quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Cresce número de domicílios com carros e motos no país, segundo IBGE

9/9/2010 - CNT Informe


Foto: Rodrigo Soldon

Redução de IPI, renda maior, economia em plena ascensão. Todos esses fatores, juntos, fizeram com que mais de 37% dos estimados 58,6 milhões de domicílios brasileiros contassem, em 2009, com pelo menos um automóvel, segundo o IBGE. É o que revela a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), divulgada nessa quarta-feira (8).

Já os domicílios com motocicleta representam 16,2% do total. Na comparação com o ano anterior, os números subiram 1 e 1,5%, respectivamente. Na Região Norte, a situação se inverte: a maior parte (20,9%) dos domicílios têm motos e 18%, carros.

A Região Sul do país possui a maior porcentagem de domicílios com carro: 54,5%. Logo em seguida aparece o Sudeste, com 45,5% e o Centro-Oeste com 41,1%. No Nordeste, 17,8% dos domicílios contam com algum carro.

A consequência desse aumento não é novidade. “À medida que se entendeu que automóveis/motos para todos seria uma democrática’ distribuição das benesses da modernidade, o modelo começou a mostrar suas contradições: aumento da acidentalidade, congestionamentos e poluições, demonstrando o quanto ele é econômica, ambiental e socialmente insustentável”, afirma o chefe do Laboratório de Ensino e Aprendizagem em Transportes da Universidade de Brasília, Victor Pavarino.

Produção e vendas em alta

Também nessa quarta, a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) divulgou dados que revelam um crescimento de 3,4% da produção de veículos em agosto, se comparado com o mês de julho, o que corresponde a mais de 329 mil fabricados. No acumulado do ano, o segmento de automóveis e comerciais leves teve alta de 15,2%, o de caminhões 70,3% e o de ônibus, 39,2%.

Para conseguir suportar a crescente quantidade de veículos nas ruas, o governo investe em obras de expansão, que para Victor Pavarino são apenas medidas paliativas. “Expandir a infraestrutura, como se tem feito, somente atrairá mais demanda de veículos. No médio prazo as vias duplicadas estarão congestionadas de novo”, acredita.

Para Flávio Dias, pesquisador do Centro Interdisciplinar de Estudos em Transportes da Universidade de Brasília (Ceftru/UnB), é necessário investir no transporte coletivo de qualidade. “É preciso mudar a forma como o usuário do transporte coletivo é tratado, oferecer mais conforto e, claro, com isso, os custos ficarão maiores. No entanto, não é preciso aumentar a tarifa, e sim, subsidiá-la, como acontece com o metrô”, defende Dias.


Aerton Guimarães
Redação CNT

http://www.sistemacnt.org.br/portal/webCanalNoticiasCNT/noticia.aspx?id=98588341-5abd-4034-81aa-7dd5021a40fe

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