quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Carro elétrico pede suporte energético

05/12/2011 - Webtranspo

Frota brasileira precisaria de cinco Itaipu

Demanda de frota nacional atual seria de 190.108 GWh.A preocupação ambiental nunca esteve tão em alta como agora, um exemplo disso é que cada vezes mais as montadoras investem em carros com matrizes energéticas diferenciadas, Mercedes-Benz, Nissan, Ford e muitas outras já lançaram modelos movidos a eletricidade, no entanto, o que pouco se analisa é como será a oferta de combustível para se suprir uma eventual frota numerosa composta por carros com esta característica.

De acordo com um cálculo elaborado pela Andrade & Canellas consultoria, se a frota de automóveis atual fosse substituída por veículos elétricos, o Brasil necessitaria produzir mais 190.108 GWh por ano. Para atender esta demanda por eletricidade, seria necessário à construção de cinco usinas hidrelétricas como a de Belo Monte ou ainda três usinas como a de Itaipu.

No Brasil, segundo o Detran (Departamento Nacional de Trânsito), circulam, atualmente, 39 milhões de veículos, que consome em média 1,4 de tep (toneladas equivalentes de petróleo) por ano, resultado em um número nacional de 54 milhões de tep. Este número é fruto, em parte, do desempenho dos motores a combustão interna, que operam com níveis de eficiência média de quase 27%.

Já os motores que utilizam como matriz energética a eletricidade possuem eficiência bem superior de, aproximadamente, 90%. Com isso, caso a frota nacional fosse substituída por carros elétricos o consumo total diminuiria para quase 16 milhões de tep por ano, o que equivale a 190.108 GWh. Mesmo com essa queda no consumo, o a quantidade de energia demandada é muito alta, para ilustrar isso, basta verificar que a Usina de Itaipu (a maior do Brasil) produziu 71.744 GWh no último ano, pouco mais de um terço do volume necessário para suprir este consumo.

“Em princípio, os veículos elétricos são opções interessantes para descarbonização da matriz de transportes. Mas é preciso atenção porque a eletricidade para abastecê-los terá de ser produzida de alguma forma, o que exigirá investimentos significativos no parque gerador e na infraestrutura de transmissão e distribuição”, afirma Monica Rodrigues de Souza, gerente do Núcleo de Energia Térmica e Fontes Alternativas da Andrade & Canellas.

Além da questão ambiental, a especialista não descarta analisar a viabilidade de cada fonte energética. “O Brasil deve ampliar de maneira muito consistente a produção de petróleo nos próximos anos. Diante desse fato e da disponibilidade de etanol a custo competitivo no país, a questão do carro elétrico precisa ser avaliada de maneira ampla, não apenas como uma panaceia que resolverá todo o problema da mudança climática”, concluiu.

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