domingo, 31 de janeiro de 2016

Sindicalista dos taxistas de SP diz que a palhaçada acabou e que agora é cacete

29/01/2016 - Folha de SP

O presidente do Simtetaxis (Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores nas Empresas de Táxi de São Paulo), Antonio Matias, postou um vídeo em uma rede social no qual afirma que o prefeito Fernando Haddad (PT) não cumpre o compromisso firmado com os taxistas e que a palhaçada na cidade acabou e, agora, é cacete.

O vídeo (assista abaixo) foi postado horas depois de o prefeito afirmar, na manhã desta quinta-feira (28) que os taxistas "vão desaparecer pela concorrência predatória" se eles não aceitarem a regulamentação do aplicativo Uber na cidade.

O prefeito afirmou ter dito isso em diversas reuniões com representantes da categoria para explicar a dificuldade de fiscalizar algo que não é regulamentado. "Quando o transporte coletivo era clandestino, você tinha pontos de parada [para fiscalizar], mas uma nuvem é difícil. Se existe a possibilidade dessa empresa de regular, então vamos fazer isso", disse.

No vídeo, Matias diz estar aborrecido com a declaração dada por Haddad e que o prefeito não deve brincar com os taxistas. "Não brinque com essa categoria, respeito é bom e os taxistas merecem. (...) Não queira briga com esse presidente. (...) A Uber não vai trabalhar em São Paulo. Ela só vai trabalhar se for em modal táxi. No carro particular nós não vamos permitir. O senhor disse que não pode fiscalizar as nuvens, então, mande tirar das nuvens. Ocupe seu lugar de excelência. (..) Somos bem antes do Uber."

O presidente do Simtetaxis disse que estará na "cola" do prefeito, que tem como fiscalizar e que a palhaçada na cidade acabou e, agora, é cacete. "Tem como fiscalizar, só nós já prendemos mais de 250 carros junto com fiscais do DTP [Departamento de Transportes Públicos]. Se o senhor não sabe é porque o departamento do senhor é corrupto. Acabou a moleza prefeito Haddad. Chega de palhaçada nessa cidade. Agora é cacete. Ou regulamenta os aplicativos certos para trabalhar com táxi ou vão trabalhar fora dessa cidade."

Essa não é a primeira declaração polêmica dada pelo sindicalista sobre a regulamentação do Uber. Em junho do ano passado, Matias disse: "Não temos como conter a categoria", "vai ter morte", durante uma audiência na Câmara dos Deputados.

Antônio Raimundo Matias dos Santos, conhecido como Ceará, queria pressionar os deputados federais contra a liberação desse serviço -visto como concorrência desleal pelos taxistas. "Eu quero dizer aos nobres deputados para que tomem providências porque, se não tomarem, não temos como conter a categoria", disse Ceará, na ocasião.

O "recado" dele, mais tarde, foi reforçado por outro representante da categoria, que voltou a falar na possibilidade de essa disputa por passageiros resultar em violência. "Pode ocorrer sim uma desgraça porque os motoristas estão revoltados. Um grupo veio falar comigo para dizer que, se a lei não fiscalizar esses clandestinos, eles vão tomar uma atitude. Hoje ele [Santos] deu o recado", disse Natalício Bezerra, presidente do Sinditaxi (Sindicato dos Taxistas Autônomos de SP), também presente na audiência.

TUMULTO EM FESTA

Logo após a divulgação do vídeo, um grupo de taxistas abordou os carros pretos que pararam em frente ao hotel Unique, nos Jardins, onde ocorria o baile de Carnaval da revista "Vogue", entre às 22h desta quinta (28) e a madrugada desta sexta-feira (29). A medida visava inibir os convidados que deixavam o local de utilizar os serviços do aplicativo Uber.

Uma jovem que trabalha em um bar próximo, que não quis ser identificada, disse que um grupo de 15 a 20 taxistas cercava todos os carros pretos que paravam perto do hotel.

Segundo a jovem, bastava alguém gritar a palavra Uber para um grupo de 15 a 20 taxistas correr em direção ao carro preto, xingar e hostilizar o motorista. "A sensação de medo e insegurança só aumentava toda vez que eles corriam, subiam em cima dos carros e jogavam pedras", falou, aliviada de ter conseguido chegar em casa em segurança.

A Polícia Militar informou que mais de 200 taxistas participaram do protesto. O capitão Edenilson Gabriel de Freitas, supervisor regional da região oeste, falou que houve um tumulto entre taxistas e motoristas do Uber. Após uma conversa com os manifestantes, o capitão garantiu que entrou em acordo com o grupo e o protesto ficou pacífico.

Antes do acordo, um fotógrafo ficou ferido e um carro foi depredado por um grupo de manifestantes. O autônomo Francisco Carlos Indalecio, dono do Ford Fusion danificado, disse que não trabalha para o Uber e que tinha ido levar alguns amigos da filha à festa.

"Dei a volta no quarteirão e parei o carro para telefonar. Uns dez taxistas gritaram 'é Uber' e começaram a depredar o carro", explica Indalecio no 14º DP (Pinheiros), onde registrou um boletim de ocorrência. O para-brisa e um retrovisor foram quebrados, mas eram visíveis as marcas de depredação em todo o carro.

Um taxista detido sob suspeita de ter participado do ataque ao carro foi levado à delegacia, mas foi liberado após o autônomo não conseguir reconhecê-lo. Os taxistas se defenderam afirmando que a confusão toda começou após um motorista do Uber jogar pedras contra um carro do grupo. Segundo os manifestantes, ao menos três táxis foram danificados.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

Frota de motos da Ilha já chega a 53% do total de automóveis

  21/01/2016 - O Estado

Outro dado chama atenção: o número de condutores habilitados para conduzir motocicletas é menor do que o total de veículos do tipo na região metropolitana
  
A frota de motocicletas da Região Metropolita­na de São Luís já representa 53% da quantida­de de automóveis que cir­culam pelas ruas e avenidas da capital, São José de Ribamar, Paço do Lumiar e Raposa, segundo dados do Departamento Estadual de Trânsito do Maranhão (Detran). Em apenas quatro anos, de 2012 a 2015, o número de motocicletas passou de 67 mil para mais de 113 mil. No entanto, outro dado cha­ma atenção: o número de condutores habilitados para conduzir motocicletas é menor do que o total de veículos do tipo transitando pelas vias da Ilha.

A cada ano, o número de veículos sobre duas rodas avança pelas ruas e avenidas da Ilha de São Luís. A quantidade de motos nas quatro cidades corresponde a 26,99% da frota total e é mais da metade da quantidade de automóveis, uma diferença de pou­co mais de 100 mil veículos. Co­mo cresceu principalmente nos últimos anos, a frota é relativamente nova.

Em Raposa, o número de motocicletas já superou o de automóveis e representa a metade da frota de veículos do município. Nos demais, o total de carros ainda é superior, mas em São José de Ribamar a diferença é pequena: são apenas 261 carros a mais que motocicletas. São Luís é o município da região metropolitana com a maior diferença entre as duas frotas. O total de motocicletas circulando pelas vias da capital representa 48% do número de carros com que dividem o trânsito.

Sem CNH
Para conduzir motocicletas, é preciso ter Carteira Nacional de Habilitação (CNH) na categoria A, só que nem todo mundo que dirige motocicletas na região metropolitana respeita a legislação de trânsito. Enquanto a frota de motocicletas é de mais de 113 mil, o total de condutores habilitados para esse tipo de veículo é pouco mais de 104 mil. São 8.833 motocicletas a mais.

Paço do Lumiar é o único dos quatro municípios da Ilha em que o número de condutores habilitados corresponde ao número de motocicletas. Raposa é o que tem a menor diferença entre o total de veículos e de condutores habilitados, 683. A capital aparece mais uma vez como a cidade com a maior discrepância: são 5.814 habilitações a menos que o número de veículos.

Desrespeito à lei
O artigo 57 do Código de Trânsito Brasileiro (CTB) diz que as motocicletas devem ser conduzidas sempre pela faixa da direita, sendo proibida sua circulação nas faixas de trânsito rápido ou então sobre as calçadas das vias urbanas. Mas vemos, no dia a dia da Região Metropolitana de São Luís, que os pilotos não respeitam muito essa norma. É comum, por exemplo, ver motociclistas cortando caminho por cima de calçadas, cruzando canteiros centrais, atravessando o sinal vermelho e ocu­parem a faixa de trânsito rápido. Sem falar que muitos an­dam bem acima do nível de velocidade permitido para a via.

E os atos de imprudência resultam no grande número de acidentes envolvendo motociclistas. Os acidentes já são a principal causa de ocorrências de trânsito no país, ultrapassando os atrope­lamentos de pedestres. Em 2015, mais da metade das internações pelo Sistema Único de Saúde (SUS) corresponde a motociclistas, que respondem por três quar­tos das indenizações do Seguro Obrigatório de Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de Vias Terrestres (DPVAT).

Segundo dados do 50º Encontro Nacional de Departamentos Estaduais de Trânsito da Associação Nacional dos Detrans (AND), realizado em Brasília, em setembro de 2015 a motocicleta concentrou 76% das indenizações pagas pelo seguro DPVAT. A maior parte delas (82%) correspondeu a Invalidez Permanente e 4% a Morte. As indenizações pagas por Morte e Invalidez Permanente em acidentes com motocicletas chegaram a mais de 225 mil no Brasil. Os passageiros, depois dos motociclistas, representaram o segundo maior número de vítimas, com 36.376 indenizações pagas por morte e invalidez permanente.

SAIBA MAIS

Em setembro de 2015, Carlos Felipe Correia, chefe do núcleo de motociclismo da Polícia Rodoviária Federal (PRF) afirmou que o Maranhão representa 10% do total de acidentes que acontecem diariamente em rodovias brasileiras, o que torna o estado campeão em número de acidentes de motocicleta no Brasil.

Números

São Luís
364.299 mil veículos
190.578 mil automóveis
91.857 mil motocicletas

São José de Ribamar
30.272 mil veículos
12.173 mil automóveis
11.912 mil motocicletas

Paço do Lumiar
21.274 mil veículos
9.682 mil automóveis
7.541 mil motocicletas

Raposa
4.037 mil veículos
1.054 mil automóveis
2.021 mil motocicletas

http://imirante.com/oestadoma/noticias/2016/01/21/frota-de-motos-da-ilha-ja-chega-a-53-do-total-de-automoveis.shtml

terça-feira, 19 de janeiro de 2016

Tuc Tucs goianos deixam crise para trás

19/01/2016 - Fato Online

Que tal circular as ruas de pedra de uma cidade com arquitetura colonial, no interior de Goiás, a bordo de um Tuc Tuc, os famosos triciclos muito comuns na Índia? Despertou curiosidade, não? Pois essa é a mais recente aposta de empresários da cidade goiana de Pirenópolis, localizada a cerca de 140 km de Brasília, para atrair mais turistas e incrementar uma das principais atividades econômicas do local.

São quatro veículos, por enquanto, que transportam até dois passageiros. Há duas opções aos visitantes: o passeio de 30 minutos pelos principais pontos turísticos ou o simples deslocamento entre um ponto e outro da cidade.

A novidade começou no início de dezembro de 2015 a partir da necessidade de transporte dos visitantes, conta o empresário Geovane Ribeiro, um dos idealizadores. "Nos últimos anos, aumentou muito a demanda por táxi e junto com a dificuldade de estacionamento, especialmente no centro”, lembra. Aí, veio a ideia de utilizar os Tuc Tuc como alternativa de transporte. Além de pequenos e econômicos, são charmosos e despertam a atenção dos turistas, tornando-se um diferencial para a cidade.

Em meio ao agravamento da crise econômica no ano passado, a ideia foi abraçada por empresários de Pirenópolis, como donos de restaurantes e de pousadas, que se encarregam de fazer a divulgação do serviço entre os seus clientes.

No caso de passeios turísticos, foi feita parceria com a associação de guias turísticos do município, que combinam o conhecimento que têm da cidade com o papel de motorista. O cálculo básico dos organizadores é que cada Tuc Tuc permite a geração de pelo menos três empregos, já que são três turnos de trabalho. Os atuais quatro veículos devem se somar a outros seis,  até o fim do ano. Essa é a meta dos idealizadores.

A ideia foi uma forma criativa de ajudar a diminuir o problema da mobilidade urbana e, ao mesmo tempo, agregar valor ao turismo do município de 22 mil habitantes. Como a criatividade é apontada como a saída para os momentos de crise econômica, iniciativas como essa podem determinar a sobrevivência ou não de negócios.

O ambiente econômico exige criatividade de empresas e de trabalhadores, que precisam também de uma característica adicional: a persistência, indispensável para empreender. E o mundo dos negócios exige estar atento e aberto a oportunidades, além de encontrar brechas para crescer na dificuldade. Que venham mais Tuc Tucs!

segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

CPFL firma parceria com CCR e Graal para incetivo ao uso de veículos elétricos

13/12/2015 -  O Estado de SP

Na expectativa de estimular o segmento de veículos elétricos no Brasil e, com isso, criar um novo mercado consumidor, a CPFL firmou parceria com a CCR AutoBAn e com a Rede Graal para estruturar uma espécie de "corredor intermunicipal" elétrico no estado de São Paulo. A rota ligará a capital paulista a Campinas, onde fica a sede da CPFL, e será equipada com o primeiro eletroposto rodoviário construído no Brasil. O abastecimento de veículos elétricos poderá ser feito gratuitamente em um posto da Graal localizado na altura de Jundiaí, na Anhanguera, rodovia administrada pela AutoBAn.

O corredor elétrico faz parte do Programa de Mobilidade Elétrica da CPFL Energia, um projeto de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) que receberá investimento de R$ 21,2 milhões até 2018. O incentivo ao mercado de veículos elétricos também contou com a construção de outros eletropostos, entre unidades públicas e privadas. Há quatro unidades em operação instaladas na própria CPFL e em empresas parceiras. Outras duas unidades, ambas localizadas em Campinas, são públicas.

O projeto que une CPFL, CCR e Graal é uma nova etapa dessa iniciativa, agora em direção ao mercado consumidor da capital paulista, e um novo incentivo ao desenvolvimento do mercado de veículos elétricos no Brasil. Em outubro passado, o governo federal reduziu a zero o imposto de importação para carros elétricos e a hidrogênio. Esses modelos pagavam, até então, 35% de alíquota de importação.

"A CPFL Energia foi responsável pela instalação de toda infraestrutura do eletroposto rápido, que inclui um transformador de baixa tensão, o carregador e o cabeamento necessário para o funcionamento dos equipamentos. A Rede Graal assumirá as despesas com o consumo de energia", destacou a CPFL em nota. As atividades do eletroposto deveriam ter sido iniciadas em agosto, porém o cronograma foi alterado.

De acordo com as empresas, o veículo poderá ter 80% de sua bateria carregada em meia hora, o que mostra que a tecnologia ainda tem particularidades importantes quando comparada aos veículos tradicionais, abastecidos com gasolina, etanol ou diesel.

Outro problema é a ainda quase incipiente rede de abastecimento. Para amenizar esse problema, a CPFL estuda a possibilidade de desenvolver outros eletropostos em novos endereços da rede Graal, caso de uma unidade localizada na Bandeirantes. Até 2018, a CPFL planeja viabilizar a instalação de 31 eletropostos.

"O projeto também irá permitir que a companhia avance em um modelo de negócio para a mobilidade elétrica, considerando que os eletropostos também serão utilizados por clientes de fora da área de concessão da companhia", afirmou em nota o diretor de Estratégia e Inovação da CPFL, Rafael Lazzaretti.

quarta-feira, 11 de novembro de 2015

Prefeitura lançará em 2016 edital para serviço de aluguel de carro elétrico

11/11/2015 - O Globo

Projeto, que será semelhante ao da Bike Rio, prevê preço de R$ 18 a R$ 23 por meia hora
  
POR CARINA BACELAR

RIO — A prefeitura vai lançar, no primeiro semestre de 2016, uma licitação para um sistema de 100 carros elétricos compartilhados, que ficarão localizados em 25 estações, no Centro e na Zona Sul. A operação do serviço será da iniciativa privada. Segundo a Secretaria Especial de Concessões e Parcerias Público-Privadas do município, é possível que os carros já estejam circulando durante os Jogos Olímpicos, em agosto do ano que vem.

Os automóveis serão recarregados nos próprias estações, que ficarão em 13 bairros. O usuário poderá retirá-los utilizando um aplicativo. A cada 30 minutos de circulação com o carro, será cobrada uma tarifa no cartão de crédito cadastrado no sistema. A estimativa é que o preço de 30 minutos de uso do veículo fique entre R$ 18 e R$ 23, de acordo com o plano de assinatura do sistema (que poderá ser anual, mensal, semanal ou diário, cada um com taxas diferentes).

FROTA TERÁ DE SER MONITORADA

O texto do edital está na fase de consulta, que vai até 13 de novembro. Nesta fase, empresas podem se manifestar sobre as regras estabelecidas. Ao todo, cinco consórcios, um deles incluindo a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), participaram do chamamento para a fase anterior do edital, a Proposta de Manifestação de Interesses (PMI).

O texto, depois da fase de consulta pública, ainda será encaminhado para a Procuradoria e para o Tribunal de Contas do Município. Segundo Ricardo Silva, coordenador geral de Estruturação de Projetos da secretaria, a ideia é fazer um modelo parecido com o das bicicletas Bike Rio, com uma empresa operadora do serviço e outra patrocinadora, que pagará para ter a marca vinculada aos carros.

—Uma decisão que a gente tomou é não colocar dinheiro público — explica Silva, ressaltando que o patrocínio é captado pela empresa operadora.

Haverá ao todo 200 vagas para os 100 carros. Nenhum deles poderá ser retirado com menos de 40% da bateria carregada. Um elemento previsto para a licitação é que ela obrigue as empresas a monitorar a frota por meio de uma central de informações, impedindo furtos e roubos.

O modelo adotado pelo Rio é baseado nos de Amsterdã e Paris. Também estão sendo feitos testes em Curitiba e Recife, com 11 e três veículos, respectivamente. Na capital francesa, já estão à disposição três mil carros.

— O que a gente sabe é que o sistema vem funcionando bem. Começou pequeno, com 100 carros, e foi se expandindo ao longo do tempo — observa o coordenador da secretaria.

Além da vantagem da emissão zero de gases poluentes, o carro elétrico reduz o trânsito, dizem as autoridades. Em Paris, um estudo feito a partir da implantação de carros elétricos indicou que, para cada veículo disponível, sete a vinte automóveis comuns deixaram de circular pelas ruas. Segundo a Associação Brasileira de Veículos Elétricos (ABVE), há atualmente 95 veículos que utilizam apenas energia elétrica como combustível no Brasil.

— O custo benefício é muito bom. Não é preciso posto de combustível para abastecer — diz Ricardo Guggisberg, presidente-executivo da entidade.

Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/rio/prefeitura-lancara-em-2016-edital-para-servico-de-aluguel-de-carro-eletrico-18015567#ixzz3rBKXKu3I 
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sexta-feira, 30 de outubro de 2015

Recife é a primeira cidade brasileira a compartilhar carros elétricos

27/10/2015 - Diário de Pernambuco

O Carro Leve, como é chamado, tem capacidade para duas pessoas, é automático, e roda até 100 km com a bateria. Para usar, o valor mensal é de R$ 30, mais taxas
  
 Rosália Vasconcelos

A fase de testes teve início em dezembro do ano pa
A fase de testes teve início em dezembro do ano passado
créditos: Annaclarice Almeida

O Recife é a capital pioneira na implantação do sistema de compartilhamento de carros elétricos no país, e quem quiser utilizar o serviço terá inicialmente de se cadastrar no escritório do Porto Digital. A pessoa deve comparecer pessoalmente ao escritório, e assinar um termo de responsabilidade para eventuais cobranças por danos ou multas. Em seguida, precisará baixar o aplicativo Porto Leve, dispositivo que permite a retirada do veículo nas estações de compartilhamento.

O sistema de compartilhamento de veículos, lançado na capital pernambucana no ano passado e o primeiro a ser implantado no Brasil, até agora estava em fase de testes, e começa este mês a funcionar normalmente. 

Para usar o carro elétrico, será necessário fazer um plano mensal no valor de R$ 30, a ser debitado no cartão de crédito. Além desse valor, o usuário paga uma taxa extra da corrida, que será cobrada da seguinte forma: R$ 20, para quem preferir trafegar sozinho; R$ 10, se optar por oferecer carona; caso o motorista arrume um caroneiro, cada um paga R$ 5. O usuário tem 30 minutos para retirar o carro e entregar, na mesma estação ou em outra. Cada minuto adicional, além dos 30, custará R$ 0,75.

O Carro Leve, como foi batizado, é um modelo ZD, da empresa chinesa Zhidou. Tem capacidade para duas pessoas, é automático, e roda até 100 km com a bateria. Para utilizar o carro, é preciso ter idade superior a 18 anos e possuir carteira de habilitação válida, além de cartão de crédito. 

Expansão do projeto 

O sistema de compartilhamento de carros elétricos do Porto Digital, o Carro Leve, aguarda agora interessados, da iniciativa pública ou privada, para expandir o projeto, tal como aconteceu com as bicicletas compartilhadas do Porto Leve, expandidas através do projeto BikePE, uma parceria entre a Serttel/Samba e o banco Itaú. 

Desde o dia 8 de setembro, o Car Sharing foi aberto para cadastro e utilização pela população. Até agora, o sistema registrou 43 usuários, o que, para o Porto Digital, é um bom número de interessados, já que se trata de um projeto piloto. 

“Qualquer pessoa pode usar o sistema. Mas como o carro é um modal que tem um risco maior que a bicicleta, tem que ter mais cautela. Ao cadastrar os documentos necessários, o usuário precisa agendar um teste drive. Um técnico irá acompanhá-lo para ensinar as funcionalidades do carro, que é elétrico e automático, e fazer o teste de direção nas ruas”, conta a gerente de projetos do Porto Digital, Cidinha Gouveia. 
Segundo ela, nesses 45 dias, algumas pessoas fizeram o cadastro mas não agendaram o teste drive ou até realizaram o teste drive, mas ainda não utilizaram o sistema. 

A próxima etapa do projeto será a implantação dos totens de carregamento das baterias dos carros nas próprias estações. Atualmente, os carros são recolhidos para o Porto Digital, para que as baterias sejam recarregadas durante a noite. “Não haverá aumento da frota e das estações pelo Porto Digital. Nós colocamos no mercado a tecnologia para testar a usabilidade pela população. Empresas públicas ou privadas é que deverão expandir o Carro Leve”, explicou Cidinha. Não há, contudo, prazo para a conclusão do projeto piloto. 

O sistema de compartilhamento de carros elétricos começou a funcionar em fase de testes desde 15 de dezembro do ano passado. Até então, apenas funcionários da Serttel e pessoas selecionadas pelo Porto Digital. A medida foi necessária para que a empresa pudesse avaliar o aplicativo utilizado para a retirada dos carros, a funcionalidade do sistema e o desempenho dos veículos. Agora, está sendo avaliado o sistema de cadastro e a usabilidade do serviço para a população. 

Na opinião do advogado Wayne Xavier, 27 anos, o Carro Leve está aprovado. “Eu já vinha acompanhando a implantação do projeto. Sabia que o carro elétrico compartilhado existia em outros países e queria testá-lo aqui no Recife, porque reconheço a importância de projetos de sustentabilidade. Então me cadastrei assim que abriu para a população e fiz o teste drive. Depois disso, usei uma vez e achei o sistema fácil e o aplicativo funciona muito bem. O carro é pequeno, fácil de estacionar e é bem disposto, tem autonomia”, avalia Xavier. 

Ele aguarda a expansão do projeto para que consiga usar mais. “Se tiver mais estações, como as bicicletas, vamos poder utilizar em outros locais e aumentar o uso”, disse o advogado, que trabalha no bairro do Pina.

quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Carros elétricos deixarão de pagar tarifa de importação

28/10/2015 -  O Globo

BRASÍLIA- O governo deu ontem o primeiro passo para a inserção do carro elétrico no Brasil. Em resolução publicada no Diário Oficial, a Câmara de Comércio Exterior (Camex) reduziu de 35% para até zero as alíquotas de importação para essa categoria de veículo, hoje praticamente inexistente no mercado brasileiro. Os modelos à venda no Brasil custam em torno de R$ 165 mil.

Em resolução publicada no Diário Oficial, a Camex informou que a decisão foi tomada após amplo debate sobre o tema. Enfatizou que a medida busca inserir o Brasil em novas rotas tecnológicas, disponibilizando ao consumidor veículos com alta eficiência energética, baixo consumo de combustíveis e reduzida emissão de poluentes. "Tais medidas estão alinhadas à política de fomento para novas tecnologias de propulsão e atração de novos investimentos para produção nacional desses veículos”, destacou a Camex.

Segundo explicou o presidente da Associação Brasileira das Empresas Importadoras e Fabricantes de Veículos Automotores (Abeifa), Marcel Visconde, a redução do imposto vai ajudar a criar no país uma "cultura do carro elétrico”, que já faz parte da realidade dos principais países do mundo.

— Quase ninguém importa carro elétrico — disse Visconde.

Para o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Luiz Moan, a resolução da Camex vai permitir que o consumidor tenha acesso a tecnologias mais modernas:

— Também abre espaço para a ampliação do desenvolvimento local de novas tecnologias, inserindo a engenharia brasileira nas principais rotas tecnológicas globais, inclusive com a oportunidade de criar soluções que utilizem o etanol.

O Comitê Executivo de Gestão da Camex (Gecex) também decidiu ampliar o escopo da redução tarifária para algumas categorias de carros híbridos — que usam motor convencional atrelado a um motor elétrico. Com a alteração dos códigos da Tarifa Externa Comum (TEC), foram incorporados os veículos com tecnologia de recarga externa. Outro tipo de veículo incluído nas novas regras de tributação é o movido a células de combustível, cuja base é o hidrogênio.

ENERGIA SOLAR RESIDENCIAL

O preço da eletricidade no país, atualmente, é 67% maior do que o da gasolina necessária para gerar a mesma intensidade de energia, diz um relatório do Ministério de Minas e Energia. Apesar dessa diferença, segundo técnicos do governo, a abertura desse mercado é importante, tendo em vista suas vantagens tecnológicas e benefícios futuros.

O desenvolvimento dos carros elétricos, associado ao plano de geração de energia distribuída pelo país, por meio de geradores solares instalados em empresas e residências, é visto como um grande avanço. De acordo com esses técnicos, o futuro dos automóveis elétricos está conectado à possibilidade de cada consumidor poder gerar eletricidade a partir da luz solar e trocá-la com o sistema das distribuidoras.

O uso dessa energia doméstica nos automóveis economizaria a necessidade de transporte da própria eletricidade por longas linhas de transmissão, além de ajudar na redução da poluição nas grandes cidades. Os entraves até esse futuro, porém, ainda são muitos, como a tributação sobre a geração de energia doméstica e o desenvolvimento da tecnologia em si.

TIRARAM O IMPOSTO, MAS O DÓLAR SUBIU

Ao reduzir a alíquota de importação de 35% para 0%, o governo federal muda sua posição em relação aos carros 100% elétricos no Brasil. Até o momento, via-se como um contrassenso baixar taxas para estimular o uso desse tipo de veículo em um país com redução da oferta de energia e bandeiras vermelhas nas contas de luz.

Por causa das enormes baterias (de íon-lítio, na maioria dos modelos atuais), carros 100% elétricos são caros. Para viabilizar esses veículos silenciosos e que não emitem gases, alguns governos oferecem pesados incentivos fiscais e outros estímulos.

No Brasil, os elétricos são raros — a maioria foi trazida para experiências como a dos táxis Nissan Leaf que rodam no Rio. No ano passado, estimava-se que um Leaf custaria exorbitantes R$ 210 mil se fosse vendido normalmente aqui. A isenção o tornaria "menos caro” — mas, desde então, o dólar teve uma grande alta. Assim, não espere, a médio prazo, ver muitos carros elétricos no país.

Novas reduções, como as de IPI e ICMS, poderiam estimular a produção local de modelos híbridos que combinem um motor elétrico a outro movido a álcool (ou flex). Custam menos e têm autonomia maior. A Toyota está firme nesses planos: o primeiro híbrido nacional deve ser fabricado dentro de três anos.