segunda-feira, 12 de junho de 2017

Moovit lança hoje serviço de caronas em São Paulo

12/06/2017 - Estado de Minas

A partir desta segunda-feira, 12, os paulistanos terão mais uma opção para se locomover na cidade: os aplicativos de carona compartilhada. Conhecido por ser um guia do transporte público, o aplicativo israelense Moovit lança na Grande São Paulo seu serviço de caronas, o Moovit Carpool.

Para passageiros, a promessa do serviço é de oferecer viagens bem mais em conta do que por alternativas como táxi ou Uber. Já para os condutores, a expectativa é de ajudá-los a economizar com gasolina. Segundo o Moovit, motoristas podem economizar até R$ 400 com combustível por mês ao fornecer caronas.

"Muitas pessoas dirigem para o trabalho sozinhas todos os dias. O melhor jeito de resolver o problema do transporte nas grandes cidades é usar recursos subutilizados", diz Itay Gil, líder global do Moovit Carpool.

O Brasil é o terceiro país a receber o serviço, depois de Israel e Itália. Hoje, o Moovit tem cerca de 60 milhões de usuários em todo mundo - 10 milhões deles estão no País. Para emplacar o serviço aqui, a empresa contratou um executivo só para o Moovit Carpool, Antonio Piccinini.

Alternativa. Para quem usa o app do Moovit, a carona vai ser mais uma das opções de transporte, ao lado de ônibus, metrô e trem. "Queremos oferecê-las num preço que seja próximo ao do transporte público, mas vantajoso para o motorista", diz Gil. Já os motoristas deverão baixar um app próprio, chamado de Moovit Carpool, para iOS e Android, para oferecer corridas.

Em testes feitos pela reportagem do Estado, uma corrida da Avenida Paulista à região do Itaim Bibi sai por R$ 11,50. Outra, da Consolação ao bairro da Lapa, custa R$ 9 ao passageiro. No Uber, os mesmos trechos saem por R$ 19 e R$ 22,50.

Por enquanto, o Moovit é quem vai decidir o valor das viagens: isso porque, no primeiro momento, as caronas serão gratuitas para os passageiros, mas repassadas na íntegra aos motoristas. O preço das viagens será baseado na distância, estimando gastos com gasolina. 

A ideia não é gerar um rival para o Uber ou os táxis. Cada motorista só poderá oferecer duas viagens ao dia, com três passageiros em cada. "O Carpool é para quem vai e volta do trabalho todo dia, não para quem quer lucrar", diz Gil.

Segundo o Moovit, não há restrição de carros no serviço. Cada viagem, assim como no Uber, será avaliada pelos passageiros. "Um veículo em más condições terá notas baixas", avisa Gil. Além de aumentar sua base de usuários, o Carpool é parte da estratégia do Moovit para faturar. No futuro, quando o serviço estiver maduro, a empresa cobrará dos condutores uma comissão por cada viagem. 

terça-feira, 18 de outubro de 2016

Uber cresce 10 vezes e já tem 50 mil motoristas

18/10/2016  - O Estado de SP

SÃO PAULO - Um ano após as primeiras polêmicas envolvendo o Uber no País, o número de motoristas na empresa americana cresceu dez vezes no período, atingindo 50 mil parceiros. Em meio a condutores insatisfeitos com casos de assalto recentes e queixas de baixo retorno financeiro, além da sobretaxa anunciada pela Prefeitura de São Paulo para combater o monopólio do Uber, empresas concorrentes começam a ganhar espaço. 

Além do Uber, três aplicativos também estão cadastrados para operar na capital paulista hoje: Cabify, 99POP e Easy Go. Essas empresas não informaram o número de veículos e de downloads. Há ainda outras quatro em processo de credenciamento – questionada, a Prefeitura não informou quais. 

Na semana passada, a gestão municipal decidiu mudar a cobrança de taxas dos aplicativos de transporte. A outorga cobrada, agora, crescerá de acordo com o tamanho da empresa. Na prática, a sobretaxa deverá encarecer as viagens do Uber em relação aos concorrentes. A mudança é para evitar que a americana domine o mercado paulistano.

Segundo dados do Uber obtidos pelo Estado, a meta de 50 mil colaboradores no Brasil foi estipulada em fevereiro. Em setembro de 2015, então com 5 mil motoristas parceiros no Rio e em São Paulo, a empresa havia colocado como meta chegar a 30 mil colaboradores neste ano. De acordo com a empresa, eram cerca de 500 mil usuários na época – quando se considerava o número de downloads do app. 

Hoje, o Uber atua em 27 cidades e chegou a 4 milhões de usuários ativos – quem usou o serviço pelo menos uma vez nos últimos três meses. O Estado procurou o Uber, que não quis comentar os dados.

Em São Paulo, após a regulamentação dos aplicativos de transporte, em maio, e a mudança na cobrança da taxa para quebrar o monopólio do Uber, a demanda dos usuários e dos motoristas também tem crescido em outros aplicativos. Segundo o diretor-geral do Cabify Brasil, Daniel Velazco-Bedoya, a fila de espera para ser colaborador da empresa espanhola é de 30 mil pessoas, considerando, além da capital paulista, Rio, Porto Alegre e Belo Horizonte. 

“Estamos atualizando nossa previsão de crescimento. (A sobretaxa) afeta diretamente. Esperamos que tenha migração não apenas de parceiro, mas de usuários. Ou a empresa vai absorver os custos, que podem ser altos, ou pode repassar para o usuário. Se for repassado para o usuário, deve haver uma migração”, afirmou Velazco-Bedoya.

De acordo com informações do gerente de relações-públicas da 99POP, Ricardo Ricardo Kauffman, nas últimas duas semanas as corridas com o aplicativo cresceram 48%, na comparação com as duas últimas semanas de setembro. Segundo ele, no mesmo período, houve aumento de 46% no número de motoristas que ativaram o 99POP, serviço da empresa 99 com motoristas particulares. Até o fim do ano, o aplicativo planeja expansão para o Rio. “Estamos bastante satisfeitos por conseguir atrair novos passageiros pela qualidade, agora que conseguimos preço mais competitivo”, diz ele. 

Sem detalhar, o diretor Brasil Geral da Easy Go, Fernando Matias, disse que um dos investimentos da empresa para se tornar mais competitiva é a redução “dos custos dos motoristas” para deixar o valor das corridas mais acessível, como abastecimento em postos de gasolina. 

Pesquisa. Antes de recorrer a um dos aplicativos, a publicitária Marcela Caló, de 25 anos, faz pesquisa de preço entre três opções: Uber, Cabify e táxi. Se está com pressa, opta pelos taxistas, que têm permissão para trafegar em corredores e faixas de ônibus. Entre Uber e Cabify, a escolha toma por base o valor a ser pago pela viagem. “Não me preocupo tanto com o serviço. Se o carro estiver detonado, reparo e dou pontuação menor. Mas em geral acabo escolhendo por desconto, por qual viagem sairá mais barata. Às vezes, entre um aplicativo e outro, a diferença é de R$ 10”, diz. 

A professora de Direito Público da Pontifícia Universidade Católica (PUC-SP), Dinorá Grotti, reconhece que a sobretaxa criada pela Prefeitura deve provocar uma competição mais acirrada entre os aplicativos. Ela avalia, porém, que a regulamentação por decreto e a falta de uma lei criam insegurança jurídica “generalizada”.

Para o motorista do Uber André Pimenta, de 37 anos, a empresa só vai deixar de perder colaboradores se reduzir a taxa de 25% de cada corrida, que fica com o aplicativo. 

Ele está há dez meses no aplicativo e, no início, o lucro era o seu sustento. Agora, acumulou “bicos” e passou a procurar um emprego fixo. “Penso em sair se não houver valorização melhor do parceiro”, afirma Pimenta. 

A socióloga Raquel Alonso, de 32 anos, usou o Uber no máximo cinco vezes neste ano. E não quer repetir a experiência. “As empresas de aplicativo têm usado a imagem de novo modelo de tecnologia como venda de uma ilusão. Você diz para o motorista que ele tem mais flexibilidade de trabalho, que está mais livre. Mas, na verdade, a pessoa está mais presa. Sem nenhuma garantia, ela acaba trabalhando muito mais. É uma precarização”, afirma. Hoje, quando não está usando transporte coletivo público, só usa táxi.

sexta-feira, 16 de setembro de 2016

O que aconteceu com a indústria automotiva?

16/09/2016  - Valor Econômico

Vicente Assis, B. Hagemann e Bernardo Ferreira

A indústria automobilística brasileira sempre foi um grande trunfo da economia nacional. Tanto a venda de automóveis leves como a de caminhões foram a quarta maior do mundo em 2013. Mas esse cenário já faz parte do passado. Comparando as vendas de 2013 com a expectativa de vendas para 2016, deve ocorrer uma queda de 45% em automóveis leves e de 67% em caminhões. O que parecia ser uma história de sucesso vive, hoje, um período de derrocada.

A economia foi um fator importante para a crise atual, uma vez que o PIB deve encolher mais de 3% pelo segundo ano consecutivo. O volume de financiamento de veículos vem se contraindo, enquanto o custo do financiamento aumentou em linha com a taxa básica de juros, que subiu de 8 a 10% em 2013 para mais de 14% em 2016. Além disso, a taxa de desemprego disparou de 7% para mais de 11% nesse mesmo período.

Após o mercado automotivo crescer ininterruptamente nas décadas de 1960 e 1970, a primeira crise ocorreu em 1982 e 1983, quando caiu 46% do seu pico e ficou estagnado por 10 anos. A segunda crise foi entre 2000 e 2001, com uma queda de 35% do mercado e subsequente estagnação de 3 anos. Após um novo período de 10 anos de crescimento, estamos na terceira crise, que já dura 4 anos e cuja retração esperada é de 45%. Apesar de uma provável melhora nos próximos dois anos, a indústria precisará de uma nova década de crescimento da economia para voltar aos patamares de vendas que vimos em 2013.

Soma-se a isso a atração de investimentos com base em premissas que não se concretizaram nos últimos anos: expectativa de que a economia era sólida, que o mercado local iria crescer indefinidamente e que o país comportaria uma indústria de 5 milhões de carros por ano. Com incentivos governamentais, a consequência foi a intensa instalação de fábricas de automóveis no Brasil nos últimos anos: saltou de 53 em 2011, para 65 em 2015.

A capacidade instalada é tão superior à demanda (a utilização da capacidade em 2016 será abaixo de 50%) que seria necessário um inimaginável crescimento do mercado de 10% ao ano nos próximos cinco anos a fim de voltarmos a utilizar 80% da capacidade total.

A maneira como o mercado automotivo cresceu no Brasil criou distorções que hoje atrapalham a recuperação. O foco excessivo em venda de carros de entrada, com menos tecnologia, para o mercado interno mascarou deficiências que a indústria automobilística acumulou durante as últimas décadas. Essas deficiências apareceram com força agora, quando o país passa por uma das piores crises de sua história: a produção de automóveis no Brasil não é competitiva no contexto internacional.

As montadoras, por exemplo, preferem exportar carros para os outros países da América do Sul a partir de outras regiões produtoras, como Ásia, México ou até mesmo da Europa. O Peru, nosso vizinho, importou 70% da Ásia e apenas 2% do Brasil em 2014.

A razão mais importante para a falta de exportação do Brasil é o custo elevado de se produzir um carro no país. O custo de produção do mesmo carro é 7 a 10% maior no Brasil do que nos Estados Unidos - que é mais caro que na Ásia. Para reverter este cenário, precisamos significativamente reduzir os custos dos veículos produzidos no Brasil.

No Brasil ainda não há a cultura de formação de polos industriais de excelência. A indústria fornecedora de autopeças local está focada principalmente em produtos com baixo valor agregado: vivem apertados entre os preços de matérias-primas, produtividade baixa e custos cada vez maiores. Como consequência, a saúde deste setor é baixa, tornando-se um problema para a indústria inteira: a crise aguda força diversos fornecedores a fecharem suas portas, deixando seus clientes sem uma fonte local de fornecimento.

Apenas algumas montadoras entenderam esse problema e construíram uma base de fornecedores saudável que suporta preços baixos através de custos baixos - outras montadoras trabalharam focadas apenas no curto prazo por meio de pressão constante para preços baixos até o ponto em que os fornecedores não têm mais capacidade de continuar seus negócios.

Precisamos, também, urgentemente aumentar a produtividade da indústria automobilística brasileira, uma das mais baixas em nível mundial. Um operário no Brasil produz em média 33 veículos por ano, enquanto os chineses produzem 54 e os americanos atingem 55 carros. Para termos ideia da defasagem da produtividade nacional, nos últimos 20 anos a China, em todas as indústrias, aumentou sua produtividade em mais de 8% ao ano, enquanto o Brasil melhorou míseros 1,2%.

O aumento da produtividade é a chave para aumentar a competitividade nacional e internacional. Falta ainda um sistema de educação eficiente, dedicado à profissionalização de cargos técnicos. Muitas empresas até criaram suas próprias soluções, mas isso só funciona para as grandes companhias.

Outro entrave é a alta taxa de imposto no valor final do veículo: 30% dos preços de venda do carro estão direta ou indiretamente atrelados aos impostos. Nos Estados Unidos, o peso do imposto no valor final do carro corresponde a 6% e na Alemanha, a 19%.

Players da indústria automotiva nacional e governo precisam aceitar que os tempos mudaram e, em comparação com o passado, o mercado não irá retornar para alto índice de utilização nos próximos anos. Se a indústria não repensar completamente seu modelo de negócio no país, o Brasil seguirá com grandes dificuldades em transformar esse setor em plataforma de exportação e estimular a demanda doméstica.

Hoje o setor automotivo é responsável por 5% do PIB nacional, sendo sem dúvida a mais importante indústria de alto valor agregado. Pode ser tarde demais para criar fortes montadoras brasileiras, mas definitivamente não é tarde demais para posicionar o Brasil novamente como um dos centros principais da indústria automotiva global.

Vicente Assis é presidente da McKinsey no Brasil.

Bjorn Hagemann é sócio da McKinsey.

Bernardo Ferreira é expert de indústrias avançadas da McKinsey.

domingo, 26 de junho de 2016

Com brecha na lei, serviço de mototáxi estreia em SP; prefeitura é contra

25/06/2016  - Folha de SP

A partir da próxima sexta-feira (30), o morador de São Paulo que quiser percorrer a cidade sob duas rodas terá à disposição um sistema de transporte de passageiros em motos por meio de um aplicativo semelhante ao Uber.

A iniciativa é da empresa pernambucana T81, que atua desde março na Grande Recife, no Rio de Janeiro e em Joinville (SC). Cerca de 2.000 motociclistas, segundo eles, já foram cadastrados pela empresa para prestar o serviço na capital paulista.

Mesmo antes de iniciar as operações, a iniciativa já causa polêmica, já que o transporte de passageiros em motos, como os mototáxis, não é regulamentado em São Paulo. A prefeitura diz ser contrária à adoção do serviço. A empresa, contudo, deve aproveitar a brecha legal para iniciar a operação na cidade e promete buscar a Justiça, se necessário, para ter o direito de prestar o serviço.

Segundo o presidente da T81, Josival de Melo Júnior, a ideia agora é levar o serviço, que já tem forte adesão em cidades médias do Nordeste, para os grandes centros do país. "É um tipo de serviço que sempre vai ter demanda. Às vezes, a pessoa está atrasada para um compromisso ou vai perder um voo, chama a moto que vai chegar na hora."

O Uber já testa o modelo em cidades como Bangkok, na Tailândia, mas ainda não pensa em adotá-lo no Brasil.

Além do serviço em motos, T81 também vai disponibilizar a tradicional a opção de transporte de passageiros em carros e o mercadorias. E promete diferenciais em relação ao concorrente Uber, como o pagamento das corridas com dinheiro e tarifas fixas.

ACIDENTES

Para associarem-se ao aplicativo, os motociclistas terão que se adequar a uma série de regras. Eles terão controle de velocidade por GPS e não poderão ultrapassar 60 km/h. Também terão que disponibilizar touca higiênica descartável que o passageiro usará por baixo do capacete.

Especialistas, contudo, alertam que adoção das motos para o transporte de passageiros pode ter impacto na segurança do trânsito.

Segundo Luiz Célio Bottura, engenheiro e consultor em transporte, o risco para o passageiro transportado numa moto é muito maior do que em um carro. "O índice de acidentes, comparando o número relativo, é muito mais alto", diz.

A T81 afirma que, por atuar como um facilitador de contato entre o passageiro e o motorista, não tem responsabilidade civil no caso de acidentes com passageiros. Mas diz exigir que os motoristas estejam em dia com o seguro DPVAT, que cobre acidentes de trânsito, não tenham antecedentes criminais e estejam regulares junto ao Detran.

"O risco existe como em qualquer atividade, mas garanto que nossos motoristas são capacitados", afirma o presidente da T81.

Em nota, a Prefeitura de São Paulo diz ser contrária à adoção do serviço por causa "dos riscos que esse tipo de transporte acarretaria aos cidadãos numa cidade com as características de São Paulo".

A atividade de mototaxista é reconhecida desde 2009 por lei federal. A regulamentação da lei, contudo, cabe aos municípios. São Paulo é uma das cidades onde a lei não foi regulamentada, criando um "vazio legal" sobre o assunto. No Recife, por exemplo, o serviço está proibido –por isso a T81 roda apenas nas cidades do entorno.

Para iniciar a operação com motos nas capitais onde atua, a T81 argumenta que o serviço que oferece é particular e, por isso, não deve ser enquadrado nas regras que regem o transporte público, seja ele por carros ou motos.

O presidente do sindicato dos taxistas de São Paulo, Natalício Bezerra, critica a adoção da nova modalidade e diz que a chegada da empresa vai prejudicar os 40 mil taxistas que atuam em São Paulo.

"Se não há uma lei que proíba [o transporte de passageiros em motos], é hora de criar e aprovar na Câmara Municipal. Moto não é lugar de transportar passageiro." 

domingo, 29 de maio de 2016

Sob pressão, Haddad libera táxi de luxo a pegar passageiros na rua

28/05/2016  - Folha de SP

Após reclamações de taxistas, a gestão Fernando Haddad (PT) decidiu liberar os chamados táxis pretos -mais luxuosos e que só poderiam atuar via aplicativos- a também pegar passageiros nas ruas da capital.

Para isso, os motoristas terão que instalar taxímetros e poderão colocar luminosos, algo também não previsto.

Com tarifa cerca de 25% mais cara do que os convencionais, os táxis pretos poderão ainda praticar a tarifa mais barata, igual à dos taxistas do modelo branco, cujos carros são mais simples.

Os motoristas de táxi preto foram os que mais reclamaram da recente legalização do Uber, com o argumento de que desembolsaram R$ 60 mil no alvará e investiram cerca de R$ 80 mil para comprar modelos de carro exigidos.

Muitos deles procuraram a Secretaria Municipal de Transportes para dizer que estavam endividados.

COMPETIÇÃO

O táxi preto foi criado no ano passado justamente para concorrer com o Uber Black -modelo mais luxuoso e mais caro do aplicativo que conecta motoristas particulares a passageiros.

Quando o novo modelo foi criado por Haddad, o Uber funcionava por meio de liminar na Justiça e sem regulamentação municipal.

A revolta dos taxistas é motivada pelo fato de os motoristas do Uber não terem sido obrigados a pagar uma licença para atuar, por exemplo, numa espécie de concorrência desleal, segundo eles.

De acordo com o secretário Jilmar Tatto (Transportes), a maior parte dos cerca de 1.700 profissionais que atuam com táxi preto eram motoristas que alugavam irregularmente seus alvarás e viram a chance da própria licença.

"Por isso, muitos tiveram dificuldades [financeiras] para entrar no mercado", disse.

A prefeitura sorteou 5.000 alvarás, mas nem todos conseguiram entrar no negócio por falta de dinheiro.

A administração acredita que, com a liberação para pegar passageiros nas ruas, os taxistas não ficarão parados à espera de chamadas.

Para evitar isso, aplicativos de táxi passaram a acionar os modelos pretos mesmo para quem pedia os brancos. Mesmo assim, segundo taxistas, a desvantagem continua.

No último dia 14, o prefeito autorizou funcionários da Secretaria de Finanças e Desenvolvimento Econômico a acionar os táxis pretos.

O serviço funcionará por período experimental de três meses, só para esta secretaria. Porém, o mesmo decreto diz que o modelo poderá ser ampliado para os demais órgãos da prefeitura, caso a experiência dê certo e gere economia. 

sábado, 21 de maio de 2016

Uber inicia testes de rua com carro autônomo

20/05/2016  - O Globo

RIO — Se os taxistas sentiram a concorrência dos motoristas do Uber, devem se preocupar ainda mais com um anúncio feito nesta quinta-feira. A companhia iniciou os seus primeiros testes de rua com carros autônomos, na cidade de Pittsburgh, na Pensilvânia. A tendência é que no futuro próximo, imensas frotas desses veículos ofereçam uma nova modalidade de transporte público individual, mais eficiente e seguro que os táxis atuais.

O carro sendo testado é um Ford Fusion híbrido, equipado com sensores que incluem radares, scanners a laser e câmeras de alta resolução. Ao circular pelas ruas de Pittsburg, o veículo testa suas capacidades autônomas e coleta dados para mapeamento da cidade. Os testes são conduzidos com um motorista profissional preparado para assumir o controle em caso de emergência.

“Carros autônomos têm o potencial de salvar milhões de vidas e melhorar a qualidade de vida de pessoas em todo o mundo. 1,3 milhão de pessoas morrem todos os anos em acidentes automobilísticos, sendo que 94% dos casos envolvem erro humano”, diz a companhia, em comunicado. “No futuro, nós acreditamos que esta tecnologia vai significar menos congestionamentos, transporte mais acessível e muito menos vidas perdidas”.

Os testes são conduzidos com o apoio da prefeitura local. O objetivo é garantir que a tecnologia está pronta para aumentar a segurança de todos no trânsito: pedestres, ciclistas e outros motoristas.

O anúncio acontece um dia depois de um fotógrafo ter flagrado um Chevy Bolt autônomo circulando nas ruas de São Francisco, na Califórnia. A GM, fabricante do veículo, fechou parceria recentemente com o Lyft, concorrente do Uber, para a criação de uma frota autônoma.

quinta-feira, 19 de maio de 2016

Cavalos deixam de puxar as charretes de Paquetá

19/05/2016  - O Globo

Os cavalos que puxam as tradicionais charretes de Paquetá vão sair de circulação hoje e, no sábado, a prefeitura promete entregar os carros elétricos aos profissionais que usavam os animais para o transporte público de passageiros na ilha. A troca promete render polêmica no bucólico bairro, onde há grupos contra e a favor da mudança, que foi negociada durante dois anos entre os charreteiros e a Comissão de Proteção aos Direitos dos Animais da OAB-RJ.

Até a tarde de ontem, alguns moradores ainda tentavam impedir o início da circulação de carros elétricos. Em reunião na prefeitura, eles disseram que podem fazer protestos e até tentar impedir o desembarque dos novos equipamentos. A ilha receberá 17 veículos, comprados por cerca de R$ 1 milhão da empresa Davanti. Quem é contra a medida alega que ela vai descaracterizar o uso do espaço público do bairro, onde é proibida a circulação de veículos automotores.

Além da OAB-RJ, no bairro há um grupo favorável à troca. Ele alega que os animais são maltratados pelos charreteiros e, mesmo em condições ideais de abrigo, alimentação e atendimento veterinário, o uso dos cavalos como força motriz é danoso.

O advogado da Associação de Charreteiros de Paquetá, José Carlos Ribeiro, admite que não há como garantir a acomodação adequada dos cavalos.

Assim como em Paquetá, em Petrópolis também há um movimento pelo fim das charretes, lá conhecidas como Vitórias. Na semana passada, um cavalo caiu e ficou preso ao veículo pelo pescoço.