terça-feira, 29 de junho de 2010

Poder aquisitivo impacta cidades



Aumento da compra de carro pode ser prejudicial
Brasileiro adere a carro próprio; tráfego pode se complicar no futuro


Com base em uma pesquisa do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), que aponta um crescimento do poder aquisitivo entre os brasileiros, a NTU (Associação Nacional das Empresas dos Transportes Urbanos) alerta para a possibilidade de as grandes cidades vivenciarem um caos, em razão da maior compra de transporte individual.

Hoje, segundo um estudo do instituto, as despesas com alimentação, habitação e transporte correspondem a mais de 75% dos gastos mensais da população do País. Na opinião de Marcos Bicalho dos Santos, diretor superintendente da NTU, “é positivo enxergar que a situação financeira do brasileiro melhorou, até mesmo refletindo a solidez da economia do País como um todo”, diz.
No entanto, segundo ele, a atenção deve estar voltada para a “equação complicada ao tráfego urbano”. Nesse sentido, em um País que há, em média, 55 milhões de passageiros por dia, o superintendente ressalta a importância de incentivar o uso do transporte urbano coletivo no cotidiano das pessoas, evitando-se os grandes congestionamentos e o aumento da poluição.
Atualmente, o sistema brasileiro de transporte enfrenta alguns gargalos. Porém, Bicalho afirma que “a segregação das vias para o tráfego dos ônibus seria um dos passos para melhorar a distribuição dos serviços. Com isso, os usuários poderão calcular de forma mais objetiva o tempo do percurso desejado, enxergando essa modalidade como alternativa de qualidade para o seu deslocamento”, aponta.
BRTs
Presente em mais de 80 cidades no mundo, os sistemas de BRT (Bus Rapid Transit) podem ser a solução para a questão do tráfego em grandes cidades. Esse sistema integra corredores exclusivos e oferece a infraestrutura necessária para o tráfego de um veículo biarticulado que comporta 270 passageiros. Dependendo do destino, com essa alternativa é possível transportar, em média, 40 mil pessoas por hora, empregando maior velocidade comercial aos veículos.
Segundo informações da NTU, em média, um corredor de dez quilômetros de BRT leva de 24 a 36 meses para ser concluído e tem o custo de R$ 100 milhões. Quanto ao tipo de operação, a alternativa apresenta plataformas de embarque e desembarque fechadas, pagamento das tarifas nas estações, sistema de sinalização e informação ao usuário, transferência entre rotas sem incidência de custo adicional e integração modal em estações e terminais (sistema troncalizado).

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