segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Anfavea: expansão da indústria automobilística depende da superação de gargalos

11/10/2010 - Agência Brasil

A indústria automobilística precisa vencer uma série de deficiências na cadeia produtiva para continuar se expandindo, disse o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Cledorvino Bellini. “Não podemos continuar a crescer com todos esses estrangulamentos”, ressaltou, ao participar do 19º Congresso e Exposição Internacionais de Tecnologia da Mobilidade SAE Brasil.

Os gargalos a que Bellini se refere começam na matéria-prima. Segundo ele, o aço no Brasil é aproximadamente 40% mais caro do que nos países asiáticos. Além disso, de acordo com o presidente da Anfavea, a cadeia produtiva brasileira tem diversas “ineficiências” que encarecem o produto final. “Temo espaço para aumentar a produtividade em vários pontos da cadeia produtiva”.

Como exemplo de desperdício, Bellini citou o fato de que geralmente os caminhões responsáveis pelos fretes retornam vazios à sua origem, quando poderiam aproveitar a volta para transportar novas mercadorias. “Por sorte, temos um mercado interno forte que absorve parte dessas ineficiências”, destacou.

Outro ponto destacado no congresso como dificuldade para a indústria de automóveis é a falta de mão de obra qualificada, principalmente de engenheiros. Segundo o presidente da Man América Latina (Volkswagen Caminhões e Ônibus), Antonio Roberto Cortes, as empresas precisam “fomentar o relacionamento com o mundo acadêmico”, apoiando cursos de engenharia e apontando os currículos necessários ao mercado.

Para Bellini, a falta de engenheiros é um problema que deve ser solucionado naturalmente com o tempo. “A tendência é se normalizar com o tempo. As empresas vão pagar mais para os engenheiros e, com isso, há uma atração [de novos talentos]”. Ele ressaltou, no entanto, a importância da elaboração de políticas públicas para expandir a formação de novos profissionais.



Máfias de táxis loteiam áreas públicas no Rio e em São Paulo

11/10/2010 07h32 - Bom Dia Brasil

Uma reportagem do Fantástico revelou esquemas de corrupção na disputa por pontos de táxi. Quem deveria aplicar a lei se beneficia diretamente. O suborno é às claras e envolve muito dinheiro.
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Em São Paulo, há 32 mil alvarás para táxi. A prefeitura não libera mais novas licenças. Um mercado negro cresce à margem da lei.

Produtor - O proprietário tem que fazer para mim uma doação?
Homem - Lá ninguém pode falar em dinheiro. Se falar em dinheiro lá, os dois perdem.
Produtor - Não pode falar em dinheiro?
Homem - Lá simplesmente ele está saindo e você está entrando.

“Se o departamento de transporte público de São Paulo constatar que alguma irregularidade dessas, existem as penalidades, que vão de multa até a cassação do alvará ou daquela autorização para conduzir táxi”, informa Eliziário Barbosa, do Departamento de Transportes Públicos – SP.

No Rio de Janeiro, muitas irregularidades. Cooperativas dominam pontos e impedem taxistas de pegar passageiros. É o que acontece no Aeroporto Internacional Tom Jobim.

“Só carro do aeroporto. Pode passar só do lado de fora”, diz um homem.

No maior shopping da zona sul, o ponto de táxi também foi loteado, apesar de ser uma área pública.

Homem - Aqui é um ponto, está ligado? Estão dois taxistas aqui do ponto. Tu pode até aguardar na frente, quando não tem táxi, eu deixo passar tu.
Produtor - Mas é que eu estou querendo entrar no esquema do ponto.
Homem - Tem uma vaga vendendo, cara. Só sei que a vaga para vender está R$ 15 mil.

A rodoviária do Rio de Janeiro é outro ponto dominado pela máfia dos taxistas. Com um agravante: policiais fariam parte do esquema.

“Aqui é fechado, já tem carro demais aí, e daqui a pouquinho nego vai furar teus pneus. O ponto aqui é da polícia. Se ele vir aqui vai te entupir de multa, só vê as multas chegando em casa. A gente paga e ele ainda multa a gente”, informa um taxista.

Na Avenida Rio Branco, centro financeiro e empresarial da cidade, guardas também se beneficiariam dos pontos clandestinos.

Mulher - Aqui não é bem um ponto, é um negócio ilegal. Não dá multa não porque os guardas já conhecem todos. Meus carros têm um símbolo, uma interrogação. Eu conheço por isso. Quando os guardas vêm, já conhece os carros por causa disso.
Produtor - Todo mundo tem essa interrogação, o guarda já sabe e não multa?
Mulher - Já sabe e não multa.

O esquema da propina se repete no Aeroporto Santos Dumont - principal ponto de chegada para quem faz a Ponte Aérea Rio-São Paulo.

Produtor – Quanto que deixo? O mesmo de ontem?
Guarda - Quanto foi que você deixou?
Produtor – R$ 20. Melhor te entregar no carro?
Guarda – Não. Você deixa na mão e entrega.
Produtor – Já tenho separado. Vou deixar no banquinho.
Guarda – Não
Produtor – Vou amarrar o tênis e colocar aqui. Está garantido. Não vou ter multa?

No fim, o guarda recolhe o dinheiro e esconde dentro da meia. O subsecretário de transportes do Rio de Janeiro disse que é difícil fiscalizar os pontos de táxi.

“Quando a fiscalização está lá, essa privatização não ocorre, basta a fiscalização se ausentar, e volta a ocorrer. Não existe ponto privativo de cooperativa A, B ou C ou qualquer pessoa que se nomeie dono de cooperativa”, justifica o subsecretário de Transportes – RJ, coronel Eduardo Frederico Cabral.

O subsecretário de transportes do Rio de Janeiro disse também que é preciso ter provas que evidenciem um desvio de conduta do guarda municipal que apareceu colocando dinheiro na meia para que haja punição.

domingo, 10 de outubro de 2010

Google cria carro que dispensa motorista


10/10/2010 - The New York Times - por John Markoff


Veículo está sendo testado na Califórnia

Quem circulou pelas ruas de Los Angeles e San Francisco recentemente pode ter visto um carro Toyota Prius com um cilindro de metal esquisito no teto. Mais difícil de notar era o fato de que a pessoa ao volante não estava dirigindo.

O carro é um projeto do Google, que vinha trabalhando em segredo para criar veículos que andam sozinhos. Os carros usam um software de inteligência artificial que percebe qualquer objeto perto do veículo e reproduz decisões tomadas por um humano.

Os carros são monitorados por dois funcionários do Google. Um fica no banco do motorista, mas só dirige em caso de emergências. O segundo técnico fica no banco de passageiros, controlando o software de navegação. Sete carros do Google já andaram mais de 1,6 mil quilômetros sem intervenção humana e mais de 220 mil quilômetros com intervenção humana moderada.

De olho na segurança

Carros autônomos ainda estão muito longe da produção em massa. Mas especialistas que há muito tempo sonham com eles acreditam que esses veículos podem transformar a sociedade de forma tão profunda quanto a internet.

Carro do Google em San Francisco: ainda longe do consumidor final
NYT - Carro do Google em San Francisco: ainda longe do consumidor final

Motoristas robôs reagem mais rápido do que humanos, têm visão de 360 graus e não se distraem. Eles também não dormem ao volante nem ficam embriagados, argumentam os engenheiros.

Esses profissionais falam principalmente da questão de vidas salvas e da prevenção de acidentes – mais de 37 mil pessoas morreram em acidentes de carro nos Estados Unidos em 2008.

Os engenheiros dizem que a tecnologia pode dobrar a capacidade das estradas ao permitir que os carros andem mais próximos uns dos outros de modo seguro. Como os veículos automatizados seriam menos propensos a bater, eles poderiam ser mais leves, diminuindo o consumo de combustível. Mas, claro, para que sejam realmente mais seguros os carros devem ser mais confiáveis do que, por exemplo, os atuais computadores. Eles travam de vez em quando e são frequentemente infectados por vírus.

Google: muito além da busca

As pesquisas do Google sobre carros automáticos provam que as ambições da empresa vão muito além da ferramenta de busca. O projeto também sai do típico cenário do Vale do Silício, muito mais focado em rede sociais e mídia digital para cinema.

Em um teste dos carros automáticos do Google, um modelo Prius saiu da sede da empresa, cerca de 50 quilômetros ao sul de San Francisco e se infiltrou no trânsito da cidade sem problemas. Ele andou no limite de velocidade local, informação embutida no banco de dados do veículo. O dispositivo sobre o teto do carro produziu um mapa detalhado dos arredores.

No trânsito: mensagens alertam motorista
NYT - No trânsito: mensagens alertam motorista

Ao andar por Mountain View, o veículo parou em sinais vermelhos e emitiu mensagens como “faixa de pedestres está próxima” para alertar a pessoa ao volante. A mesma voz feminina agradável usada em alertas poderia, por exemplo, alertar o motorista se algum dos sistemas do carro falhasse.

Várias personalidades

O carro pode ser programado com várias modalidades de direção. Desde cautelosa, na qual é mais provável que dê a vez para outro carro, até agressiva, quando é mais provável que tome a dianteira.

Christopher Urmson, engenheiro de robótica da universidade de Carnegie Mellon, estava ao volante durante os testes, mas não dirigia o carro. Para tomar o controle do veículo ele tinha três alternativas: pressionar um botão vermelho, pisar no freio ou girar o volante. Durante os testes ele interveio duas vezes. A primeira quando um ciclista desrespeitou um sinal vermelho e a segunda quando um carro à frente parou e deu ré para entrar numa vaga.

Quando voltou ao modo automático, o carro fez um pequeno barulho, parecido como entrar no modo warp de Jornada nas Estrelas, e Urmson então descansou os braços e pôde gesticular ao conversar com um passageiro no banco de trás. Ele contou que o carro chama a atenção, mas a maioria das pessoas acha que ele é apenas uma nova geração dos carros do Street View.

Projeto começou em Stanford

O projeto do carro automático foi concebido por Sebastian Thrun, 43 anos, diretor do laboratório de inteligência artificial da Universidade de Stanford. Ele também é funcionário do Google e o criador do serviço Street View.

Em 2005, ele liderou uma equipe de Stanford que criou o carro automático Stanley. O projeto foi o vencedor de um concurso realizado pela Darpa, agência científica do governo dos Estados Unidos, e ganhou um prêmio de US$ 2 milhões. No concurso, o Stanley andou sozinho por mais de 200 quilômetros no deserto da Califórnia.

Além do time de 15 engenheiros trabalhando no atual projeto, o Google contratou mais de dez pessoas, todas com histórico perfeito de direção. Elas foram contratadas para ao volante durante os testes, ganhando US$ 15 por hora. O Google usa seis carros Prius, da Toyota, e um Audi TT no projeto.


NYT
Hardware: porta-mala do carro leva aparato tecnológico
Hardware: porta-mala do carro leva aparato tecnológico

Os pesquisadores dizem que o Google ainda não tem um plano para criar um negócio a partir desse projeto. Thrun é conhecido com um promotor do potencial de veículos robóticos para tornar as estradas mais seguras. Essa é também uma visão de Larry Page, cofundador do Google, segundo várias pessoas envolvidas no projeto.

O carro que anda sozinho é um exemplo da vontade do Google de apostar em tecnologias que podem não dar resultado a curto prazo, afirma Thrun. Mesmo os mais otimistas não acreditam que essa tecnologia chegue ao mercado em menos de oito anos.

Uma das possibilidades de lucro para o Google é fornecer informação e serviços de navegação para fabricantes de carros automáticos. A empresa pode até mesmo oferecer o sistema de graça, como faz com o Android, plataforma de smartphones.

Questões legais

O advento de carros automáticos traz problemas jurídicos espinhosos, reconhecem os engenheiros do Google. Na lei de hoje, um humano deve estar no controle do automóvel sempre. Mas o que isso quer dizer se a pessoa não está prestando atenção quando o carro cruza, por exemplo, uma área de escolas, deixando tudo a cargo do robô? No caso de um acidente, quem seria o culpado? O dono do carro ou o fabricante do software?

“A tecnologia está à frente da lei em muitas áreas”, diz Bernard Lu, conselheiro do Departamento de Veículos Motorizados da Califórnia. “Quando observamos as leis de trânsito, há dezenas de leis que falam especificamente do motorista e presumem que ele está no controle todo o tempo”.

Os pesquisadores do Google dizem que examinaram com cuidado as leis de trânsito da Califórnia. Eles concluíram que, se um humano pode intervir no controle automático do carro a qualquer momento, os testes são legais. Lu concorda.

Estudo começou nos anos 1960

Cientistas e engenheiros vêm projetando veículos autônomos desde os anos 1960. Mas um avanço importante ocorreu apenas em 2004, quando uma equipe do Pentágono iniciou o concurso de carros-robôs.

A primeira edição do concurso foi um fracasso. Mas, em 2005, a equipe de Thrun projetou o Stanley. O carro ganhou uma corrida contra um rival criado pela Universidade Carnegie Mellon. Menos de dois anos depois, outra edição do evento provou que veículos autônomos podiam andar com segurança em ambientes urbanos.

Os avanços são tão grandes que Thrun soa como um evangelista quando fala de carros autônomos. Segundo ele, há potencial para reduzir o consumo de combustível, diminuir a taxa de acidentes e construir automóveis mais leves.

Há até mesmo a possibilidade ainda distante de carros que não precisam de ninguém ao volante. Esses veículos seriam acionados eletronicamente, o que permitiria que as pessoas compartilhassem os veículos. Assim, seriam necessários menos carros, o que reduziria a necessidade de estacionamentos.

E, claro, os carros poderiam salvar os humanos deles mesmos. “Podemos mandar duas vezes mais mensagens de SMS enquanto dirigimos, sem culpa?”, pergunta Thrun. “Sim, podemos. Mas só se os carros andarem sozinhos”.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Exposição em São Paulo apresenta carro produzido no Brasil totalmente sustentável

05/10/2010 - Bruno Bocchini - Agência Brasil

São Paulo – Um carro sustentável produzido no Brasil foi a grande atração da abertura da 19ª edição da Exposição Internacional de Tecnologia da Mobilidade, inaugurada hoje (5) em São Paulo.

O automóvel é totalmente elétrico, pesa menos do que os atuais que estão em circulação e é construído com polímeros recicláveis. Os componentes são reforçados com fibras naturais e o carpete feito com material de garrafas plásticas recicladas. A roda não utiliza metal, é feita de plástico industrial mais leve que o alumínio.

Em 1994, a exposição foi palco da primeira aparição do carro com tecnologia bicombustível, lançado comercialmente em 2003 e que hoje é realidade nas ruas.

Segundo o presidente da Sociedade de Engenheiros da Mobilidade do Brasil que organiza a feira, Besaliel Botelho, partes do carro sustentável devem estar em uso nos próximos anos. No entanto, ainda será necessário esperar mais tempo para que os carros elétricos passem a ser maioria.

“Há tecnologias que já estão em um dois anos no mercado e outras demoram um pouco mais. O tema da eletrificação do veículo, com certeza vai demorar mais. Há questões a serem discutidas, como modelo de negócios para veículos elétricos, como vamos abastecer. O tempo de recarga de bateria ainda são muito longos, de 12 horas de carga”.

A exposição ocorre no Expo Center Norte, em São Paulo, entre os dias 5 e 7 de outubro.

Edição: Rivadavia Severo 

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Carro elétrico terá grande teste na França

4/10/2010 - Valor Econômico

Ao longo das últimas décadas, o palácio de Versalhes tem levado milhões de turistas a Yvelines, região no centro norte da França, a menos de 30 quilômetros de Paris. A partir de janeiro, outra atração, mas ser ralação com o passado da França, e sim com o futuro, fará de Yvelines novamente centro de interesse mundial. Um grupo de pequenas cidades da região se transformará num laboratório do carro elétrico, o primeiro do gênero.
     
O automóvel com motor movido 100% a eletricidade será testado pelo consumidor. Durante um ano e meio - de janeiro de 2011 a julho de 2012 - os veículos circularão, sob o comando de usuários comuns, que farão os trajetos do trabalho ou lazer. Serão testados não apenas o veículo e toda a estrutura dos pontos de recarga, como também avaliadas as queixas e preferências do consumidor, além de falhas no sistema ou acertos necessários para atender a legislação do trânsito.

Cem automóveis elétricos vão se integrar à paisagem de uma região de pequenas cidades, chamada de Seine Aval, em Yvelines. Oitenta veículos da Renault - modelo sedã Fluence e o utilitário Kangoo - e 20 do modelo Leaf, da Nissan.
     
Além do grupo Renault-Nissan, participam do projeto a EDF, companhia de energia francesa, a Schneider Electric, produtora dos equipamentos para as estações de recarga, e a Total , principal distribuidora de combustível, que tem interesse em instalar estações de recarga também em postos tradicionais, além do governo de Yvelines e a ADEME, um órgão federal ligado ao Ministério do Meio Ambiente da França. Os investimentos no programa totalizarão € 23 milhões, dos quais, € 11 milhões da Renault-Nissan.
       
Dos 100 veículos que vão para as ruas, 15 serão usados por motoristas particulares e 85 por motoristas profissionais.
     
"Se conseguirmos provar que o carro elétrico é confiável, o motorista deixará de ficar tão ansioso com a questão da autonomia, o que mais o perturba", afirma Ziad Dagher, responsável pelo programa de experimentação dos veículos elétricos da Renault e coordenador do Save (Seine Aval Véhicules Electriques).
     
Segundo Dagher, a região chamada de Seine Aval, que significa o curso do rio Sena, foi escolhida por ser uma área de interesse nacional, onde há expectativa de promover o desenvolvimento econômico. Além disso, ali fica Flins, cidade onde a Renault construiu uma fábrica de baterias e onde será produzido o ZOE, o próximo elétrico da marca francesa, o primeiro que permitirá o sistema de recarga rápida (que permite a simples troca de uma bateria descarregada por outra carregada).
     
Dagher, um executivo de 33 anos formado em direito e com experiência em projetos ambientais, envolveu-se em uma série de questões que tiveram de ser resolvidas antes do lançamento do programa. Isso inclui negociações para que o parlamento francês criasse uma lei para permitir que o morador de um prédio possa instalar tomadas em sua vaga de garagem sem ter que pedir autorização ao condomínio.
     
São muitos detalhes, que foram surgindo ao longo de dois anos e meio, desde que surgiu a ideia do laboratório. A Toyota já havia feito uma experiência parecida na Europa usando o Prius Plug-in, que é o modelo híbrido que pode ser carregado também na tomada.
     
A infraestrutura é o que mais preocupava. Foram instalados 300 pontos de recarga em toda a região, que abrange diversas cidades com cerca de 30 mil habitantes ou menos cada uma. A população de toda a região soma mais de 300 mil.
     
Dos 100 veículos que vão para as ruas, 15 serão usados por motoristas particulares e 85 por motoristas profissionais. Nesse grupo já foram acertadas algumas parcerias, como a empresa de correios da Franca (La Poste). Os próprios funcionários da EDF usarão os carros para os trabalhos de manutenção.
     
Inicialmente estavam previstos motoristas de taxi. Mas esses profissionais não quiseram participar da fase de testes que prevê ter de esperar pelo menos 20 minutos para recarregar a bateria. Sob o argumento de que poderia perder uma corrida valiosa, os taxistas declinaram do convite, comprometendo-se a participar quando os testes forem como tipo de recarga rápida. Nesse tipo, o motorista simplesmente vai parar sobre uma plataforma, onde um equipamento fará a troca da bateria descarregada por uma cheia. Nesse sistema, que durará entre três e cinco minutos, baterias de uso comum vão circular entre a frota de veículos.
     
Mas, por enquanto, há duas opções: carregar na tomada de casa, durante sete horas, que deverá ser muito usada à noite, enquanto o condutor dorme, ou a mais rápida, de 20 minutos. É aí que entram os postos de recarga. O projeto em Seine Aval incluirá estacionamentos e supermercados. Nesse caso, a vantagem é deixar a bateria carregando enquanto se fazem as compras. Resta saber, porém, que procedimentos tomar quando o consumidor se estender por tempo além do necessário dentro do supermercado. "Porque nesse caso o uso do espaço acaba saindo mais caro que o custo da própria energia", afirma Dagher. Falta ainda fixar pontos de abastecimento públicos, nas ruas.

Cada veículo terá um software, que enviará para a central de comando os dados, como a frequência às estações de abastecimento rápido. A autonomia de um veículo elétrico chega a 160 quilômetros. Mas, há uma outra questão que a indústria precisa resolver: o uso do ar condicionado. Como o equipamento será abastecido pelas mesmas baterias que fazem o carro se mover, quanto mais o motorista quiser esquentar ou esfriar o ambiente, menos quilômetros ele vai poder percorrer.
     
Os motoristas vão, nos próximos dias, receber kits com instruções. Serão assinados compromissos de uso. E cada um receberá telefones de emergência para chamar em caso de pane ou outra dificuldade - vale aí chamar até em caso de ficar parado no meio da rua por ter se atrapalhado com o tempo restante de bateria. Serão criados blogs para que os usuários tenham um canal para registrar relatórios.
     
O projeto não se limita à França. Há projetos em andamento na Dinamarca, Itália e Alemanha. No caso, os testes incluirão regiões de fronteiras.
     
Na França, indústria e poder público correm para homogeneizar normas e infraestrutura para receber o carro elétrico. Jean-Marc Sarret, responsável pela área de comunicação da tecnologia no grupo PSA Peugeot Citroën, lembra que o plano francês é ter 50 mil pontos de recarga (públicos ou privados em 2011 e 150 mil no ano seguinte. A montadora pretende vender os primeiros 8 mil veículos elétricos já em dezembro. A marca Peugeot desenvolveu até a alternativa de aluguel de carros elétricos, ao custo de € 500 por mês, incluindo a assistência técnica. "Um carro elétrico precisa ser usado intensamente porque o custo de aquisição é alto enquanto o custo do uso é baixo", afirma Sarret.
     
Para Sarret, em razão disso, nos primeiros anos do carro elétrico, 90% dos compradores deverão ser pessoas jurídicas. Com o tempo, com a queda do preço, esse volume deverá cair para 70%. Para Dagher, o tempo que o carro elétrico levará para se transformar num veículo de massa depende do que vai acontecer nos oito primeiros anos. Esse é o tempo médio de uso dos carros na França. Para o executivo, o salto de demanda virá a partir da credibilidade do produto somada a um tempo maior de comportamento dos preços do petróleo.

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Paraná tem seu primeiro táxi elétrico

Webtranspo - 01/10/2010 - 

Novo sistema passa por testes de viabilidade
Nesta semana, o governo do Paraná colocou em circulação, em São José dos Pinhais, o primeiro táxi elétrico do Brasil. O veículo atenderá os usuários do Aeroporto Afonso Pena, onde a Copel instalou o primeiro ponto de para recarga para automóveis elétricos, chamado de eletroposto.
“Mais uma vez, o Paraná sai na frente. Esse veículo elétrico é o primeiro de uma frota limpa. Lançamos aqui uma tendência que, esperamos que dentro em breve, se estenderá a ônibus, vans e carros de passeio”, disse o governador Orlando Pessuti.
O carro elétrico que passa a ser testado como táxi é um projeto que envolve estudos conjuntos da Copel, Itaipu Binacional e Instituto de Tecnologia para o Desenvolvimento (Lactec).
Com as baterias totalmente carregadas, o automóvel possui autonomia para rodar 150 quilômetros. São necessárias oito horas para a recarga total, mas o eletroposto da Copel também permite cargas rápidas, realizadas em 30 minutos. Um dos objetivos dos testes é desenvolver tecnologia para que o tempo de recarga total não ultrapasse cinco minutos.
Ainda não há custos definidos para a energia disponível no eletroposto, mas estima-se que a carga cheia custe entre R$ 5 e R$ 8. Para a recarga do veículo, o motorista usa um cartão pré-pago desenvolvido pelo Lactec, que libera o crédito para a energia. “Logo, o motorista poderá o abastecer o automóvel com energia, e o débito será lançado na conta mensal da Copel”, adiantou Pessuti.
“Este projeto mostra que nossa capital tem condições não apenas de sediar jogos da Copa, mas também de desenvolver uma infra-estrutura avançada na área de energia, tanto com os eletropostos quanto com a implantação de uma rede inteligente de energia, o chamado smart grid”.

Brasil sobe para a 4ª posição no ranking mundial de vendas de veículos


30/9/2010
Folha.com


O Brasil voltou a ocupar a quarta posição na venda mundial de veículos, ultrapassando a Alemanda no acumulado de janeiro a agosto, segundo levantamento da Jato Dynamics do Brasil, empresa especializada em informações do mercado automotivo, divulgado nesta quinta-feira.

A China continua na liderança das vendas globais, com crescimento de 42,1% na comparação com o mesmo período de 2009, ultrapassando a marca de 8,4 milhões de automóveis. Em seguida aparecem os EUA, com expansão de 8,5%, e o Japão, com alta de 7,4%. Os dados chineses incluem apenas veículos de passeio, enquanto, nos demais países, os números englobam automóveis e comerciais leves.

O mercado nacional registrou alta de 8,5% no período, atingindo 2,077 milhões de licenciamentos. Já a Alemanha, que fechou 2009 em quarto lugar e neste ano vem alternando a posição com o Brasil, apresentou queda de 27,3%, o que a levou para a quinta posição no acumulado dos oito primeiros meses de 2010.

"A China continua com um crescimento surpreendente e se distancia cada vez mais dos Estados Unidos. Conforme previsto, o Brasil ultrapassou a Alemanha e agora começa sua consolidação no quarto lugar", afirma Luiz Carlos Augusto, diretor superintendente da Jato Dynamics.

Na análise por montadora, a Toyota manteve a primeira colocação no ranking em vendas, seguida pela Volkswagen, que ultrapassou a Ford. A GM/Chevrolet permaneceu na quarta colocação.

RANKING MUNDIAL NO ACUMULADO DE JANEIRO A AGOSTO 
China - 8,414 milhões
EUA - 7,662 milhões
Japão - 3,543 milhões
Brasil - 2,077 milhões
Alemanha - 2,027 milhões