quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Tata estuda entrada do Nano no País

13/10/2010 - Webtranspo - Marco Garcia

Nano pode chegar em 2011

Após atingir boa aceitação no mercado indiano, com mais de 220 mil unidades vendidas desde o lançamento em 2008, o modelo popular Tata Nano pode ter suas vendas expandidas no mercado mundial nos próximos anos. A fabricante Tata Motors estuda a entrada do carro mais barato do mundo nos mercados emergentes, entre eles o Brasil.

De acordo com a empresa, o veículo entraria no mercado nacional no final de 2011 ou meados de 2012, por meio de uma parceria com a Fiat, que seria a responsável pelo comércio do veículo e pós-vendas, a partir de sua rede de concessionárias. A companhia indiana informou que a versão a ser vendida no Brasil terá estrutura e sistemas reforçados para atender as exigências de segurança e emissões.

Na Índia, o pequeno veículo é negociado em torno de US$ 2.700. No Brasil, por causa dos impostos, o preço subiria para R$ 10 mil. Entretanto, mesmo com esse valor baixo, o “carro do povo” – como ficou conhecido – não seria um incômodo para os concorrentes populares, pelo fato de não oferecer ao usuário alguns itens básicos.

Com impostos, valor pode chegar a R$ 10 milPara Marcelo Augusto Leal Alves, coordenador de graduação do curso de Engenharia Mecânica da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, o “Nano custa menos que a média de mercado por não vir com itens de conforto, como rádio e ar-condicionado, e por apresentar limitações no desempenho, com velocidade máxima de 105 quilômetros por hora”.

Por causa dessas características, ele afirma que o veículo não é um competidor para o carro popular brasileiro. "Mesmo o modelo nacional mais simples e barato tem mais recursos que o Nano", analisou.

Ainda é cedo para afirmar qual seria o custo benefício deste modelo no País, uma vez que ainda não está firmada a sua entrada no mercado nacional. Mas o professor afirma que “incentivos fiscais como a redução do IPI podem ser um bom auxílio para incrementar as vendas”.

Segundo o especialista, desenvolvido inteiramente na Índia, trata-se de um exemplo de como o investimento em ciência, pesquisa e desenvolvimento pode obter êxito. Alves chamou a atenção para o fato de que o carro tem 34 patentes, concentradas nas partes de motor, câmbio e transmissão.

Fábrica

Ravi Kant, vice-presidente da Tata Motors, estuda a implantação a primeira fábrica na América Latina. De acordo com o executivo, falta decidir se a nova fábrica será instalada no Brasil ou no México, dois países emergentes com economias estáveis.

"Enviamos nossos especialistas para a região e eles estão percorrendo tanto o Brasil como o México para chegar a uma conclusão sobre onde seria mais adequado o estabelecimento da fábrica", afirmou Kant. Segundo ele, além da primeira planta na América Latina, outras duas serão instaladas em outras regiões do mundo.



O executivo não quis revelar de quanto seria o investimento numa eventual planta brasileira. "O que eu posso dizer é que essa nova fábrica será usada como plataforma para as exportações de nossos carros para toda a América Latina", disse. "Queremos ter um local de produção, mas também fortalecer a distribuição e comercialização dos veículos na região", acrescentou.


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