sábado, 21 de agosto de 2010

Trânsito é questão de saúde pública

Webtranspo 19/08/2010 

Irritação, mau humor e dores musculares. Estes são os reflexos na saúde mais visíveis causados pelas várias horas perdidas em grandes congestionamentos. Entretanto, outros males podem ser ocasionados pelas complicações no trânsito.
Segundo o médico ortopedista Rubens Rodrigues, “a permanência no carro, por mais de 60 minutos, sobrecarrega a musculatura e a estrutura óssea da região lombar das costas, provocando lombalgias”.
Além disso, de acordo com especialistas, “os movimentos repetitivos para mudar as marchas podem causar tendinite nos punhos ou bursite (inflamação) na região dos ombros. Já nos membros inferiores, o simples ato de frear, acelerar e pressionar a embreagem diversas vezes podem desgastar as articulações dos tornozelos ou ocasionar dores nas pernas”.
Quando o assunto são os sintomas psicológicos, o médico Dirceu Rodrigues Alves, diretor de comunicação da Abramet (Associação Brasileira de Medicina do Tráfego), no artigo “Agonia no Trânsito”, destaca os principais problemas.
“O estresse provocado pela lentidão ou engarrafamento faz com que se perca o controle dos impulsos, ocorrendo a queda de serotonina (conhecido como hormônio da felicidade), que por sua vez reduz os neurotransmissores controladores do comportamento explosivo”.
E prossegue: “com esta perda, podemos agir impulsivamente, além de ações agressivas, como violência verbal, gestual e física. O que, aliás, é hoje muito comum no trânsito”.
Soluções
Para reduzir os impactos sobre a saúde, médicos indicam pequenas ações que podem auxiliar no bem estar do condutor. “Faça uma pausa de alguns minutos. Saia do carro e estique as pernas. Se não for possível, realize movimentos lentos e graduais com o pescoço, para a esquerda e direita, que colaboram para a lubrificação da articulação da região cervical; além disso evite movimentos bruscos com as pernas e tente adaptar o modo de sentar”, aconselha Rodrigues.
Outra dica é tentar relaxar. Para isso, ouvir música pode ser uma boa pedida. Um estudo realizado pela Universidade do Sul do Alabama, nos Estados Unidos, testou os efeitos calmantes das canções.
A pesquisa fez com que 56 voluntários ouvissem músicas relaxantes após uma situação de tensão. Depois, os mesmos indivíduos passaram por uma experiência semelhante, mas, dessa vez, sem ouvir qualquer som. Resultado: na primeira vez, a maioria das pessoas demonstrou maior tranquilidade.
“É preciso se lembrar que todos no trânsito estão dividindo os mesmos problemas e por isso são parceiros e não inimigos”, finaliza o médico.

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