domingo, 31 de janeiro de 2016

Sindicalista dos taxistas de SP diz que a palhaçada acabou e que agora é cacete

29/01/2016 - Folha de SP

O presidente do Simtetaxis (Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores nas Empresas de Táxi de São Paulo), Antonio Matias, postou um vídeo em uma rede social no qual afirma que o prefeito Fernando Haddad (PT) não cumpre o compromisso firmado com os taxistas e que a palhaçada na cidade acabou e, agora, é cacete.

O vídeo (assista abaixo) foi postado horas depois de o prefeito afirmar, na manhã desta quinta-feira (28) que os taxistas "vão desaparecer pela concorrência predatória" se eles não aceitarem a regulamentação do aplicativo Uber na cidade.

O prefeito afirmou ter dito isso em diversas reuniões com representantes da categoria para explicar a dificuldade de fiscalizar algo que não é regulamentado. "Quando o transporte coletivo era clandestino, você tinha pontos de parada [para fiscalizar], mas uma nuvem é difícil. Se existe a possibilidade dessa empresa de regular, então vamos fazer isso", disse.

No vídeo, Matias diz estar aborrecido com a declaração dada por Haddad e que o prefeito não deve brincar com os taxistas. "Não brinque com essa categoria, respeito é bom e os taxistas merecem. (...) Não queira briga com esse presidente. (...) A Uber não vai trabalhar em São Paulo. Ela só vai trabalhar se for em modal táxi. No carro particular nós não vamos permitir. O senhor disse que não pode fiscalizar as nuvens, então, mande tirar das nuvens. Ocupe seu lugar de excelência. (..) Somos bem antes do Uber."

O presidente do Simtetaxis disse que estará na "cola" do prefeito, que tem como fiscalizar e que a palhaçada na cidade acabou e, agora, é cacete. "Tem como fiscalizar, só nós já prendemos mais de 250 carros junto com fiscais do DTP [Departamento de Transportes Públicos]. Se o senhor não sabe é porque o departamento do senhor é corrupto. Acabou a moleza prefeito Haddad. Chega de palhaçada nessa cidade. Agora é cacete. Ou regulamenta os aplicativos certos para trabalhar com táxi ou vão trabalhar fora dessa cidade."

Essa não é a primeira declaração polêmica dada pelo sindicalista sobre a regulamentação do Uber. Em junho do ano passado, Matias disse: "Não temos como conter a categoria", "vai ter morte", durante uma audiência na Câmara dos Deputados.

Antônio Raimundo Matias dos Santos, conhecido como Ceará, queria pressionar os deputados federais contra a liberação desse serviço -visto como concorrência desleal pelos taxistas. "Eu quero dizer aos nobres deputados para que tomem providências porque, se não tomarem, não temos como conter a categoria", disse Ceará, na ocasião.

O "recado" dele, mais tarde, foi reforçado por outro representante da categoria, que voltou a falar na possibilidade de essa disputa por passageiros resultar em violência. "Pode ocorrer sim uma desgraça porque os motoristas estão revoltados. Um grupo veio falar comigo para dizer que, se a lei não fiscalizar esses clandestinos, eles vão tomar uma atitude. Hoje ele [Santos] deu o recado", disse Natalício Bezerra, presidente do Sinditaxi (Sindicato dos Taxistas Autônomos de SP), também presente na audiência.

TUMULTO EM FESTA

Logo após a divulgação do vídeo, um grupo de taxistas abordou os carros pretos que pararam em frente ao hotel Unique, nos Jardins, onde ocorria o baile de Carnaval da revista "Vogue", entre às 22h desta quinta (28) e a madrugada desta sexta-feira (29). A medida visava inibir os convidados que deixavam o local de utilizar os serviços do aplicativo Uber.

Uma jovem que trabalha em um bar próximo, que não quis ser identificada, disse que um grupo de 15 a 20 taxistas cercava todos os carros pretos que paravam perto do hotel.

Segundo a jovem, bastava alguém gritar a palavra Uber para um grupo de 15 a 20 taxistas correr em direção ao carro preto, xingar e hostilizar o motorista. "A sensação de medo e insegurança só aumentava toda vez que eles corriam, subiam em cima dos carros e jogavam pedras", falou, aliviada de ter conseguido chegar em casa em segurança.

A Polícia Militar informou que mais de 200 taxistas participaram do protesto. O capitão Edenilson Gabriel de Freitas, supervisor regional da região oeste, falou que houve um tumulto entre taxistas e motoristas do Uber. Após uma conversa com os manifestantes, o capitão garantiu que entrou em acordo com o grupo e o protesto ficou pacífico.

Antes do acordo, um fotógrafo ficou ferido e um carro foi depredado por um grupo de manifestantes. O autônomo Francisco Carlos Indalecio, dono do Ford Fusion danificado, disse que não trabalha para o Uber e que tinha ido levar alguns amigos da filha à festa.

"Dei a volta no quarteirão e parei o carro para telefonar. Uns dez taxistas gritaram 'é Uber' e começaram a depredar o carro", explica Indalecio no 14º DP (Pinheiros), onde registrou um boletim de ocorrência. O para-brisa e um retrovisor foram quebrados, mas eram visíveis as marcas de depredação em todo o carro.

Um taxista detido sob suspeita de ter participado do ataque ao carro foi levado à delegacia, mas foi liberado após o autônomo não conseguir reconhecê-lo. Os taxistas se defenderam afirmando que a confusão toda começou após um motorista do Uber jogar pedras contra um carro do grupo. Segundo os manifestantes, ao menos três táxis foram danificados.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

Frota de motos da Ilha já chega a 53% do total de automóveis

  21/01/2016 - O Estado

Outro dado chama atenção: o número de condutores habilitados para conduzir motocicletas é menor do que o total de veículos do tipo na região metropolitana
  
A frota de motocicletas da Região Metropolita­na de São Luís já representa 53% da quantida­de de automóveis que cir­culam pelas ruas e avenidas da capital, São José de Ribamar, Paço do Lumiar e Raposa, segundo dados do Departamento Estadual de Trânsito do Maranhão (Detran). Em apenas quatro anos, de 2012 a 2015, o número de motocicletas passou de 67 mil para mais de 113 mil. No entanto, outro dado cha­ma atenção: o número de condutores habilitados para conduzir motocicletas é menor do que o total de veículos do tipo transitando pelas vias da Ilha.

A cada ano, o número de veículos sobre duas rodas avança pelas ruas e avenidas da Ilha de São Luís. A quantidade de motos nas quatro cidades corresponde a 26,99% da frota total e é mais da metade da quantidade de automóveis, uma diferença de pou­co mais de 100 mil veículos. Co­mo cresceu principalmente nos últimos anos, a frota é relativamente nova.

Em Raposa, o número de motocicletas já superou o de automóveis e representa a metade da frota de veículos do município. Nos demais, o total de carros ainda é superior, mas em São José de Ribamar a diferença é pequena: são apenas 261 carros a mais que motocicletas. São Luís é o município da região metropolitana com a maior diferença entre as duas frotas. O total de motocicletas circulando pelas vias da capital representa 48% do número de carros com que dividem o trânsito.

Sem CNH
Para conduzir motocicletas, é preciso ter Carteira Nacional de Habilitação (CNH) na categoria A, só que nem todo mundo que dirige motocicletas na região metropolitana respeita a legislação de trânsito. Enquanto a frota de motocicletas é de mais de 113 mil, o total de condutores habilitados para esse tipo de veículo é pouco mais de 104 mil. São 8.833 motocicletas a mais.

Paço do Lumiar é o único dos quatro municípios da Ilha em que o número de condutores habilitados corresponde ao número de motocicletas. Raposa é o que tem a menor diferença entre o total de veículos e de condutores habilitados, 683. A capital aparece mais uma vez como a cidade com a maior discrepância: são 5.814 habilitações a menos que o número de veículos.

Desrespeito à lei
O artigo 57 do Código de Trânsito Brasileiro (CTB) diz que as motocicletas devem ser conduzidas sempre pela faixa da direita, sendo proibida sua circulação nas faixas de trânsito rápido ou então sobre as calçadas das vias urbanas. Mas vemos, no dia a dia da Região Metropolitana de São Luís, que os pilotos não respeitam muito essa norma. É comum, por exemplo, ver motociclistas cortando caminho por cima de calçadas, cruzando canteiros centrais, atravessando o sinal vermelho e ocu­parem a faixa de trânsito rápido. Sem falar que muitos an­dam bem acima do nível de velocidade permitido para a via.

E os atos de imprudência resultam no grande número de acidentes envolvendo motociclistas. Os acidentes já são a principal causa de ocorrências de trânsito no país, ultrapassando os atrope­lamentos de pedestres. Em 2015, mais da metade das internações pelo Sistema Único de Saúde (SUS) corresponde a motociclistas, que respondem por três quar­tos das indenizações do Seguro Obrigatório de Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de Vias Terrestres (DPVAT).

Segundo dados do 50º Encontro Nacional de Departamentos Estaduais de Trânsito da Associação Nacional dos Detrans (AND), realizado em Brasília, em setembro de 2015 a motocicleta concentrou 76% das indenizações pagas pelo seguro DPVAT. A maior parte delas (82%) correspondeu a Invalidez Permanente e 4% a Morte. As indenizações pagas por Morte e Invalidez Permanente em acidentes com motocicletas chegaram a mais de 225 mil no Brasil. Os passageiros, depois dos motociclistas, representaram o segundo maior número de vítimas, com 36.376 indenizações pagas por morte e invalidez permanente.

SAIBA MAIS

Em setembro de 2015, Carlos Felipe Correia, chefe do núcleo de motociclismo da Polícia Rodoviária Federal (PRF) afirmou que o Maranhão representa 10% do total de acidentes que acontecem diariamente em rodovias brasileiras, o que torna o estado campeão em número de acidentes de motocicleta no Brasil.

Números

São Luís
364.299 mil veículos
190.578 mil automóveis
91.857 mil motocicletas

São José de Ribamar
30.272 mil veículos
12.173 mil automóveis
11.912 mil motocicletas

Paço do Lumiar
21.274 mil veículos
9.682 mil automóveis
7.541 mil motocicletas

Raposa
4.037 mil veículos
1.054 mil automóveis
2.021 mil motocicletas

http://imirante.com/oestadoma/noticias/2016/01/21/frota-de-motos-da-ilha-ja-chega-a-53-do-total-de-automoveis.shtml

terça-feira, 19 de janeiro de 2016

Tuc Tucs goianos deixam crise para trás

19/01/2016 - Fato Online

Que tal circular as ruas de pedra de uma cidade com arquitetura colonial, no interior de Goiás, a bordo de um Tuc Tuc, os famosos triciclos muito comuns na Índia? Despertou curiosidade, não? Pois essa é a mais recente aposta de empresários da cidade goiana de Pirenópolis, localizada a cerca de 140 km de Brasília, para atrair mais turistas e incrementar uma das principais atividades econômicas do local.

São quatro veículos, por enquanto, que transportam até dois passageiros. Há duas opções aos visitantes: o passeio de 30 minutos pelos principais pontos turísticos ou o simples deslocamento entre um ponto e outro da cidade.

A novidade começou no início de dezembro de 2015 a partir da necessidade de transporte dos visitantes, conta o empresário Geovane Ribeiro, um dos idealizadores. "Nos últimos anos, aumentou muito a demanda por táxi e junto com a dificuldade de estacionamento, especialmente no centro”, lembra. Aí, veio a ideia de utilizar os Tuc Tuc como alternativa de transporte. Além de pequenos e econômicos, são charmosos e despertam a atenção dos turistas, tornando-se um diferencial para a cidade.

Em meio ao agravamento da crise econômica no ano passado, a ideia foi abraçada por empresários de Pirenópolis, como donos de restaurantes e de pousadas, que se encarregam de fazer a divulgação do serviço entre os seus clientes.

No caso de passeios turísticos, foi feita parceria com a associação de guias turísticos do município, que combinam o conhecimento que têm da cidade com o papel de motorista. O cálculo básico dos organizadores é que cada Tuc Tuc permite a geração de pelo menos três empregos, já que são três turnos de trabalho. Os atuais quatro veículos devem se somar a outros seis,  até o fim do ano. Essa é a meta dos idealizadores.

A ideia foi uma forma criativa de ajudar a diminuir o problema da mobilidade urbana e, ao mesmo tempo, agregar valor ao turismo do município de 22 mil habitantes. Como a criatividade é apontada como a saída para os momentos de crise econômica, iniciativas como essa podem determinar a sobrevivência ou não de negócios.

O ambiente econômico exige criatividade de empresas e de trabalhadores, que precisam também de uma característica adicional: a persistência, indispensável para empreender. E o mundo dos negócios exige estar atento e aberto a oportunidades, além de encontrar brechas para crescer na dificuldade. Que venham mais Tuc Tucs!