domingo, 5 de janeiro de 2014

Fiat encerra a produção do Mille

03.01.2014 - O Estado de São Paulo

Modelo sai de cena devido à legislação que obriga os carros de 2014 a terem ABS e air bag

Último Fiat Mille produzido - Fiat/Divulgação
Último Fiat Mille produzido - Fiat/Divulgação
Fiat/Divulgação

A Fiat encerrou a produção do Mille com a versão final do carro, batizada de Grazie Mille (muito obrigado em italiano).

Primeiro carro mundial da Fiat, o Uno Mille teve mais de 3,7 milhões de unidades produzidas no Brasil e sai de cena devido à legislação que obriga todos os carros produzidos em 2014 a virem com ABS e air bag de fábrica.

Como tal adequação ficaria muito custosa no Mille e a Fiat já planeja um subcompacto para o seu lugar, o carro, lançado por aqui em 1984, dá adeus deixando saudades.

A série especial Grazie Mille tem tiragem limitada a 2 mil carros numerados.

quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Ozires Silva: Brasil desperdiça chance de ter seu carro elétrico

14/11/2013 - Folha de SP


Fundador da Embraer, uma das mais importantes empresas aeroespaciais do mundo, o engenheiro e ex-ministro da Infraestrutura Ozires Silva diz à Folha que seus planos iniciais eram criar uma montadora nacional de automóveis.

Prestes a completar 83 anos, ele ainda acredita nesta possibilidade. "Mas acho que o país já está perdendo mais essa janela de oportunidade", diz, criticando a falta de uma política de estímulo a carros elétricos.

Para ele, o veículo nacional poderia usar o próprio etanol como fonte de energia, seguindo o princípio dos elétricos a célula de hidrogênio, que não precisam ser recarregados na tomada.

Folha - O Brasil tem uma das maiores empresas aeroespaciais do mundo, a Embraer, que foi fundada pelo sr. em 1969 e que hoje atua em um segmento altamente tecnológico. Por que o país não tem uma marca própria de automóveis sendo o quarto maior mercado consumidor?

Ozires Silva - O Conselho de Desenvolvimento Industrial [CDI], criado pelo então presidente Kubitschek, nos anos 1950, tinha regras que jamais permitiriam a criação de um automóvel nacional. Eu disse isso ao governo na época, mas fui voto vencido. Depois, quando caiu na minha mão a decisão de construir aviões, pude seguir uma rota diferente do CDI e criar uma aeronave de concepção e marca locais.

Folha - Então a sua ideia inicial era fomentar uma montadora de carros brasileira?

Claro. Mas o governo fixou que o interessado deveria ter experiência, capital, recursos humanos, propriedade intelectual e posição no mercado externo. Com todas essas exigências, quem quisesse montar uma marca nacional seria desencorajado.

Folha - Até países nanicos dentro do cenário automobilístico, como a Noruega, aproveitaram essa recente onda da eletrificação dos carros para criar montadoras. O sr. acredita que a tendência possa trazer uma nova chance para uma marca de carros nacionais?

Acho que sim. Mas o país já está perdendo mais essa janela de oportunidade, enquanto o mundo inteiro está se movimentando para desenvolver esse tipo de produto.

Sabemos que é muito mais difícil empreender por aqui. Temos desvantagens como a complicação burocrática e o custo Brasil.

Por isso ouvimos "vamos trazer a tecnologia de fora, vamos trazer automóvel de fora". Essa palavra "trazer" nos põe numa situação de segunda classe. Mas podemos gerar coisas novas. Veja o exemplo dos nossos aviões.

Folha - Como seria o carro elétrico nacional?

Existem várias soluções. Uma delas é o carro com motor elétrico movido a célula de hidrogênio, que já foi apresentado no Japão [e não precisa ser recarregado na tomada].

O problema desse sistema é a autonomia reduzida aos padrões a que estamos acostumados a rodar. Isso se deve também ao fato de o combustível ser gasoso, menos concentrado.

O etanol líquido, por ter moléculas de hidrogênio em sua composição, poderia ser uma boa alternativa. Até porque já existe uma rede de distribuição desse combustível por todo o país. Com a tecnologia atual, seria possível isolar o hidrogênio do etanol.

Folha - Não seria muito caro?

Claro que um carro elétrico nacional com essa tecnologia será muito mais caro que os veículos que eu posso comprar ali na esquina. Mas automóvel convencional só é mais barato porque sua escala de produção é muito grande. Tente usinar um motor a combustão na garagem da sua casa para ver o quanto ele não custaria. Você não pode pegar um troço absolutamente novo e querer que ele comece a um preço inferior.

Folha - O sr. presidiu a Petrobras no final dos anos 1980, logo após a criação do Pró-Álcool. O que acha da atual política do biocombustível no Brasil?

É uma política errática, pois o preço do etanol não pode ser atrelado ao da gasolina. Enfrentei discussões sérias com o governo em 1985, mas fui voto vencido. Preguei que isso poderia trazer essa colisão no futuro.

RAIO-X - OZIRES SILVA

NASCIMENTO: Bauru, em 1931

FORMAÇÃO: Engenharia, ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica)

TRAJETÓRIA

fundador da Embraer (1969)

presidente da Petrobras (1986 a 1989)

ministro da Infraestrutura (1990 a 1991)

reitor da Unimonte (atualmente)

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Brasil é o segundo mercado do Waze

30/10/2013 - O Estado de São Paulo



Aplicativo que mistura navegador e rede social cresce pela interação em tempo real



Fernando Garcia



Waze/Divulgação

Logo do Waze



Lançado oficialmente em junho de 2012 no Brasil, o Waze é uma rede social com base nas informações sobre o trânsito no qual seus usuários ou "wazers" cadastrados interagem entre si buscando alternativas sobre uma melhor rota para escapar dos engarrafamentos e economizar tempo, ou o tempo que vai demorar para chegar no seu destino, por exemplo.



Funciona como um GPS social na qual os usuários podem consultar mapas e informações de rota que também podem ser ativados via comando de voz. Outra vantagem do sistema são as condições das ruas e estradas com atualizações em tempo real, considerando que estes dados são atualizados pelos próprios usuários facilitando a troca de informações. Cada wazer, quando ajuda o outro usuário com alguma informação sobre o trânsito, ganha uma pontuação, como em um game.



De acordo com a chefe de parceria Global do Waze, a americana Di-Ann Eisnor, o Waze é um dos aplicativos mais usados no mundo. "Desde que foi lançado nos EUA em 2009, o Waze alcançou mais de 49 milhões de usuários no mundo todo e esse número continua crescendo".



Para se ter uma ideia, só no Brasil o aplicativo tem mais de cinco milhões de usuários, ocupando a segunda posição no ranking. E com este aumento no número de usuários, já houve novos benefícios tais como mapas mais atualizados, além de um sistema de pontuação mais ativo e, por fim, a melhoria da comunicação entre a empresa e o "wazer", com uma interação maior entre o App e o usuário final. Um dos motivos da proliferação do Waze no País é a possibilidade de informar onde há pontos de fiscalização da lei seca, uma atitude irresponsável por parte dos motoristas, mas que atrai muitos fãs para a ferramenta.



Os usuários poderão baixar o aplicativo gratuitamente através das lojas virtuais dos seus aparelhos (Android, Blackberry e iOS) ou ir no site oficial http://www.waze.com/download/ e seguir as instruções intuitivas.

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Eslováquia terá carro voador

24/10/2013 - Jornal do Carro

Aeromobil 2.5 fez seu primeiro voo teste e tem autonomia de até 700 quilômetros

Aeromobil 2.5 - Aeromobil/Divulgação
Aeromobil/Divulgação
Aeromobil 2.5

Mais um carro voador está em fase final de testes. É o Aeromobil 2.5, criado na Eslováquia e que fez seus primeiro voo na semana passada.

O carro demorou 20 anos para ficar pronto e atualmente está na terceira versão do protótipo original. O motor que empurra o Aeromobil é um Rotax 912 que faz o carro-avião chegar a 160 km/h  no asfalto e 200 km/h no ar. 

Com peso de 450 kg e lugar para duas pessoas, tem autonomia 400 quilômetros no solo e de 700 quilômetros voando. Quem sabe não veremos aqui, no site do Jornal do Carro, um comparativo entre carros voadores na próxima 

sábado, 19 de outubro de 2013

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Carros elétricos continuam longe do Brasil

21/07/2013 - Folha de SP



Há mais de mil pontos de recarga na Califórnia; em alguns desses locais, o reabastecimento das baterias é grátis



Em meio ao ronco de enormes motores V8, a chave do Fiat 500e é girada no contato. Surge apenas um "bip" e o carro segue em silêncio pelo campo de provas de Chelsea, no Estado americano de Michigan. O pequeno veículo elétrico estreia neste mês. A princípio, será vendido somente na Califórnia.



Na pista de testes, o marcador das baterias indica que há mais de 70% de carga. Mesmo sendo mais pesado que um 500 convencional, o Fiat elétrico acelera rápido e quieto.



A potência equivale a 111 cv, suficientes para que o 500e chegue aos 100 km/h em cerca de 10s, marca semelhante à obtida por carros compactos com motor 1.6 flex.



Os pneus de baixo atrito ajudam a melhorar a autonomia, que fica entre 140 km e 160 km em percursos combinados de cidade e estrada. A velocidade máxima é limitada a 140 km/h.



POR QUE NÃO?



Com tantas qualidades e emissão zero de poluentes, é fácil imaginar que um carrinho como o 500e teria chances de sucesso no Brasil. Contudo, há muitas questões a serem resolvidas.



"O alto custo de desenvolvimento tem um forte impacto no preço dos modelos elétricos. As baterias, por exemplo, têm valores bastante elevados", explica Ricardo Dilser, assessor técnico da Fiat.



Mesmo nos Estados Unidos, o 500 elétrico custa caro: US$ 32,6 mil, que equivalem a R$ 72,7 mil. É o dobro do preço da versão a gasolina na Califórnia.



Por isso, a Fiat não tem planos de trazer essa opção do compacto ao Brasil. Pelas regras tributárias atuais, o modelo chegaria às lojas do país custando cerca de R$ 150 mil.



"Há quinze anos, um monitor LCD de computador custava oito vezes mais que hoje. Porém, com o ganho de escala, os preços são gradativamente reduzidos. Esse movimento precisa ser acompanhado por incentivos fiscais", diz Ricardo Guggisberg, diretor do Salão de Veículos Elétricos promovido pela ABVE (Associação Brasileira de Veículos Elétricos).



Além da questão tributária --os 25% de alíquota de IPI que incide sobre os carros elétricos é superior às taxas de todas as categorias de veículos a combustão--, há o problema da infraestrutura.



A Califórnia foi escolhida para a estreia do 500e por oferecer incentivos fiscais a esse tipo de veículo e possuir uma rede com mais de mil pontos de recarga das baterias. Em alguns locais, o reabastecimento é grátis. Em outros, paga-se o equivalente a R$ 4 por hora.



Dessa forma, a vida com um elétrico fica bem mais simples.



Poucos modelos "verdes" estão à venda no país



A BMW divulgou recentemente os dados de seu novo compacto elétrico, o i3. A marca confirmou à Folha que pretende lançar o veículo no Brasil em 2014.



Hoje, o modelo 100% elétrico mais atual nas ruas de São Paulo é o Nissan Leaf --dez unidades fazem parte do Projeto Piloto de Táxi Elétrico. Entretanto, ainda não há previsão de venda do carro nas lojas da marca.



Os únicos carros com sistemas "verdes" de propulsão à venda no país são os híbridos Toyota Prius (R$ 120 mil) e Lexus CT 200h (R$ 149 mil), que combinam o motor a gasolina a outro, elétrico. Em agosto, a Ford lançará a nova geração do Fusion Hybrid.

domingo, 13 de outubro de 2013

A incrível cidade com 22 mil habitantes e somente 1 carro

12/10/2013 -  Folha de SP
Não há barulho de motor, fumaça de escapamento nem congestionamentos nas cidades de Chaves e Afuá, vizinhas na Ilha de Marajó (PA). O número de automóveis conta-se em uma mão.
Os municípios ocupam os últimos lugares no ranking que mede a proporção de carros por habitantes do país.
Lá só se chega de barco ou avião e a maior parte da população vive na zona rural. O principal meio de transporte utilizado é a velha bicicleta.
Segundo o Denatran (Departamento Nacional de Trânsito), há apenas um carro registrado em Chaves, que tem 22 mil habitantes.
"Aqui as vias são feitas para o povo transitar", conta o pecuarista Pedro de Souza Leandro, 63, dono de uma picape que é utilizada somente metade do ano. "Há um período em que tudo alaga e não dá para andar."
Em Afuá (36,5 mil habitantes), até as motos são banidas. Segundo o Denatran, há três delas registradas.
"As ruas são de madeira ou concreto, suspensas e medem apenas três metros. Carro aqui não anda, mas não temos barulho nem poluição", diz o prefeito Eliudo Pinheiro (PP), que cumpre sua agenda a pé.
A próxima meta, diz, é cadastrar as bicicletas e implantar sistema de sinalização. "Para ter carro aqui, teríamos que construir uma cidade nova. Acho melhor não."
TODOS DE CARRO
Com apenas 15 km² e uma população predominantemente de classe média, São Caetano do Sul (Grande SP), por outro lado, é a cidade com maior proporção de carros por habitante --para cada 1,6 habitante, há um veículo licenciado.
O resultado pode ser explicado pela alta renda da população, que soma mais de 156 mil habitantes, na estimativa do IBGE, e é a primeira colocada no IDHM (Índice de Desenvolvimento Humano Municipal) de 2013.
"O crescimento populacional nos últimos dez anos, com inúmeros novos empreendimentos verticais, fez com que o trânsito piorasse", diz Leandro Prearo, gestor do instituto de pesquisa da Universidade Municipal de São Caetano do Sul.
Segundo dados da prefeitura, a frota da cidade aumentou 50% nos últimos 15 anos.
O secretário de Mobilidade Urbana, Odair Mantovani, diz que o principal problema da cidade é servir de passagem entre São Paulo e outros municípios do Grande ABC.
A autônoma Roseli Badanai circula por São Caetano do Sul todos os dias, a trabalho ou para ajudar a família. "É trânsito o dia inteiro", diz.