terça-feira, 30 de junho de 2015

Prefeitura do Rio afirma que não regulamenta motoristas do Uber porque serviço é ilegal


Lançado no ano passado no Brasil, aplicativo de táxi vem ganhando usuários. Taxistas organizam protesto para quarta-feira

POR RENAN FRANÇA

30/06/2015 - O Globo


Tela do aplicativo Uber: serviço é considerado ilegal - Leo Martins / Agência O Globo (20/04/2015)


RIO — Desde que chegou ao Brasil, em junho do ano passado, o aplicativo Uber não é consenso: a prefeitura do Rio considera o serviço ilegal e não o regulamenta; os passageiros aprovam pela facilidade; já os taxistas vociferam, pois sentiram que o número de corridas caiu desde então. O serviço parece o de um táxi, mas não é. E esse é o motivo do imbróglio. A secretaria municipal de Transportes limita o serviço de passageiros a veículos com placas vermelhas, taxímetro, alvará e adimplentes com taxas. Então, para o órgão, o Uber é clandestino.

No final de semana, taxistas e motoristas do Uber se envolveram em uma confusão em frente à sede da Sociedade Germânica, onde ocorria uma festa. Motoristas que atendem pelo aplicativo foram contratados para fazer o transporte de convidados e montaram uma tenda na rua. Insatisfeitos, taxistas protestaram e houve tumulto.

— O que estão fazendo não é só exercício ilegal da profissão. A concorrência é desleal — diz o presidente dos sindicatos dos taxistas, Luiz da Silva. — Estamos organizando um protesto para a próxima quarta-feira.

Não foi só no Rio que taxitas protestaram contra o Uber. Na França, Estados Unidos e Inglaterra houve chiadeira dos motoristas assim que o aplicativo entrou em funcionamento. Para tentar coibir o serviço, em novembro do ano passado,a secretaria municipal de Transportes encaminhou o caso à Delegacia de Repressão a Crimes de Informática (DRCI), da Polícia Civil, para o Uber ser investigado. O inquérito policial foi concluído em novembro de 2014 e encaminhado ao Juizado Especial Criminal, que arquivou o processo a pedido do Ministério Público (MP). Em abril, a secretaria recorreu da decisão e pediu a reabertura das investigações. O caso foi mais uma vez arquivado, já que as promotorias entenderam que "cabe à secretaria fiscalizar o transporte de passageiros".

A prefeitura afirma que não vai regulamentar o Uber e que só fiscaliza o transporte regular, acrescentando que o serviço ilegal é caso de polícia. A Polícia Civil diz que não atua na fiscalização do transporte irregular, tarefa que cabe à secretaria.
 
Os passageiros que utilizam o serviço se dizem satisfeitos. Para chamar um carro da Uber, é preciso ter o aplicativo no celular e cadastrar um cartão de crédito. A tarifa base do Uber é de R$ 5 — a bandeirada do táxi é de R$ 5,20, e R$ 6,20 após as 21 horas.

— A qualidade dos automóveis é muito superior à média encontrada nos táxis que circulam no Rio de Janeiro e em São Paulo. Além disso, os motoristas são mais cordiais que os taxistas — diz Bruno Sousa, gerente de atendimento.

A Uber não oferece número relativo ao crescimento da frota e de passageiros. Afirma, porém, que aumenta a cada ano. A empresa também afirma que o serviço oferecido utiliza uma tecnologia que permite motoristas parceiros conectarem-se com usuários.

Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/rio/prefeitura-do-rio-afirma-que-nao-regulamenta-motoristas-do-uber-porque-servico-ilegal-16602411#ixzz3eZvHq6p6 
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segunda-feira, 29 de junho de 2015

Caminhões que se dirigem sozinhos devem ganhar ruas antes dos carros

29/06/2015 - Folha de SP

Giuliana Vallone de Nova York

Em 2002, o filme "Minority Report", estrelado por Tom Cruise, mostrava uma cidade americana 50 anos no futuro tomada por carros sem motoristas. Fora da ficção, essa tecnologia não demorou tanto assim para aparecer.

No Estado da Califórnia, carros do Google que dispensam motoristas começaram a circular na semana passada pela cidade de Mountain View, sede da companhia.

Em Nevada, dois caminhões da linha Freightliner Inspiration, da Daimler, que se dirigem sozinhos foram autorizados a trafegar pelas estradas estaduais. São acompanhados de motoristas que fiscalizam a operação e assumem o volante em casos emergenciais.

Mas, embora os testes sejam promissores, especialistas afirmam que alguns entraves devem atrasar a implementação da tecnologia no dia a dia dos consumidores.

"Primeiro veremos autonomia parcial em veículos de transporte de cargas e de passeio. Depois, talvez em dez anos, virão os veículos com autonomia total", afirma Xavier Mosquet, analista do setor automotivo da consultoria Boston Consulting Group.

A empresa estima que as vendas globais de veículos autônomos devem atingir US$ 42 bilhões em 2025, uma fatia de 13% do mercado –desses, no entanto, apenas 0,5% serão totalmente independentes de motoristas. Em 2035, a autonomia completa deve subir para 9,8%.

A tecnologia deve ganhar tração primeiro no mercado de caminhões, para só depois atrair os consumidores de carros. Segundo Mosquet, isso acontece porque o custo de implementação da tecnologia é praticamente o mesmo nas duas categorias, mas os compradores de caminhões têm mais dinheiro para INVESTIR.

TERRITÓRIO NACIONAL

No Brasil, esse tipo de tecnologia esbarra em um outro problema, segundo Ricardo Takahira, da SAE Brasil (Sociedade dos Engenheiros da Mobilidade): a infraestrutura precária.

"A qualidade das estradas brasileiras não é a mesma da dos Estados Unidos ou da Europa. E esses veículos ainda são muito dependentes de infraestrutura, precisam das faixas de rolamento pintadas corretamente, de sistemas de rádio frequência para estar o tempo todo conectados", diz.

No caso do carro do Google, o veículo utiliza dados de sensor e de mapas para determinar onde está e como se movimentar e também quais obstáculos há no caminho, com base no tamanho, na forma e no movimento deles.

Para Takahira, essas tecnologias também podem deixar as estradas mais seguras. "Esses veículos param, freiam e se mantêm dentro das faixas sozinhos. É um jeito de fiscalizar o motorista."

No mercado norte-americano, a estimativa do BCG é que veículos parcialmente autônomos possam aumentar em 30% a segurança para motoristas de caminhões e carros. No longo prazo, o potencial é de redução de 90% dos acidentes nas estradas.

Os veículos não estão imunes a ocorrências. O Google reportou 12 acidentes envolvendo os protótipos –a maioria, afirma a companhia, foram consequência de erros humanos causados pelos motoristas dos outros carros

terça-feira, 16 de junho de 2015

Trajeto SP - Campinas terá corredor para carro elétrico

16/06/2015 - O Estado de SP

Um corredor rodoviário para carros elétricos pioneiro no Brasil vai funcionar a partir de agosto entre Campinas e São Paulo. O projeto resulta de parceria entre a CPFL Energia e a rede Graal de postos de serviços. O primeiro eletroposto será instalado entre o fim de julho e início de agosto no Posto Graal 67, na rodovia Anhanguera, sentido interior.

Os eletropostos permitirão o carregamento rápido dos veículos, reabastecendo 80% da bateria em meia hora. Inicialmente, os equipamentos serão compatíveis com os carros elétricos fabricados com plug tipo 2, o que inclui as montadoras Renault, BYD e BMW. Até o fim do ano, a companhia avalia estender o uso a veículos com o plug tipo 1, produzidos pela Nissan e pela Mitsubishi.

A empresa de energia ficará responsável pela instalação da infraestrutura do eletroposto rápido, que inclui transformador, carregador e cabeamento. A rede Graal assumirá as despesas com o consumo de energia. Com isso, os usuários poderão reabastecer seus veículos elétricos gratuitamente, 24 horas por dia, com cadastro prévio.

O Brasil deve dobrar a venda de automóveis elétricos em 2015. No ano passado, foram vendidos 855 modelos. A frota nacional é formada por 3 mil veículos, segundo a Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABV), que apoia o projeto. A expectativa até 2020 é atingir de 30 mil a 40 mil veículos "verdes".

Montadoras paralisam metade das fábricas

16/06/2015 - Valor Econômico

Os ajustes de produção na indústria automobilística, que vêm se intensificando desde dezembro, atingem agora um de seus pontos mais altos. Diante do agravamento da crise, metade das fábricas de carros, caminhões e ônibus parou ou ainda vai parar entre junho e julho por períodos que vão de uma semana a quase um mês inteiro. Essas paralisações atingem 15 das 29 fábricas de veículos do país.

Entre elas, a General Motors (GM), segunda maior montadora em vendas no mercado brasileiro, não vai fabricar um carro sequer entre esta e a próxima semana. Ontem, as duas unidades do grupo até então ativas - São José dos Campos (SP) e Gravataí (RS) - entraram em férias coletivas, juntando-se assim ao parque industrial da companhia no ABC paulista, que está parado desde o início do mês.

Em São José, a produção da picape S10 e do utilitário esportivo TrailBlazer só volta no dia 1º de julho, enquanto nas demais fábricas de automóveis da GM - bem como nas de motores, em Joinville (SC), e de componentes estampados, em Mogi das Cruzes (SP) - as atividades serão retomadas dois dias antes, em 29 de junho.

Desde o início do mês, a produção de veículos já tinha sido totalmente interrompida em dez fábricas de nove montadoras: Mercedes-Benz - tanto em São Bernardo do Campo (SP) como em Juiz de Fora (MG) -, Scania, Ford, Fiat, Iveco, Caoa (fabricante de utilitários da Hyundai em Goiás), Agrale, Mitsubishi e PSA Peugeot Citroën. Desse grupo, estão no momento paradas as linhas da Peugeot Citroën - cujas férias coletivas de três semanas também começaram ontem -, da Caoa e da Agrale, assim como o setor de caminhões pesados da Iveco, que tem retorno previsto para quinta-feira.

Já na semana que vem, a Nissan vai dar início, na quarta-feira, às férias coletivas que vão parar a produção da marca em Resende (RJ) até 12 de julho. Também estão programadas férias na fábrica da Hyundai em Piracicaba (SP) - entre 2 e 12 de julho - e na Scania, a partir de 29 de junho, com retorno previsto para o dia 13 de julho. Nas duas empresas, porém, o recesso foi anunciado como parada tradicional de meio de ano.

No caso da Scania, as férias serão dadas após a fabricante de caminhões suspender a produção na última sexta-feira e durante toda a semana do feriado de Corpus Christi.

Além da forte contração da demanda doméstica, as montadoras reduzem drasticamente a atividade das linhas de montagem na tentativa de normalizar os estoques de veículos parados nos pátios de fábricas e concessionárias. Mas mesmo com a produção voltando a níveis de oito anos atrás, o encalhe segue alto, com volume de veículos suficiente para 51 dias de venda, quando o ideal seria reduzir isso para um giro mais próximo de 30 dias.

Números referentes a maio indicam que o setor está operando com uma ociosidade de 41%, tendo-se em conta a capacidade instalada de 4,5 milhões de veículos por ano divulgada pela Anfavea, a entidade que abriga as montadoras instaladas no país.

O percentual, contudo, pode variar porque não há uma conta precisa sobre a capacidade instalada dessa indústria após linhas serem abertas e fechadas nos últimos meses. A própria Anfavea está refazendo seus cálculos.

Nas estimativas da Tendências, o potencial de produção passa de 5 milhões de veículos com as fábricas inauguradas desde o ano passado por grupos como Fiat Chrysler, Nissan, Chery e BMW. Assim, a consultoria calcula em mais de 50% a ociosidade da indústria automobilística em 2015, repetindo o patamar da crise de 19

sábado, 13 de junho de 2015

Taxistas cobram reforço na frota de São Paulo

12/06/2015 - Diário de SP

Representantes dos taxistas da capital pressionam a Prefeitura para a aumentar a frota de táxis na cidade dos atuais 34 mil para 46 mil veículos. A categoria afirma que se não for aberto um diálogo com a administração municipal sobre o assunto, uma paralisação será realizada em 6 de julho.        

"O Jilmar Tatto (secretário de Transportes) ainda não nos recebeu para tratar do tema", disse o presidente do Simtetaxi (Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores nas Empresas de Táxi no Estado de São Paulo), Antonio   Matias, o Ceará.

A afirmação foi feita na quarta-feira (10) à Comissão de Trânsito e Transporte da Câmara Municipal.

De acordo com o Simtetaxi, o acréscimo de 12 mil veículos busca suprir o aumento da demanda de passageiros e diminuir a presença de clandestinos em São Paulo.

O sindicalista também disse que dos 34 mil táxis licenciados, apenas 28 mil efetivamente circulam pelas ruas. "Os outros são  taxistas que saíram do sistema e suas vagas ainda não foram repostas."

Para pressionar a gestão municipal, o sindicato cita o exemplo da cidade do Rio de Janeiro. Com pouco mais da metade da população paulistana, a capital fluminense tem 35 mil táxis, apenas mil a mais que São Paulo, de acordo com o Simtetaxi .

"São Paulo é uma cidade de negócios. Diariamente, milhares de pessoas chegam ao município e precisam de táxis. Isso sem falar nos próprios moradores", lembrou. "Os aplicativos para telefone celular também aumentaram a demanda", disse Ceará.

Pelos cálculos do sindicato, cerca de 500 mil pessoas são transportadas diariamente em táxis na capital paulista.   

Segundo Ceará, a última vez que houve um aumento do número da frota em São Paulo foi em 2012.

Clandestinos/ De acordo com o sindicato, a falta de táxis afeta, principalmente, quem mora na periferia. A consequência direta, conforme Ceará, é a expansão dos clandestinos.  "Estimamos que os irregulares sejam em torno de 20 mil", disse.

Por isso, o sindicato pede a contratação de 500  fiscais pela Prefeitura – hoje são cerca de 100 agentes. "Também queremos uma operação delegada (parceria entre a gestão municipal e a Polícia Militar com 100 PMs na fiscalização", cobrou.  

"Não dá para negar que faltam táxis em São Paulo. Quem procura um taxista, principalmente à noite, não acha. Tem de haver boa vontade da Prefeitura para sanar a questão", disse o vereador Toninho Paiva (PR), presidente da comissão na Câmara Municipal.

Prefeitura diz não ter planos para emissão de novos alvarás

A Secretaria Municipal de Transportes informou, em seu site, que por enquanto não há previsão de emissão de novos alvarás e que o DTP (Departamento de Transporte Público) faz estudos de forma permanente para avaliar a necessidade ou não da inclusão de novos veículos no serviço de táxi  em São Paulo.

Ainda segundo a pasta, o secretário Jilmar Tatto tem recebido os taxistas, seja em reuniões ou em atividades do CMTT (Conselho Municipal de Transporte e Trânsito). "Também está sendo criada a Câmara Temática de assuntos de Táxis com a finalidade de manter um diálogo permanente com a categoria."

Segundo a  pasta, a fiscalização aos  táxis clandestinos é feita por 105 agentes.  "Os veículos são apreendidos ao pátio do DTP e os donos estão sujeitos ao pagamento da taxa de remoção de R$ 521 mais estadia de R$ 41 a cada 12 horas, além de assinar o Termo de Notificação da Multa de R$ 1.915,85."