantação e a manutenção de uma rede de recarga, incentivos que facilitem a adoção de carros elétricos e campanhas educativas sobre as vantagens dos mesmos para a cidade, população e meio ambiente. 

Os veículos elétricos não emitem poluentes e ajudam a minimizar os níveis de ruído nas ruas, e vem sendo veiculado como uma solução de mobilidade, capaz de melhorar a qualidade de vida dos centros urbanos.

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Frota de carros aumenta 20 mil por mês em S

27/05/2011 - G1


Nos últimos anos, milhares de paulistanos das classes C e D realizaram o sonho de comprar um carro. Tudo graças ao aumento da renda familiar e do acesso a mais crédito. Por isso, a frota paulistana não para de crescer. Este ano, a frota de veículos só na capital paulista já chegou a mais de 7 milhões. Segundo o Detran, a frota aumenta, em média, 20 mil por mês.

O número de carros circulando na cidade de São Paulo é preocupante. Além dos congestionamentos, os veículos são responsáveis por 90% da poluição da cidade. De acordo com o professor de Economia Ambiental da UFRJ Carlos Eduardo Frikmann Young, é preciso criar algumas políticas no trânsito.

“A frota aumentou consideravelmente e as ruas não têm como expandir. Então, você vai ter que, ao mesmo tempo, criar políticas para impedir o uso do automóvel, uma situação paradoxal. Por um lado você incentiva a aquisição do automóvel e por outro lado você proíbe o seu uso.”

Francisco usou o transporte público por 12 anos, para trabalhar e estudar. Cansado de pegar o ônibus lotado e demorar até quatro horas para chegar em casa, decidiu investir em um carro próprio. Ele financiou o saldo em 36 vezes, mas diz não se arrepender. “Uma conta a mais, mas também um conforto a mais. Posso viajar, posso sair com meus filhos, não preciso depender de um ônibus.”

Segundo o especialista em tráfego Horácio Figueira, o problema na hora do transporte é que os ônibus são mais lentos. Mais paulistanos usariam o transporte público se não houvesse tanto congestionamento. “Eu preciso dar velocidade para essas linhas nos corredores e faixa exclusiva, eu preciso dar conforto e frequência. Hoje você não tem nada disso. Você não tem velocidade, não tem conforto e não tem frequência e nem confiabilidade.”

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Estado de SP é o 1º do mundo a ter padrão mais rígido de qualidade do ar

26/05/2011 - O Estado de São Paulo, Paulo Saldaña

São Paulo é o primeiro Estado do mundo a adotar padrão mais rígido de limites para poluição, em acordo com recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS). A mudança foi aprovada ontem pelo Conselho Estadual de Meio Ambiente (Consema).

O documento, discutido e elaborado por um grupo de trabalho desde março de 2010, delimita metas de qualidade do ar mais exigentes que as vigentes hoje. Esses são os parâmetros usados para que a cidade de São Paulo, por exemplo, seja colocada em estado de alerta, atenção ou emergência por causa da poluição. Para se ter uma ideia, o nível aceitável hoje de material particulado - as chamadas partículas inaláveis, um dos poluentes mais presentes nas cidades - é três vezes superior ao padrão internacional que foi aprovado.

Esse novo paradigma da má qualidade do ar deverá ter reflexos importantes a médio prazo. Novas metas influenciarão os requisitos para empresas obterem licenças ambientais e a aplicação de medidas mais extremas nas cidades, como a interrupção de aulas e a ampliação do rodízio de veículos sempre que o nível de poluição atingir índices críticos.

"Agora temos um novo desafio", afirmou o secretário estadual do Meio Ambiente, Bruno Covas, que preside o Consema. "Os padrões atuais são de 1976. E são padrões, não metas como agora. É importante que as pessoas percebam que deve haver uma mudança de comportamento e cabe ao Estado ser o indutor das alterações para atingir essas metas." Na cidade de São Paulo, 4 mil pessoas morrem por ano de doenças provocadas ou agravadas pela poluição.

Segundo a diretora de Tecnologia e Avaliação Ambiental da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), Ana Cristina Pasini, esse é um passo importante para combater a poluição, mas não pode vir desacompanhado de ações para redução de emissão de poluentes - que não fazem parte do relatório. "É preciso ter um acompanhamento de políticas públicas, como transporte e energia", diz ela. "Isso torna mais transparentes as condições e a população tem de acompanhar e cobrar."

Prazo. A revisão ainda será encaminhada ao governador Geraldo Alckmin (PSDB), que deve publicar um decreto com essas determinações. Antes de se alcançar os níveis finais preconizados pela OMS, outras três metas intermediárias deverão ser contempladas. Só para a primeira há prazo estabelecido: três anos. Já para as outras metas a definição de datas ocorrerá ao longo da primeira fase.

Esse foi um dos pontos mais criticados na reunião de ontem. "O primeiro nível da meta, a ser alcançado em três anos, é relativamente baixo. E é um pouco frustrante que a meta final não tenha um prazo definido", afirma a bióloga Sonia Maria Gianesella, professora da USP.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Vendas de carros recuam no Brasil

23/05/2011 - Webtranspo

SP tem queda de 1,1%; feirão pode ajudar

Chevrolet realizou mega-feirão nos últimos dias 15 e 16 de maio

O mercado automotivo do País começou a dar sinais negativos após as medidas do governo em conter a inflação. As vendas de automóveis na primeira quinzena de maio registrou uma retração de 6,62%, com relação ao mesmo período de abril. De acordo com a Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores), houve um comércio de 107.483 unidades no Brasil.

De acordo com a federação, a exigência de maiores garantias dos bancos para compra a longo prazo, o aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) em 1,5% e a maior alta dos juros básicos favoreceram a contenção da demanda.

Maior região consumidora de carros, o Estado de São Paulo também registrou queda nas vendas, ainda que menor que a média mensal. Segundo o Sincodiv-SP (Sindicato dos Concessionários e Distribuidores de Veículos), o desempenho caiu 1,1% nos primeiros quinze dias e, a exemplo do restante do País, o resultado foi influenciado pelas medidas governamentais.

Segundo a entidade, a soma das vendas de automóveis e comerciais leves nesta primeira metade de maio atingiu 43.103 unidades contra 44.658 no mesmo período do mês anterior. Com relação à primeira metade de maio de 2010 ocorreu um crescimento de 28,4%. O desempenho de São Paulo representou 30,8% do volume nacional.

Feirões

Para ampliar suas vendas, as montadoras realizam os chamados feirões de fábrica, no qual o consumidor tem a oportunidade de encontrar carros novos a preços diferenciados e juros um pouco abaixo do praticado atualmente pelo mercado. A ação, que geralmente ocorre nos fins de semana, tem sido uma boa ferramenta na estratégia comercial das empresas.

Um exemplo dessa iniciativa foi dado pela Chevrolet que realizou um mega-feirão de fábrica nos últimos dias 15 e 16 de maio. De acordo com a montadora, a ação que ofereceu taxas de juros atrativas, foi estendida para toda a rede de concessionárias no território nacional.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Classe C vai gastar mais para alimentar o carro do que para alimentar a família.

17/05/2011 - Mobilidade Sustentável



Carros e motos já aparecem como prioridade de consumo na nova classe média brasileira , esta tendência foi apontada numa pesquisa divulgada em outubro de 2010 pelo Ibope (Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística) revelava que até fevereiro de 2011 cerca de 30% das pessoas da Classe C planejavam comprar um carro. Um apontamento feito pela Data Popular mostrou que o aumento do valor dos veículos e a busca por modelos mais sofisticados faz com que a Classe C invista até 70% a mais para aquisição do automóvel. Além disso, cresceu também os gastos com seguro, manutenção e acessórios. Para se ter uma idéia a nova classe média do Sul é a mais motorizada no país sendo que cerca de 67% das famílias têm automóvel, contra 49% das do Norte e do Centro-Oeste. 

Teoricamente a Classe C gastaria mais para alimentar um carro do que para alimentar a família e se carro foi financiado o comprometimento poderia representar quase 70% da sua renda.

Vamos imaginar que a média de consumo de combustível de um carro popular seja 12 km/ litro de gasolina dentro da cidade de SP sem contar com as horas paradas no trânsito.

Uma pessoa que circula 20 km por dia apenas para trabalhar vai percorrer 4.800 km por ano e vai desembolsar cerca de R$ 1.000,00 apenas com combustível. 

Se somarmos outras despesas de um carro popular zero km, vamos ter mais ou menos os seguintes gastos por ano, sem contar custos de manutenção e aumento do combustível.

1.000,00 gasolina
1.500,00 seguro
2.400,00 estacionamento
1.200,00 IPVA

Chegaríamos a um custo de R$ 508,00 por mês para alimentar o carro quase que um salário mínimo ( R$ 545,00) 

Segundo o IBGE as classes sociais são divididas por faixa salarial:
classe A (entre R$ 6,6 mil e R$ 11 mil); 
classe B (entre R$ 2,2 mil e 3,8 mil); 
classe C (R$ 1,1 mil); 
classe D (R$ 570) e 
e classe E (R$ 300).

Sem uma política de transportes públicos adequada, iremos “produzir” uma bolha insustentável de endividamento na classe C muito acima do razoável . O que acontece quando a inadimplência aumenta? O número de consumidores que não honraram suas dívidas aumentou 21,4% no primeiro trimestre do ano, em relação ao mesmo período de 2010. Na comparação com fevereiro, houve um crescimento de 3,5% em março. Em relação ao mês de março de 2010, o aumento foi de 14,4%, de acordo com o Indicador Serasa Experian de Inadimplência do Consumidor.

O aumento das vendas de automóveis nesta classe é insustentável e trará graves implicações para economia e desenvolvimento da cidade. 

O que evitaria esta catástrofe? O aumento do Juros ou uma política de desenvolvimento social que possibilite levar para os bairros mais afastados , trabalho, saúde e lazer, evitando grandes deslocamentos?

Por Lincoln Paiva

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Até 15 km por dia, táxi é mais barato do que carro

15/05/2011 - Folha de São Paulo

A aposentada Sônia Cacace, 69, abdicou do conforto do carro particular pela praticidade do táxi há dois anos.

"Como rodo pouco, o custo para manter um automóvel sai mais caro. Minhas oito colegas também fizeram o mesmo. Hoje, nem o trânsito caótico me estressa tanto", relata Cacace, que diz aproveitar melhor o tempo ocioso no banco do passageiro.

A pedido da Folha, Samy Dana, professor de finanças pessoais da Fundação Getúlio Vargas, comparou os custos anuais para manter um carro e para andar de táxi.

Os cálculos do professor da FGV mostram quando é vantagem vender o carro e ir (ou ligar) para o ponto.

Para quem roda até 15 km por dia entre ida e volta (do trabalho, por exemplo), o táxi sai (1%) mais barato do que manter um veículo de R$ 40 mil (preço médio dos carros novos vendidos no país).

O custo anual para rodar aproximadamente 5.500 km com carro particular é de cerca de R$ 17.300. Isso quando o dono arca com combustível e todas as taxas, como inspeção, seguro e estacionamento. A depreciação do veículo também está inclusa_o Datafolha calcula que o carro perde 7% do valor ao ano.

"Considerei ainda que o valor de um carro médio aplicado renderia R$ 300 por mês. Isso custearia quase uma semana de táxi em trajetos curtos", calcula Dana.

Quando a comparação é feita com um modelo "popular", de R$ 25 mil e com motor 1.0, que é mais econômico, o táxi só compensa para quem roda até 10 km por dia.

Nesse caso, o custo anual para percorrer 3.600 km seria de R$ 12.463_R$ 10 a menos do que com o carro.

Isso porque a tarifa de táxi na capital paulista é cara, apontam especialistas. Custa quase o dobro da de Buenos Aires, por exemplo.

Em São Paulo, além dos R$ 4,10 iniciais, paga-se mais R$ 2,50 por quilômetro rodado. Após as 20h e aos domingos, esse valor aumenta 30%.

Mesmo assim, o arquiteto de informação Avi Alkalay, 37, resolveu vender o segundo carro. "A cidade não comporta mais esse luxo."

A naturóloga Fernanda Leme, 27, desistiu de seu carro particular para aderir ao táxi após a Lei Seca, de 2008.

"Passei a usar táxi para ir às baladas e vi que era vantajoso, porque os estacionamentos estão muito caros."

Coletivo

Para o especialista em engenharia de tráfego Sérgio Ejzemberg, tanto faz usar táxi ou carro --porque o veículo individual vai ocupar o mesmo espaço na rua.

A solução mais adequada é o transporte coletivo, como o metrô. "As pessoas só desistirão do carro quando houver um transporte coletivo decente --com o mínimo de conforto", diz.

terça-feira, 10 de maio de 2011

Táxi é mais barato que carro particular

10/05/2011 - Webtranspo

Frota paulista supera a de Paris e Nova York

São Paulo possui uma frota de 32.046 táxis

Às 9h na manhã desta terça-feira, 10, São Paulo registrou congestionamento em 105,02 quilômetros de ruas e avenidas, o que representou 12,1% do total de 868 quilômetros de vias monitoradas pela CET (Companhia de Engenharia de Tráfego). O para e anda na capital paulista somado ao alto preço da gasolina e etanol está fazendo com que as pessoas repensem a utilização do transporte individual na cidade.

Uma alternativa ao automóvel privado segundo o Cefipe (Centro de Estudos de Finanças Pessoais e Negócios) poderia ser a utilização de táxi como meio de transporte. De acordo com um estudo realizado pela entidade, o serviço poderia fazer com que a pessoa economizasse R$ 900 por mês. O levantamento analisou todos os gastos referentes a um veículo no valor de R$ 40 mil, ou seja, impostos, manutenção, seguro, combustível, depreciação e até rendimento caso o dinheiro estivesse aplicado, a conclusão foi de que um automóvel particular custaria R$ 1.900, enquanto que as corridas de táxi sairiam por R$ 1 mil mensais.

Um dos argumentos da pesquisa é de que R$ 40 mil investidos na bolsa renderiam no mínimo R$ 265, enquanto um automóvel neste valor desvalorizaria ao menos 1% por mês, o que representa R$ 400.

No entanto, Ricardo Auriemma, presidente da Adetax (Associação das Empresas de Táxi de Frota do Município de São Paulo) faz algumas ressalvas sobre esta pesquisa. “Esta economia depende fundamentalmente da distância diária percorrida pelo usuário. A vantagem do táxi poderia ser ainda maior com a redução dos índices de congestionamento no trânsito. Basicamente, o usuário deve comparar o custo de ir e voltar do trabalho todos os dias com táxi e o custo de se fazer o mesmo trajeto com um carro particular. O custo do táxi provavelmente será menor na maioria das vezes”, afirma.

Algumas pessoas já substituíram o veículo particular pelo serviço em alguns momentos. “Como posso ir a pé para meu trabalho e em meu prédio não tem garagem, seria muito caro manter um veículo para este ficar parado em estacionamento. Quando vou ao supermercado pego um táxi para trazer as compras”, afirmou Milena Miziara, jornalista.

Desde 1996, São Paulo conta com uma frota de 32.046 táxis comuns, a maior do Brasil, o que corresponde a aproximadamente um veículo deste tipo para cada 305 habitantes. Segundo Auriemma , este número tem sido mantido há 15 anos para que não haja mais táxi do que moradores e afirma que por vezes o serviço parece não dar conta da demanda pelo congestionamento da cidade e não pela falta de taxistas. A cidade tem uma frota maior que, por exemplo, Nova Iorque e Paris.

Outro ponto que o executivo ressalta é que a capital paulista possui táxis novos e que há cursos para especialização dos profissionais que atuam na área. Porém, ele admite que a demanda aumentou devido ao aquecimento no mercado turístico.

Táxi não é solução

Durante a inauguração da estação Butantã da linha amarela do Metrô, Geraldo Alckmin, governador de São Paulo, afirmou que São Paulo precisaria de no mínimo o dobro dos atuais 70 quilômetros de linhas férreas para suprir a demanda de passageiros de transporte público e melhorar a mobilidade urbana.

Embora a cidade tenha um déficit no transporte público, Auriemma afirma que o táxi não deve ser visto como uma alternativa aos coletivos. "O aumento de tarifas do metrô e dos ônibus não favorece os táxis. Não podemos, numa cidade como São Paulo, depender deste tipo de serviço como transporte de massa e sim tê-los como algo complementar. Entendemos que a cidade precisa de muitos investimentos no sistema metroviário. Sendo assim, reiteramos que o táxi é essencial para o transporte da cidade, exatamente porque dá suporte aos meios de transporte de massa", ressalta.

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Petrobras vai ampliar a participação na produção do etanol, diz Lobão

06/05/2011 - Agência Brasil


BRASÍLIA – A Petrobras vai aumentar a participação da estatal na cadeia de produção de etanol. A empresa é hoje responsável por 5% de toda produção do país e pretende aumentar essa parcela para 15% até o fim do governo de Dilma Rousseff. A informação foi dada hoje (6) pelo ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, após se reunir com a presidenta no Palácio da Alvorada. O objetivo do governo é que a Petrobras possa, cada

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Rio estuda implantação de estações para aluguel de carros elétricos

03/05/2011 - O Estado de São Paulo, Tiago Rogero

Ideia, segundo Paes, é semelhante à do sistema de aluguel de bicicletas; projeto já existe em Paris

RIO - A exemplo de Paris, o Rio de Janeiro estuda a implantação de estações para a locação de carros elétricos. A prefeitura publicou nesta terça-feira no Diário Oficial um chamamento público para que empresas interessadas em participar se manifestem. Enquanto na capital francesa as estações para alugar e recarregar os automóveis devem ser inauguradas até o fim de 2011, no Rio o projeto ainda é embrionário.

Segundo o prefeito Eduardo Paes, o objetivo é atrair empresas que possam, neste primeiro momento, planejar a implantação. "Não tenho condições de, dentro da prefeitura, destacar alguém só para isso." Paes disse que, no ano passado, foi procurado em três ocasiões por diferentes empresas propondo o sistema de aluguel de carros elétricos, "mais econômicos e menos danosos ao meio ambiente."

A partir desta terça-feira, os interessados têm um prazo de 30 dias para manifestar interesse. Já os projetos devem ser entregues à prefeitura em até seis meses. "Vamos deixar os grupos privados modelando isso, verificando a viabilidade econômica, possibilidade física", disse.

A ideia, segundo Paes, é semelhante à do sistema de aluguel de bicicletas, o Pedala Rio, da prefeitura. Também inspirado em um modelo de Paris, o programa, lançado em 2009, chegou a ser suspenso por três meses devido ao desaparecimento de 56 bicicletas em apenas duas semanas. Hoje, opera com escala básica - 60 bicicletas, já foram 150 -, em 19 estações nos bairros de Ipanema, Leblon, Gávea, Copacabana, Leme e Lagoa, todos na zona sul.

Em Paris, são cerca de 1.800 estações e 20 mil bicicletas, e o serviço atende também aos 30 municípios dos arredores. Segundo o gerente do Pedala Rio, Leandro Araújo, a Serttel, empresa responsável pela operação do programa, está negociando com a prefeitura a construção de outras 31 estações até o fim do ano. O processo, de acordo com Paes, está "bem encaminhado."

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Carros elétricos chegam a Israel

28/04/2011 - Webtranspo

Venda de veículos começa em agosto

A Better Place, empresa americana especializada em difundir o uso de veículos elétricos, começará a vender carros movidos a eletricidade em agosto deste ano em Israel, a iniciativa é pioneira no país. A companhia, inclusive, já converteu o seu centro de visita ao norte de Tel Aviv em um centro de vendas. O primeiro modelo à disposição deve ser o Renault Fluence ZE.

Shai Agassi, presidente da organização, não revelou quanto custará o veículo, porém informou que o valor deve ser baixo, pois os carros elétricos pagam apenas 10% dos impostos contra 90% dos que são cobrados aos carros normais, o benefício faz parte da lei de incentivo fiscal israelense.

domingo, 10 de abril de 2011

Brasil já tem 1 carro para cada 6 habitantes

10/04/2011 - O Estado de SP, Cleide Silva

Frota chega a 32,4 milhões de veículos e tem idade média de 8 anos e 8 meses

Há um carro para cada seis habitantes no Brasil, paridade que vem diminuindo a cada ano. O fenômeno do crescimento econômico, do crédito farto - e agora mais caro - e da ascensão da classe média levou a frota brasileira a registrar aumento de 61,3% em uma década, atingindo 32,4 milhões de veículos em 2010. No mesmo período, a população aumentou 12,3%, para 190,7 milhões de pessoas.

Num cálculo mais preciso, o País tem 5,9 habitantes por veículo, incluindo na conta automóveis e comerciais leves (94% da frota total), caminhões e ônibus. Em 2000, a proporção era de 8,4 habitantes por veículo. A vizinha Argentina tem entre 4,5 e 5 habitantes por carro.

Além de maior, a frota brasileira está mais jovem, concentrada e mais lenta nas grandes metrópoles. Dos veículos em circulação, 42% têm até cinco anos de uso. Ainda circulam pelo País 1,3 milhão de veículos com mais de 20 anos, idade que as empresas consideram crítica em termos de manutenção, desempenho e emissão de poluentes.

Estudo concluído na semana passada pelo Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores (Sindipeças) mostra que a idade média da frota é de 8 anos e 8 meses. Até 2007, esse indicador estava acima de 9 anos. “A renovação é lenta porque ainda há muitos veículos antigos em circulação”, diz Antônio Carlos Bento, conselheiro do Sindipeças. Da frota total, 23% têm entre 11 e 20 anos.

Apenas cinco Estados (São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Paraná e Rio Grande do Sul) concentram 70% dos veículos que rodam pelo território nacional. A expansão para cidades do Norte, Nordeste e Centro-oeste é um fenômeno recente.

Para realizar o estudo anual, o Sindipeças leva em conta o sucateamento que ocorre com a retirada de veículos velhos de circulação, acidentes com perda total e roubos sem recuperação, fatores que não são considerados nos dados do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), que contabiliza frota muito superior, até porque muitos motoristas não dão baixa nos registros.

“A motorização no Brasil está ocorrendo de forma mais rápida que em outros países emergentes”, diz o diretor da consultoria Kaiser Associates, David Wong.
Vilão

O presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Cledorvino Belini, vê a modernização da frota como positiva para segurança o meio ambiente, pois carros novos poluem menos por terem sistemas mecânicos mais modernos. A maioria dos automóveis também está saindo de fábrica com motor flex, que incentiva o uso do etanol quando está mais barato que a gasolina.

Hoje, 39% dos veículos que rodam pelo País são multicombustível, participação que era de apenas 2% em 2004. Nesse período, a frota abastecida com gasolina diminuiu de 72% para 52% e a que rodava apenas com álcool caiu de 16% para 5%. Modelos a diesel tiveram participação reduzida de 10% para 4%. O aumento da frota não é acompanhado em ritmo igual por melhorias na infraestrutura, ressalta Wong. Os constantes congestionamentos nas grandes cidades atestam a falta de transporte público e obras viárias, como a ampliação das pistas.

“O que o País precisa é aumentar o transporte de massa, principalmente para as pessoas irem e voltarem do trabalho, o que faria do automóvel uma alternativa, e não o vilão”, diz Belini.

Bento, do Sindipeças, concorda que há muito a ser feito, como estradas melhores para atender essa frota, que também é mais internacional. A frota brasileira é composta por 11,3% de veículos fabricados fora do País, contra 8,9% em 2005. “Antes, notadamente a maior parte dos carros importados vinha da Argentina, mas nos últimos anos há crescimento significativo da presença de veículos de outras origens”, explica.

Em relação a 2009, o crescimento da frota foi de 8,4%. O segmento de automóveis cresceu 7,9% (25,8 milhões), o de comerciais leves 11,3% (4,78 milhões), o de caminhões 10,1% (1,49 milhão) e o de ônibus 4,6% (331,9 mil).

Outro segmento que tem mostrado fôlego é o de motocicletas, cuja frota passou de 9,4 milhões de unidades, em 2009, para 10,6 milhões, no ano passado.

Canal T1

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Nacionais perdem espaço para importados
SEX, 08 DE ABRIL DE 2011 10:08 ESCRITO POR REDAÇÃO WEBTRANSPO: ELIANE LEITE / FOTO: DIVULGAÇÃO 0 COMENTÁRIOS

Competitividade em baixa no mercado brasileiro

JAC Motors recém-chegada ao mercado brasileiro trabalha para conquistar sua "fatia" dos consumidores

Os importados estão “tirando a vez” das montadoras nacionais no mercado brasileiro. Conforme dados revelados pela Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) nesta quinta-feira, 7, a participação dos veículos estrangeiros cresceu de 5,1%, em 2005, para 22% neste ano (considerando o primeiro trimestre). Na mesma ocasião, as exportações despencaram de 30,7% (em 2005) para 14,5% no último trimestre.

De janeiro a março último, o número de veículos importados licenciados no Brasil foi de 182 mil unidades, 28,5% maior que no mesmo período do ano passado; quando foram comercializadas 142 mil unidades.

No quadro de exportação o déficit é de 62 mil veículos. No primeiro trimestre deste ano foram enviados ao mercado internacional 120 mil unidades. Em 2010, considerando o mesmo período em questão, o saldo ficou negativo em 20 mil veículos, com a exportação de 122 mil unidades e importação de 142 mil.

Segundo a Anfavea, a razão da alta no licenciamento de importados é a entrada de montadoras estrangeiras no País. Para Cledorvino Belini, que preside a entidade, o problema principal dessa alta é a perda de competitividade do mercado interno.

“O aumento dos importados no mercado nacional faz parte do jogo. A questão é que devemos ter também competitividade para exportar”, salientou. Segundo ele, em 2005, o mercado brasileiro exportava mais de 900 mil unidades, hoje esse número é de 67.764 (números de março), considerando os automóveis, caminhões e ônibus.

Para ele, isso demonstra a valorização do real. No entanto, o mercado precisa reagir sobre esta questão. “Apresentaremos ao governo um estudo no qual mostraremos um caminho para que o setor possa fazer crescer a competitividade no mercado interno e os índices de exportação”, observou.
 

Tags:exportaçãoimportaçãoimportadosmercado brasileiro
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