terça-feira, 18 de outubro de 2016

Uber cresce 10 vezes e já tem 50 mil motoristas

18/10/2016  - O Estado de SP

SÃO PAULO - Um ano após as primeiras polêmicas envolvendo o Uber no País, o número de motoristas na empresa americana cresceu dez vezes no período, atingindo 50 mil parceiros. Em meio a condutores insatisfeitos com casos de assalto recentes e queixas de baixo retorno financeiro, além da sobretaxa anunciada pela Prefeitura de São Paulo para combater o monopólio do Uber, empresas concorrentes começam a ganhar espaço. 

Além do Uber, três aplicativos também estão cadastrados para operar na capital paulista hoje: Cabify, 99POP e Easy Go. Essas empresas não informaram o número de veículos e de downloads. Há ainda outras quatro em processo de credenciamento – questionada, a Prefeitura não informou quais. 

Na semana passada, a gestão municipal decidiu mudar a cobrança de taxas dos aplicativos de transporte. A outorga cobrada, agora, crescerá de acordo com o tamanho da empresa. Na prática, a sobretaxa deverá encarecer as viagens do Uber em relação aos concorrentes. A mudança é para evitar que a americana domine o mercado paulistano.

Segundo dados do Uber obtidos pelo Estado, a meta de 50 mil colaboradores no Brasil foi estipulada em fevereiro. Em setembro de 2015, então com 5 mil motoristas parceiros no Rio e em São Paulo, a empresa havia colocado como meta chegar a 30 mil colaboradores neste ano. De acordo com a empresa, eram cerca de 500 mil usuários na época – quando se considerava o número de downloads do app. 

Hoje, o Uber atua em 27 cidades e chegou a 4 milhões de usuários ativos – quem usou o serviço pelo menos uma vez nos últimos três meses. O Estado procurou o Uber, que não quis comentar os dados.

Em São Paulo, após a regulamentação dos aplicativos de transporte, em maio, e a mudança na cobrança da taxa para quebrar o monopólio do Uber, a demanda dos usuários e dos motoristas também tem crescido em outros aplicativos. Segundo o diretor-geral do Cabify Brasil, Daniel Velazco-Bedoya, a fila de espera para ser colaborador da empresa espanhola é de 30 mil pessoas, considerando, além da capital paulista, Rio, Porto Alegre e Belo Horizonte. 

“Estamos atualizando nossa previsão de crescimento. (A sobretaxa) afeta diretamente. Esperamos que tenha migração não apenas de parceiro, mas de usuários. Ou a empresa vai absorver os custos, que podem ser altos, ou pode repassar para o usuário. Se for repassado para o usuário, deve haver uma migração”, afirmou Velazco-Bedoya.

De acordo com informações do gerente de relações-públicas da 99POP, Ricardo Ricardo Kauffman, nas últimas duas semanas as corridas com o aplicativo cresceram 48%, na comparação com as duas últimas semanas de setembro. Segundo ele, no mesmo período, houve aumento de 46% no número de motoristas que ativaram o 99POP, serviço da empresa 99 com motoristas particulares. Até o fim do ano, o aplicativo planeja expansão para o Rio. “Estamos bastante satisfeitos por conseguir atrair novos passageiros pela qualidade, agora que conseguimos preço mais competitivo”, diz ele. 

Sem detalhar, o diretor Brasil Geral da Easy Go, Fernando Matias, disse que um dos investimentos da empresa para se tornar mais competitiva é a redução “dos custos dos motoristas” para deixar o valor das corridas mais acessível, como abastecimento em postos de gasolina. 

Pesquisa. Antes de recorrer a um dos aplicativos, a publicitária Marcela Caló, de 25 anos, faz pesquisa de preço entre três opções: Uber, Cabify e táxi. Se está com pressa, opta pelos taxistas, que têm permissão para trafegar em corredores e faixas de ônibus. Entre Uber e Cabify, a escolha toma por base o valor a ser pago pela viagem. “Não me preocupo tanto com o serviço. Se o carro estiver detonado, reparo e dou pontuação menor. Mas em geral acabo escolhendo por desconto, por qual viagem sairá mais barata. Às vezes, entre um aplicativo e outro, a diferença é de R$ 10”, diz. 

A professora de Direito Público da Pontifícia Universidade Católica (PUC-SP), Dinorá Grotti, reconhece que a sobretaxa criada pela Prefeitura deve provocar uma competição mais acirrada entre os aplicativos. Ela avalia, porém, que a regulamentação por decreto e a falta de uma lei criam insegurança jurídica “generalizada”.

Para o motorista do Uber André Pimenta, de 37 anos, a empresa só vai deixar de perder colaboradores se reduzir a taxa de 25% de cada corrida, que fica com o aplicativo. 

Ele está há dez meses no aplicativo e, no início, o lucro era o seu sustento. Agora, acumulou “bicos” e passou a procurar um emprego fixo. “Penso em sair se não houver valorização melhor do parceiro”, afirma Pimenta. 

A socióloga Raquel Alonso, de 32 anos, usou o Uber no máximo cinco vezes neste ano. E não quer repetir a experiência. “As empresas de aplicativo têm usado a imagem de novo modelo de tecnologia como venda de uma ilusão. Você diz para o motorista que ele tem mais flexibilidade de trabalho, que está mais livre. Mas, na verdade, a pessoa está mais presa. Sem nenhuma garantia, ela acaba trabalhando muito mais. É uma precarização”, afirma. Hoje, quando não está usando transporte coletivo público, só usa táxi.

sexta-feira, 16 de setembro de 2016

O que aconteceu com a indústria automotiva?

16/09/2016  - Valor Econômico

Vicente Assis, B. Hagemann e Bernardo Ferreira

A indústria automobilística brasileira sempre foi um grande trunfo da economia nacional. Tanto a venda de automóveis leves como a de caminhões foram a quarta maior do mundo em 2013. Mas esse cenário já faz parte do passado. Comparando as vendas de 2013 com a expectativa de vendas para 2016, deve ocorrer uma queda de 45% em automóveis leves e de 67% em caminhões. O que parecia ser uma história de sucesso vive, hoje, um período de derrocada.

A economia foi um fator importante para a crise atual, uma vez que o PIB deve encolher mais de 3% pelo segundo ano consecutivo. O volume de financiamento de veículos vem se contraindo, enquanto o custo do financiamento aumentou em linha com a taxa básica de juros, que subiu de 8 a 10% em 2013 para mais de 14% em 2016. Além disso, a taxa de desemprego disparou de 7% para mais de 11% nesse mesmo período.

Após o mercado automotivo crescer ininterruptamente nas décadas de 1960 e 1970, a primeira crise ocorreu em 1982 e 1983, quando caiu 46% do seu pico e ficou estagnado por 10 anos. A segunda crise foi entre 2000 e 2001, com uma queda de 35% do mercado e subsequente estagnação de 3 anos. Após um novo período de 10 anos de crescimento, estamos na terceira crise, que já dura 4 anos e cuja retração esperada é de 45%. Apesar de uma provável melhora nos próximos dois anos, a indústria precisará de uma nova década de crescimento da economia para voltar aos patamares de vendas que vimos em 2013.

Soma-se a isso a atração de investimentos com base em premissas que não se concretizaram nos últimos anos: expectativa de que a economia era sólida, que o mercado local iria crescer indefinidamente e que o país comportaria uma indústria de 5 milhões de carros por ano. Com incentivos governamentais, a consequência foi a intensa instalação de fábricas de automóveis no Brasil nos últimos anos: saltou de 53 em 2011, para 65 em 2015.

A capacidade instalada é tão superior à demanda (a utilização da capacidade em 2016 será abaixo de 50%) que seria necessário um inimaginável crescimento do mercado de 10% ao ano nos próximos cinco anos a fim de voltarmos a utilizar 80% da capacidade total.

A maneira como o mercado automotivo cresceu no Brasil criou distorções que hoje atrapalham a recuperação. O foco excessivo em venda de carros de entrada, com menos tecnologia, para o mercado interno mascarou deficiências que a indústria automobilística acumulou durante as últimas décadas. Essas deficiências apareceram com força agora, quando o país passa por uma das piores crises de sua história: a produção de automóveis no Brasil não é competitiva no contexto internacional.

As montadoras, por exemplo, preferem exportar carros para os outros países da América do Sul a partir de outras regiões produtoras, como Ásia, México ou até mesmo da Europa. O Peru, nosso vizinho, importou 70% da Ásia e apenas 2% do Brasil em 2014.

A razão mais importante para a falta de exportação do Brasil é o custo elevado de se produzir um carro no país. O custo de produção do mesmo carro é 7 a 10% maior no Brasil do que nos Estados Unidos - que é mais caro que na Ásia. Para reverter este cenário, precisamos significativamente reduzir os custos dos veículos produzidos no Brasil.

No Brasil ainda não há a cultura de formação de polos industriais de excelência. A indústria fornecedora de autopeças local está focada principalmente em produtos com baixo valor agregado: vivem apertados entre os preços de matérias-primas, produtividade baixa e custos cada vez maiores. Como consequência, a saúde deste setor é baixa, tornando-se um problema para a indústria inteira: a crise aguda força diversos fornecedores a fecharem suas portas, deixando seus clientes sem uma fonte local de fornecimento.

Apenas algumas montadoras entenderam esse problema e construíram uma base de fornecedores saudável que suporta preços baixos através de custos baixos - outras montadoras trabalharam focadas apenas no curto prazo por meio de pressão constante para preços baixos até o ponto em que os fornecedores não têm mais capacidade de continuar seus negócios.

Precisamos, também, urgentemente aumentar a produtividade da indústria automobilística brasileira, uma das mais baixas em nível mundial. Um operário no Brasil produz em média 33 veículos por ano, enquanto os chineses produzem 54 e os americanos atingem 55 carros. Para termos ideia da defasagem da produtividade nacional, nos últimos 20 anos a China, em todas as indústrias, aumentou sua produtividade em mais de 8% ao ano, enquanto o Brasil melhorou míseros 1,2%.

O aumento da produtividade é a chave para aumentar a competitividade nacional e internacional. Falta ainda um sistema de educação eficiente, dedicado à profissionalização de cargos técnicos. Muitas empresas até criaram suas próprias soluções, mas isso só funciona para as grandes companhias.

Outro entrave é a alta taxa de imposto no valor final do veículo: 30% dos preços de venda do carro estão direta ou indiretamente atrelados aos impostos. Nos Estados Unidos, o peso do imposto no valor final do carro corresponde a 6% e na Alemanha, a 19%.

Players da indústria automotiva nacional e governo precisam aceitar que os tempos mudaram e, em comparação com o passado, o mercado não irá retornar para alto índice de utilização nos próximos anos. Se a indústria não repensar completamente seu modelo de negócio no país, o Brasil seguirá com grandes dificuldades em transformar esse setor em plataforma de exportação e estimular a demanda doméstica.

Hoje o setor automotivo é responsável por 5% do PIB nacional, sendo sem dúvida a mais importante indústria de alto valor agregado. Pode ser tarde demais para criar fortes montadoras brasileiras, mas definitivamente não é tarde demais para posicionar o Brasil novamente como um dos centros principais da indústria automotiva global.

Vicente Assis é presidente da McKinsey no Brasil.

Bjorn Hagemann é sócio da McKinsey.

Bernardo Ferreira é expert de indústrias avançadas da McKinsey.

domingo, 26 de junho de 2016

Com brecha na lei, serviço de mototáxi estreia em SP; prefeitura é contra

25/06/2016  - Folha de SP

A partir da próxima sexta-feira (30), o morador de São Paulo que quiser percorrer a cidade sob duas rodas terá à disposição um sistema de transporte de passageiros em motos por meio de um aplicativo semelhante ao Uber.

A iniciativa é da empresa pernambucana T81, que atua desde março na Grande Recife, no Rio de Janeiro e em Joinville (SC). Cerca de 2.000 motociclistas, segundo eles, já foram cadastrados pela empresa para prestar o serviço na capital paulista.

Mesmo antes de iniciar as operações, a iniciativa já causa polêmica, já que o transporte de passageiros em motos, como os mototáxis, não é regulamentado em São Paulo. A prefeitura diz ser contrária à adoção do serviço. A empresa, contudo, deve aproveitar a brecha legal para iniciar a operação na cidade e promete buscar a Justiça, se necessário, para ter o direito de prestar o serviço.

Segundo o presidente da T81, Josival de Melo Júnior, a ideia agora é levar o serviço, que já tem forte adesão em cidades médias do Nordeste, para os grandes centros do país. "É um tipo de serviço que sempre vai ter demanda. Às vezes, a pessoa está atrasada para um compromisso ou vai perder um voo, chama a moto que vai chegar na hora."

O Uber já testa o modelo em cidades como Bangkok, na Tailândia, mas ainda não pensa em adotá-lo no Brasil.

Além do serviço em motos, T81 também vai disponibilizar a tradicional a opção de transporte de passageiros em carros e o mercadorias. E promete diferenciais em relação ao concorrente Uber, como o pagamento das corridas com dinheiro e tarifas fixas.

ACIDENTES

Para associarem-se ao aplicativo, os motociclistas terão que se adequar a uma série de regras. Eles terão controle de velocidade por GPS e não poderão ultrapassar 60 km/h. Também terão que disponibilizar touca higiênica descartável que o passageiro usará por baixo do capacete.

Especialistas, contudo, alertam que adoção das motos para o transporte de passageiros pode ter impacto na segurança do trânsito.

Segundo Luiz Célio Bottura, engenheiro e consultor em transporte, o risco para o passageiro transportado numa moto é muito maior do que em um carro. "O índice de acidentes, comparando o número relativo, é muito mais alto", diz.

A T81 afirma que, por atuar como um facilitador de contato entre o passageiro e o motorista, não tem responsabilidade civil no caso de acidentes com passageiros. Mas diz exigir que os motoristas estejam em dia com o seguro DPVAT, que cobre acidentes de trânsito, não tenham antecedentes criminais e estejam regulares junto ao Detran.

"O risco existe como em qualquer atividade, mas garanto que nossos motoristas são capacitados", afirma o presidente da T81.

Em nota, a Prefeitura de São Paulo diz ser contrária à adoção do serviço por causa "dos riscos que esse tipo de transporte acarretaria aos cidadãos numa cidade com as características de São Paulo".

A atividade de mototaxista é reconhecida desde 2009 por lei federal. A regulamentação da lei, contudo, cabe aos municípios. São Paulo é uma das cidades onde a lei não foi regulamentada, criando um "vazio legal" sobre o assunto. No Recife, por exemplo, o serviço está proibido –por isso a T81 roda apenas nas cidades do entorno.

Para iniciar a operação com motos nas capitais onde atua, a T81 argumenta que o serviço que oferece é particular e, por isso, não deve ser enquadrado nas regras que regem o transporte público, seja ele por carros ou motos.

O presidente do sindicato dos taxistas de São Paulo, Natalício Bezerra, critica a adoção da nova modalidade e diz que a chegada da empresa vai prejudicar os 40 mil taxistas que atuam em São Paulo.

"Se não há uma lei que proíba [o transporte de passageiros em motos], é hora de criar e aprovar na Câmara Municipal. Moto não é lugar de transportar passageiro." 

domingo, 29 de maio de 2016

Sob pressão, Haddad libera táxi de luxo a pegar passageiros na rua

28/05/2016  - Folha de SP

Após reclamações de taxistas, a gestão Fernando Haddad (PT) decidiu liberar os chamados táxis pretos -mais luxuosos e que só poderiam atuar via aplicativos- a também pegar passageiros nas ruas da capital.

Para isso, os motoristas terão que instalar taxímetros e poderão colocar luminosos, algo também não previsto.

Com tarifa cerca de 25% mais cara do que os convencionais, os táxis pretos poderão ainda praticar a tarifa mais barata, igual à dos taxistas do modelo branco, cujos carros são mais simples.

Os motoristas de táxi preto foram os que mais reclamaram da recente legalização do Uber, com o argumento de que desembolsaram R$ 60 mil no alvará e investiram cerca de R$ 80 mil para comprar modelos de carro exigidos.

Muitos deles procuraram a Secretaria Municipal de Transportes para dizer que estavam endividados.

COMPETIÇÃO

O táxi preto foi criado no ano passado justamente para concorrer com o Uber Black -modelo mais luxuoso e mais caro do aplicativo que conecta motoristas particulares a passageiros.

Quando o novo modelo foi criado por Haddad, o Uber funcionava por meio de liminar na Justiça e sem regulamentação municipal.

A revolta dos taxistas é motivada pelo fato de os motoristas do Uber não terem sido obrigados a pagar uma licença para atuar, por exemplo, numa espécie de concorrência desleal, segundo eles.

De acordo com o secretário Jilmar Tatto (Transportes), a maior parte dos cerca de 1.700 profissionais que atuam com táxi preto eram motoristas que alugavam irregularmente seus alvarás e viram a chance da própria licença.

"Por isso, muitos tiveram dificuldades [financeiras] para entrar no mercado", disse.

A prefeitura sorteou 5.000 alvarás, mas nem todos conseguiram entrar no negócio por falta de dinheiro.

A administração acredita que, com a liberação para pegar passageiros nas ruas, os taxistas não ficarão parados à espera de chamadas.

Para evitar isso, aplicativos de táxi passaram a acionar os modelos pretos mesmo para quem pedia os brancos. Mesmo assim, segundo taxistas, a desvantagem continua.

No último dia 14, o prefeito autorizou funcionários da Secretaria de Finanças e Desenvolvimento Econômico a acionar os táxis pretos.

O serviço funcionará por período experimental de três meses, só para esta secretaria. Porém, o mesmo decreto diz que o modelo poderá ser ampliado para os demais órgãos da prefeitura, caso a experiência dê certo e gere economia. 

sábado, 21 de maio de 2016

Uber inicia testes de rua com carro autônomo

20/05/2016  - O Globo

RIO — Se os taxistas sentiram a concorrência dos motoristas do Uber, devem se preocupar ainda mais com um anúncio feito nesta quinta-feira. A companhia iniciou os seus primeiros testes de rua com carros autônomos, na cidade de Pittsburgh, na Pensilvânia. A tendência é que no futuro próximo, imensas frotas desses veículos ofereçam uma nova modalidade de transporte público individual, mais eficiente e seguro que os táxis atuais.

O carro sendo testado é um Ford Fusion híbrido, equipado com sensores que incluem radares, scanners a laser e câmeras de alta resolução. Ao circular pelas ruas de Pittsburg, o veículo testa suas capacidades autônomas e coleta dados para mapeamento da cidade. Os testes são conduzidos com um motorista profissional preparado para assumir o controle em caso de emergência.

“Carros autônomos têm o potencial de salvar milhões de vidas e melhorar a qualidade de vida de pessoas em todo o mundo. 1,3 milhão de pessoas morrem todos os anos em acidentes automobilísticos, sendo que 94% dos casos envolvem erro humano”, diz a companhia, em comunicado. “No futuro, nós acreditamos que esta tecnologia vai significar menos congestionamentos, transporte mais acessível e muito menos vidas perdidas”.

Os testes são conduzidos com o apoio da prefeitura local. O objetivo é garantir que a tecnologia está pronta para aumentar a segurança de todos no trânsito: pedestres, ciclistas e outros motoristas.

O anúncio acontece um dia depois de um fotógrafo ter flagrado um Chevy Bolt autônomo circulando nas ruas de São Francisco, na Califórnia. A GM, fabricante do veículo, fechou parceria recentemente com o Lyft, concorrente do Uber, para a criação de uma frota autônoma.

quinta-feira, 19 de maio de 2016

Cavalos deixam de puxar as charretes de Paquetá

19/05/2016  - O Globo

Os cavalos que puxam as tradicionais charretes de Paquetá vão sair de circulação hoje e, no sábado, a prefeitura promete entregar os carros elétricos aos profissionais que usavam os animais para o transporte público de passageiros na ilha. A troca promete render polêmica no bucólico bairro, onde há grupos contra e a favor da mudança, que foi negociada durante dois anos entre os charreteiros e a Comissão de Proteção aos Direitos dos Animais da OAB-RJ.

Até a tarde de ontem, alguns moradores ainda tentavam impedir o início da circulação de carros elétricos. Em reunião na prefeitura, eles disseram que podem fazer protestos e até tentar impedir o desembarque dos novos equipamentos. A ilha receberá 17 veículos, comprados por cerca de R$ 1 milhão da empresa Davanti. Quem é contra a medida alega que ela vai descaracterizar o uso do espaço público do bairro, onde é proibida a circulação de veículos automotores.

Além da OAB-RJ, no bairro há um grupo favorável à troca. Ele alega que os animais são maltratados pelos charreteiros e, mesmo em condições ideais de abrigo, alimentação e atendimento veterinário, o uso dos cavalos como força motriz é danoso.

O advogado da Associação de Charreteiros de Paquetá, José Carlos Ribeiro, admite que não há como garantir a acomodação adequada dos cavalos.

Assim como em Paquetá, em Petrópolis também há um movimento pelo fim das charretes, lá conhecidas como Vitórias. Na semana passada, um cavalo caiu e ficou preso ao veículo pelo pescoço.

sexta-feira, 29 de abril de 2016

Rio terá pelo menos 100 carros elétricos para aluguel; licitação sai amanhã


29/04/2016  - O Globo

A Prefeitura do Rio publicou hoje, no Diário Oficial, o aviso de licitação do sistema de aluguel de carros elétricos. Amanhã, sai o edital. 

Funcionará assim: a empresa que ganhar a licitação terá de colocar à disposição no mínimo 100 carros para serem alugados, que poderão ser carregados em 50 estações, no Centro e na Zona Sul, em locais como a Praça Mauá, o campus da UFRJ na Praia Vermelha e a Av. Bartolomeu Mitre, em Ipanema.

terça-feira, 26 de abril de 2016

Taxistas de Campinas dizem que perderam 80% dos clientes em 3 meses por causa do UBER


25/04/2016  - Paulínia News

Após quase três meses de operação em Campinas, o Uber tem provocado polêmicas na cidade. Registro de brigas entre taxistas e motoristas parceiros do aplicativo e manifestações contra o serviço de transporte têm sido frequentes na cidade.

Assim como em outros lugares do país, o motivo da resistência ao Uber é a redução no número de usuários de táxi. Segundo o presidente do Sindicato dos Taxistas de Campinas, Jorge Pansani, houve uma queda expressiva na quantidade de corridas.

“O impacto [da chegada do Uber] está sendo desastroso. À noite o movimento caiu 80%, pois há mais 400 ubers atuando no período”, diz.

Para o sindicalista, o serviço só trouxe problemas para a cidade. “É um perigo para a população. Quem é esse motorista? Ele tem um atestado de antecedentes? Não. Eles não têm taxímetro, não fazem vistoria e nem passam pelo Ipem (Instituto de Pesos e Medidas do Estado de São Paulo) ”, diz.

A assessoria rebate as declarações de Pansani. “Antes de aprovar um motorista como parceiro da Uber, é feita uma checagem de antecedentes nas esferas federal e estadual para verificar a idoneidade do candidato. Ele precisa ser um motorista profissional, ou seja, deve possuir carteira de motorista com licença para exercer atividade remunerada. Todos os documentos dos carros também são checados. É necessário apresentar a Certidão de Registro e Licenciamento do Veículo, Bilhete de DPVAT do ano corrente e apólice de seguro com cobertura APP (Acidentes Pessoais a Passageiros) a partir de R$50 mil por passageiro".

Em fevereiro deste ano, a Câmara Municipal formou uma comissão especial para discutir a situação do serviço na cidade e, de acordo com o presidente do colegiado e vereador, Tico Costa, os trabalhos estão adiantados.

“A discussão na comissão se encerrou. O relatório, que vai sugerir a regulamentação do Uber na cidade, está sendo elaborado e será enviado ao executivo. Acredito que em pouco mais de uma semana o relatório seja apresentado”, afirma.

De acordo com o vereador, a solução encontrada pela comissão é algo semelhante ao que vem sendo proposto em São Paulo, onde a Prefeitura propôs que o Uber compre quilometragens da administração municipal para poder atuar.

“A gente pegou algumas coisas de lá (São Paulo) e tem outras coisas que utilizamos de projetos que estão em tramitação no Senado”, diz.

O sindicato dos taxistas é contrário à regulamentação. “Somos contra porque, em primeiro lugar, o Uber não aceita regulamentação nenhuma. Em São Paulo, eles colocaram cinco mil licenças à disposição deles e a empresa não pegou. Eles não aceitam regulamentação de poder público nenhum.  A solução é que eles participem de uma licitação pública para ter um táxi”, diz Pansani.

Consultado sobre a declarações do sindicalista, a assessoria de imprensa do Uber diz que a empresa sempre se mostrou disposta a regularizar o serviço no país.

“Desde que chegou ao Brasil, a Uber mantém diálogo aberto e constante com o Poder Público das cidades nas quais opera, para que elas criem uma regulação moderna e positiva para serviços como os oferecidos pela empresa. As cinco mil vagas criadas pela Prefeitura de São Paulo foram exclusivamente destinadas para o que é chamado de "Táxi Preto" (serviço de transporte individual público), o que não deve ser confundido com o serviço de transporte individual privado de passageiros”, diz a assessoria.

Fiscalização

Como o serviço é considerado clandestino, a Empresa de Desenvolvimento Muncipal de Campinas (Emdec), responsável pelo trânsito na cidade, tem feito apreensões de carros a serviço do Uber. De acordo com a entidade, desde janeiro foram feitas 23 apreensões e 40 denúncias foam recebidas sobre o serviço. Além de ter o carro apreendido, o motorista que é flagrado a serviço do Uber tem que pagar uma multa de R$ 3,1 mil.

No entanto, Pansani diz que o problema é que o orgão não faz fiscalização durante a noite, período no qual há um maior uso do aplicativo.

“Nós conseguimos uma liminar e entregamos para a Emdec para que faça fiscalização. Transporte privado não é pra fazer serviço remunerado. A categoria está revoltada com o poder público, porque à noite não tem fiscalização”.

Em nota, a Emdec diz que planeja e coordena o trabalho dos agentes da mobilidade urbana de forma que seja realizada uma fiscalização com a máxima eficácia. No entanto, não comentou nada sobre as fiscalizações noturnas no comunicado.

Agressões

Quanto aos incidentes envolvendo brigas entre taxista e Uber, Pansani nega que haja um comportamento agressivo dos taxistas.

“Os taxistas não estão praticando agressão. Quem tá praticando a agressão são os motoristas do Uber. Ninguém tem sangue de barata. Eles nos provocam, fazendo gestos obscenos e rindo da nossa cara no trânsito”, reclama.

A assessoria do Uber nega tal comportamento por parte dos seus parceiros e diz que orienta para que eles não entrem em conflitos.

"A Uber considera totalmente inaceitável o uso de violência. Todo cidadão tem o direito de escolher como quer se mover pela cidade, assim como o direito de trabalhar honestamente. Em todas as nossas comunicações com motoristas parceiros, reiteramos repetidas vezes para que não se envolvam em brigas e discussões e que contatem imediatamente as autoridades policiais, sempre que se sentirem ameaçados”.

Mudança de estratégia

Após alguns protestos contra o aplicativo, o presidente do sindicato diz que tem desestimulado a categoria a fazer manifestações. Um ato marcado para o dia 13 de abril no Centro de Campinas foi esvaziado, pois, de acordo com Pansani, ele orientou os motoristas a não participarem do evento.

“O sindicato não participou dessa manifestação. Eu conversei com o pessoal para não participarem dessa manifestação, porque essa manifestação ia colocar a população contra os taxistas. Em respeito à população de Campinas, pois não está adiantando fazer manifestação. O poder público tem a lei que foi aprovada pelos vereadores, sancionada pelo prefeito. Eles têm que fazer com que seja cumprida”.

Ganhos

Parceiro do Uber há dois meses, Jorge Telles se diz muito satisfeito com o novo trabalho. “Eu estou amando, estou achando sensacional, maravilhoso. Uma oportunidade de ganhar dinheiro".

Ex-vendedor, Telles estava há oito meses desempregado. Segundo ele, tem conseguido uma renda similiar a do seu antigo trabalho. “De 100% que você ganha, 25% é do Uber e 75% do motorista parceiro. Trabalhando de segunda a sábado, dez horas por dia, eu consigo tirar uns R$ 6 mil, sendo que R$ 1,5 mil eu gasto com gasolina, manutenção do veículo e pedágio, mas ainda consigo levar para casa uns R$ 4,5 mil”.

Já o auxiliar de táxi Francilei Rodrigues tem uma realidade diferente. Com a chegada do Uber, ele viu seu rendimento cair drasticamente. “Eu tinha uma média de fazer de 12 a 16 [corridas] por dia. Com a crise, caiu para nove e dez corridas. Com Uber eu faço seis corridas o dia todo. Caiu uns 60%. Tenho tirado uns R$ 1,2 mil por mês”, conta.

Para Rodrigues, a regulamentação o serviço é a única saída. “O que deve ter é uma fiscalização e um preço compatível para os dois trabalharem juntos. Ficou uma concorrência muito desigual”, reclama.

Usuário

O estudante de engenharia da Unicamp Bruno Queiroz, de 19 anos, é um dos usuários do Uber na cidade. Morador do distrito de Barão Geraldo, o jovem tem feito economia ao utilizar o serviço.

“Desde que chegou [o Uber] em Campinas, costumo usar sempre, porque é bem mais barato que o táxi”. Ainda segundo o estudante, o serviço tem facilitado a realização de tarefas que necessitam de deslocamentos pela cidade.

"Eu e meus amigos de faculdade pegamos [o Uber] muito para sair, principalmente quando sabemos que vamos consumir bebida alcoólica. Também usamos para ir no supermercado e para voltar da rodoviária”, explica.

Susto

Satisfeito com o serviço prestado pelo aplicativo, Bruno diz que a única vez em que teve problemas com o Uber foi quando taxistas assediaram ele e amigos por usar o transporte no bairro do Cambuí.

"A gente tinha saído de um bar. Como tínhamos ido de Uber, resolvemos voltar tarmbém. Como o lugar já tinha fechado as portas, a gente estava esperando na calçada. Nisso, quatro taxistas perceberam que a gente estava utilizando o aplicativo. Um deles se aproximou e perguntou pra gente se [nós] estávamos esperando o Uber. Por receio, eu disse que não. Na hora, já liguei alertando o rapaz do Uber. Então, ele pediu para que nós mudássemos de quarteirão, mas os taxistas seguiram a gente. Após entrarmos no Uber, um deles bloqueou nosso carro. O motorista desviou, mas os outros taxistas vieram atrás, cercando pelo lado e pela frente, avançando e acelerando de forma bruta. Foi igual perseguição de filme".

O ataque dos taxistas ao carro do Uber só terminou quando houve a intervenção da polícia, conta o estudante. Assustado com o episódio, Bruno diz que a atitude dos taxistas foi imprudente."Eles poderiam ter causado um acidente, pois colocaram a vida deles, dos meus amigos, do motorista do Uber e a minha em risco".

sexta-feira, 15 de abril de 2016

Fleety lança serviço de carros elétricos conectados em Curitiba

15/04/2016 - Brasil Fashion News

O Fleety, primeira plataforma de compartilhamento de carros entre pessoas da América Latina, lançou o serviço Fleety Garage. O anúncio foi feito na última semana em Curitiba. O projeto amplia a discussão sobre mobilidade urbana e possibilita que pessoas aluguem veículos elétricos conectados por R$15,00 a hora e R$120,00 a diária.

Os veículos ficam em estacionamentos conveniados localizados em pontos estratégicos da cidade. Os carros disponibilizados pela plataforma são o E6 BYD e têm até 400Km de autonomia por recarga. A gestão dos pedidos de reserva no site também é feita inteiramente pela equipe do Fleety, assim como o procedimento de entrega e recebimento do veículo.

Em parceria com a fluminense Dirija Já, o Fleety abre as portas para o mercado B2C pela primeira vez. “Ao nos aprofundarmos no assunto de mobilidade, percebemos que existem muito mais alternativas para o transporte do que imaginávamos. O trabalho com os carros elétricos vem neste sentido, de ampliar o debate sobre o tema”, aponta André Marim, CEO do Fleety.

Para o desenvolvimento do projeto a Dirija já se uniu à chinesa BYD, maior montadora de veículos elétricos do mundo. “Estes parceiros foram fundamentais no processo de implantação do Fleety Garage. Assim como o IBQP em Curitiba, que nos apoia em todas as nossas tomadas de decisão e reforça seu posicionamento em defesa da inovação”, declara Marim.

O pagamento, assim como na modalidade B2B, é realizado por cartão de crédito e evita, dessa forma, a inadimplência. A empresa cobra uma taxa de até 16% sobre o valor das transações, que incluem assistência 24 horas e seguro sobre roubo, morte, invalidez e colisões.

O Fleety desenvolveu uma série de mecanismos para garantir a segurança e confiabilidade no aluguel de veículos. Para alugar um automóvel no Fleety, é preciso preencher no seu cadastro o número da CNH. Antes de liberar o cadastro, o Fleety verifica as informações com o Detran, para ter certeza de que a permissão para dirigir está válida e que a pessoa está apta a participar da rede.

Após a utilização dos serviços do Fleety, o motorista é convidado a avaliar o sua experiência com o veículo e as informações geram um ranking no próprio site. Dessa forma, é possível que outros motoristas consigam ter mais informações para próximas transações. Para saber mais sobre a plataforma, acesse: www.fleety.com.br.

Sobre o Fleety – O Fleety é a primeira empresa de compartilhamentos de veículos entre pessoas da América Latina. O projeto está em curso desde setembro de 2014 em Curitiba. Em fevereiro de 2015, os serviços chegaram a São Paulo e a startup foi uma das quatro empresas escolhidas para o segundo ciclo de aceleração da Abril Plug and Play, aceleradora de startups criada pelo Grupo Abril em parceria com a norte-americana Plug and Play Tech Center. Os serviços do Fleety chegaram a Santa Catarina em novembro de 2015 e em abril de 2016 no Rio de Janeiro. 

segunda-feira, 11 de abril de 2016

Aplicativo permite compartilhar corridas de táxi

08/04/2016 - Easy Táxi / Mobilize

Easy táxi lança no Brasil sistema para que usuários possam usar o mesmo táxi e dividir os custos da corrida

 Autor: Marcos de Sousa 


Aplicativo permite compartilhamento de corridas de
Aplicativo permite compartilhamento de corridas de
EasyShare: até quatro passageiros podem compartilhar táxi
créditos: EasyTaxi

A Easy Taxi anunciou ontem (7) o início de operação da ferramenta "EasyShare" para que vários passageiros possam compartilhar a mesma corrida de táxi. Segundo a empresa, o serviço permite que os usuários economize até 60% em seus gastos com táxi. O sistema funciona da seguinte forma: o usuário acessa seu aplicativo e na hora de pedir um táxi deve selecionar um ícone que automaticamente habilitará aquela corrida para ser compartilhada com outros usuários próximos e que tenham o mesmo destino.      

Quando acionada, a "EasyShare" permite que até quatro usuários possam compartilhar a mesma viagem. Para que o compartilhamento aconteça, os usuários precisam obrigatoriamente colocar o endereço de destino quando solicitarem seus táxis. O valor final da corrida é dividido entre os usuários que estiverem compartilhando o táxi, sendo assim, cada um poderá pagar a sua parte da corrida. Nesta fase inicial, o compartilhamento de corridas só é válido para corridas realizadas por pagamento "Empresas" ou "Cartão de Crédito no App".


Olimpíada

Segundo a operadora, a ferramenta ajudará bastante em eventos com grande número de público, como shows, jogos em estádio e eventos de grande porte, como a Olimpíada e Paralimpíada de 2016. “O mais relevante é o impacto de redução de carros na rua, o que contribui também com menos emissão de CO2. E muitas vezes uma corrida compartilhada custará quase o mesmo valor de uma viagem com outros meios de transporte, por exemplo, metrô ou ônibus” diz Fernando Matias, da Brasil Easy Taxi.

A empresa explica que o serviço de compartilhamento de corridas ainda está em sua fase inicial, e terá ainda mais novidades e melhorias nos próximos dois meses. Easy Share já começou a funcionar para usuários com sistema android e a partir desta semana estará disponível para usuários sistema iOS.

sexta-feira, 8 de abril de 2016

Produção de motos cai 37% no trimestre e Abraciclo agora estima um 2016 negativo


08/04/2016  - Valor Econômico

Eduardo Laguna / São Paulo

Representante da indústria de motocicletas, a Abraciclo, após um primeiro trimestre frustrante, revisou ontem suas estimativas ao desempenho do setor no ano. Agora, prevê vendas de pouco mais de 1 milhão de unidades, o que, além de ser o menor volume desde 2005, significa perder metade do volume entregue por essa indústria cinco anos atrás.

Do pico de 2 milhões de motos de 2011, as vendas no atacado - ou seja das montadoras para as concessionárias - caíram de forma ininterrupta nos quatro anos seguintes por conta, principalmente, da restrição de crédito, agravada agora pela recessão e falta de confiança dos consumidores.

Após iniciar o ano com a expectativa de crescimento de 2,5% nos dois indicadores, a associação das montadoras de motos passou a prever queda de 9,7% da produção, ao passo que para as vendas no atacado a projeção passou a ser de recuo de 10,1%. "Assim como outros setores da economia, que registram resultados negativos no período, o segmento de motocicletas também se enquadra no contexto atual da crise político-econômica", disse Marcos Fermanian, presidente da Abraciclo. A exemplo de outros empresários, ele cobrou uma resolução do caos que tomou conta da política brasileira.

A entidade refez suas contas após os primeiros resultados do ano mostrarem números negativos de difícil reversão. Só no mês passado, a produção de motos no país caiu 36,8% frente ao mesmo período de 2015. No total, 80,4 mil motocicletas foram montadas em março, o que fez o setor terminar o primeiro trimestre com 227,4 mil unidades fabricadas, 36,9% abaixo do volume de um ano antes.

As vendas para as concessionárias recuaram 36,2% em março, na comparação anual, totalizando 83,5 mil unidades. Em relação a fevereiro, houve alta de 14,3%, num crescimento influenciado, porém, pelo calendário com mais dias úteis de março. Assim, de janeiro a março, as vendas encolheram 37,4%, para 215,4 mil unidades.

O desempenho das exportações, por outro lado, segue em alta, mais do que dobrando - com crescimento de 116,5% - o resultado do primeiro trimestre do ano passado. No total, 13,7 mil motos foram embarcadas de janeiro a março. Fermanian ponderou, porém, que o crescimento das exportações se dá sobre uma base de comparação fraca, já que os resultados do início de 2015 foram significativamente afetados por restrições à liberação de dólares para importadores na Argentina, principal mercado no exterior.

sexta-feira, 25 de março de 2016

Uber deve começar a atuar em Salvador ainda em 2016

24/03/2016 - Agência Brasil

A empresa de transporte particular por aplicativo, a Uber, começou a avaliar motoristas em Salvador para fazer cadastros ainda este ano. Atualmente, a Uber faz transportes de passageiros em 261 cidades de todo o mundo. O prefeito da cidade, ACM Neto, no entanto, já sinalizou posicionamento contrário à circulação desse transporte alternativo na capital baiana.

Segundo a Uber, o cadastro dos motoristas que podem circular na capital baiana só vai ocorrer depois de uma avaliação. “[A avaliação] é feita em vários níveis. Inclui buscar talentos e compartilhar informações com os cidadãos que queiram ter uma nova oportunidade de renda com autonomia, flexibilidade e dignidade dirigindo na plataforma da Uber”.

Na última semana, o prefeito de Salvador, ACM Neto, divulgou novas regras para o funcionamento de táxis na cidade. Durante o evento, criticou o modelo de transporte praticado pela Uber. “Quero reafirmar o meu compromisso de trabalhar para combater a clandestinidade. Nós não podemos admitir que um pai ou uma mãe de família, que paga suas taxas e segue o regulamento, [passem por uma] uma competição desleal e injusta com quem está na clandestinidade, com quem não se submete às regras e não passa pelo crivo do poder público”, disse ele.

ACM anunciou a extensão do período para cobrança da bandeira 2 aos taxistas e defendeu a categoria: “Irei com unhas e dentes defender e proteger os taxistas, sempre que o interesse de vocês estiver em jogo”.

No Brasil, a Uber faz transporte alternativo individual de passageiros em 9 cidades: Brasília, Belo Horizonte, Campinas, Curitiba, Goiânia, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro e em São Paulo, onde, em janeiro deste ano, houve confrontos entre motoristas da empresa e taxistas.

Repercussão

Compartilhado em sua página no Facebook, o discurso do prefeito dividiu opiniões. “O serviço de táxi em Salvador é muito precário. Muitos deles são despreparados e mal-educados. O Uber é um serviço que deveria ser regularizado”, defendeu o internauta Fábio Lucas. “Deveria se preocupar em regulamentar o Uber. Impossível pegar um táxi em Salvador em dia de evento”, disse o usuário do Facebook Felipe Mendonça.

Outros internautas saíram em defesa dos taxis: “Uber é concorrência desleal, haja visto que eles não têm os custos do taxista municipal. Creio que essa nova regulamentação deve contemplar isso”, disse Marco Antônio Paes. “Gente, essa prática de comércio do Uber não respeita os taxistas que são profissionais e pagam impostos e os pontos de táxis”, escreveu Natanael Yamamoto.

Em nota, a empresa Uber disse ser “completamente legal, já que os motoristas parceiros prestam o serviço de transporte individual privado, que tem respaldo na Constituição Federal e é previsto em lei federal (Política Nacional de Mobilidade Urbana – PNMU)”.

O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) divulgou estudo, no fim de 2015, feito em cidades brasileira onde já existe o sistema e onde não existe: “A entrada do aplicativo Uber no mercado brasileiro não influenciou de forma significativa o mercado de táxis nacional”. De acordo com o levantamento, “a empresa atende uma demanda reprimida, que não fazia uso dos serviços dos taxistas”.

A Uber é uma empresa norte-americana que credencia morotistas, depois de uma avaliação, para trabalharem com transporte particular, solicitado pelos clientes, por meio de aplicativo.

terça-feira, 1 de março de 2016

Carro autônomo do Google bate em outro veículo pela 1ª vez

01/03/2016  - O Estado de SP

Um carro autônomo do Google colidiu sem gravidade contra um ônibus municipal na cidade de Mountain View, no Estado norte-americano da Califórnia, nesta segunda-feira, 29. Apesar de já ter se envolvido em outros acidentes anteriormente, esta é a primeira vez que o carro sem motorista da empresa atinge outro veículo em via pública – nos incidentes anteriores, o veículo do Google foi atingido por motoristas humanos. O Google ainda assumiu que tem “responsabilidade” com o acidente, que aconteceu com um Lexus RX450h.

Em um relatório divulgado em 23 de fevereiro, apresentado à agência de regulação de trânsito da Califórnia, o Google disse que o acidente, que ocorreu em 14 de fevereiro, aconteceu quando um veículo autônomo tentou contornar alguns sacos de areia em uma pista larga. O veículo e o motorista de testes “acreditaram que o ônibus reduziria a velocidade ou permitiria que o (veículo do) Google continuasse”.

Três segundos depois, o carro do Google entrou novamente no centro da faixa e atingiu a lateral do ônibus, causando danos ao para-lama frontal esquerdo, a roda da frente e em um sensor de direção lateral. Ninguém se feriu. De acordo com o relatório, o carro do Google se movia a cerca de 5 km/h, enquanto o ônibus estava a pelo menos 25 km/h.

O Google disse por meio de um comunicado que “claramente tem alguma responsabilidade, porque se o nosso carro não tivesse se movido, não teria acontecido uma colisão.” A empresa disse ainda que incidentes como esse – e variações – acontecem muitas vezes em seu simulador.

“A partir de agora, nossos carros vão entender melhor que ônibus e outros veículos de grande porte têm menor probabilidade de lhes dar passagem”, explicou o Google. “A expectativa é de que possamos lidar com incidentes como esse de forma mais proveitosa no futuro”. Segundo a polícia de Mountain View, nenhum boletim de ocorrência foi feito sobre o acidente.

Em novembro, o Google informou que ,em seis anos de testes com os carros autônomos, aconteceram 17 acidentes leves ao longo dos mais de 3,4 milhões de km percorridos pelos veículos. O mais grave deles aconteceu em julho do ano passado, quando um carro bateu na traseira do veículo do Google a 27 km/h, deixando três pessoas com dores na cabeça e no pescoço. / AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

Robô pode ser considerado motorista, decide órgão regulador dos EUA

11/02/2016 - Folha de SP - Financial Times / Estadão - Reuters

Robô pode ser considerado motorista, decide órgão regulador dos EUA

Uma barreira significativa ao plano do Google de colocar nas ruas carros autoguiados foi removida, após a autoridade de transporte nos Estados Unidos determinar que um robô pode atender à definição legal de "motorista".

Em carta a Chris Urmson, diretor do projeto do carro autoguiado no Google, a Administração Nacional da Segurança no Tráfego Rodoviário (NHTSA) americana anunciou que concordava com a interpretação proposta pela empresa para o código federal de segurança de veículos motorizados, exigido para o uso nas vias públicas dos EUA.

O Google alega que os carros serão mais seguros quando os seres humanos não tiverem capacidade de intervir em sua condução de maneira alguma, e os veículos dependerem exclusivamente de um sistema de inteligência artificial que tomará decisões com base num conjunto de sensores, mapas e câmeras.

Essa abordagem é mais extrema que a de muitas montadoras, que defendem uma mudança mais gradual para a condução autônoma, o que por muitos anos ainda requereria controle dos veículos por um motorista humano.

"A NHTSA interpretará 'motorista' no contexto do projeto de veículo motorizado descrito pelo Google, como referência ao sistema de autocondução, e não a qualquer dos ocupantes do veículo", diz a agência. O órgão concorda que o carro autoguiado do Google "não contará com um 'motorista' tradicional", como tem ocorrido nos últimos cem anos".

O Estado de SP - Reuters

Carros autônomos serão tratados como motoristas nos EUA

De acordo com carta enviada ao Google, a agência de transportes dos EUA irá classificar o sistema que guia carros sem condutores como sendo um motorista

O carro autônomo do Google está cada vez mais perto de se ganhar as estradas dos Estados Unidos. Nesta quarta-feira, 10, a Administração Nacional para a Segurança do Tráfego Rodoviário (NHTSA, na sigla em inglês), informou por meio de carta que o sistema que guia os carros sem condutores poderá ser tratado como um motorista.

Segundo reportagem publicada pela Reuters, a mudança no código de trânsito do país deve ocorrer após um pedido feito pelo Google em 2015. Na requisição, a empresa pediu para que a NHTSA passasse a considerar carros autônomos como qualquer outro automóvel em circulação, tentando incentivar a popularização dos carros sem motoristas nas ruas do país.

"Vamos considerar que os ocupantes do carro não são os motoristas. Se nenhum humano ocupante do veículo pode dirigir o carro, é razoável identificar o motorista como sendo qualquer coisa que esteja dirigindo. ”, escreveu o chefe do conselho da NHTSA, Paul Hemmersbaugh, por meio do comunicado. "Concordamos  que não haverá um condutor no sentido tradicional que os carros tiveram durante os últimos 100 anos”.

Atualmente, o código de trânsito dos EUA diz que o motorista é quem ocupa o sistema de controle de um automóvel.

Apesar da resposta, a alteração nas regras deverá levar algum tempo, de acordo com Hemmersbaugh. ”A próxima questão é se o Google poderá se certificar que o sistema de auto-condução atende um padrão desenvolvido e projetado para aplicar a um veículo com um motorista humano”, disse NHTSA.

A agência também afirmou que a empresa deve reconsiderar a ideia de remover componentes destinado a motoristas, como pedais de aceleração e freio. Recentemente, já era esperada uma flexibilização nas regras de segurança para carros autônomos.

A decisão é uma boa notícia não só para o Google, mas também para a maior parte das montadoras de carros e das empresas de tecnologia, que têm entrado em uma corrida para desenvolver e vender carros que possam ser considerados autônomos.

Hoje, a maior parte dessas empresas têm feito críticas às atuais legislações federal e estaduais nos EUA, dizendo que regras de segurança impedem testes e o desenvolvimento desses sistemas. Na Califórnia, por exemplo, onde ficam as principais empresas de tecnologia, anteprojetos sobre o tema pediam que os carros autônomos tivessem volante e um motorista habilitado a bordo em todas as viagens.

Para Karl Brauer, analista da companhia de pesquisas automotivas Kelley Blue Book, ainda há questões legais significativas em torno dos carros autônomos. "Se a NHTSA está preparada para dizer que a inteligência artificial é uma alternativa viável aos motoristas humanos, isso pode acelerar o processo de ter veículos autônomos nas ruas”, disse.

Em sua resposta ao Google, a agência federal exibiu um mapa dos obstáculos legais ainda existentes para colocar os carros autônomos nas estradas. Segundo os reguladores, ainda há regras a respeito de segurança que não podem ser alteradas imediatamente, como requisitos para sistemas de freio que possam ser ativados pelos pés dos ocupantes do carro.

"A grande questão, agora, é como e quando o Google poderá mostrar que o sistema autônomo tem um padrão de desenvolvimento para se aplicar a um veículo acostumado a ter um motorista humano”, disse a NHTSA. Procurado pela Reuters, o Google disse que ainda está avaliando a resposta da NHTSA.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

Rio de Janeiro, Terça-feira de Carnaval

09/02/2015 - Grupo Facebook COPACABANA ALERTA

‎Por Claudia Fassh‎

No domingo, minha filha pegou um táxi na Visconde de Pirajá, depois da Banda de Ipanema, com destino a Bolivar. 1 quarteirão depois, 1 rapaz com uma pequena mala, fez sinal para o táxi, que prontamente parou. Foi oferecido 90,00 para ser levado até o Santos Dumont. O taxista simplesmente pediu que minha filha saísse do carro. Ela tem 17 anos,mas é inexperiente em situações desse tipo. Resumindo, foi deixada numa rua pouco movimentada , assustada e com outros táxis lotados. Meu marido teve que ir buscá-la. 

Viva o Uber !!!!'

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

Serviço de transporte privado Uber começa a operar em Goiânia

29/01/2016 - G1 GO

A empresa de tecnologia Uber vai começar a atuar em Goiânia nesta sexta-feira (29). Na capital, deve ser implantado o serviço do uberX, no qual o motorista oferece carros com quatro portas, ar condicionado e com menos de sete anos de uso. O valor mínimo da corrida é de R$ 6. O serviço estará disponível a partir das 14h.

Para solicitar, o usuário precisa ter o aplicativo instalado no celular e informar sua localização. O próprio Uber identifica o motorista mais próximo e envia o nome e foto do condutor, a média da nota dele no aplicativo, modelo e placa do carro e também é possível estimar o valor da viagem. O motorista só tem informação sobre a localização do passageiro após aceitar a corrida.

O valor a ser cobrado pelo serviço tem uma base de R$ 2,50 pela chamada, mais os valores de percurso e tempo de corrida. Todos os pagamentos são feitos pelo cartão de crédito do usuário, que já é cadastrado no perfil dele no aplicativo. A Uber fica com 25% do valor de cada corrida e o restante fica com o motorista.

Ao final da viagem o usuário avalia o condutor e como foi a experiência. O passageiro também recebe um e-mail com todos os detalhes do trajeto. Para se manter no aplicativo, o motorista precisa ter uma avaliação de, no mínimo, 4,7 estrelas, sendo a máxima 5. Se o condutor tiver nota abaixo desse número, ele recebe feedbacks da própria empresa para melhorar. Se isso não acontecer, ele é excluído da plataforma. A nota média dos motoristas no Brasil é de 4,85.

A gerente de marketing Carolina Pajaro, de 30 anos, contou que já usou o aplicativo em outras cidades. "A praticidade, a segurança é a qualidade do serviço. O motorista abre a porta para você, te pergunta qual música você gostaria de ouvir, se a temperatura está adequada”, afirmou.

Carolina contou ainda que há cerca de um ano sofreu um acidente de trânsito, do qual ainda está se recuperando. Desde então, usa táxi diariamente para ir a todos os lugares.

"O serviço não é bom. Os carros são muito ruins, muitos taxistas não têm comportamento adequado no trânsito, não se preocupam muito com o cliente. Na última semana, no entanto, eu tenho notado um movimento diferente, alguns já se mostraram mais cuidadosos com a vontade do passageiro. Acredito que a tendência [com o Uber] é aumentar a competitividade, o que é muito saudável já que o mercado hoje é muito amador”, avaliou.

A psicóloga Ana Elizabeth Pícolo afirmou que também acredita que a chegada do Uber em outras cidades inspirou mudanças no serviço de táxi. "Acho que é uma concorrência saudável e funciona, pois não prejudica os taxistas. O usuário quer conforto e segurança para chegar ao destino. Tem esse lugar para o Uber em Goiânia, é uma cidade grande”, comentou.

Concorrência desleal

O taxista auxiliar Eudione Souza, de 25 anos, afirma que a concorrência não é justa. "Acho que seria bom para os clientes, a população, mas é uma concorrência desleal conosco, taxistas, que pagamos tantos impostos para realizar nosso serviço”, afirmou.

O também taxista Lucas Costa Oliveira, de 22 anos, concorda com o colega. "Não é justo porque não tem regulamentação, não tem fiscalização. Para alugar um carro de alguma cooperativa de táxi pagamos até R$ 190 para ficar 24h com o veículo, sem falar em combustível, alimentação”, disse.

No entanto, Oliveira reconhece que a categoria precisa passar por melhorias. "Acho que precisamos de mais qualificação, ter jornadas de trabalho menos intensas e mais estrutura para trabalhar, como locais com banheiros”, analisou.

O taxista permissionário José Maria Barbosa, de 46 anos, relatou que ainda tem dúvidas sobre a regulamentação do Uber. "Se um acidente acontecer, como fica? O seguro pode não aceitar. Nós somos regularizados pela prefeitura, mas e eles? O serviço de táxi já é um trabalho de confiança, que existe há muitos anos e a população já conhece. Mesmo assim, pode fazer com que o serviço de táxi seja mais profissional, melhor qualificado”, ponderou.

Motoristas certificados

O diretor de comunicação da Uber no Brasil, Fábio Sabba, explica que para se tornar um motorista cadastrado na plataforma a pessoa precisar ter permissão para dirigir como atividade remunerada e fornecer duas certidões de antecedentes criminais, nos âmbitos estadual e federal.

 "Nós fazemos uma checagem dos antecedentes de todos os interessados e ainda checamos em todos os diários oficiais do Brasil para saber se a pessoa realmente não tem nenhum processo criminal aberto contra ele. Além disso, todas as viagens são rastreadas por GPS e o usuário pode enviar, a através do aplicativo, um link para quem ele quiser, que permite que essa pessoa acompanhe o trajeto e saiba o tempo que ele vai levar até o destino”, pontuou.

Para ser cadastrado na plataforma o condutor também precisa ter toda a documentação do veículo em dia e um seguro que cubra ele e o passageiro, em caso de acidentes, com valor mínimo de R$ 50 mil. As avaliações dos passageiros também são uma forma de "fiscalizar” a qualidade do serviço prestado.

"Essas notas e toda essa responsabilização, de saber com que está indo, com quem para onde também faz com que o motorista pense como um empreendedor, ele é como o dono de uma venda que sabe que se ele atende bem, o cliente vai voltar. Então ele sempre procura atender bem, mais gente deixa de usar carro, o mercado cresce e ele ganha mais dinheiro”, afirmou.

Sabba comentou ainda que os horários de trabalho são estipulados por cada motorista e eles só pagam a porcentagem para a empresa se trabalharem. "Alguns veem o Uber como uma opção para complementar renda e trabalham poucas horas por dia, outros que estão planejando algum gasto maior e querem juntar dinheiro para um fim especifico têm horários mais curtos e, também, aqueles que fazem turnos mais longos, como um trabalho", disse.

Legalidade

O diretor esclareceu ainda que o serviço prestado pela empresa é legal e previsto pela Lei da Política Nacional de Mobilidade Urbana (PNUD) número 12.587/12, na qual o aplicativo Uber é considerado um serviço de transporte privado. Ainda conforme Sabba, em muitas cidades onde o Uber já existe estão sendo criadas novas medidas para regularizar o tipo de serviço oferecido pela empresa.

O G1 tentou entrar em contato com a prefeitura de Goiânia para saber se existia alguma proposta de regulamentação do serviço, mas as ligações não foram atendidas e o e-mail enviado não foi respondido até a publicação desta reportagem.

Espaço

Fábio Sabba afirmou, ainda, que existe muito espaço para o Uber na capital goiana. "Notamos que, em Goiânia, tem muita gente que tem carro e muita gente que já tem o aplicativo e usa em outras cidades, ou até que já baixou, mas porque está esperando sair aqui”, afirmou.

Goiânia é a sétima cidade a receber o serviço, depois de Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Brasília, Porto Alegre e Campinas. Conforme Sabba, a empresa avaliou número de motoristas interessados em se tornar parceiros e a quantidade de pessoas que já têm o aplicativo.

No entanto, a empresa não divulgou número de carros ou de usuários da capital goiana. No Brasil, existem 10 mil motoristas cadastrados e mais de 1 milhão de pessoas que têm o aplicativo desde que a empresa chegou ao país, em 2014.

"O mercado que a gente cria é de pessoas que deixam o carro em casa e começam a usar o Uber porque é mais cômodo, mas confortável e mais barato. No nosso site o usuário pode calcular, com base no que ele gasta com o carro e quantos quilômetros ele roda, se é mais vantajoso ou não ele usar o serviço”, completou o diretor.

domingo, 31 de janeiro de 2016

Sindicalista dos taxistas de SP diz que a palhaçada acabou e que agora é cacete

29/01/2016 - Folha de SP

O presidente do Simtetaxis (Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores nas Empresas de Táxi de São Paulo), Antonio Matias, postou um vídeo em uma rede social no qual afirma que o prefeito Fernando Haddad (PT) não cumpre o compromisso firmado com os taxistas e que a palhaçada na cidade acabou e, agora, é cacete.

O vídeo (assista abaixo) foi postado horas depois de o prefeito afirmar, na manhã desta quinta-feira (28) que os taxistas "vão desaparecer pela concorrência predatória" se eles não aceitarem a regulamentação do aplicativo Uber na cidade.

O prefeito afirmou ter dito isso em diversas reuniões com representantes da categoria para explicar a dificuldade de fiscalizar algo que não é regulamentado. "Quando o transporte coletivo era clandestino, você tinha pontos de parada [para fiscalizar], mas uma nuvem é difícil. Se existe a possibilidade dessa empresa de regular, então vamos fazer isso", disse.

No vídeo, Matias diz estar aborrecido com a declaração dada por Haddad e que o prefeito não deve brincar com os taxistas. "Não brinque com essa categoria, respeito é bom e os taxistas merecem. (...) Não queira briga com esse presidente. (...) A Uber não vai trabalhar em São Paulo. Ela só vai trabalhar se for em modal táxi. No carro particular nós não vamos permitir. O senhor disse que não pode fiscalizar as nuvens, então, mande tirar das nuvens. Ocupe seu lugar de excelência. (..) Somos bem antes do Uber."

O presidente do Simtetaxis disse que estará na "cola" do prefeito, que tem como fiscalizar e que a palhaçada na cidade acabou e, agora, é cacete. "Tem como fiscalizar, só nós já prendemos mais de 250 carros junto com fiscais do DTP [Departamento de Transportes Públicos]. Se o senhor não sabe é porque o departamento do senhor é corrupto. Acabou a moleza prefeito Haddad. Chega de palhaçada nessa cidade. Agora é cacete. Ou regulamenta os aplicativos certos para trabalhar com táxi ou vão trabalhar fora dessa cidade."

Essa não é a primeira declaração polêmica dada pelo sindicalista sobre a regulamentação do Uber. Em junho do ano passado, Matias disse: "Não temos como conter a categoria", "vai ter morte", durante uma audiência na Câmara dos Deputados.

Antônio Raimundo Matias dos Santos, conhecido como Ceará, queria pressionar os deputados federais contra a liberação desse serviço -visto como concorrência desleal pelos taxistas. "Eu quero dizer aos nobres deputados para que tomem providências porque, se não tomarem, não temos como conter a categoria", disse Ceará, na ocasião.

O "recado" dele, mais tarde, foi reforçado por outro representante da categoria, que voltou a falar na possibilidade de essa disputa por passageiros resultar em violência. "Pode ocorrer sim uma desgraça porque os motoristas estão revoltados. Um grupo veio falar comigo para dizer que, se a lei não fiscalizar esses clandestinos, eles vão tomar uma atitude. Hoje ele [Santos] deu o recado", disse Natalício Bezerra, presidente do Sinditaxi (Sindicato dos Taxistas Autônomos de SP), também presente na audiência.

TUMULTO EM FESTA

Logo após a divulgação do vídeo, um grupo de taxistas abordou os carros pretos que pararam em frente ao hotel Unique, nos Jardins, onde ocorria o baile de Carnaval da revista "Vogue", entre às 22h desta quinta (28) e a madrugada desta sexta-feira (29). A medida visava inibir os convidados que deixavam o local de utilizar os serviços do aplicativo Uber.

Uma jovem que trabalha em um bar próximo, que não quis ser identificada, disse que um grupo de 15 a 20 taxistas cercava todos os carros pretos que paravam perto do hotel.

Segundo a jovem, bastava alguém gritar a palavra Uber para um grupo de 15 a 20 taxistas correr em direção ao carro preto, xingar e hostilizar o motorista. "A sensação de medo e insegurança só aumentava toda vez que eles corriam, subiam em cima dos carros e jogavam pedras", falou, aliviada de ter conseguido chegar em casa em segurança.

A Polícia Militar informou que mais de 200 taxistas participaram do protesto. O capitão Edenilson Gabriel de Freitas, supervisor regional da região oeste, falou que houve um tumulto entre taxistas e motoristas do Uber. Após uma conversa com os manifestantes, o capitão garantiu que entrou em acordo com o grupo e o protesto ficou pacífico.

Antes do acordo, um fotógrafo ficou ferido e um carro foi depredado por um grupo de manifestantes. O autônomo Francisco Carlos Indalecio, dono do Ford Fusion danificado, disse que não trabalha para o Uber e que tinha ido levar alguns amigos da filha à festa.

"Dei a volta no quarteirão e parei o carro para telefonar. Uns dez taxistas gritaram 'é Uber' e começaram a depredar o carro", explica Indalecio no 14º DP (Pinheiros), onde registrou um boletim de ocorrência. O para-brisa e um retrovisor foram quebrados, mas eram visíveis as marcas de depredação em todo o carro.

Um taxista detido sob suspeita de ter participado do ataque ao carro foi levado à delegacia, mas foi liberado após o autônomo não conseguir reconhecê-lo. Os taxistas se defenderam afirmando que a confusão toda começou após um motorista do Uber jogar pedras contra um carro do grupo. Segundo os manifestantes, ao menos três táxis foram danificados.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

Frota de motos da Ilha já chega a 53% do total de automóveis

  21/01/2016 - O Estado

Outro dado chama atenção: o número de condutores habilitados para conduzir motocicletas é menor do que o total de veículos do tipo na região metropolitana
  
A frota de motocicletas da Região Metropolita­na de São Luís já representa 53% da quantida­de de automóveis que cir­culam pelas ruas e avenidas da capital, São José de Ribamar, Paço do Lumiar e Raposa, segundo dados do Departamento Estadual de Trânsito do Maranhão (Detran). Em apenas quatro anos, de 2012 a 2015, o número de motocicletas passou de 67 mil para mais de 113 mil. No entanto, outro dado cha­ma atenção: o número de condutores habilitados para conduzir motocicletas é menor do que o total de veículos do tipo transitando pelas vias da Ilha.

A cada ano, o número de veículos sobre duas rodas avança pelas ruas e avenidas da Ilha de São Luís. A quantidade de motos nas quatro cidades corresponde a 26,99% da frota total e é mais da metade da quantidade de automóveis, uma diferença de pou­co mais de 100 mil veículos. Co­mo cresceu principalmente nos últimos anos, a frota é relativamente nova.

Em Raposa, o número de motocicletas já superou o de automóveis e representa a metade da frota de veículos do município. Nos demais, o total de carros ainda é superior, mas em São José de Ribamar a diferença é pequena: são apenas 261 carros a mais que motocicletas. São Luís é o município da região metropolitana com a maior diferença entre as duas frotas. O total de motocicletas circulando pelas vias da capital representa 48% do número de carros com que dividem o trânsito.

Sem CNH
Para conduzir motocicletas, é preciso ter Carteira Nacional de Habilitação (CNH) na categoria A, só que nem todo mundo que dirige motocicletas na região metropolitana respeita a legislação de trânsito. Enquanto a frota de motocicletas é de mais de 113 mil, o total de condutores habilitados para esse tipo de veículo é pouco mais de 104 mil. São 8.833 motocicletas a mais.

Paço do Lumiar é o único dos quatro municípios da Ilha em que o número de condutores habilitados corresponde ao número de motocicletas. Raposa é o que tem a menor diferença entre o total de veículos e de condutores habilitados, 683. A capital aparece mais uma vez como a cidade com a maior discrepância: são 5.814 habilitações a menos que o número de veículos.

Desrespeito à lei
O artigo 57 do Código de Trânsito Brasileiro (CTB) diz que as motocicletas devem ser conduzidas sempre pela faixa da direita, sendo proibida sua circulação nas faixas de trânsito rápido ou então sobre as calçadas das vias urbanas. Mas vemos, no dia a dia da Região Metropolitana de São Luís, que os pilotos não respeitam muito essa norma. É comum, por exemplo, ver motociclistas cortando caminho por cima de calçadas, cruzando canteiros centrais, atravessando o sinal vermelho e ocu­parem a faixa de trânsito rápido. Sem falar que muitos an­dam bem acima do nível de velocidade permitido para a via.

E os atos de imprudência resultam no grande número de acidentes envolvendo motociclistas. Os acidentes já são a principal causa de ocorrências de trânsito no país, ultrapassando os atrope­lamentos de pedestres. Em 2015, mais da metade das internações pelo Sistema Único de Saúde (SUS) corresponde a motociclistas, que respondem por três quar­tos das indenizações do Seguro Obrigatório de Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de Vias Terrestres (DPVAT).

Segundo dados do 50º Encontro Nacional de Departamentos Estaduais de Trânsito da Associação Nacional dos Detrans (AND), realizado em Brasília, em setembro de 2015 a motocicleta concentrou 76% das indenizações pagas pelo seguro DPVAT. A maior parte delas (82%) correspondeu a Invalidez Permanente e 4% a Morte. As indenizações pagas por Morte e Invalidez Permanente em acidentes com motocicletas chegaram a mais de 225 mil no Brasil. Os passageiros, depois dos motociclistas, representaram o segundo maior número de vítimas, com 36.376 indenizações pagas por morte e invalidez permanente.

SAIBA MAIS

Em setembro de 2015, Carlos Felipe Correia, chefe do núcleo de motociclismo da Polícia Rodoviária Federal (PRF) afirmou que o Maranhão representa 10% do total de acidentes que acontecem diariamente em rodovias brasileiras, o que torna o estado campeão em número de acidentes de motocicleta no Brasil.

Números

São Luís
364.299 mil veículos
190.578 mil automóveis
91.857 mil motocicletas

São José de Ribamar
30.272 mil veículos
12.173 mil automóveis
11.912 mil motocicletas

Paço do Lumiar
21.274 mil veículos
9.682 mil automóveis
7.541 mil motocicletas

Raposa
4.037 mil veículos
1.054 mil automóveis
2.021 mil motocicletas

http://imirante.com/oestadoma/noticias/2016/01/21/frota-de-motos-da-ilha-ja-chega-a-53-do-total-de-automoveis.shtml

terça-feira, 19 de janeiro de 2016

Tuc Tucs goianos deixam crise para trás

19/01/2016 - Fato Online

Que tal circular as ruas de pedra de uma cidade com arquitetura colonial, no interior de Goiás, a bordo de um Tuc Tuc, os famosos triciclos muito comuns na Índia? Despertou curiosidade, não? Pois essa é a mais recente aposta de empresários da cidade goiana de Pirenópolis, localizada a cerca de 140 km de Brasília, para atrair mais turistas e incrementar uma das principais atividades econômicas do local.

São quatro veículos, por enquanto, que transportam até dois passageiros. Há duas opções aos visitantes: o passeio de 30 minutos pelos principais pontos turísticos ou o simples deslocamento entre um ponto e outro da cidade.

A novidade começou no início de dezembro de 2015 a partir da necessidade de transporte dos visitantes, conta o empresário Geovane Ribeiro, um dos idealizadores. "Nos últimos anos, aumentou muito a demanda por táxi e junto com a dificuldade de estacionamento, especialmente no centro”, lembra. Aí, veio a ideia de utilizar os Tuc Tuc como alternativa de transporte. Além de pequenos e econômicos, são charmosos e despertam a atenção dos turistas, tornando-se um diferencial para a cidade.

Em meio ao agravamento da crise econômica no ano passado, a ideia foi abraçada por empresários de Pirenópolis, como donos de restaurantes e de pousadas, que se encarregam de fazer a divulgação do serviço entre os seus clientes.

No caso de passeios turísticos, foi feita parceria com a associação de guias turísticos do município, que combinam o conhecimento que têm da cidade com o papel de motorista. O cálculo básico dos organizadores é que cada Tuc Tuc permite a geração de pelo menos três empregos, já que são três turnos de trabalho. Os atuais quatro veículos devem se somar a outros seis,  até o fim do ano. Essa é a meta dos idealizadores.

A ideia foi uma forma criativa de ajudar a diminuir o problema da mobilidade urbana e, ao mesmo tempo, agregar valor ao turismo do município de 22 mil habitantes. Como a criatividade é apontada como a saída para os momentos de crise econômica, iniciativas como essa podem determinar a sobrevivência ou não de negócios.

O ambiente econômico exige criatividade de empresas e de trabalhadores, que precisam também de uma característica adicional: a persistência, indispensável para empreender. E o mundo dos negócios exige estar atento e aberto a oportunidades, além de encontrar brechas para crescer na dificuldade. Que venham mais Tuc Tucs!