quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Corrida de táxi pela tabela no Aeroporto Santos Dumont fica até 45% mais cara

31/10/2012 - O Globo

Segundo Secretaria municipal de Transportes, que fixou valores, cálculo levou em conta parte central de cada bairro

Na fila. Táxis à espera de passageiros no Santos Dumont: apesar de os usuários terem a opção de pagar pelo taxímetro, os motoristas só costumam aceitar pagamento pela tabela Gabriel de Paiva / O Globo

RIO Corridas de táxis comuns, os amarelinhos, cobradas pelas tabelas de tarifas prefixadas podem sair até 45% mais caras para os passageiros que chegam à cidade pelo Aeroporto Santos Dumont. Para Copacabana, por exemplo, a tabela estabelece R$ 29,50. Já pelo taxímetro sai por R$ 20 em média (até o início do bairro). Segundo a Secretaria municipal de Transportes, que fixou os valores, o cálculo levou em conta a parte central de cada bairro. Assim, quem pega um táxi para a Avenida Princesa Isabel ou para o Posto 6 pagará o mesmo valor. No caso de Copacabana, a rua usada como referência foi a Santa Clara. Além do Santos Dumont, há tabelas para táxis no Aeroporto Internacional Tom Jobim, na Rodoviária Novo Rio, no Píer Mauá e nos principais hotéis da orla.

No Santos Dumont, a tabela começou a valer em março deste ano, após a publicação de uma resolução da secretaria. Alguns passageiros reclamam dos valores, como a consultora Márcia dos Santos Pinto, que veio de São Paulo ontem para uma reunião de negócios no Centro do Rio.

É muito mais caro pagar pela tabela do que pelo taxímetro. Isso é um absurdo. Estou pagando R$ 17,50 por uma corrida que custaria cerca de R$ 9 disse Márcia Pinto.

Engenheiro prefere pagar pela tabela

Por e-mail enviado ao GLOBO, o leitor Marcelo Vargas Redes também reclamou. Ele se indignou ontem ao ser informado, no Santos Dumont, de que teria de pagar R$ 17,50 por uma corrida para o Centro, que normalmente sai por menos de R$ 10. Ele não aceitou a cobrança.

Mas há quem, para não cair em armadilhas de taxistas desonestos, prefira desembolsar o que está na tabela.

Acho que é mais seguro. Prefiro pagar mais. É melhor que ser enganado justificou o engenheiro Pablo Motta, que mora em São Paulo e trabalha no Rio.

Segundo a secretaria, a tabela foi criada para turistas e outras pessoas que não conhecem a cidade. Serve para inibir a ação de motoristas de táxi desonestos que, por exemplo, procuravam caminhos mais longos para chegar ao destino do passageiro como, por exemplo, ir do Santos Dumont para Copacabana via Tijuca.

Mas o que alguns usuários não sabem é que eles têm o direito de escolher pagar pelo taxímetro o uso da tabela é opcional. No Santos Dumont, ainda há a opção de pegar os táxis que, mesmo não sendo da cooperativa que atua no aeroporto, estão autorizados a pegar passageiros no desembarque. A medida está valendo desde a realização da Rio+20, em junho deste ano. Esses taxistas, no entanto, não podem circular na pista exclusiva junto ao terminal.

Apesar de o passageiro poder optar pelo taxímetro, na prática esse é um direito difícil de ser exercido no Santos Dumont. Um repórter do GLOBO testou o sistema na terça-feira sem se identificar. Ele entrou na fila de passageiros no desembarque e perguntou se poderia pagar uma corrida até o Centro no taxímetro. A resposta recebida foi de que isso não seria possível.

Com a gente, do lado de cá (na pista junto ao terminal), só na tabela disse o taxista.

Ao insistir no assunto, o repórter recebeu orientação para buscar um táxi do outro lado da pista ou, ainda mais distante, junto a um poste na última saída do aeroporto. Um guarda municipal que trabalhava nas proximidades do desembarque não soube dar mais informações sobre o sistema de cobrança. No entanto, apontou para táxis parados em outra pista, informando que eles cobravam só pelo taxímetro.

Taxistas também se queixam

A mudança não agradou a muitos motoristas que costumam pegar passageiros na saída do Santos Dumont.

Lá na frente só vale táxi da cooperativa que atende o aeroporto agora. Não podemos mais nem passar naquela pista, temos que buscar passageiros pelas beiradas queixou-se um taxista que se identificou apenas como Sérgio.

No Aeroporto Internacional Tom Jobim, uma resolução da Secretaria municipal de Transportes estabeleceu, em julho deste ano, que no Terminal 1 só podem circular táxis credenciados de duas cooperativas. Já no Terminal 2, os motoristas não credenciados podem esperar passageiros na pista da esquerda do setor de desembarque, como ocorreu durante a Rio+20. No mesmo terminal, táxis credenciados aguardam passageiros na pista à direita.


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