segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

CPFL firma parceria com CCR e Graal para incetivo ao uso de veículos elétricos

13/12/2015 -  O Estado de SP

Na expectativa de estimular o segmento de veículos elétricos no Brasil e, com isso, criar um novo mercado consumidor, a CPFL firmou parceria com a CCR AutoBAn e com a Rede Graal para estruturar uma espécie de "corredor intermunicipal" elétrico no estado de São Paulo. A rota ligará a capital paulista a Campinas, onde fica a sede da CPFL, e será equipada com o primeiro eletroposto rodoviário construído no Brasil. O abastecimento de veículos elétricos poderá ser feito gratuitamente em um posto da Graal localizado na altura de Jundiaí, na Anhanguera, rodovia administrada pela AutoBAn.

O corredor elétrico faz parte do Programa de Mobilidade Elétrica da CPFL Energia, um projeto de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) que receberá investimento de R$ 21,2 milhões até 2018. O incentivo ao mercado de veículos elétricos também contou com a construção de outros eletropostos, entre unidades públicas e privadas. Há quatro unidades em operação instaladas na própria CPFL e em empresas parceiras. Outras duas unidades, ambas localizadas em Campinas, são públicas.

O projeto que une CPFL, CCR e Graal é uma nova etapa dessa iniciativa, agora em direção ao mercado consumidor da capital paulista, e um novo incentivo ao desenvolvimento do mercado de veículos elétricos no Brasil. Em outubro passado, o governo federal reduziu a zero o imposto de importação para carros elétricos e a hidrogênio. Esses modelos pagavam, até então, 35% de alíquota de importação.

"A CPFL Energia foi responsável pela instalação de toda infraestrutura do eletroposto rápido, que inclui um transformador de baixa tensão, o carregador e o cabeamento necessário para o funcionamento dos equipamentos. A Rede Graal assumirá as despesas com o consumo de energia", destacou a CPFL em nota. As atividades do eletroposto deveriam ter sido iniciadas em agosto, porém o cronograma foi alterado.

De acordo com as empresas, o veículo poderá ter 80% de sua bateria carregada em meia hora, o que mostra que a tecnologia ainda tem particularidades importantes quando comparada aos veículos tradicionais, abastecidos com gasolina, etanol ou diesel.

Outro problema é a ainda quase incipiente rede de abastecimento. Para amenizar esse problema, a CPFL estuda a possibilidade de desenvolver outros eletropostos em novos endereços da rede Graal, caso de uma unidade localizada na Bandeirantes. Até 2018, a CPFL planeja viabilizar a instalação de 31 eletropostos.

"O projeto também irá permitir que a companhia avance em um modelo de negócio para a mobilidade elétrica, considerando que os eletropostos também serão utilizados por clientes de fora da área de concessão da companhia", afirmou em nota o diretor de Estratégia e Inovação da CPFL, Rafael Lazzaretti.

quarta-feira, 11 de novembro de 2015

Prefeitura lançará em 2016 edital para serviço de aluguel de carro elétrico

11/11/2015 - O Globo

Projeto, que será semelhante ao da Bike Rio, prevê preço de R$ 18 a R$ 23 por meia hora
  
POR CARINA BACELAR

RIO — A prefeitura vai lançar, no primeiro semestre de 2016, uma licitação para um sistema de 100 carros elétricos compartilhados, que ficarão localizados em 25 estações, no Centro e na Zona Sul. A operação do serviço será da iniciativa privada. Segundo a Secretaria Especial de Concessões e Parcerias Público-Privadas do município, é possível que os carros já estejam circulando durante os Jogos Olímpicos, em agosto do ano que vem.

Os automóveis serão recarregados nos próprias estações, que ficarão em 13 bairros. O usuário poderá retirá-los utilizando um aplicativo. A cada 30 minutos de circulação com o carro, será cobrada uma tarifa no cartão de crédito cadastrado no sistema. A estimativa é que o preço de 30 minutos de uso do veículo fique entre R$ 18 e R$ 23, de acordo com o plano de assinatura do sistema (que poderá ser anual, mensal, semanal ou diário, cada um com taxas diferentes).

FROTA TERÁ DE SER MONITORADA

O texto do edital está na fase de consulta, que vai até 13 de novembro. Nesta fase, empresas podem se manifestar sobre as regras estabelecidas. Ao todo, cinco consórcios, um deles incluindo a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), participaram do chamamento para a fase anterior do edital, a Proposta de Manifestação de Interesses (PMI).

O texto, depois da fase de consulta pública, ainda será encaminhado para a Procuradoria e para o Tribunal de Contas do Município. Segundo Ricardo Silva, coordenador geral de Estruturação de Projetos da secretaria, a ideia é fazer um modelo parecido com o das bicicletas Bike Rio, com uma empresa operadora do serviço e outra patrocinadora, que pagará para ter a marca vinculada aos carros.

—Uma decisão que a gente tomou é não colocar dinheiro público — explica Silva, ressaltando que o patrocínio é captado pela empresa operadora.

Haverá ao todo 200 vagas para os 100 carros. Nenhum deles poderá ser retirado com menos de 40% da bateria carregada. Um elemento previsto para a licitação é que ela obrigue as empresas a monitorar a frota por meio de uma central de informações, impedindo furtos e roubos.

O modelo adotado pelo Rio é baseado nos de Amsterdã e Paris. Também estão sendo feitos testes em Curitiba e Recife, com 11 e três veículos, respectivamente. Na capital francesa, já estão à disposição três mil carros.

— O que a gente sabe é que o sistema vem funcionando bem. Começou pequeno, com 100 carros, e foi se expandindo ao longo do tempo — observa o coordenador da secretaria.

Além da vantagem da emissão zero de gases poluentes, o carro elétrico reduz o trânsito, dizem as autoridades. Em Paris, um estudo feito a partir da implantação de carros elétricos indicou que, para cada veículo disponível, sete a vinte automóveis comuns deixaram de circular pelas ruas. Segundo a Associação Brasileira de Veículos Elétricos (ABVE), há atualmente 95 veículos que utilizam apenas energia elétrica como combustível no Brasil.

— O custo benefício é muito bom. Não é preciso posto de combustível para abastecer — diz Ricardo Guggisberg, presidente-executivo da entidade.

Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/rio/prefeitura-lancara-em-2016-edital-para-servico-de-aluguel-de-carro-eletrico-18015567#ixzz3rBKXKu3I 
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sexta-feira, 30 de outubro de 2015

Recife é a primeira cidade brasileira a compartilhar carros elétricos

27/10/2015 - Diário de Pernambuco

O Carro Leve, como é chamado, tem capacidade para duas pessoas, é automático, e roda até 100 km com a bateria. Para usar, o valor mensal é de R$ 30, mais taxas
  
 Rosália Vasconcelos

A fase de testes teve início em dezembro do ano pa
A fase de testes teve início em dezembro do ano passado
créditos: Annaclarice Almeida

O Recife é a capital pioneira na implantação do sistema de compartilhamento de carros elétricos no país, e quem quiser utilizar o serviço terá inicialmente de se cadastrar no escritório do Porto Digital. A pessoa deve comparecer pessoalmente ao escritório, e assinar um termo de responsabilidade para eventuais cobranças por danos ou multas. Em seguida, precisará baixar o aplicativo Porto Leve, dispositivo que permite a retirada do veículo nas estações de compartilhamento.

O sistema de compartilhamento de veículos, lançado na capital pernambucana no ano passado e o primeiro a ser implantado no Brasil, até agora estava em fase de testes, e começa este mês a funcionar normalmente. 

Para usar o carro elétrico, será necessário fazer um plano mensal no valor de R$ 30, a ser debitado no cartão de crédito. Além desse valor, o usuário paga uma taxa extra da corrida, que será cobrada da seguinte forma: R$ 20, para quem preferir trafegar sozinho; R$ 10, se optar por oferecer carona; caso o motorista arrume um caroneiro, cada um paga R$ 5. O usuário tem 30 minutos para retirar o carro e entregar, na mesma estação ou em outra. Cada minuto adicional, além dos 30, custará R$ 0,75.

O Carro Leve, como foi batizado, é um modelo ZD, da empresa chinesa Zhidou. Tem capacidade para duas pessoas, é automático, e roda até 100 km com a bateria. Para utilizar o carro, é preciso ter idade superior a 18 anos e possuir carteira de habilitação válida, além de cartão de crédito. 

Expansão do projeto 

O sistema de compartilhamento de carros elétricos do Porto Digital, o Carro Leve, aguarda agora interessados, da iniciativa pública ou privada, para expandir o projeto, tal como aconteceu com as bicicletas compartilhadas do Porto Leve, expandidas através do projeto BikePE, uma parceria entre a Serttel/Samba e o banco Itaú. 

Desde o dia 8 de setembro, o Car Sharing foi aberto para cadastro e utilização pela população. Até agora, o sistema registrou 43 usuários, o que, para o Porto Digital, é um bom número de interessados, já que se trata de um projeto piloto. 

“Qualquer pessoa pode usar o sistema. Mas como o carro é um modal que tem um risco maior que a bicicleta, tem que ter mais cautela. Ao cadastrar os documentos necessários, o usuário precisa agendar um teste drive. Um técnico irá acompanhá-lo para ensinar as funcionalidades do carro, que é elétrico e automático, e fazer o teste de direção nas ruas”, conta a gerente de projetos do Porto Digital, Cidinha Gouveia. 
Segundo ela, nesses 45 dias, algumas pessoas fizeram o cadastro mas não agendaram o teste drive ou até realizaram o teste drive, mas ainda não utilizaram o sistema. 

A próxima etapa do projeto será a implantação dos totens de carregamento das baterias dos carros nas próprias estações. Atualmente, os carros são recolhidos para o Porto Digital, para que as baterias sejam recarregadas durante a noite. “Não haverá aumento da frota e das estações pelo Porto Digital. Nós colocamos no mercado a tecnologia para testar a usabilidade pela população. Empresas públicas ou privadas é que deverão expandir o Carro Leve”, explicou Cidinha. Não há, contudo, prazo para a conclusão do projeto piloto. 

O sistema de compartilhamento de carros elétricos começou a funcionar em fase de testes desde 15 de dezembro do ano passado. Até então, apenas funcionários da Serttel e pessoas selecionadas pelo Porto Digital. A medida foi necessária para que a empresa pudesse avaliar o aplicativo utilizado para a retirada dos carros, a funcionalidade do sistema e o desempenho dos veículos. Agora, está sendo avaliado o sistema de cadastro e a usabilidade do serviço para a população. 

Na opinião do advogado Wayne Xavier, 27 anos, o Carro Leve está aprovado. “Eu já vinha acompanhando a implantação do projeto. Sabia que o carro elétrico compartilhado existia em outros países e queria testá-lo aqui no Recife, porque reconheço a importância de projetos de sustentabilidade. Então me cadastrei assim que abriu para a população e fiz o teste drive. Depois disso, usei uma vez e achei o sistema fácil e o aplicativo funciona muito bem. O carro é pequeno, fácil de estacionar e é bem disposto, tem autonomia”, avalia Xavier. 

Ele aguarda a expansão do projeto para que consiga usar mais. “Se tiver mais estações, como as bicicletas, vamos poder utilizar em outros locais e aumentar o uso”, disse o advogado, que trabalha no bairro do Pina.

quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Carros elétricos deixarão de pagar tarifa de importação

28/10/2015 -  O Globo

BRASÍLIA- O governo deu ontem o primeiro passo para a inserção do carro elétrico no Brasil. Em resolução publicada no Diário Oficial, a Câmara de Comércio Exterior (Camex) reduziu de 35% para até zero as alíquotas de importação para essa categoria de veículo, hoje praticamente inexistente no mercado brasileiro. Os modelos à venda no Brasil custam em torno de R$ 165 mil.

Em resolução publicada no Diário Oficial, a Camex informou que a decisão foi tomada após amplo debate sobre o tema. Enfatizou que a medida busca inserir o Brasil em novas rotas tecnológicas, disponibilizando ao consumidor veículos com alta eficiência energética, baixo consumo de combustíveis e reduzida emissão de poluentes. "Tais medidas estão alinhadas à política de fomento para novas tecnologias de propulsão e atração de novos investimentos para produção nacional desses veículos”, destacou a Camex.

Segundo explicou o presidente da Associação Brasileira das Empresas Importadoras e Fabricantes de Veículos Automotores (Abeifa), Marcel Visconde, a redução do imposto vai ajudar a criar no país uma "cultura do carro elétrico”, que já faz parte da realidade dos principais países do mundo.

— Quase ninguém importa carro elétrico — disse Visconde.

Para o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Luiz Moan, a resolução da Camex vai permitir que o consumidor tenha acesso a tecnologias mais modernas:

— Também abre espaço para a ampliação do desenvolvimento local de novas tecnologias, inserindo a engenharia brasileira nas principais rotas tecnológicas globais, inclusive com a oportunidade de criar soluções que utilizem o etanol.

O Comitê Executivo de Gestão da Camex (Gecex) também decidiu ampliar o escopo da redução tarifária para algumas categorias de carros híbridos — que usam motor convencional atrelado a um motor elétrico. Com a alteração dos códigos da Tarifa Externa Comum (TEC), foram incorporados os veículos com tecnologia de recarga externa. Outro tipo de veículo incluído nas novas regras de tributação é o movido a células de combustível, cuja base é o hidrogênio.

ENERGIA SOLAR RESIDENCIAL

O preço da eletricidade no país, atualmente, é 67% maior do que o da gasolina necessária para gerar a mesma intensidade de energia, diz um relatório do Ministério de Minas e Energia. Apesar dessa diferença, segundo técnicos do governo, a abertura desse mercado é importante, tendo em vista suas vantagens tecnológicas e benefícios futuros.

O desenvolvimento dos carros elétricos, associado ao plano de geração de energia distribuída pelo país, por meio de geradores solares instalados em empresas e residências, é visto como um grande avanço. De acordo com esses técnicos, o futuro dos automóveis elétricos está conectado à possibilidade de cada consumidor poder gerar eletricidade a partir da luz solar e trocá-la com o sistema das distribuidoras.

O uso dessa energia doméstica nos automóveis economizaria a necessidade de transporte da própria eletricidade por longas linhas de transmissão, além de ajudar na redução da poluição nas grandes cidades. Os entraves até esse futuro, porém, ainda são muitos, como a tributação sobre a geração de energia doméstica e o desenvolvimento da tecnologia em si.

TIRARAM O IMPOSTO, MAS O DÓLAR SUBIU

Ao reduzir a alíquota de importação de 35% para 0%, o governo federal muda sua posição em relação aos carros 100% elétricos no Brasil. Até o momento, via-se como um contrassenso baixar taxas para estimular o uso desse tipo de veículo em um país com redução da oferta de energia e bandeiras vermelhas nas contas de luz.

Por causa das enormes baterias (de íon-lítio, na maioria dos modelos atuais), carros 100% elétricos são caros. Para viabilizar esses veículos silenciosos e que não emitem gases, alguns governos oferecem pesados incentivos fiscais e outros estímulos.

No Brasil, os elétricos são raros — a maioria foi trazida para experiências como a dos táxis Nissan Leaf que rodam no Rio. No ano passado, estimava-se que um Leaf custaria exorbitantes R$ 210 mil se fosse vendido normalmente aqui. A isenção o tornaria "menos caro” — mas, desde então, o dólar teve uma grande alta. Assim, não espere, a médio prazo, ver muitos carros elétricos no país.

Novas reduções, como as de IPI e ICMS, poderiam estimular a produção local de modelos híbridos que combinem um motor elétrico a outro movido a álcool (ou flex). Custam menos e têm autonomia maior. A Toyota está firme nesses planos: o primeiro híbrido nacional deve ser fabricado dentro de três anos.

terça-feira, 27 de outubro de 2015

Táxi para judeus começa a operar no Rio

27/10/2015 - O Globo

POR ANCELMO GOIS

Começou a operar ontem a Jewish Táxi, que se define como uma central voltada à comunidade judaica. Os motoristas, além de português, falam ídiche. 

segunda-feira, 19 de outubro de 2015

Projeto de SC - Carros elétricos: conheça os benefícios

19/10/2015 - Portal Serra - SC

Santa Catarina - Os brasileiros estão cada vez mais atentos às novidades que prometem amenizar o caos da mobilidade urbana. O grande número de veículos nas ruas, alto custo dos combustíveis e forte impacto ambiental, são alguns dos problemas que inviabilizam a manutenção do atual sistema e motivam pesquisadores a desenvolverem soluções alternativas.

Em Santa Catarina, um grupo de engenheiros desenvolveu o projeto PodCycle, veículo urbano para duas pessoas, projetado exclusivamente para a nova economia inteligente compartilhada. "Nós acreditamos que a mobilidade urbana do futuro será elétrica, intermodal, sustentável, compartilhada e inteligente”, afirma Rodrigo Magri, engenheiro mecânico e coautor do projeto.

O carro elétrico, realidade em países da Europa e nos EUA, ainda engatinha no Brasil - mesmo com sua extensa lista de prós se comparado aos carros movidos à queima de combustíveis como etanol, gasolina e diesel. Segundo Brener Martins, um dos idealizadores do PodCycle, "além da emissão zero de gases poluentes, o carro elétrico proporciona mais economia, menos ruídos e baixo custo de manutenção”. De acordo com a equipe, o carro elétrico tem custo inferior a R$ 0,05 para percorrer um quilômetro.

O engenheiro mecânico e mentor técnico do PodCycle, Mahatma Marostica, avalia o caráter urbano do veículo desenvolvido em Santa Catarina. "O PodCycle é um veículo que nasceu sob medida para o uso urbano. Hoje os veículos convencionais são feitos para uma média entre o rodoviário e o urbano, e há muita coisa que sobra dentro do veículo, que só agrega custo”, explica.

Para levar o PodCycle para as ruas, está no ar uma campanha no site de financiamento coletivo Catarse (catarse.me/evpodcycle), cuja meta é arrecadar R$ 68 mil para finalização da produção da primeira unidade do carro e realização de um tour de apresentação pelo país. Até o momento, os apoiadores investiram mais de R$ 28 mil.

"Os carros elétricos já são realidade fora do Brasil, mas aqui a produção ainda é cara. Já investimos R$ 40 mil na aquisição dos componentes do chassi, motor elétrico, inversor e carregador. Para chegar a este ponto, foram três anos de muito trabalho, pesquisa e criação de parcerias. Agora contamos a ajuda de todos para finalizar o projeto”, argumenta Rodrigo.

Mudança de hábito: compartilhamento de veículos

Na França, há quatro anos, a empresa Autolib disponibilizou o primeiro serviço de compartilhamento de veículos elétricos no país. Em terras brasileiras, Rio de Janeiro, Curitiba e Recife têm iniciativas públicas piloto para oferecer o modelo em que o motorista paga pelo tempo que usa o automóvel e pode devolvê-lo em pontos pré-definidos.

O car sharing, defendido pela equipe que fomenta o projeto PodCycle, aos poucos vai ganhando adeptos, e se mostra como alternativa para diminuir o número de carros em circulação nas cidades. Via de regra, o processo é simples: o usuário se cadastra, retira e devolve o carro em locais previamente definidos e diferente do que ocorre nas locadoras tradicionais, paga por tempo de uso.

Em Curitiba, a prefeitura lançou o projeto Ecoelétrico, que pretende espalhar 600 carros elétricos compartilhados e cerca de mil vagas pela capital paranaense. O sistema incluirá também o compartilhamento de bicicletas e a instalação de totens multifuncionais com informações sobre mobilidade urbana.

Em Recife, o projeto de sustentabilidade PortoLeve, engloba o compartilhamento de carros elétricos e bicicletas, além de um sistema de localização de vagas, entre outras iniciativas.

Na Pedra Branca, em Palhoça (SC), um projeto piloto foi implementado pela startup PodShare - cujos mentores também estão envolvidos com o PodCycle. Diferente dos exemplos citados acima, a PodShare utilizava um veículo modelo GOL. O bairro palhocense foi o primeiro de Santa Catarina a lançar o sistema de carro compartilhado, e o primeiro no Brasil a disponibilizar este tipo de serviço dentro de um condomínio empresarial.

Sobre o PodCycle

O PodCycle é um veículo urbano elétrico, desenvolvido exclusivamente para uso compartilhado. É baseado em um chassi skate modular que permite diversos projetos veiculares distintos, tem baixo custo de manutenção e diversas possibilidades de customização. Foi desenvolvido por profissionais brasileiros e alemães, segue a regulamentação vigente, pensado para as nossas cidades e exclusivo para uso em serviços de compartilhamento – maneira mais eficaz de ofertar uma mobilidade de qualidade e flexível, como alternativa a aquisição de veículos próprios e integrada a transportes coletivos de qualidade.

O projeto foi concebido depois de anos de trabalho na e3, uma das equipes de competição do Departamento de Engenharia Mecânica da Universidade Federal de Santa Catarina. Ganhou força após a participação de alguns de seus idealizadores no I Fórum de Mobilidade Elétrica Brasil-Ingolstadt realizada em Joinville, em 2013, e foi se consolidando nos últimos anos. O PodCycle foi vencedor do Desafio Sebrae-SC de Plano de Negócios de 2012,  recebeu, em 2014, o Prêmio Sinapse da Inovação promovido pelo Estado de Santa Catarina, Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina (FAPESC), Sebrae-SC, com realização pela Fundação CERTI.

Atualmente, a equipe envolvida no projeto é diversa e internacional, formada por cerca de 20 integrantes - entre eles designers, artistas 3D, especialistas em impressão 3D, engenheiros, cientistas da computação, empreendedores visionários e jornalistas. Oriundos da indústria automotiva e de equipes universitárias de competições como Baja, Formula e SEMA, os profissionais envolvidos foram convidados a palestrar no Open Hardware Summit 2013, realizado no Masachussets Institute of Technology (MIT), participaram do premiado documentário Road to Houston, e fizeram pesquisas em respeitados institutos e empresas do segmento.

domingo, 11 de outubro de 2015

Os 8 países mais entusiastas de carros elétricos e híbridos

11/10/2015 -  Exame

Ligados na tomada

São Paulo - Não restam dúvidas de que os carros verdes vieram para ficar. As principais montadoras do mundo investem cada vez mais em modelos de menor consumo de combustível e impacto ambiental que, aos poucos, caem no gosto dos consumidores.

O preço, naturalmente, ainda é um empecilho para a expansão do mercado de carros híbridos e elétricos. Mas em alguns mercados, isso começa a mudar.

A Noruega, que lidera o mercado de modelos verdes do mundo, eliminou impostos sobre os veículos limpos e foi ainda mais longe, oferecendo estacionamento gratuito e acesso a corredores de ônibus.

Atualmente, os carros híbridos e elétricos são, praticamente, "bestsellers" no país. No primeiro trimestre de 2015, 8.112 veículos movidos a eletricidade foram vendidos por lá, representando quase um quarto das vendas totais de veículos no país.

Os dados são de um relatório produzido pela consultoria IHS Automotive, especializada na indústria automotiva mundial.

Já os Estados Unidos registraram 15.000 verdinhos novos no mesmo período, mas o número absoluto representou apenas 0,8% das vendas totais de carros no país no primeiro trimestre.

Veja a seguir os 8 maiores mercados de carros elétricos e híbridos no mundo.

1. Noruega

Número de carros elétricos vendidos no 1º trimestre de 2015
8.112
Porcentagem em relação à venda total de carros
22,9%
Variação em relação ao ano anterior
40,5%
Modelo de carro mais querido
VW e-Golf


2. Holanda

Número de carros elétricos vendidos no 1º trimestre de 2015
5.760
Porcentagem em relação à venda total de carros
5,2%
Variação em relação ao ano anterior
74,2%
Modelo de carro mais querido
VW Golf plug-in híbrido


3. Reino Unido



Número de carros elétricos vendidos no 1º trimestre de 2015
8.864
Porcentagem em relação à venda total de carros
1,2%
Variação em relação ao ano anterior
392,3%
Modelo de carro mais querido
Mitsubishi Outlander plug-in híbrido


4. Estados Unidos

Número de carros elétricos vendidos no 1º trimestre de 2015
14.832
Porcentagem em relação à venda total de carros
0,8%
Variação em relação ao ano anterior
392,3%
Modelo de carro mais querido
Tesla Model S


5. França

Número de carros elétricos vendidos no 1º trimestre de 2015
3.626
Porcentagem em relação à venda total de carros
0,8%
Variação em relação ao ano anterior
101,3%
Modelo de carro mais querido
Renault ZOE


6. Alemanha

Número de carros elétricos vendidos no 1º trimestre de 2015
4.250
Porcentagem em relação à venda total de carros
0,6%
Variação em relação ao ano anterior
97,7%
Modelo de carro mais querido
VW Golf GTE plug-in híbrido


7. Tóquio, Japão

Número de carros elétricos vendidos no 1º trimestre de 2015
7.750
Porcentagem em relação à venda total de carros
0,6%
Variação em relação ao ano anterior
-19,5%
Modelo de carro mais querido
Nissan LEAF


8. China

Número de carros elétricos vendidos no 1º trimestre de 2015
12.555
Porcentagem em relação à venda total de carros
0,3%
Variação em relação ao ano anterior
744,9%
Modelo de carro mais querido
BYD Qin plug-in híbrido

segunda-feira, 21 de setembro de 2015

Motos já são a principal causa de acidentes

21/09/2015 - Agência Brasil

Os acidentes envolvendo motos já são a principal causa de ocorrências de trânsito no país, ultrapassando os atropelamentos de pedestres. Atualmente, mais de metade das internações pelo Sistema Único de Saúde (SUS) são de motociclistas, que respondem por três quartos das indenizações do Seguro Obrigatório de Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de Vias Terrestres (DPVAT).

O dado foi trazido durante o 1º Fórum Nacional da Cruz Vermelha Brasileira sobre Segurança Viária, que marcou o início da Semana Nacional do Trânsito, na sexta-feira (18), pelo médico Fernando Moreira, especialista em medicina do trânsito e conselheiro da Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado do Rio de Janeiro (Fetranspor).

"As motos mudaram o padrão da mortalidade, com a expansão muito forte da frota de motos nos últimos dez anos, e hoje a principal vítima no trânsito já é o motociclista. O pedestre era historicamente quem mais sofria no trânsito, agora é o motociclista. Há vários fatores que incidem diretamente nesta utilização maior das motos, que é um veículo com um risco maior agregado do que um veículo de quatro rodas”, disse Moreira.

O médico também chamou a atenção para a dispensa de itens obrigatórios de segurança, como capacete e calçado fechado. Além disso, ele denunciou que, em muitas cidades do país, principalmente no interior, é comum as pessoas pilotarem moto sem terem documento de habilitação.

"Lamentavelmente, em nosso país, não se usa um item obrigatório, que é o capacete. Muitas pessoas sequer tem habilitação para andar de moto. Em alguns locais do interior do país, 60% a 70% das pessoas não são habilitadas para dirigir moto, não conhecem minimamente a legislação de trânsito.”

Especialista em medicina do trânsito, o médico está acostumado a testemunhar casos de fraturas graves decorrentes de motociclistas sem equipamentos de proteção, que, se fossem utilizados, salvariam muitas vidas.

"Está se formando uma verdadeira legião de pessoas com deficiência, por traumas relacionados à motocicleta. Temos visto um crescimento enorme do número de pessoas com deficiência física estabelecida, em membros superiores e inferiores, e coluna vertebral com problemas graves, como paraplegia, tetraplegia, em função da má utilização desse veículo que tem um risco maior associado.”

Segundo ele, a frota de motos tem crescido muito mais do que a de automóveis e mudou proporcionalmente a frota total de veículos no Brasil. Isso requer do motociclista ainda mais atenção e cuidados básicos, que evitam ou reduzem a gravidade de acidentes.

"O importante é que o condutor da moto entenda que ele tem de se portar no trânsito em uma atitude preventiva, utilizar todos os equipamentos de segurança, respeitar os limites de velocidade. Também tem que lembrar que o carona tem de usar o capacete. E não pode transportar crianças com menos de 7 anos de idade.”

O representante da Cruz Vermelha Brasileira, José Mauro Braz de Lima, consultor do Departamento Nacional de Educação e Saúde da entidade, também alertou para o nível de acidentes graves e fatais no Brasil, que ocupa as primeira posições entre os países com maior número de mortes no trânsito.

"É inaceitável o nível de mortes e feridos nas estradas. O que o Brasil hoje deve estar atento é que, sendo o país mais mata no mundo em relação ao acidente de trânsito, tem que ter uma atitude constante para isso. Temos que criar uma força-tarefa, em um programa de governo, como foi feito na França, para que tenhamos um modelo de atenção sistêmica”, sugeriu José Mauro.

Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), citados pela Cruz Vermelha, no mundo todo, 1,3 milhão de pessoas morrem por ano em acidentes de trânsito. No Brasil, de acordo com a Cruz Vermelha, são 50 mil mortes anuais e 500 mil feridos nas ruas e estradas dos país, o que representa 25 mortes por 100 mil habitantes.

O representante da organização também sugeriu o aumento de recursos investidos em campanhas educativas e preventivas, utilizando percentual de multas de trânsito, como já é previsto na legislação. A entidade defende um programa baseado em cinco passos: informação, educação, conscientização, fiscalização e penalização.

De acordo com estatística do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), o país tinha uma frota de 23 milhões de motocicletas em 2014, o que correspondia a 27% da frota nacional. Apesar das motos representarem pouco mais de um quarto da frota, o seguro DPVAT pagou, em 2014, 580 mil indenizações, o que correspondeu a 76% do total. Deste, 4% foram por morte (22.616 casos), 82% por invalidez (474.346) e 14% por despesas médicas (83.101).

As estatísticas do DPVAT relativas a 2014 podem ser acessadas no endereço www.seguradoralider.com.br, na aba Centro de Dados e Estatísticas.

sábado, 22 de agosto de 2015

Uber lança serviço 30% mais barato no Rio

21/08/2015 - O Globo

RIO - Quem abrir o aplicativo do Uber nesta sexta-feira, aqui no Rio, vai encontrar uma surpresa: ao lado do conhecido sedan preto, que indica o Uber Black, haverá um carro menor, cinza, representando o Uber X. A alternativa, que já funciona em São Paulo há dois meses, oferece o mesmo tipo de serviço, só que com veículos mais simples, como o Ford Focus ou o Honda Fit, e a preços 30% mais baratos do que o dos táxis comuns. Como os motoristas do Uber Black, os do Uber X também são profissionais, e passam pelos mesmos critérios de avaliação.

Guilherme Telles, diretor geral do Uber no Brasil, explica que eles se propõem a atender a um novo tipo de passageiro.

— O Uber X funciona sobretudo em bairros distantes e áreas de periferia, e em geral fazendo uma última perna entre o transporte público e a casa do usuário, tipicamente aquela pessoa que precisa andar quilômetros até o ponto de ônibus mais próximo. A ideia do Uber X é complementar o ecossistema de transporte.

Na verdade, o Uber X se propõe a resolver não só o problema dos passageiros, mas também o dos motoristas que, tendo passado em todos os critérios de avaliação da empresa, esbarram no quesito carro: nem todos têm como comprar os luxuosos carrões com bancos de couro, exigência do Uber Black.

Nos EUA, o Uber X é o verdadeiro sistema de carona paga que deu origem a essa definição. Lá, os motoristas não são profissionais, mas pessoas que têm carro e habilitação, mais ou menos como os do Uber Pop europeu, que tanta comoção causou entre taxistas franceses.

Uber Black, Uber X, Uber Pop — afinal, quantos Uber existem?

— As possibilidades são infinitas! — diz Filippo Renner, diretor-geral do Rio, especialmente empolgado com o Uber Eats, serviço experimental em Nova York e Chicago, que oferece duas ou três opções de refeições rápidas e baratas, em torno de US$ 10, e chegam ao cliente em cinco minutos.

PARA TODOS OS BOLSOS

É fácil descobrir as muitas opções — e é uma boa brincadeirinha para quem curte o aplicativo. Basta dar zoom no mapa para ver que, em Los Angeles, por exemplo, além de Uber Black e UBer X, há os Uber Pool (espécie de lotação), Plus (sedans de luxo, como Mercedes), SUV (caminhonetes), Lux (limousines) e Access, com diferentes alternativas para o passageiro. Em Istambul, há o Uber Boat, que oferece lanchas no estreito de Bósforo; em Nova Déli, pode-se chamar um tuc-tuc com o Uber Auto.

Filippo, que tem 30 anos, 1,95m e cara de quem mal saiu da universidade, comanda, há três meses, a equipe de dez pessoas no recém-instalado escritório carioca, em Ipanema. A idade média não passa dos 30 anos; o mais novo, João Barbará, gerente de operações em São Paulo, tem 26, a mais velha, a diretora jurídica Ana Pellegrini, 38.

O background de todos é parecido. Quando não chegam direto da universidade, eles vêm de outras empresas de tecnologia. O escritório de São Paulo, onde trabalham pouco mais de 20 pessoas, fica no alto de um prédio imponente, com vista espetacular, e promete ficar lindo. Por enquanto, é uma típica startup em crescimento, com caixas empilhadas e uma salada de objetos incongruentes empilhados: centenas de headphones, material de escritório, lixeiras, pacotes de biscoito e guarda-chuvas.

— A nossa vida é cheia de obstáculos — brinca o diretor de comunicação Fábio Sabba, de 35 anos, uma das caras mais conhecidas da operação brasileira. É ele quem atende aos jornalistas, dá declarações, acompanha debates nas câmaras legislativas. Todos conversam sobre tudo pertinente ao Uber, conhecem a legislação de transportes e os mínimos desdobramentos do que está acontecendo com o serviço pelo mundo afora. Quando saem do trabalho na sexta à noite, conectam-se pelo WhatsApp e passam o fim de semana trocando ideias e informações.

TÍTULOS E EMPOLGAÇÃO

Todos têm ótimos títulos acadêmicos e são experientes: Filippo fundou uma empresa aos 20 anos; Leticia Mazon, que tem 28 e trabalha com Fábio na comunicação, vem da prefeitura de São Paulo; Daniel Mangabeira, de 30, diretor de políticas públicas, passou pela Global Health Strategies, pela UK Trade and Investment e trabalhou para o governo britânico.

A empolgação da turma é palpável, mas há uma ponta de frustração pela hostilidade com que a empresa é tratada por taxistas e vereadores.

— Quando uma fábrica que vai gerar 600 empregos é inaugurada, é recebida de braços abertos pelas autoridades, ganha incentivos fiscais e não paga IPTU por dez anos — diz Sabba. — Nós, que geramos milhares de empregos, somos recebidos com pedradas.

Mas há emoções positivas que vêm da satisfação dos usuários.

— Eu nem acredito que o Uber só está no Brasil desde maio passado — diz Mangabeira. — Tantas coisas vêm acontecendo, com tanta intensidade, que a impressão que tenho é que já se passaram 50 anos.

Taxistas poderão ser autorizados a usar carros pretos de luxo

Câmara aprova projeto que penaliza Uber e beneficia permissionários

Os taxistas vão ter o seu "próprio Uber". Na regulamentação do transporte individual de passageiros, aprovada ontem na Câmara de Vereadores, em primeira discussão, com 38 votos, está previsto que os profissionais já licenciados pelo município poderão se organizar em entidades e requerer licença para operar carros de luxo pretos, exatamente como os usados pelos motoristas do aplicativo. Para isso, terão que comprovar noções de inglês e a realização de curso de atendimento ao cliente — justamente diferenciais dos motoristas selecionados pelo Uber.

A vereadora Teresa Bergher vai propor a retirada desse ponto do texto. O presidente da Casa, Jorge Felippe, nega a criação de um "Uber de taxistas":

— Já temos no Rio táxi amarelo, vermelho e azul. Passaremos a ter o preto. O Uber é ilegal. Os taxistas têm licença.

A regulamentação prevê multas mais pesadas para o Uber e táxis piratas: em vez dos R$ 1.360,29 atuais, seriam R$ 3 mil (motoristas) e R$ 7 mil (empresas). Ontem, a OAB-RJ criou um grupo de trabalho para analisar o serviço prestado pelo Ube

terça-feira, 18 de agosto de 2015

Retomada de veículos por falta de pagamento de prestações cresce 20%

18/08/2015 - O Globo

A inadimplência no financiamento de veículos para pessoas físicas está estacionada em 3,9% desde dezembro, segundo o Banco Central (BC), mas empresas de recuperação de crédito registram um salto na retomada de automóveis por causa de atraso nos pagamentos.

Na carteira da Siscom, empresa que presta serviço de recuperação de crédito de veículos para sete bancos em todo o país, houve um aumento de 21,4% no número de veículos retomados entre janeiro e julho deste ano, na comparação com o mesmo período do ano passado. Segundo Satoshi Fukuura, presidente da empresa, tem havido uma quantidade surpreendente de entregas "amigáveis", ou seja, em que o cliente admite sua incapacidade de honrar o financiamento e devolve bem, sem que haja ordem judicial. Esse tipo de devolução cresceu 35% na carteira da Siscom, enquanto a retomada pela via judicial registrou aumento de 13,24%.

De acordo com Fukuura, o aumento é fruto da lentidão econômica e não da legislação de 2014, que agiliza a retomada de carros e motos com pagamento em atraso, já que os gargalos na Justiça seguem tornando o processo moroso.

— Em nossas pesquisas sobre a causa da inadimplência, vemos que a capacidade de pagamento do consumidor tem sido corroída pelo descontrole financeiro provocado pelos aumentos nas contas de água e luz e, claro, pela perda do emprego. Ficamos sediados no ABC paulista e, aqui, por exemplo, o desemprego é um motivo relevante — afirmou Fukuura.

Segundo a empresa, o percentual de recuperação de veículos com pagamentos em atraso da Siscom é de cerca de 60%.

— Depois da casa, o carro é a última coisa que o cliente aceita devolver. Isso só acontece quando ele não vê qualquer saída. Por isso estamos vendo tanta gente de boa-fé devolver o bem.

Leonardo Corrêa Leal, diretor executivo de outra empresa de cobrança, a Proativa, observa que a profundidade da crise atual tem feito muitos bancos perderam o interesse em recuperar os automóveis. Em vez desse desfecho drástico, segundo ele, as instituições têm preferido oferecer promoções aos devedores, para reaver de forma ágil pelo menos parcela do crédito.

— Os pátios das montadoras estão lotados, há uma dificuldade enorme para vender veículos. Os bancos sabem que, se o carro for a leilão, haverá depreciação do bem. Além disso, o veículo às vezes é devolvido com multas e avarias. Dependendo da estratégia do banco, não vale a pena — afirmou Leal, cuja carteira, focada em veículos com atraso superior a um ano e meio, cresceu 20% nos últimos 12 meses.

A saída encontrada por muitos bancos é renegociar com condições mais favoráveis aos clientes.

— A campanha que se fazia no fim de ano, por causa do 13º salário, agora está sendo feita o ano inteiro. Dependendo do tempo em atraso, alguns bancos concedem até 100% de desconto na multa e nos juros. Outras vezes, realoca para o fim do contrato as parcelas não pagas. O objetivo é colocar o devedor em dia — acrescentou. 

domingo, 16 de agosto de 2015

Adeus aos últimos Fusquinhas

16/08/2015 - O Dia

Restam apenas dois exemplares entre os táxis que circulam no Alto da Boa Vista, na Tijuca

O DIA

Rio - As ladeiras do Alto da Boa Vista estão prestes a perder seus mais tradicionais visitantes. Os últimos dois táxis Fusca que sobem e descem as ruas da região sumirão da praça até 23 de dezembro, prazo determinado pela Prefeitura. Durante quatro décadas os Fusquinhas fizeram ponto no Largo da Usina, na Tijuca. 

Com a mudança no Código Disciplinar do sistema de táxis em 2014, ficou estabelecido que a vida útil da frota é de seis anos de uso. Após este período, o taxista precisa trocar o veículo. "Antigamente só existiam Fuscas aqui no ponto. Há pouco tempo apareceram os carros grandes", explicou Marcos Cardoso, taxista há 28 anos que sempre pilotou Fusquinhas e reclama que os carros mais modernos não tem a mesma resistência. "Alguns já estão na terceira troca. Esses carros grandes não aguentam as ladeiras daqui". Marcos e o colega taxista Sérgio da Silva Dias, de 64 anos, estão lutando para continuar com os amarelinhos.


Sergio Dias e Marcos Cardoso lamentam a despedida dos fusquinhas
Foto:  Bruno de Lima / Agência O Dia

Os moradores da região também torcem pela permanência dos modelos que fizeram moda nos anos 70. "Eles são muito tradicionais, e poderiam ser vistos com mais carinho", argumentou Eloá Marques, de 60 anos. "Me lembra saudade". 

Os dois táxis estão rodando há 20 anos e são da última leva de Fuscas produzidos no Brasil em 1995. Para pedir a permanência dos carros, os taxistas fizeram um abaixo assinado com mais de 3 mil assinaturas. Eles entregaram o documento na Secretaria Municipal de Transporte há seis meses. 
Taxista no mesmo local, Oswaldo de Jesus, 55, começou a trabalhar em 1999 em um Fusquinha. Em 2012 pegou a autonomia, mas comprou um utilitário. "Se pudesse também teria um Fusca", ponderou. "O pessoal vai sentir falta. Eles são a cara daqui."

Coisas que só os Fuscas sabem fazer 

Os táxis Fusca são muito mais do que uma atração por onde passam. "Quando chove o carro grande não sobe a ladeira de paralelepípedo, só o fusca", explica Marcos Cardoso. O secretário municipal de transportes, Rafael Picciani, esclareceu que estuda a possibilidade de renovar a permissão especial para os carros. "A secretaria tem o desejo de renovar a permissão para preservar a memória cultural do bairro", disse o secretário. Porém, não há prazo para a decisão. 
Os moradores de Niterói também estão correndo o risco de perder um de seus patrimônios sobre rodas. Em caso semelhante, o último táxi Fusca da cidade, o modelo Fusca Sedan de 1969, só pode rodar até outubro.

sexta-feira, 14 de agosto de 2015

Apenas três grupos controlam 55,8% dos táxis de empresas na cidade

14/08/2015 - O Globo

RIO - Ainda garoto, em 1961, o hoje empresário José Luís da Silva Moreira deixou Portugal com a família. A bordo do navio Correntes, vieram para o Brasil em busca de uma vida melhor. Hoje, aos 66 anos, José não pode reclamar da sorte: ele integra um dos três grupos que dominam a frota de táxis de empresas no Rio, controlando 934 veículos, ou 55,8%, de um total de 1.671.

O Rio tem 15 empresas registradas na prefeitura. Na verdade, elas não são donas das autonomias (as licenças para ter um táxi): atuam no mercado como companhias de "locação de automóveis sem condutor". Com isso, alugam veículos a taxistas, que trabalham como auxiliares.

Em 1977, no governo Marcos Tamoyo, um decreto chegou a limitar a frota a cem táxis por empresa, mas ele foi posteriormente revisto. Hoje, o número de companhias e a frota não podem mais ser ampliados, como determina a lei municipal 5.492/2012. A mesma norma fixa o limite de um táxi para 700 habitantes, proibindo a distribuição de novas licenças até esse número ser atingido — atualmente, a proporção está em um para cerca de 200. Em 2013, um decreto do prefeito Eduardo Paes autorizou apenas a renovação dos carros.

O Rio tem 30.661 motoristas autônomos. Desse total, 25.538 trabalham como taxistas auxiliares, sendo que 2.004 atuam nas 15 empresas. Mas a fiscalização da prefeitura é falha porque se limita às ruas. Não há controle nas garagens, por exemplo, para saber se as companhias respeitam o limite autorizado.

NEGÓCIOS FAMILIARES

No negócio de táxis, muitas empresas são familiares. As informações sobre a participação societária levantadas pelo GLOBO se baseiam em dados do site especializado Infoplex. Fundado por Pascoal da Silva Rego na década de 70, o Grupo Império Táxis é o que mais tem veículos: 365. O empresário, conhecido como o Rei do Táxi, e seus oito filhos controlam as empresas Turi Tax (que tem 90 carros), Radar (95), Império (90) e Nossa Senhora dos Milagres (90). A sede do grupo é no Rocha.

Em segundo lugar, está a família do empresário Valentim Francisco Varanda, com 285 táxis. Ela comanda a Jofeva Ltda (que tem 112 veículos) e a Aradense (87), além de ter participação na Táxi Neide (86).

Outro que também tem o veículo no apelido é José Luís da Silva Moreira. O empresário, que acumula sua atividade profissional com a de vice-presidente de futebol do Vasco, é conhecido pelos torcedores como Zé do Táxi. Odeia ser chamado assim, embora a alcunha tenha seus motivos: junto com o sócio Eduardo Atab, ex-funcionário do Detran, ele controla três empresas em São Cristóvão com 284 automóveis, o que o coloca em terceiro lugar no setor. José é dono da Novo Rio (95 carros), da Táxi Verde (95) e da Corcovado (94).

— Tive um tio que dirigiu táxi quando chegou ao Brasil — conta ele. — Eu mesmo nunca trabalhei na praça. O que faço é administrar as empresas há mais de 30 anos. E esse é um trabalho duro. Às vezes, chego às 6h para trabalhar. Já o Vasco é uma diversão. Claro que uma diversão cara: no clube, trabalho por amor.

Com base em estimativas do Sindicato dos Motoristas de Empresas e Auxiliares de Táxi do Estado, é possível estimar que essas companhias cheguem a movimentar pelo menos R$ 7,3 milhões por mês. O cálculo toma como base uma diária de R$ 200 cobrada dos taxistas por 22 dias ao mês — nos fins de semana, a maioria das empresas não exige esse mínimo. Muitas vezes, para conseguir o dinheiro da diária, os profissionais chegam a trabalhar mais de 12 horas por dia. Na década passada, uma lei municipal chegou a exigir que as empresas assinassem a carteira dos motoristas, mas a exigência foi considerada inconstitucional.

— Autônomos não têm vínculos empregatícios. O que temos discutido hoje com as empresas e o Ministério do Trabalho é que os motoristas tenham algum amparo legal, para firmar contratos com duração determinada. Isso evitaria que, de um dia para outro, empresas impedissem motoristas de ganhar dinheiro retendo os carros — diz o presidente do Sindicato dos Motoristas de Empresas de Táxis, Antônio Oliviero.

EMPRESÁRIO TAMBÉM FORNECE TAXÍMETRO

Em alguns casos, os empresários também se dedicam a atividades correlatas. Eduardo Atab, que segundo José Moreira foi quem o incentivou a atuar no ramo dos táxis, é um dos sócios da Revendedora Capelinha LTDA. Com sede em Piedade, a empresa é uma das principais fornecedoras de taxímetros do mercado carioca.

— A gente observa e fiscaliza o serviço de táxis como um todo, sem fazer distinção entre o prestado por autônomos ou por empresas. A preocupação é com a qualidade do sistema — disse o secretário municipal de Transportes, Rafael Picciani.

O GLOBO procurou representantes de todas as empresas citadas, mas apena José Luiz respondeu aos pedidos de entrevista.

Números

15 empresas - Total que atua no mercado de táxis na cidade do Rio.

1.671 veículos - Frota de táxis administrada por empresas .

55,8% da frota - Percentual de táxis de empresas controlados por apenas três grupos.

32.332 táxis - Total de veículos que circulam pela cidade.

Um oligopólio que está em guerra com o Uber em Nova York

Em dois anos de concorrência, valor de autonomias despencou de US$ 1,2 milhão para US$ 800 mil

A polêmica que transforma a tradicional indústria de táxis amarelos de Nova York de oligopólio inacessível a vítima do progresso esquenta o fim de verão na cidade. O preço dos chamados medallions — licenças em número limitado concedidas pela prefeitura para se operar um táxi — vem despencando frente à competição com o Uber, que em quatro anos de funcionamento já tem 26 mil motoristas circulando numa cidade com 13 mil taxistas autorizados.

Se em 2013 um medallion custava US$ 1,2 milhão, hoje vale menos de US$ 800 mil. Já o faturamento diário dos amarelinhos caiu 10% de lá para cá. A crise atingiu até o Rei dos Táxis de Nova York: dono de 900 licenças, o empresário Gene Friedman decretou em julho falência de parte de seu império, ao ter uma dívida de financiamento executada pelo Citibank diante da deterioração do mercado.

Nova York tem ainda cerca de seis mil taxistas independentes, que investiram em um único medallion, estimulados pelo poder público, e agora ameaçam entrar na Justiça. Na última quarta- feira, organizados pela recém- criada Associação dos Donos de Táxi, centenas deles se reuniram para protestar na escadaria da prefeitura.

O grupo argumenta que já não consegue alugar seus táxis para outros motoristas, que têm se bandeado para o Uber. E reivindica igualdade: enquanto eles precisam manter tarifas predeterminadas, por exemplo, o aplicativo aumenta o preço de acordo com a demanda.

Há duas semanas, o aplicativo Uber conseguiu adiar na Câmara de Nova York a votação de um limite para o número de carros que circulam prestando o serviço na cidade. A prefeitura ficou de estudar o negócio, avaliar o impacto no trânsito e discutir as condições dos tradicionais táxis amarelos.

sábado, 8 de agosto de 2015

Projeto de compartilhamento de carros elétricos é pioneiro no Recife

08/08/2015 - Rede Globo

De acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), a frota de veículos que circula pelas ruas do país é 80% de transporte individual e apenas 20% de transporte público. O resultado a gente sabe, né? TTrânsito cada vez pior e ar mais poluído. Para tentar amenizar esses dois componentes, o Expedições Urbanas foi conferir a proposta de mobilidade urbana do Porto Digital, no Recife.

Conhecida como Porto Leve, a iniciativa inclui o aluguel de bicicletas e o compartilhamento de veículos elétricos, que ainda estão em fase de testes. Esses dois meios de transporte, juntos, são alternativas de deslocamento para o morador da grande cidade (veja no vídeo ao lado).

De acordo com o presidente do Porto Digital Francisco Saboya, a questão da mobilidade urbana é central para todas as grandes cidades de qualquer lugar do mundo.

— Uma cidade tem dois grandes problemas: a mobilidade e a questão ambiental, da poluição atmosférica.

Para poder usar o carro elétrico, é preciso liberar o veículo estacionado em uma das três estações de teste através de um aplicativo. Cada carrinho comporta até dois passageiros e pode alcançar mais de 100 quilômetros por hora. São seis horas para carregar a bateria por completo e é possível fazer isso em uma tomada comum. Com a bateria cheia, ele tem autonomia para rodar por 120 quilômetros.

sexta-feira, 7 de agosto de 2015

STF decide que guardas-civis podem aplicar multas no trânsito em todo o País

07/08/2015 O Estado de SP

BRASÍLIA - O plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu nesta quinta-feira, 6, por 6 votos a 5, que as guardas municipais podem fiscalizar o trânsito e aplicar multas no País. Os ministros analisaram um recurso do Ministério Público de Minas Gerais contra decisão do Tribunal de Justiça local, que considerou legal a fiscalização de trânsito pelos guardas-civis de Belo Horizonte. O recurso tem repercussão geral e a orientação será aplicada a todos os processos sobre o mesmo assunto que se encontram parados na Justiça. Se tivesse sido julgada ilegal, a ação anularia milhares de multas aplicadas pelos guardas no País.

Os ministros reconheceram a constitucionalidade das normas municipais de Belo Horizonte, que instituíram e regulamentaram um estatuto para a guarda municipal e negaram o recurso proposto pelo MP. A votação teve início em maio e, diante de um empate em razão da ausência de três ministros, os presentes resolveram retomar a discussão apenas quando a Corte estivesse completa.

Para a maioria do STF, o poder de polícia de trânsito pode ser exercido pelo município, pois o Código de Trânsito Brasileiro (CTB) estabeleceu que a competência é comum aos órgãos federados, o que abre espaço para a fiscalização pela guarda municipal. A tese foi levantada por Luís Roberto Barroso.

 "O Código de Trânsito Brasileiro não determinou qual órgão ou entidade municipal exercerá o poder de polícia nele previsto. Essa definição de competência dentro da esfera administrativa municipal compete a cada município. O CTB deixou claro, porém, que essa escolha pode recair tanto sobre uma entidade civil, composta por servidores celetistas ou estatutários, quanto sobre a Polícia Militar", apontou o ministro, em voto no mês de maio.

O relator do processo, ministro Marco Aurélio Mello, foi voto vencido na discussão. Para ele, as atribuições da guarda municipal sobre fiscalização de trânsito deveriam ficar restritas aos casos em que há conexão entre a proteção municipal e a atuação dos agentes. "A regulamentação legal alusiva às atribuições da guarda apenas se mostra válida se mantiver alguma relação com a proteção de bens, serviços e instalações do município."

Em maio, com quatro votos a favor da autorização para guardas municipais aplicarem multas e quatro votos contrários, o STF adiou o julgamento. Ontem, votaram os ministros Gilmar Mendes, Cármen Lúcia e Luiz Edson Fachin. No fim, definiram a possibilidade de a guarda municipal aplicar as multas os ministros Barroso, Fachin, Gilmar Mendes, Luiz Fux, Celso de Mello e Dias Toffoli. Foram vencidos, ao lado de Marco Aurélio Mello, os ministros Teori Zavascki, Cármen Lúcia, Rosa Weber e Ricardo Lewandowski.

Expectativa. No voto que abriu a divergência, Barroso afirmou que o fato de as guardas municipais terem recebido a atribuição expressa para atuar na segurança pública não as impede de exercer, também, poder de polícia.

"Uma atuação não se confunde com a outra e se sujeita às regras constitucionais e legais que lhes são próprias", afirmou o ministro.

São Paulo. Em São Paulo, a Guarda Civil Metropolitana (GCM) atua na fiscalização de trânsito desde 16 de janeiro, após convênio firmado entre a corporação e a Secretaria Municipal de Transportes. Até agora, guardas-civis aplicaram 100.254 autuações na capital paulista, de acordo com a Prefeitura. Com a decisão do STF, os agentes ganham aval para continuar a fazer esse trabalho.

A GCM foi treinada durante três meses pela Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), antes de começar a agir. Os agentes foram capacitados para fiscalizar 110 tipos de enquadramento nas leis de trânsito, desde dirigir portando telefone celular ou sem cinto de segurança e estacionar em local e horário proibido até avançar o sinal vermelho. No total, 4.019 guardas-civis já foram credenciados pela Prefeitura para atuar na proteção do tráfego – a previsão é de que sejam mais de 6 mil até o fim do ano, quase a totalidade do efetivo. O convênio com a GCM vai durar por cinco anos.

Nas ruas, a equipe atua em conjunto com a CET, que mantém 1.856 marronzinhos e 600 aparelhos eletrônicos, além do efetivo do Comando de Policiamento de Trânsito (CPTran), que é de 1.834 policiais militares.

Outros municípios da região também adotam há anos a estratégia de empregar guardas-civis no trânsito. Em Guarulhos, na Região Metropolitana, 90% do efetivo está habilitado para aplicar multas viárias. Segundo a administração do município, do início do ano até julho, a GCM havia aplicado 3.204 autuações na cidade.

Análise: STF pode desenhar novo modelo de segurança no País

Eloísa Machado e Rubens Glezer - Professores e Coordenadores do Supremo em Pauta da FGV Direito SP

"Decisão do Supremo Tribunal Federal vai muito além de um debate sobre incremento de multas (e receitas) em alguns municípios"

A corrente vencedora na análise dessa questão no Supremo Tribunal Federal (STF) entendeu que o Código de Trânsito Brasileiro (CTB) atribuiu competências concorrentes aos três entes da federação para a polícia de trânsito, o que permitiria aos municípios criar leis atribuindo novas tarefas às guardas municipais. Essa decisão vai muito além de um debate sobre incremento de multas (e receitas) em alguns municípios.

O primeiro impacto desse julgamento está no fato de a ação ter repercussão geral, ou seja, todas as leis dessa natureza também deverão ser consideradas constitucionais.

Isso poderá servir de incentivo para que sejam ampliadas as atribuições de trânsito às guardas municipais em outras cidades.

A outra consequência está no precedente criado pela decisão, ao estabelecer que a Constituição não limita a atuação das guardas municipais para a proteção de bens, serviços e instalações dos municípios. Nesse ponto, outras competências podem ser atribuídas, até no campo da segurança pública, marcado por enorme disputa.

De um lado, estão aqueles que defendem que a segurança é atividade exclusiva dos Estados, por meio da ação das Polícias Militares e Civis; de outro, aqueles que defendem que a segurança pública pode ser melhor prestada em ambiente de complementariedade e cooperação entre órgãos e entes federados.

Este assunto já está sob análise do tribunal, em ação que questiona o Estatuto Geral das Guardas Municipais e as funções de prevenção e pacificação de conflitos que lhe foram atribuídas pela legislação em vigor no País. Um novo modelo de segurança pública pode estar sendo desenhado pelo Supremo Tribunal Federal.


O Globo

STF autoriza guardas municipais a multar

Decisão foi dada em julgamento de ação do MP de Minas, contrário à medida

BRASÍLIA- O Supremo Tribunal Federal ( STF) decidiu ontem, por seis votos a cinco, que as guardas municipais podem fiscalizar e multar os motoristas que forem flagrados cometendo irregularidade no trânsito. Assim, esses profissionais ganham competência para fiscalizar o trânsito, lavrar autos de infração e impor multas.

O Ministério Público de Minas Gerais ingressou com ação para contestar essa autorização concedida pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais ao município de Belo Horizonte. Para o MP, apenas o estado, por meio da Polícia Militar, pode punir os infratores. Contudo, a maioria dos ministros entendeu que o Código Brasileiro de Trânsito ( CBT) dá essa competência também a esses guardas.

Quando o julgamento no plenário da Corte foi suspenso, em maio, o placar estava empatado em quatro votos para cada lado. Ontem, a sessão recebeu os votos dos ministros ausentes à época. O relator do caso, ministro Marco Aurélio Mello, defendeu que a ação das guardas municipais deveria ser limitado aos casos em que o patrimônio do município estivesse em risco, como em flagrantes de excesso de velocidade e veículos estacionados em local proibido.

Mas Luís Roberto Barroso abriu a divergência e considerou que o poder de fiscalização de trânsito pode ser delegado pelos estados aos municípios e que, portanto, poderia ser exercido por agentes que não são policiais, como os guardas. Ele teve o apoio de outros cinco ministros. Coube ao ministro Gilmar Mendes definir a votação, acompanhando a posição de Barroso. Ele destacou a necessidade de articular a guarda municipal à Polícia Militar.

A decisão tem repercussão geral, valendo para outras localidades. Ao todo, 24 municípios também foram alvo desse mesmo tipo de ação. Essa determinação do Supremo também valerá para esses casos em que a guarda estiver impedida pela Justiça de multar os motoristas.

Os ministros que votaram a favor das guardas municipais foram: Luís Roberto Barroso, Luiz Fux, Dias Toffoli, Celso de Mello, Edson Fachin e Gilmar Mendes. Votaram pela limitação dos poderes dessa guarda: Marco Aurélio, Teori Zavascki, Rosa Weber, Ricardo Lewandowski e Cármen Lúcia.

 Folha de SP

Guardas civis aplicam 737 multas de trânsito por dia

Supremo autorizou nesta quinta (6) que profissionais exerçam essa atividade. Gestão Haddad (PT) permitiu desde janeiro que GCMs registrem 110 tipos de infração de motoristas na cidade

Os guardas civis de São Paulo aplicaram em média 737 multas por dia a motoristas da cidade até 31 de maio deste ano, depois que a gestão do prefeito Fernando Haddad (PT) autorizou, em 16 de janeiro, essa atividade.

Nesta quinta (6), o STF (Supremo Tribunal Federal) considerou que é legal dar competência às Guardas Municipais para fiscalizar o trânsito e aplicar multas em geral.

Na prática, a resolução extingue a possibilidade de as multas serem contestadas judicialmente por terem sido aplicadas por guardas.

Em São Paulo, 4.019 GCMs (guardas civis metropolitanos) foram autorizados a registrar 110 tipos de infração de trânsito. Esses guardas aplicaram 100.254 multas entre 16 de janeiro e 31 de maio.

As mais comuns são por dirigir usando celular, não usar cinto de segurança e estacionar em local proibido.

No ano passado, foram aplicados 10,6 milhões de multas de trânsito em São Paulo –mais de 29 mil por dia. Esse total inclui infrações registradas por radares, PMs e agentes de trânsito.

O Sindviários (sindicato dos agentes de trânsito) afirma ser contra a atuação de guardas nessa fiscalização.

A entidade diz que seria correto dobrar a quantidade de marronzinhos da CET, hoje em torno de 1.800 e que recebem treinamento amplo.

CONTESTAÇÃO

A decisão do STF ocorreu após contestação do Ministério Público de Minas Gerais, que argumentava que a nova função das guardas municipais poderia "usurpar" competências de segurança pública da Polícia Militar.

A principal função dos guardas é vigiar o patrimônio público dos municípios.

A decisão se estenderá para 23 processos, em instâncias inferiores, que aguardavam posição do Supremo.

O tema dividiu os ministros, mas prevaleceu a tese do ministro Luís Roberto Barroso. Ele defendeu que não se trata de segurança pública, mas sim de poder de polícia de trânsito, que pode ser exercido pelo município, por delegação, conforme define o Código Brasileiro de Trânsito.

Anfavea utilizará Renault Zoe 100% Elétrico em Brasília

07/08/2015 - Brasil Fashion News

O veículo foi entregue ontem (04 agosto) ao presidente da entidade, Luiz Moan, por Eric Feunteun, Diretor Mundial do Programa Veículos Elétricos da Renault, no escritório de representação da instituição na Capital Federal.

Além do carro, que foi cedido em comodato, o escritório da Anfavea passa a contar também com uma moderna estação de carregamento de veículos elétricos, com capacidade para abastecer dois carros simultaneamente. "Os veículos Renault Zero Emissão representam soluções em mobilidade urbana 100% limpas, inovadoras e tecnologicamente avançadas", destacou Feuteun, que veio ao Brasil para conhecer o mercado e seus potenciais de uso de veículos elétricos.

O Renault Zoe entregue ao presidente da Anfavea é um hatch compacto que acaba de ganhar uma nova motorização (R240), com um rendimento 15% maior, chegando a 240 km de autonomia. Além disso, o tempo de recarga foi reduzido em 10% em média, graças ao novo sistema de carregamento.

Com quatro modelos, a Renault é o único grupo automobilístico mundial a oferecer uma gama completa de veículos 100% elétricos. Além do Zoe, a Renault também comercializa o utilitário Renault Kangoo Z.E., o sedã Fluence Z.E. e o Twizy, um modelo ultracompacto de dois lugares para uso urbano. Desde 2013, quando iniciou a venda de veículos elétricos no País (modelos Renault Zoe, Twizy, Fluence e Kangoo Z.E.), a marca já comercializou mais de 80 unidades para empresas e instituições públicas em projetos de mobilidade zero emissões.

Líder mundial em emissão zero

A Aliança Renault-Nissan lidera o segmento de veículos zero emissão no mundo e investe  4 bilhões de euros no desenvolvimento dessa tecnologia. Desde o início da comercialização do primeiro elétrico, em 2011, foram mais de 250 mil veículos vendidos pela Aliança no mundo, atingindo a liderança do segmento zero emissão.

Juntos, os veículos elétricos Renault e Nissan já rodaram aproximadamente 4 bilhões de quilômetros sem emissão de poluentes – o que seria suficiente para circundar o planeta 100.000 vezes. A utilização dos veículos elétricos Renault-Nissan permitiu economizar mais de 200 milhões de litros de combustível – o suficiente para encher quase 80 piscinas olímpicas, além de ter contribuído para o meio ambiente, deixando de emitir 450 milhões de kg de CO2 durante o uso.

terça-feira, 28 de julho de 2015

Rio tem três vezes mais táxis do que prevê lei de 2011, que pretendia reduzir veículos

28/07/2015 -  Extra - RJ

Para os taxistas que reivindicam o fim da "carona remunerada", o inimigo tem nome: Uber. Administradores do aplicativo — que oferece serviço de transporte em carro preto, com condutor trajando roupa social e que aceita até cartão de crédito — não informam quantos veículos rodam na cidade. Alguns motoristas que atuam no segmento dizem ser cerca de 600, enquanto para outros chegam a 1.500. Mas a guerra por passageiros é mais antiga e coloca amarelinho contra amarelinho. Hoje, o número de táxis autorizados a circular no Rio é três vezes e meia maior do que o previsto na legislação.

A Lei Complementar 111/2011, que institui o Plano Diretor do Rio, previa um táxi a cada 700 habitantes. Com 6.453.682 moradores, segundo o IBGE, e 33 mil táxis, segundo a prefeitura, a proporção atual é de um amarelinho para cada 195 moradores.

Para o presidente da Associação de Assistência ao Motorista de Táxi do Brasil (Aamotab), André de Oliveira, a má distribuição de veículos pela cidade é que dava a impressão de que havia táxis em excesso nas ruas. A situação, segundo ele, mudou após os motoristas de praça passarem a recorrer a aplicativos, como o 99 Táxis e o Easy Táxi, que proporcionaram melhor distribuição da demanda, a partir de 2002.

— Parece que tem muito táxi nas ruas, mas sempre foi tranquilo, pois nem todos estão rodando ao mesmo tempo. Mas agora a situação mudou. Estamos perdendo as corridas boas — reclama Alex Sales França, de 45 anos, com mais de 15 na praça, que acusa o Uber de "concorrência desleal".

Fábio Sabba, porta-voz da Uber no Brasil, nega.

— A Uber oferece transporte privado individual e o único jeito de você conseguir um carro é por meio do aplicativo, no smartphone, após o cadastro com as informações de cartão de crédito. O táxi da Uber só vai até o usuário quando solicitado, o que é diferente do funcionamento de táxis.

Uma emenda ao Plano Diretor do Rio previa, em 2010, a extinção de 23 mil dos 32 mil táxis que rodavam na cidade, na época. A ideia era não conceder novas permissões até ser atingida a proporção de um táxi para cada grupo de 700 habitantes.

A prefeitura admite que, de lá para cá, em vez de reduzir, a frota de táxis aumentou, mas por causa de decisões judiciais. Algumas determinaram que se passassem de pai para herdeiros as permissões.

Um projeto de lei complementar, que tramita na Câmara Municipal desde 2013, prevê o contrário. Quer adequar o número veículos à realidade atual, de um táxi para cada 195 habitantes. Para o presidente da Aamotab, André de Oliveira, o Plano Diretor se baseou numa realidade que não era a carioca.

— Se baseou em dados da Europa — afirmou.

Apesar do grande volume de táxis nas ruas, especialistas acreditam que a chegada do Uber não prejudica amobilidade. Há os que acham até que pode melhorar.

— O carro do Uber tira de 10 a 15 veículos, por dia das ruas — calcula o professor Ronaldo Balassiano, do Programa de Engenharia de Transporte da Coppe/UFRJ.

Para Balassiano, o serviço oferecido pelo aplicativo, atrai pessoas que preferem deixar o carro na garagem e deve ser regulamentado. Já Marcos Poggi, especialista em análise de mobilidade não vê muita mudança.

— Pode piorar , mas só se o taxista ficar rodando em busca de passageiro — disse.

Já para a Secretaria municipal de Transporte, a falta de regulamentação e de informações sobre frota e motoristas, além de colocar o serviço na clandestinidade atrapalha o planejamento do trânsito e oferece risco à população. O órgão diz que toda a frota terá vida útil de seis anos até 2016 e estuda criar aplicativo que permita ao usuário avaliar o serviço.

Confira a nota da Secretaria Municipal de Transportes na íntegra:

"A Secretaria Municipal de Transportes informa que, em 2012, a Câmara Municipal aprovou a Lei Nº 5.492, que proíbe a emissão de novas autorizações e garante a permanência das autorizações já concedidas.

A mesma lei garante a cessão de direito de uso a terceiros e de transferir o direito de uso, em caso de falecimento, para o cônjuge.

Cria também o direito de o auxiliar com maior tempo de serviço à autorização que venha a ser cassada pro município.

As últimas concessões foram feitas por conta da Lei 3.123/00, que ficou conhecida com a lei das "Diárias Nunca Mais". A lei permitiu que todos os taxistas auxiliares fossem transformados em permissionários. À época, 15 mil permissionários estavam aptos a receber a permissão.

Em respeito à Lei 5.492, as transferências permitidas por ela estão sendo feitas. Na mais recente cerimônia, no dia 2 de julho, foram assinados 44 processos de transferência por falecimento do cônjuge. De janeiro até o ultimo dia 2, foram assinadas 88 transferências - alguns processos estavam parados desde os anos 2000."

sexta-feira, 24 de julho de 2015

Em dia de protesto, motoristas do Uber trabalham descaracterizados para evitar conflitos com taxistas

Companhia oferece viagens gratuitas no valor de até R$ 50 aos seus usuários nesta sexta-feira

POR DARLAN AZEVEDO

24/07/2015 - O Globo

RIO - Para evitar conflitos com taxistas que promovem uma mega manifestação desde o início da manhã desta sexta-feira no Rio, os motoristas do aplicativo Uber estavam trabalhando descaracterizados. Segundo um dos funcionários da empresa, a orientação era para manter o serviço ativo, apesar dos protestos dos taxistas:

— Nos pediram apenas para não usarmos o uniforme, nem o boné, pois os taxistas estão nos hostilizando. Todos os motoristas estão descaracterizados — contou o motorista, que afirma ainda que a demanda nesta sexta-feira está alta.

Pela manhã, quem tentava pedir um carro do serviço no Centro do Rio encontrava dificuldades. Um dos motivos para a grande procura, além da manifestação dos taxistas, era a promoção que foi anunciada pela empresa, que oferecia corridas gratuitas. O usuário que digitasse o código "RIONAOPARA" ganhava duas viagens de R$ 50 para usar entre 7h e 19h.

De acordo com Fabio Sabba, porta-voz do Uber no Brasil, a empresa também suspendeu nesta sexta-feira o chamado "preço dinâmico" que a empresa institui em ocasiões em que a demanda por seus motoristas é maior que a oferta — nessas situações, o valor das suas corridas sofre um aumento até que a oferta se normalize.

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Em nota, a Uber afirma que "defende que os usuários têm o direito de escolher o modo que desejam se movimentar pela cidade". A nota acrescenta que no Rio, "que tem uma população que precisa de opções de transporte e que recebe milhares de turistas de todo o mundo anualmente, a inovação é crucial para que a cidade fique cada vez mais conectada, transparente e inteligente". A Uber encerra a nota dizendo que "acredita que é possível trazer uma série de melhorias para a sociedade, gerando novas oportunidades de negócio para milhares de motoristas parceiros e ao mesmo tempo oferecer novas opções de mobilidade urbana".

Um motorista, que preferiu não se identificar, contou que em alguns lugares onde foram registradas confusões os carros não pararam. Além disso, a orientação da empresa era não revidar.

— Certos lugares que estão com confusões a gente não está parando. A orientação é para não revidar. Caso sejam hostilizados, os motoristas devem se reportar aos advogados da empresa — disse.

Ainda de acordo com o motorista, que trabalhou durante 14 anos como condutor de ônibus, a Uber estaria pagado um bônus para quem está trabalhando nesta sexta-feira:

— Estou precisando de dinheiro. Eestou me arriscando para trabalhar hoje só pela necessidade. O dia está muito bom para nosso trabalho. Os descontos de hoje só funcionam para os clientes. Na prática, nós continuamos recebendo o valor da corrida. Além disso, hoje não estamos sendo descontados os 20% que a empresa cobra, como também ganhamos uma bonificação de 30% a mais por cada corrida — afirmou um motorista do Uber, que preferiu não se identificar.


Manifestação de taxistas no Aterro do Flamengo contra o aplicativo Uber - Pablo Jacob / Agência O Globo

Segundo o motorista, a empresa entrou no mercado pela qualidade. Um dos motivos, por exemplo, seria de que taxistas negam corridas curtas, e o aplicativo não permite fazer isso. Além disso, o motorista afirma que a empresa paga todo tipo de reparo nos veículos em caso de batidas ou mesmo ações de vandalismo provocadas por taxistas, subsidiam as multas por eventual fiscalização dos órgãos públicos. Mas o padrão de exigência de alto:

— Se eu perder uma estrela do meu padrão de qualidade (são 5 no máximo), eu preciso dar explicações aos superiores. Se não for muito convincente, volto para o curso de reciclagem — afirma.

Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/rio/em-dia-de-protesto-motoristas-do-uber-trabalham-descaracterizados-para-evitar-conflitos-com-taxistas-16933138#ixzz3gqM47VHx 
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Alvo de taxistas, Uber opera em mais de 300 cidades de 58 países

Empresa enfrenta protestos e governos ao redor do mundo, mas em cinco anos já vale US$ 50 bilhões

24/07/2015 - O Globo


Candidatos a motorista no Uber precisam de carro de luxo e carteira profissional - SPENCER PLATT / AFP

RIO — Criado em junho de 2010, em São Francisco, na Califórnia, o Uber se apresenta como uma plataforma tecnológica que une motoristas e passageiros. A empresa é considerada uma das start-ups de maior sucesso no mundo, com valor de mercado aproximado de US$ 50 bilhões. Atualmente, atua em cerca de 300 cidades, de 58 países, incluindo as brasileiras Rio, São Paulo, Brasília e Belo Horizonte. A companhia não divulga muitos números sobre a sua atuação, mas afirma que, em fevereiro, mais de um milhão de viagens foram feitas pelo serviço. O objetivo para este ano é alcançar a marca de um milhão de motoristas cadastrados.

Taxistas fazem manifestação contra o aplicativo Uber em vários pontos do Rio

Mas o sucesso não veio sem polêmicas. Alvo da ira de taxistas em várias cidades do mundo, o aplicativo já foi banido de algumas praças. O caso mais recente aconteceu na França. Após protestos no fim do mês passado, o governo de Paris baniu o serviço UberPop, oferecido com carros mais populares e preços menores, que compete diretamente com o táxi. Em São Paulo, a câmara municipal aprovou em junho, em primeira votação, a proibição do aplicativo.

A categoria acusa os motoristas que fazem uso do Uber de concorrência desleal. Por não ser regulamentado, eles usam carros particulares comuns para fazer o transporte de passageiros, o que é vetado pela legislação do país. Por sua vez, o Uber argumenta que a plataforma apenas une motoristas profissionais aos usuários.

— O candidato a trabalhar com a plataforma precisa de autorização para exercer atividade profissional, com carteira de motorista específica — explicou Fabio Sabba, porta-voz do Uber no Brasil, em entrevista recente ao GLOBO. — Ele precisa ter um carro sedan de luxo, novo, com seguro para o passageiro e o motorista. Também checamos os antecedentes criminais.

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O funcionamento do serviço é simples. Após ser aprovado, o motorista recebe autorização para instalar um aplicativo em seu smartphone. Os passageiros usam outro programa, disponível nas lojas on-line dos sistemas Android, iOS e Windows. Para pedir uma viagem, é preciso preencher cadastro, com informações pessoais e de pagamento, e clicar em apenas um botão na tela. Tanto o motorista como o passageiro são avaliados após a prestação do serviço, o que cria um ranking de qualidade.

O preço das corridas é ligeiramente mais alto que o cobrado pelo taxímetro, e o Uber fica com uma comissão. O percentual descontado varia de acordo com a cidade, tipicamente entre 20% e 25%, com redução dependendo do número de viagens.

A estreia no Brasil aconteceu durante a Copa do Mundo de 2010, primeiro no Rio e depois em São Paulo, Brasília e Belo Horizonte, mas o serviço só começou a se popularizar no ano passado. Desde então, taxistas começaram a realizar protestos, como o desta sexta-feira no Rio.

Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/rio/alvo-de-taxistas-uber-opera-em-mais-de-300-cidades-de-58-paises-16933843#ixzz3gqKlUgNN 
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